Bety Reis
Bety Reis | |
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Nascimento | 1983 Timor-Leste |
Cidadania | Timor-Leste |
Ocupação | atriz, cineasta, produtora cinematográfica, realizadora de cinema |
Bety Reis, nascida como Nívea Elisabeth C. dos Reis[1] (Timor-Leste, 1983) é uma atriz, produtora e a primeira cineasta timorense. Cresceu durante a ocupação indonésia de Timor-Leste (entre 1975 e 1999)[1] e é, desde 2010, directora da Dili Film Works, uma produtora localizada em Timor-Leste que tem como objetivo criar uma cultura cinematográfica e televisiva no país.[2]
Percurso
[editar | editar código-fonte]Reis iniciou a sua carreira artística no grupo de teatro e música timorense Bibi Bulak,[2] grupo que utiliza as artes como ferramenta para educação pública, explorando questões relacionadas com Timor-Leste, nomeadamente a violência doméstica, VIH/SIDA, igualdade de género, direitos legais, ambiente, saúde e a História de Timor-Leste. Em 2009, fez parte da equipa de casting do filme australiano Balibó.[2]
Um ano depois, em 2010, fez parte do elenco da primeira novela timorense, Wehali.[3] Nesse mesmo ano, fundou a Dili Film Works, a primeira produtora de filmes e telenovelas timorenses,[2] em conjunto com José da Costa e Gaspar Sarmento.[3]
Em 2013, realizou, em conjunto com o italiano Luigi Acquisto, A Guerra de Beatriz, a primeira longa-metragem timorense realizada em tétum[4] na qual trabalharam mais de 60 timorenses,[5] tendo recebido um prémio de cerca de 58 mil euros no 44.º Festival de Cinema da Índia.[6] O filme explora o papel da mulher na luta e resistência da nação pela independência contando uma história de amor inspirada num caso verídico francês do século XVI, sobre Bertrande de Rols e o seu marido Martin Guerre.[3] O enredo tem início em setembro de 1975, com o casamento de Beatriz e Tomás numa pequena aldeia em Timor. Com a invasão indonésia, o casal passa por diversas dificuldades, Beatriz engravida e Tomás desaparece.[6]
Em 2016, foi produtora do documentário A Criança Roubada em conjunto com Stella Zammatarodo, retratando a realidade timorense durante a ocupação indonésia, onde mais de 4000 crianças timorenses foram levadas ilegalmente para esse país.[1][7]
Reconhecimentos e Prémios
[editar | editar código-fonte]A sua longa-metragem, A Guerra de Beatriz, foi exibida no Festival de Cinema de Adelaide, em 18 de outubro de 2013, festival realizado na cidade de Adelaide, Austrália.
Nesse mesmo ano, o filme recebeu o prémio Pavão de Ouro na categoria de melhor filme no 44.º Festival de Cinema da Índia.[6]
Filmografia
[editar | editar código-fonte]A sua filmografia é composta por:
- 2013, A Guerra de Beatriz, Díli Film Works e Fair Trade Films [8]
- 2016, A Criança Roubada, Díli Film Works
Referências
- ↑ a b c Machado, José (19 de julho de 2017). «A Criança Roubada». Medium (em inglês). Consultado em 8 de março de 2020
- ↑ a b c d «About Us : Dili Film Works» (em inglês). Consultado em 8 de março de 2020
- ↑ a b c «"A vergonha é um obstáculo para nos exprimirmos"- Bety Reis - Notícias SAPO - SAPO Notícias». noticias.sapo.tl. Consultado em 8 de março de 2020
- ↑ Portugal, Rádio e Televisão de. «Primeira longa-metragem timorense chegou hoje ao cinema». Primeira longa-metragem timorense chegou hoje ao cinema. Consultado em 8 de março de 2020
- ↑ «Filme timorense ″A Guerra de Beatriz″ à procura de apoio - DN». www.dn.pt. Consultado em 8 de março de 2020
- ↑ a b c Portugal, Rádio e Televisão de. «Filme timorense vence festival de cinema da Índia». Filme timorense vence festival de cinema da Índia. Consultado em 8 de março de 2020
- ↑ «TV Brasil exibe "A Criança Roubada", último documentário inédito do Programa CPLP Audiovisual». Institucional. 24 de julho de 2017. Consultado em 8 de março de 2020
- ↑ Tolentino, Irim; Soares, Augusta; Costa, José da; Gonsalves, Osme (18 de outubro de 2013), A Guerra da Beatriz, Dili Film Works, FairTrade Films, consultado em 21 de setembro de 2020