Mostrar código-fonte de Português angolano

{{Info/Língua
| nome        = Português angolano
| nomenativo  = 
| pronúncia   = 
| corfamília  = Indo-europeia
| estados     = {{ANG}}
| região      = Em toda Angola e nas regiões fronteiriças
| falantes    = ≅ 29,3 milhões<ref name="SapoD">{{Citar web|url=https://countrymeters.info/pt/Angola|titulo=População atual|acessodata=2023-06-24|obra=Country Meters}}</ref>
| posição     =1 
| fam1        = [[Língua portuguesa]]
| fam2        = 
| fam3        = 
| fam5        = 
| regulador   = [[Academia Angolana de Letras]] (AAL)
| iso1        = pt-AO
| iso2b       = 
| iso2t       = 
| iso3        = 
| mapa        = [[Ficheiro:AGO orthographic.svg|180px|centro]]<br><center>Localização de Angola.</center>
}}
O '''português angolano''' é a variação da [[língua portuguesa]] maioritariamente usada em [[Angola]]. A existência de uma variante de português em Angola, divergente da norma-padrão do [[português europeu]], tem vindo a ser reconhecida, embora a sua identificação se encontre ainda em estudo.<ref>{{citar livro|url=https://dspace.uevora.pt/rdpc/bitstream/10174/11802/1/Doutoramento_Paulino%20Adriano.pdf|título=Tratamento Morfossintáctico de Expressões e Estruturas Frásicas do Português em Angola|ultimo=Adriano|primeiro=Paulino Soma|editora=Universidade de Évora|ano=2014|local=Évora}}</ref>

De todos os países africanos, Angola é o país onde a percentagem de falantes de português como primeira língua é a maior:<ref name="Prophetarum">{{Citar web |url=http://movv.org/2008/09/12/da-situacao-da-lingua-portuguesa-em-angola/ |título=Da situação da língua portuguesa em Angola |língua=português |autor=Clavis Prophetarum |obra= |data= |acessodata=29 de novembro de 2010}} |arquivourl=https://web.archive.org/web/20101105175705/http://movv.org/2008/09/12/da-situacao-da-lingua-portuguesa-em-angola/ |arquivodata=2010-11-05 |urlmorta=yes }}</ref> cerca de 80,05 % dos 36,6 
milhões de habitantes, isto é,   29,3 milhões falam português.<ref name="SapoD" />
Angola é o segundo país com maior número de pessoas [[Lusofonia|lusófonas]], atrás apenas do Brasil.<ref name=":0" />

== História ==
A adoção da língua do [[História da colonização de África|antigo colonizador]] como [[língua oficial]] foi uma decisão comum à grande maioria dos países africanos. No caso de [[Angola]] deu-se o facto pouco comum de uma intensa disseminação do [[língua portuguesa|português]] entre a população angolana, a ponto de haver uma expressiva parcela da população que tem como sua única língua aquela herdada do [[Portugal|colonizador]].

Entre 1575 e 1592 estima-se que tenham desembarcado em Angola 2340 portugueses. Destes, 450 foram vítimas de guerras e doenças, 300 radicaram-se em [[Luanda]] e os restantes no interior, onde assimilaram as línguas e culturas africanas.<ref>{{Citar livro|url= |nome=João Marinho dos |sobrenome=Santos |título=Estudos sobre os Descobrimentos e a expansão portuguesa |subtítulo= |idioma=português |edição= |local=Coimbra |editora=Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra |ano=1998 |páginas=85}}</ref> O número de mulheres europeias na colónia seria muitíssimo reduzido, o que significa que a larga maioria dos filhos dos colonos eram mestiços, educados por mulheres africanas que lhes ensinavam as suas línguas.<ref>{{Citar livro|url= |nome=Jan |sobrenome=Vansina |título=Portuguese vs Kimbundu: language use in the colony of Angola (1575 - c. 1845) |subtítulo=Bull. Séanc. Acad. R. Sci. Outre-Mer Mede. Zitt. K. Acad. Overzeese Wet |idioma=inglês |edição= |local= |editora= |ano=2001 |páginas=269 |volume=47 |id=}}</ref>

