Conquista portuguesa do Barém
Conquista portuguesa do Barém | |||
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Forte português no Barém. | |||
Data | 1521 | ||
Local | Barém | ||
Desfecho | vitória portuguesa
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Beligerantes | |||
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Comandantes | |||
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Forças | |||
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Baixas | |||
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A conquista do Barém pelos portugueses ao Emirado Jábrida foi uma campanha militar levada a cabo em 1521 pelas tropas de António Correia.[1][2]
Contexto
[editar | editar código-fonte]Alguns anos antes, os portugueses tinham conquistado Hormuz e transformado-o num protectorado. Esta conquista rendeu-lhes o domínio total do comércio entre a Índia e a Europa que fluía pelo Golfo Pérsico.[3]
Os portugueses estavam determinados a garantir que a ilha do Barém reconhecia a autoridade do rei de Ormuz e lhe pagava tributos anuais, cabendo grande parte ao vizir Rukn ed-Din, que tinha negócios pessoais na ilha. O Barém era considerado um dos mais importantes territórios do rei de Ormuz devido ao valor estratégico e comercial da ilha.[4]
Pretendendo reforçar o seu domínio sobre o Barém, o rei de Ormuz procurou obter a ajuda dos portugueses, que estavam obrigados a defender as terras dele. Pediu navios e soldados para recuperar o controlo de Barém e Catifa. Os portugueses viram isto como uma oportunidade para enfraquecer Mocrim, o emir jábrida, devido ao poder naval de que dispunha, algo que representava um perigo para os seus interesses na região.[5]
Chegados navios da Índia portuguesa a Hormuz nos princípios de Maio de 1521 ficou combinada uma campanha no Barém.
A conquista
[editar | editar código-fonte]Constatou-se estar a ilha do Barém bem fortificada mas isto não impediu os portugueses de desembarcar as suas tropas a 27 de Junho.
Foi travada uma batalha e a vantagem pendeu para as tropas de Mocrim ao início mas ao fim de um curto espaço de tempo ele foi atingido e retirou-se imediatamente da peleja. Morreu três dias mais tarde e a sua cabeça foi cortada, para ser enviada para Hormuz. O comandante português, António Correia, mais tarde pintou a cabeça ensanguentada do Mocrim no brasão da sua família em Lousã e ainda figura no brasão do Conde da Lousã, o descendente de Correia em Portugal. A ilha do Barém foi então saqueada e os navios de Mocrim incendiados pelos portugueses.[6]
Rescaldo
[editar | editar código-fonte]Conquistada a ilha do Barém, António Correia nomeou um árabe de nome Lucat, homem respeitado pela população, como governador da mesma.
O triunfo desta campanha enfraqueceu os muçulmanos xiitas, pois cortou-lhes o domínio do Barém. Outros territórios sunitas na região, tal como Catifa e Hasa renderam-se voluntariamente aos turcos Otomanos por temor dos portugueses.[7]
O Estado Português da Índia começou rapidamente a construção do enorme forte do Barém para impor o seu domínio sobre o território adquirido. Esta fortaleza é hoje Património Mundial da UNESCO. Uma importante consequência deste período foi a transformação do que significava o termo "Barém". Antes da conquista por António Correia, "Barém" era uma região mais vasta mas depois veio a limitar-se ao arquipélago que hoje constitui o actual estado do Bahrain especificamente. A conquista de António Correia basicamente definiu os contornos do país.
Ver também
[editar | editar código-fonte]- Golfo Pérsico
- Conquista portuguesa de Goa
- Afonso de Albuquerque
- Conquista portuguesa de Hormuz
- Índia Portuguesa
- Conflitos luso-achéns
- Omã Português
Referências
- ↑ الإسلامية, حركة أحرار البحرين (1 de janeiro de 2012). إلى الهاوية (إنجليزي): انتهاكات حقوق الإنسان في البحرين وقمع الحركة الشعبية للتغيير (em inglês). [S.l.]: صوت البحرين
- ↑ Alizadeh, Saeed; Pahlavani, Alireza; Sadrnia, Ali (2002). Iran: A Chronological History (em inglês). [S.l.]: Alhoda UK. ISBN 978-964-06-1413-6
- ↑ Sykes, p. 279
- ↑ Al-Khalifa, Shaikh Abdullah bin Khalid; Rice, Michael (17 de outubro de 2014). Bahrain Through The Ages: The History (em inglês). [S.l.]: Routledge. ISBN 978-1-136-14650-3
- ↑ Al-Khalifa, Shaikh Abdullah bin Khalid; Rice, Michael (17 de outubro de 2014). Bahrain Through The Ages: The History (em inglês). [S.l.]: Routledge. ISBN 978-1-136-14650-3
- ↑ Al-Khalifa, Shaikh Abdullah bin Khalid; Rice, Michael (17 de outubro de 2014). Bahrain Through The Ages: The History (em inglês). [S.l.]: Routledge. ISBN 978-1-136-14650-3
- ↑ Louër, Laurence (2011). Transnational Shia Politics: Religious and Political Networks in the Gulf (em inglês). [S.l.]: Hurst. ISBN 978-1-84904-214-7