Acordos de Bangui
Os Acordos de Bangui (ou também acordos de paz de Bangui) constituem um acordo de paz negociado em 1997 na República Centro-Africana. O acordo foi elaborado em Bangui para pôr fim ao conflito entre o governo e as forças rebeldes na década de 1990.[1][2] Foi assinado pelo governo de Ange-Félix Patassé, partidos de oposição e grupos religiosos. O acordo previa várias medidas para resolver os pontos de vista das várias facções políticas, reorganizar o sistema de defesa, e promover reformas que poderiam melhorar a economia do país. [1]
Prelúdio
[editar | editar código-fonte]Em 1995, vários movimentos de oposição se uniram e formaram o Conselho Democrático dos Partidos da Oposição (em francês: Conseil Démocratique des Partis de l'Opposition , CODEPO).[3] O CODEPO organizou uma manifestação contra o governo exigindo que os salários não pagos aos servidores públicos e aos militares fossem saldados com juro de mora.[2] Três motins sucessivos ocorreram em 1996 contra o governo de Ange-Félix Patassé por alguns dos membros das forças armadas do país, devido ao não pagamento dos salários, questões trabalhistas e diferenças étnicas, resultando em uma crise.[4][5] Um dos motins envolveu aproximadamente 200 soldados que exigiram aumentos salariais e a renuncia de Ange-Félix Patassé. As consequências levaram as tropas francesas estacionadas no país a suprimir a rebelião e restaurar a ordem.[5] Em dezembro, na 19ª Reunião de Cúpula dos Chefes de Estado e de Governo da França e da África, Patassé solicitou aos presidentes do Gabão, Burkina Faso, Chade e Mali que mediassem uma trégua entre o governo e as forças rebeldes.[6]
Assinatura
[editar | editar código-fonte]Em janeiro de 1997, os acordos foram assinados pelo governo de Patassé, partidos de oposição e grupos religiosos. Um comitê internacional composto por um membro de cada estado em questão foi formado para monitorar a implementação dos Acordos de Bangui.[6]
Consequências
[editar | editar código-fonte]Michael Gbezera-Bria foi nomeado primeiro-ministro e um novo governo foi formado após a assinatura dos acordos de Bangui.[5] No entanto, isso não trouxe um fim à instabilidade política.[1]
Referências
- ↑ a b c McKenna 2011, p. 37.
- ↑ a b Europa Publications 2003, p. 201.
- ↑ Villalón & VonDoepp 2005, p. 139.
- ↑ Sarooshi 1999, p. 244.
- ↑ a b c Seddon 2013, p. 114.
- ↑ a b «Central African Republic - MINURCA Background»
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- McKenna, Amy (2011). The History of Central and Eastern Africa. The Rosen Publishing Group. [S.l.: s.n.] ISBN 978-1-61530-396-0
- Europa Publications (2003). Africa: South of the Sahara, 2004. Taylor & Francis Group. [S.l.: s.n.] ISBN 978-1-85743-183-4
- MacQueen, Norrie (2002). United Nations Peacekeeping in Africa Since 1960. Longman / Pearson Education. [S.l.: s.n.] ISBN 978-0-582-38253-4
- Sarooshi, Danesh (1999). The United Nations and the Development of Collective Security: The Delegation by the UN Security Council of Its Chapter VII Powers. Oxford University Press. [S.l.: s.n.] ISBN 978-0-19-826863-5
- Seddon, David (15 de Abril de 2013). A Political and Economic Dictionary of Africa. Routledge. [S.l.: s.n.] ISBN 978-1-135-35555-5
- Villalón, Leonardo A.; VonDoepp, Peter (1 de setembro de 2005). The Fate of Africa's Democratic Experiments: Elites and Institutions. Indiana University Press. [S.l.: s.n.] ISBN 978-0-253-00311-9
- Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «Bangui Agreements».