Entre 1620 e 1750 o [[Língua quimbundo|quimbundo]] afirmou-se como a língua mais usada em praticamente todos os lares de Luanda e na vida diária da cidade. O estabelecimento de uma elite [[Afro-portugueses|afro-portuguesa]] — que ocupava os principais cargos da [[administração pública]] e estava envolvida no [[tráfico de escravos]] — foi o factor que mais contribuiu para esta situação.<ref>{{Citar livro|url= |nome=José Carlos |sobrenome=Venâncio |título=A economia de Luanda e Hinterland no século XVIII |subtítulo=Um estudo de sociologia histórica |idioma=português |edição= |local=Lisboa |editora=Editorial Estampa |ano=1996 |páginas=51 |volume= |id=}}</ref> Embora tivesse um bom conhecimento de português, esta elite era falante nativa de [[Língua quimbundo|quimbundo]] ou [[língua congo|congo]].<ref>{{Citar livro |sobrenome=Vansina |título=op. cit |páginas=273 }}</ref>

No interior dos territórios controlados pelos portugueses, o português era usado como ''[[lingua franca]]'' entre chefes e comerciantes, mas a maioria da população expressava-se exclusivamente em quimbundo. Na verdade, os [[escravo]]s exportados a partir de Luanda, independentemente das suas origens, aprendiam algum quimbundo e eram [[baptizado]]s nesta língua antes de serem embarcados.<ref>{{Citar livro |sobrenome=Vansina |título=op. cit |páginas=273-274 }}</ref>

Entre 1750 e 1822, os portugueses procuraram impedir a crescente [[africanização]], cultural e linguística, da elite afro-portuguesa de Angola, nomeadamente através do decreto de [[1765]] do [[Lista de governadores coloniais de Angola|governador]] [[Francisco Inocêncio de Sousa Coutinho]], que desencorajava o uso de línguas africanas na educação das crianças.<ref>{{Citar livro |sobrenome=Vansina |título=op. cit |páginas=274-275 }}</ref>

Os testemunhos da época apontam para a utilização de variedades reestruturadas do português entre as camadas mais pobres das cidades costeiras e arredores. Em 1894, o folclorista e filólogo americano Heli Chatelain, ao referir-se ao quimbundo falado em Luanda, define-o como sendo uma mistura de elementos portugueses, enumerando 90 empréstimos do português ao quimbundo, que incluem não só empréstimos lexicais (ex. ''palaia'', praia), mas também gramaticais (ex. ''poji'', pois), bem como vários exemplos de palavras portuguesas adaptadas à morfologia do quimbundo (ex. ''njanena'', janela; ''jinjanena'', janelas).<ref>{{Citar livro|url= |nome=Heli |sobrenome=Chatelain |título=Folk-tales of Angola |subtítulo=fifty tales, with Ki-mbundu text literal English translation, introduction and notes |idioma=inglês |edição= |local=Honululu, Hawaii |editora=University Press of the Pacific |ano=2001  |id=}}</ref>

Só durante o [[século XX]] é que o português se tornou gradualmente a língua mais falada nas áreas urbanas de Angola. Este facto ficou a dever-se, essencialmente, ao aumento do número de colonos portugueses, tanto homens como mulheres, a maioria dos quais preferia fixar-se nos centros urbanos costeiros, em detrimento das zonas do interior. E apenas na [[década de 1950]] se reuniram as condições para a generalização do português a todo o território angolano, pois só então a maioria da população precisou efectivamente de dominar esta língua.

