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Asócio Taronita

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Asócio Taronita
Asócio Taronita
Iluminura do casamento de Asócio com Miroslava, no Escilitzes de Madrid
Nacionalidade Império Bizantino
Ocupação General
Título
Religião Cristianismo
Nicéforo Urano perseguindo os búlgaros após a batalha de Esperqueu. Iluminura do Escilitzes de Madri
Histameno do imperador bizantino Nicéforo II Focas (r. 963–969) e seu afilhado Basílio II Bulgaróctono (r. 976–1025)

Asócio Taronita (em grego: Ασώτιος Ταρωνίτης; romaniz.: Asṓtios Taronítes; em armênio/arménio: Աշոտ; romaniz.: Ašot; fl. c. 995 - ca. 997/998) foi um nobre e oficial bizantino do século X, filho do general e duque de Salonica de origem armênia Gregório Taronita. Capturado pelos búlgaros em 995, ele foi libertado em 996 e casado com Miroslava, filho do imperador Samuel da Bulgária (r. 997–1014). Nomeado governador de Dirráquio por Samuel, ele e sua esposa fugiram para Constantinopla e deliberaram com o imperador Basílio II Bulgaróctono (r. 976–1025) para que Dirráquio fosse entregue aos bizantinos.

Asócio (Asotius; Ασώτιος, Asṓtios) é a forma latina e grega do armênio Axote (Աշոտ, Ašot), cuja origem é desconhecida. Foi registrado em árabe como Axute (آشُوط, ʔāšūṭ) e em georgiano como Axote / Axoti (აშოტ(ი), Ašoṭ(i)).[1]

Asócio foi o filho de Gregório Taronita. Gregório era um príncipe armênio da região de Taraunitis, no sul da Armênia. Quando seu pai, Asócio III, morreu em 967/968, Gregório e seu irmão cederam Taraunitis para o Império Bizantino em troca de extensos territórios e o título de patrício.[2] Gregório foi para Constantinopla, onde casou-se e teve ao menos dois filhos, Asócio e Irene. Em 991, o imperador Basílio II Bulgaróctono (r. 976–1025) liderou uma campanha nos Bálcãs contra Samuel da Bulgária (r. 997–1014) e nomeou Gregório duque de Salonica. Asócio acompanhou seu pai à cidade.[3]

Algum tempo depois dessa nomeação, Asócio foi capturado e Gregório morto pelos búlgaros numa emboscada próximo a Salonica.[4][5][6] Segundo relatado, um grupo de ataque tinha se aproximado da cidade, e Gregório enviou Asócio com uma vanguarda para fazer contato e explorar. Ansioso, ele atacou-os e repeliu-os, mas foi pego em uma emboscada preparada e cercado com seus homens. Seu pai, marchando com a principal força bizantina, apressou-se para resgatá-lo, mas foi morto.[3][7] A data exata desse evento é desconhecida. A cronologia do relato de João Escilitzes parece situá-lo em 996, enquanto as fontes armênias colocam-o em 991. A pesquisa recente tem sugerido uma data no mais tarde meados de 995, pois João Caldo é atestado como duque de Salonica mais tarde no mesmo ano.[8][9]

Em 996, contudo, Samuel, após sua fuga da desastrosa batalha de Esperqueu (996), libertou Asócio e casou-o com sua filha Miroslava. Segundo João Escilitzes, a última tinha se apaixonado profundamente pelo cativo, e ameaçou matar-se se Samuel não permitisse o casamento. Samuel enviou o casal para Dirráquio, onde Asócio tornar-se-ia governador. Uma vez lá, ele estabeleceu contato com o governo bizantino, em conluio com o principal magnata local, João Crisélio, que ofereceu a rendição da cidade em trono da título para ele e seus filhos.[10] Asócio e Miroslava fugiram para Constantinopla a bordo de uma navio militar bizantino, e logo lá, um esquadrão bizantino apareceu fora de Dirráquio sob Eustácio Dafnomeles, e a cidade retornou para controle bizantino.[3][11][12]

Em Constantinopla, Basílio II nomeou Asócio magistro e sua esposa zoste patrícia.[13] Nada mais se sabe sobre eles. A data desse episódio é incerta; é provavelmente datável logo após 997/998, segundo a narrativa de Escilitzes.[3] É possível, contudo, que esse evento na verdade ocorreu tão tarde quanto 1018, no fim da guerra búlgara, uma vez que a cronologia de Escilitzes é frequentemente incerta;[14] a cronica italiana de Lupo Protoespatário dá uma data completamente diferente à reconquista de Dirráquio, 1004/1005, e não menciona Asócio.[3]

Referências

  1. Ačaṙyan 1942–1962, p. 180.
  2. Kazhdan 1991, p. 2012–2013.
  3. a b c d e Lilie 2013, Ašot (#20650).
  4. Treadgold 1997, p. 522.
  5. Holmes 2005, p. 406; 494.
  6. Wortley 2010, p. 323-324.
  7. Holmes 2005, p. 165, 406–407.
  8. Holmes 2005, p. 403–404.
  9. Strässle 2006, p. 78, 405.
  10. Adontz 1965, p. 397.
  11. Stephenson 2003, p. 17–18, 34–35.
  12. Holmes 2005, p. 103–104.
  13. Cheynet 2000, p. 181.
  14. Holmes 2005, p. 104–105, 497–498.
  • Ačaṙyan, Hračʻya (1942–1962). «Աշոտ». Hayocʻ anjnanunneri baṙaran [Dictionary of Personal Names of Armenians]. Erevã: Imprensa da Universidade de Erevã 
  • Adontz, Nicholas (1965). Études Arméno-Byzantines. Samuel l'Arménien roi des Bulgares. Lisboa: Livraria Bertrand 
  • Cheynet, Jean-Claude (2000). «La patricienne à ceinture: une femme de qualité». Au cloître et dans le monde: femmes, hommes et sociétés (IXe-XVe siècle) - Mélanges en l'honneur de Paulette L'Hermite-Leclercq. Paris: Universidade de Paris. ISBN 978-2-84050-180-0 
  • Holmes, Catherine (2005). Basil II and the Governance of Empire (976–1025). Oxford: Oxford University Press. ISBN 978-0-19-927968-5 
  • Kazhdan, Alexander Petrovich (1991). The Oxford Dictionary of Byzantium. Nova Iorque e Oxford: Oxford University Press. ISBN 0-19-504652-8 
  • Lilie, Ralph-Johannes; Ludwig, Claudia; Zielke, Beate et al. (2013). Prosopographie der mittelbyzantinischen Zeit Online. Berlim-Brandenburgische Akademie der Wissenschaften: Nach Vorarbeiten F. Winkelmanns erstellt 
  • Stephenson, Paul (2003). The Legend of Basil the Bulgar-Slayer. Cambridge: Cambridge University Press. ISBN 978-0-521-81530-7 
  • Strässle, Paul Meinrad (2006). Krieg und Kriegführung in Byzanz: die Kriege Kaiser Basileios' II. gegen die Bulgaren (976–1019) (em alemão). Colônia: Böhlau Verlag. ISBN 3-412-17405-X 
  • Treadgold, Warren T. (1997). A history of the Byzantine state and society. Stanford, Califórnia: Stanford University Press. ISBN 0804726302 
  • Wortley, John (2010). John Skylitzes: A Synopsis of Byzantine History, 811-1057. Cambridge, Reino Unido: Cambridge University Press. ISBN 978-0-521-76705-7