Ticomiro de Ráscia
Ticomiro de Ráscia | |
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Príncipe da Sérvia | |
Reinado | c. 960-969 |
Consorte de | Filha de Todóstlabo |
Antecessor(a) | Tzéstlabo |
Sucessor(a) | João (catepano) |
Duque do Drino | |
Reinado | c. 960-969 |
Predecessor(a) | Tisemiro |
Sucessor(a) | Estêvão |
Dinastia | Blastímero (casamento) |
Religião | cristianismo |
Ticomiro (em sérvio: Тихомир; romaniz.: Tihomir; em grego: Τειχομηρόν) ou Tichomil (em sérvio: Тихомил; Tihomil) foi um nobre sérvio, citado apenas na Crônica do Padre de Dóclea, que serviu como príncipe de Ráscia de cerca de 960 e 969.
Antecedentes
[editar | editar código-fonte]O predecessor de Ticomiro, Tzéstlabo (r. 927–960), uniu várias tribos sérvias e expandiu a Sérvia que então estendeu-se das costas do mar Adriático, o Sava e o vale do Morava. Os magiares sob Cisa invadiram a Bósnia. Os sérvios avançaram contra eles às margens do rio Drina, na Zupania do Drina, rio abaixo a partir da atual Focha.[1] Os magiares foram decisivamente derrotados, e Cisa foi morto por Ticomiro.[2] Devido a seu heroísmo, Tzéstlabo nomeou-o duque do Drino e deu-lhe sua filha em casamento.[3]
Reinado em Ráscia
[editar | editar código-fonte]A viúva de Cisa pediu aos líderes magiares que dessem-lhe um exército para se vingar. Com um "número desconhecido" de tropas, a viúva retornou e surpreendeu Tzéstlabo em Sírmia. Eles atacaram à noite, capturaram Tzéstlabo e todos os seus parentes masculinos. Sob o comando da viúva de Cisa, todos os prisioneiros tiveram suas mãos e pés presos e foram jogados no rio Sava. Esse evento ocorreu ca. 960 ou depois, pois o Sobre a Administração Imperial não menciona sua morte.[2] Através de seu casamento com a filha de Tzéstlabo, Ticomiro herdou a terra de Ráscia.[4]
Seu reinado terminou cerca de 969. O Catepanato da Sérvia foi estabelecido entre 971–976, sob João I Tzimisces (r. 969–976).[5] Um selo do estratego de Ras datado do reinado de Tzimisces permite especular que Nicéforo II Focas (r. 963–969) já era reconhecido em Ráscia.[6][7] O protoespatário e catepano chamava-se João.[8] Não há, entretanto, informação sobre o catepano sob Tzimisces.[9] A presença bizantina terminou logo depois com as guerras com a Bulgária, e foi restabelecida apenas ca. 1018 com o Tema de Sírmio, que não estendeu-se para muito da Ráscia propriamente.[6]
Ver também
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Precedido por Tzéstlabo (príncipe da Sérvia) |
Príncipe de Ráscia 960 – 969 |
Sucedido por João (catepano) |
Referências
[editar | editar código-fonte]- ↑ Brkljača 1997, p. 30.
- ↑ a b Ćorović 2001.
- ↑ Živković 2006, p. 53.
- ↑ Živković 2006, p. 57.
- ↑ Bulić 2007.
- ↑ a b Stephenson 2003, p. 42.
- ↑ Magdalino 2003, p. 122.
- ↑ Slovanský 2007, p. 132.
- ↑ Krsmanović 2008, p. 189.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Brkljača, Seka (1997). Bosna i Hercegovina i svijet. Saraievo: Instituto Histórico de Saraievo
- Bulić, Dejan (2007). «Gradina-Kazanoviće, results of archeological research». Istorijski časopis. 55: 45–62
- Ćorović, Vladimir (2001). Istorija Srpskog Naroda [History of the Serb People]. Belgrado: Ars Libri
- Krsmanović, Bojana; Maksimović, Ljubomir; Kolias, Taxiarchis G. (2008). The Byzantine province in change: on the threshold between the 10th and the 11th century. Belgrado: Institute for Byzantine Studies, Serbian Academy of Sciences and Arts
- Magdalino, Paul (2003). Byzantium in the year 1000. Leida: Brill
- Slovanský (2007). «Byzantinoslavica». Academia. 65-66
- Stephenson, Paul (2003). The Legend of Basil the Bulgar-Slayer. Cambridge: Cambridge University Press. ISBN 978-0-521-81530-7
- Živković, Tibor (2006). Portreti Srpskih Vladara (IX—XII Vek). Belgrado: Instituto de Livros de Texto e Recursos Didáticos. ISBN 86-17-13754-1