Vários factores contribuíram para esta situação. Por um lado, durante o [[Estado Novo (Portugal)|Estado Novo]], para serem reconhecidos como ''[[Estatuto do indígena|assimilados]]'',<ref>A figura legal do assimilado foi definida por vários decretos publicados entre 1926 e 1961, altura em que foi extinta: ''Estatuto Político, Social e Criminal dos Indígenas de Angola e Moçambique'' (1926), ''Acto Colonial'' (1930), ''Carta Orgânica do Império Colonial Português'' e ''Reforma Administrativa Ultramarina'' (1933), ''Lei Orgânica do Ultramar Português'' e ''Estatuto dos Indígenas das Províncias da Guiné, Angola e Moçambique'' (1953) in {{Citar livro|url= |nome=A. H. de Oliveira |sobrenome=Marques |título=Breve história de Portugal |subtítulo= |idioma=português |edição= |local=Lisboa |editora=Editorial Presença |ano=2001 |id=}}</ref> os angolanos tinham de demonstrar saber ler, escrever e falar fluentemente em português, bem como vestirem e professarem a mesma religião que os portugueses e manterem padrões de vida e costumes semelhantes aos europeus. O domínio de uma variedade rudimentar do português não os tornaria, portanto, elegíveis. Era obrigatório dominar o português europeu, ainda que o acesso à educação fosse praticamente vedado à generalidade dos angolanos.{{carece de fontes|data=Junho de 2015}}

[[File:AngolaLanguageMap.png|thumb|Mapa de Angola: {{legenda|#045a8d|Português como língua nativa majoritária}}
{{legend|#9bbae1|Português como oficial mas não idioma nativo majoritário}}]]
Por outro lado, na [[década de 1960]], em resposta à influência crescente dos [[Guerra de Independência de Angola|movimentos nacionalistas em Angola]], Portugal investiu massivamente na intensificação da sua presença no interior, nomeadamente através do fomento da criação de grandes colonatos agrícolas.<ref>{{Citar livro|url= |nome=Gerald J. |sobrenome=Bender |título=Angola sob o domínio português |subtítulo=mito e realidade |idioma=português |edição= |local=Luanda |editora=Editorial Nzila |ano=2004 |páginas=185 |id=}}</ref> Finalmente, durante a [[década de 1970]], o [[exército português]] agrupou grande parte da população do interior, especialmente no leste, em ''aldeamentos'', ou seja, em "vastas aldeias organizadas pelos militares, muitas vezes rodeadas de arame farpado, onde se agrupavam africanos anteriormente dispersos".<ref>{{Citar livro|url= |sobrenome=Bender |título=op. cit |páginas=264-265 |id=}}</ref>

Apesar de ser um processo impositivo, a adopção do [[língua portuguesa|português]] como língua de comunicação corrente em Angola propiciou também a veiculação de ideias de emancipação em certos setores da sociedade angolana, facilitando a comunicação entre pessoas de diferentes origens étnicas. O período da [[guerra colonial]] foi o momento fundamental da expansão da consciência nacional angolana. De instrumento de dominação e clivagem entre colonizador e colonizado, o português adquiriu um carácter unificador entre os diferentes povos de Angola.<ref name="Prophetarum"/>

Com a [[independência]] em [[1975]], o alastramento da [[Guerra Civil Angolana|guerra civil]], nas décadas subsequentes, levou à fuga de muitas centenas de milhares de angolanos das zonas rurais para as grandes cidades — particularmente [[Luanda]] — levando ao seu desenraizamento cultural. Esta deslocação interna haveria, contudo, de favorecer a difusão da língua portuguesa, já que esta se tornaria a única língua de contacto dos refugiados internos entre si e com os habitantes destas cidades. Após a paz entre a [[União Nacional para a Independência Total de Angola]] (UNITA) e o [[Movimento Popular de Libertação de Angola]] (MPLA) os refugiados que regressaram às regiões rurais de origem levavam já o português como primeira língua.<ref name="Prophetarum"/>

