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Cinema da França

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O cinema francês é atualmente o mais dinâmico da Europa continental em termos de público, números filmes produzidos e de receitas geradas por suas produções. O cinema francês teve um papel importante na história deste meio de comunicação social, tanto em termos técnicos como históricos. Os primórdios do cinema contam com vários nomes franceses, entre os quais os se destacam os irmãos Ampére, não só responsáveis pelo estudo da corrente elétrica, mas também a invenção das primeiras câmeras, feito geralmente erroneamente atribuído aos irmãos Lumiére. No desenvolvimento do cinema como forma de arte, muitos dos filmes realizados na França são considerados marcos relevantes (ver: Filmografia de Georges Méliès). Destaque deve ser dado às escolas vanguardista da década de 1920, ao realismo poético das décadas de 1930 e 1940, e à nouvelle vague a partir do fim da década de 1950.

Cinema francês pós Primeira Guerra

Após a Primeira Guerra Mundial o cinema francês entrou em crise devido a falta de dinheiro para a criação de novos filmes, como aconteceu na maioria dos países europeus. A situação permitiu que os filmes dos Estados Unidos chegassem aos cinemas europeus, pois os filmes norte-americanos poderiam ser vendidos mais baratos já que seus estúdios recuperavam os gastos dos filmes em seu próprio mercado. A França adotou uma medida para diminuir a importação de filmes e estimular a produção francesa, onde a cada sete filmes importados um filme francês deveria ser produzido e exibido nos cinemas franceses.

Durante o período entre guerras, Jacques Feyder foi um dos fundadores do realismo poético francês no cinema. Ele também dominou o cinema impressionista francês junto com Jean Epstein, Abel Gance e Germaine Dulac.

Em 1931 Marcel Pagnol filmou sua trilogia (Marius, Fanny e César). Ainda na década de 1930 René Clair produziu Sous les toits de Paris (1930), Feyder produziu La Kermesse héroïque (1935), Julien Duvivier produziu Camaradas (1936) e Jean Renoir dirigiu a sua primeira obra prima, A Grande Ilusão. Dois anos depois Renoir dirigiu A Regra do Jogo, que é considerado um dos melhores filmes de todos os tempos.

Já durante a Segunda Guerra Mundial, Marcel Carné dirigiu o filme Les enfants du paradis, que foi lançado em 1945. O filme foi considerado o melhor filme francês do século de acordo com uma votação realizada por críticos e profissionais do cinema.[1]

Cinema francês pós Segunda Guerra

1940-1970

André Bazin fundou a revista Cahiers du Cinéma, onde amantes do cinema e críticos discutiam porque os filmes tinham dado certo. A revista tinha em seu time de críticos François Truffaut, Jean-Luc Godard, Eric Rohmer e Claude Chabrol. Os críticos tornaram-se diretores e criaram uma nova vertente do cinema: a Nouvelle vague. Outros diretores que mais tarde se consagrariam dentro da mesma vertente foram Alain Resnais e Agnès Varda. A Nouvelle vague influenciou diretamente o futuro de Hollywood e, no início da década de 1960 começou seu declínio.

Depois da Nouvelle Vague

Em 1968, os eventos de maio abalaram a França. François Truffaut já havia organizado manifestações em fevereiro para protstar contra a destituição de Henri Langlois do cargo de diretor da Cinemateca Francesa e dedicou seu filme em andamento, Beijos Proibidos, a Langlois. O Festival de Cinema de Cannes foi interrompido - por iniciativa de Truffaut, Godard e Louis Malle. Durante anos, Jean-Luc Godard não trabalhou no cinema comercial. Filmes políticos como Costa-Gavras Z são bem-sucedidos. Chabrol continuou sua vivissecção da burguesia (La Femme infidèle) e Truffaut explorou a possibilidade de felicidade conjugal burguesa (Domicílio Conjugal). Enquanto Godard desapareceu do cinema após a Nova Onda, com exceção de alguns ensaios, Truffaut e Chabrol continuaram sendo os principais diretores, cujos aspectos artísticos também continuaram sendo um sucesso comercial. Outros diretores da década de 1970 com esse impacto são Bertrand Tavernier, Claude Sautet, Eric Rohmer, Claude Lelouch, Georges Lautner, Jean-Paul Rappeneau, Michel Deville, Yves Boisset, Maurice Pialat, Bertrand Blier, Coline Serreau e André Téchiné. Em filmes de puro entretenimento, foram Gérard Oury, Édouard Molinaro. Para as atrizes, além das grandes estrelas Catherine Deneuve, Annie Girardot e Romy Schneider, há as atrizes Anna Karina, Claude Jade, Stéphane Audran, Bernadette Lafont, Miou-Miou, Isabelle Huppert, Nathalie Baye e Isabelle Adjani. Quanto aos atores, além dos astros Alain Delon e Jean-Paul Belmondo, há Michel Piccoli, Jean Rochefort, Philippe Noiret, Jean-Pierre Cassel, Jean-Pierre Léaud, Jean Yanne e Victor Lanoux. No gênero comédia, além de Louis de Funès, que continua ativo, o ator e diretor Pierre Richard.

Novo extremismo francês

Termo cunhado pelo crítico da revista “Artforum” para englobar as várias produções de caráter transgressor que surgiram no país no começo dos anos 2000. O denominado Novo Extremismo Francês (New French Extremity) é composto por alguns filmes, principalmente de terror, que vêm sendo lançados naquele país desde o início dos anos 2000.

A maioria dos filmes que fazem parte do movimento são marcados por possuírem violência extrema e personagens principais femininas (Essa última característica, inclusive, fez alguns críticos atribuírem ao gênero o rótulo de “Torture Porn”, que caracteriza filmes em que mulheres são colocadas em perigo e torturadas apenas para o deleite da plateia masculina. A meu ver não cabe esse rótulo aqui). Junto com esse movimento, obviamente vieram muitas obras ruins, mas também vieram algumas que se destacam e com certeza merecem ser recomendadas.

Principais filmes

Principais directores

Principais atores

Max Linder, ator de comédia francês, foto de 1912

Festivais de cinema na França

Ver também

Referências

  1. «Les Enfants du Paradis». www.cinematheque.bc.ca 
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