A construção da estrutura administrativa do novo Estado nacional reforçou a presença da língua portuguesa, usada no exército, na administração, no sistema escolar, nos meios de comunicação, etc. Embora, oficialmente, o Estado angolano declare, na própria [[constituição de Angola|Consituição]], que "valoriza e promove o estudo, o ensino e a utilização das demais línguas de Angola",<ref>Ponto 2 do artigo 19.º da Constituição cit. in {{Citar web |url=http://jornaldeangola.sapo.ao/19/0/uma_palavra_sobre_as_linguas_angolanas |título=Uma palavra sobre as línguas angolanas |língua=português |autor=Ângelo Feijó |obra=Jornal de Angola |data= |acessodata=20-09-2010 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20120128100505/http://jornaldeangola.sapo.ao/19/0/uma_palavra_sobre_as_linguas_angolanas |arquivodata=2012-01-28 |urlmorta=yes }}</ref> na prática tendeu sempre a valorizar exclusivamente os aspectos que contribuem para a unificação do país — o [[língua portuguesa|português]] como a única língua unificadora — em detrimento de tudo o que pudesse contribuir para a diferenciação dos grupos e a tribalização — a miríade de línguas e dialectos regionais e étnicos. Aspecto particularmente crítico num continente de fronteiras recentes e artificiais.<ref name="Prophetarum"/>

O poder político em Angola fala em português. A elite do MPLA, em grande percentagem, tem a língua portuguesa como [[língua materna]]. É uma elite urbanizada que perdeu algo da sua raiz étnica. Os quatro presidentes de Angola, [[Agostinho Neto]], [[Lúcio Lara]], [[José Eduardo dos Santos]] e [[João Lourenço]], sempre se expressaram em português.<ref name="Ramos">{{Citar web |url=http://ciberduvidas.pt/pergunta.php?id=5115 |título=O português em Angola |língua=português |autor=Rui Ramos |obra=Ciberdúvidas |data= |acessodata=20-09-2010}}</ref>

== Variedade angolana do português ==
Língua oficial e do ensino e um dos factores de unificação e integração social, o [[língua portuguesa|português]] encontra-se em permanente transformação em Angola. As influências linguísticas resultantes do contacto com as línguas nacionais, a criação de novas palavras e expressões assim como certos desvios à [[norma culta]] de [[Portugal]], imprimem-lhe um novo carácter. Alguns exemplos já dicionarizados na língua portuguesa são as palavras: ''Cambolação, cambolar, cará, jimbolamento, jimbolo, jingo, jinguba, machimbombo, maxim, munda, mupanda, mutula, muzungo, pupu, quibuca, quilombo, sibongo, tacula, tamargueira, tarrafe, tesse, ulojanja, umbala''.<ref>{{Citar web |url=http://ciberduvidas.pt/pergunta.php?id=10785 |título=Angola, variantes da comum língua |língua=português |autor=D'Silvas Filho |obra=Ciberdúvidas |data= |acessodata=19-09-2010}}</ref>

Sobre a existência de uma variante própria do português em Angola, a linguista [[Amélia Mingas]] escreve:

{{Quote|''(...) uma nova realidade linguística em Angola, a que chamamos "português de Angola" ou "angolano", à semelhança do que aconteceu ao brasileiro ou ao crioulo. Embora em estado embrionário, o "angolano" apresenta já especificidades próprias (...). Pensamos que, no nosso país, o "português de Angola" sobrepor-se-á ao "português padrão" como língua segunda dos Angolanos.''| Amélia Mingas<ref>MINGAS, Amélia A.: "O português em Angola: Reflexões", em: ''VIII Encontro da Associação das Universidades de Língua Portuguesa'' (vol. 1). Macau: Centro Cultural da Universidade de Macau, 1998 pp. 109-126 cit em {{citar web | autor=INVERNO, Liliana | titulo=A transição de Angola para o português vernáculo: estudo morfossintáctico do sintagma nominal | url=http://www.uc.pt/ciuc/creolistics/research/angola/inverno_forthcoming | acessodata=16-09-2010 |língua=português }}</ref>}}

[[Ivo Castro]], professor de [[Linguística]] na [[Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa]], na sua ''Introdução à História do Português'', de [[2006]], refere que, para além das duas grandes variantes bem definidas — a [[português europeu|portuguesa]] e a [[português do Brasil|brasileira]] —, existem outras duas variantes em formação, a angolana e a [[português moçambicano|moçambicana]], sendo de esperar que estas também se individualizem normativamente quando estabilizarem.<ref>{{Citar livro|url= |nome=Ivo |sobrenome=Castro |título=Introdução à História do Português |subtítulo= |idioma=português |edição=2.ª |local=Lisboa |editora=Edições Colibri |ano=2006 |páginas=11-12 |id=}}</ref> No entanto, neste momento, não ratificaram ainda o Acordo ortográfico de 1990 para o qual pediram uma moratória visando uma adaptação social ao novo contexto, mas também não há qualquer expressão institucional, nem instrumentos prescritivos consagrados que eventualmente fixem as características dessas supostas novas normas. O que se conhece são aspectos típicos da oralidade que frequentemente afloram no discurso escrito e que caberiam no atual Acordo ratificado pelos outros países.<ref>{{citar web | autor=Carlos Rocha | titulo=Norma angolana, a propósito de pronomes clíticos | url=http://ciberduvidas.pt/pergunta.php?id=28033 |obra=Ciberdúvidas | acessodata=20-09-2010 |língua=português }}</ref>

A língua literária em [[Angola]] distinguiu-se sempre pela presença das línguas nacionais, expressamente em diálogos ou interferindo fortemente nas estruturas do [[língua portuguesa|português]]. Embora quase exclusivamente em língua portuguesa, a literatura angolana conta também com algumas obras em quimbundo e [[Língua umbundo|umbundo]].

== Fonologia ==

O sotaque do português de Angola é muito característico e bastante diferente, quer do europeu, quer do brasileiro. Muitos sons abertos em Portugal e muito abertos no Brasil são pura e simplesmente fechados em Angola. Por exemplo: "troféu" é dito como ''trofêu''. Por outro lado, o português angolano é mais cantado e arrastado por influência das línguas africanas.<ref name="Ramos" />

== Ortografia ==
À excepção do [[Brasil]], todas as demais ex-colónias portuguesas, Angola inclusive, seguem o padrão ortográfico de Portugal.

Apesar de ter participado na redacção do [[Acordo Ortográfico de 1990]], firmado pelo Secretário de Estado da Cultura de [[Angola]], José Mateus de Adelino Peixoto, e nas reuniões da [[Comunidade dos Países de Língua Portuguesa|CPLP]] onde os dois protocolos modificativos foram aprovados, o [[governo angolano]] ainda não ratificou nenhum desses documentos. Em Março de 2010, Angola solicitou uma moratória de três anos para ratificar o Acordo Ortográfico pela necessidade de incluir o vocabulário específico do país no vocabulário comum.<ref>{{citar web | titulo=Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa: Angola pede moratória | url=http://www.jornalnoticias.co.mz/pls/notimz2/getxml/pt/contentx/985675 | acessodata=20-09-2010 | língua=português }}{{Ligação inativa|1={{subst:DATA}} }}</ref> Até ao momento, no país continuam a vigorar as normas do [[Acordo Ortográfico de 1945]],<ref>{{citar web | titulo=Acordo ortográfico deve merecer antes profunda reflexão | url=http://jornaldeangola.sapo.ao/17/0/acordo_ortografico_deve_merecer_antes_profunda_reflexao | acessodata=20-09-2010 | língua=português | arquivourl=https://web.archive.org/web/20120128100452/http://jornaldeangola.sapo.ao/17/0/acordo_ortografico_deve_merecer_antes_profunda_reflexao | arquivodata=2012-01-28 | urlmorta=yes }}</ref> o que paradoxalmente já não acontece em Portugal.

No entanto, em Angola recorre-se frequentemente ao uso de ''k'', ''w'' e ''y'' na escrita de certos antropónimos, topónimos e outras palavras que, em Portugal, escreveram-se com ''c''/''qu'', ''u'' e ''i'', respectivamente. Exemplos:

• "Azekel" em vez de Azequel.

• "[[Kwanza#Moedas|Lwei]]" em vez de Luei.

• "Kambinda" em vez de Cambinda.

• "Kiala" em vez de Quiala.

• "[[Cuíto|Kuito]]" em vez de Cuíto.

• "[[Kwanza]]" em vez de Cuanza.

• "[[Moxico|Moshiko]]" em vez de Moxico.

• "[[Soyo]]" em vez de Soio.

• "Yolanda" em vez de Iolanda.

• "Yuri" em vez de Iuri.

== Léxico ==
A maior parte do vocabulário do português é comum entre todas as variantes. Entretanto existem termos que são usados exclusivamente em Angola ou são muito raros nas outras variantes. Muitas palavras africanas foram incorporadas ao português angolano.

{| class="wikitable"
! Angola
! Portugal
! Brasil
|-
| chuinga (do inglês ''chewing-gum'')
| pastilha elástica, chiclete, (chicle e gums usado em alguns socioletos)
| chiclete, chiclé, goma de mascar
|-
| jinguba<ref>{{Citar web|titulo = Jinguba (e não *ginguba) é o mesmo que amendoim|url = http://dicionarioegramatica.com.br/2016/02/21/jinguba-e-nao-ginguba-e-o-mesmo-que-amendoim/|website = DicionarioeGramatica.com|acessodata = 2016-02-21}}</ref>
| amendoim
| amendoim
|-
| machimbombo
| autocarro, camioneta (machimbombo é por vezes usado como forma depreciativa de autocarro)
| ônibus
|-
| mata-bicho
| pequeno-almoço, mata-bicho (usado em alguns socioletos)
| café da manhã
|-
| musseque
| bairro de lata
| favela
|-
| mboa
| rapariga, miúda, garota, pita, gaja, moça
| mina, garota, guria, menina, moça
|-
| geleira
| frigorífico
| geladeira
|-
| jindungo
| piripíri, malagueta
| pimenta
|}

{{referências}}

== Ligações externas ==
* [http://www.ciberduvidas.com/pergunta.php?id=4969 A língua portuguesa em Angola]
* [https://web.archive.org/web/20070622001223/http://www.filologia.org.br/revista/34/10.htm Particularidades linguísticas no português de Angola]
* [http://ciberduvidas.pt/pergunta.php?id=5115 O português em Angola]
* [http://ciberduvidas.pt/pergunta.php?id=10785 Angola, variantes da comum língua]
* [https://web.archive.org/web/20101105175705/http://movv.org/2008/09/12/da-situacao-da-lingua-portuguesa-em-angola/ Da situação da língua portuguesa em Angola]
* [http://www.uc.pt/ciuc/creolistics/research/angola/inverno_forthcoming A transição de Angola para o português vernáculo: estudo morfossintáctico do sintagma nominal]
* [http://www.udc.es/dep/lx/acblpe/comunicaciones/Inverno.htm Português vernáculo do Brasil e Português vernáculo de Angola: Restruturação parcial vs. mudança linguística?]
* [http://www.ucm.es/BUCM/revistas/fll/0212999x/articulos/RFRM8686110365A.PDF Brasileirismos no português de Angola]
* [http://joaoxms.sites.uol.com.br/port-angola-br.htm Português Angolano x Português de Portugal X Português Brasileiro]
* [http://www.fflch.usp.br/dlcv/posgraduacao/ecl/pdf/via04/via04_18.pdf Para uma aproximação Língua-Literatura em português de Angola e Moçambique]
* [http://www.portalangop.co.ao/motix/pt_pt/noticias/educacao/2007/11/50/Falantes-portugues-ganham-livro-sobre-pronominalizacao-Luanda,bb2967a9-1939-4317-8b76-574aa5e9ac54.html Falantes do português ganham livro sobre a pronominalização em Luanda]
* [https://web.archive.org/web/20120111153828/http://www.lestemais.com.br/Noticia.asp?id_noticia=3705 Alguns aspectos da língua portuguesa em Angola]
* [http://www.flip.pt/M%C3%B3dulos/Variedadesdoportugu%C3%AAs/tabid/811/Default.aspx Variedades do português]
* [https://web.archive.org/web/20111026004527/http://abecs.dominiotemporario.com/ojs/index.php/papia/article/viewFile/6/pdf Uma hipótese explicativa do contato entre o português e as línguas africanas]

{{Portal3|Linguística|Angola}}

{{Línguas de Angola}}
{{Língua portuguesa}}

{{DEFAULTSORT:Portugues Angola}}
[[Categoria:Dialetos da língua portuguesa]]
[[Categoria:Línguas de Angola]]