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Daimoku

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O daimoku (題目), também chamado em sua forma honorífica de o-daimoku (お題目) é o termo utilizado pelas tradições do Budismo de Nitiren para se referir a um mantra, dito ter sido revelado pelo monge budista Nichiren, no 28.º dia do quarto mês lunar de 1253, em Seichō-ji (também conhecido como Kiyosumi-dera), localizado na atual cidade de Kamogawa, Chiba.[1][2]

Sua prática continua é chamada de 'shōdai (唱題), e é tido como forma para eliminar as energias negativas e o karma negativo acumulado, para que o praticante possa reduzir possíveis sofrimentos na vida presente, e em posteriores.[3]

Ao pé da letra "daimoku" significa "O Título", ou seja, o título do Sutra do Lótus, que é Myohorengekyo, acrescido do prefixo devocional "Namu".

A forma pictográfica é composta de caracteres em kanji: 南無妙法蓮華経, sendo distinta a pronúncia segundo as tradições: a pronúncia tradicional Namu Myoho Renge Kyo, utilizado na Nichiren-Shu, HBS, etc.; e o Nam-Myoho-Renge-Kyo"(南無妙法蓮華経), SGI, a prática da Nitiren Shoshu pronuncia "Nam" quando pronunciando o daimoku rápido, e "Namu" quando pronuncia o daimoku lento (Hiki Daimoku).

A palavra daimoku significa "título", e refere-se ao nam-myoho-rengue-kyo, como sendo o título do Sutra de Lótus. Nichiren revelou para a humanidade que, ao recitar o título do Sutra do Lótus (daimoku), está incorporada a recitação de todos os seus 28 capítulos.

O significado do Nam-myoho-rengue-kyo:

Nam ou Namu (南無) - derivado do sânscrito Namas ou Namah, acrescentado por Nitiren significa "devotar a própria vida",

Myoho-rengue-kyo - é o título do Sutra de Lótus, cujo original em sânscrito é

Saddharma Pundarika Sutra é título original do Sutra de Lótus em Sânscrito, o principal ensino do Buda Shakyamuni;

Ele foi traduzido no ano 406 por Kumārajīva recebendo em chines o nome de Myoho-Renge-Kyo

Onde:

Sad se torna Myo,

Dharma, vira Ho,

Pundarika, que é flor de lotus, Renge e,

Sutra, que é ensino passa a ser Kyo.

Myo (妙) - significa Místico, não no sentido de milagre, mas indicando que o mistério da vida é de inimaginável profundidade e, portanto, além da compreensão do homem;

Ho (法) - significa Lei. A natureza da vida é tão mística e profunda que transcende o âmbito do conhecimento humano.

Uma lei familiar é encontrada no desenvolvimento do ser humano. Ele nasce, cresce, torna-se jovem e depois idoso e falece. Isso é, obviamente, uma inquebrável lei que regula cada espécie da vida. Ninguém pode nascer como adulto nem escapar desse ciclo. Em suma, Myoho significa Lei Mística, que é a realidade imutável e essencial de todos os fenômenos.

(妙法) - dentro do budismo tradicional, a mesma palavra corresponde ao conceito de 正法[4] - "Dharma Correto"- cujo original em sânscrito é Sad-dharma, cujo prefíxo "sad" pode ser traduzido como: Correto, Verdadeiro e Bom. O termo se aplica à concepção da Era ou período mítico de tempo (kalpas) em que o Dharma Correto permanecerá neste mundo, será praticado e conduzirá as pessoas ao estado búdico, após o parinirvana de Buda. No entanto, no Sutra de Lótus, o mesmo símbolo revela sua "Vida Eterna", um dos Dharmas Corretos, o qual "permanece eternamente pregando esta doutrina no Monte Gridhrakuta".

Rengue (蓮華) - significa Flor de Lótus, que simboliza a simultaneidade de causa e efeito, pois a flor e a semente germinam ao mesmo tempo. O budismo esclarece que todos os fenômenos do universo são regidos por essa lei. Portanto, a condição da vida presente é o efeito das causas acumuladas no passado e as ações do presente criam causas para o futuro.

Kyo (経) - significa Sutra ou ensino do Buda, que é eterno. Propaga-se pelas três existências da vida - passado, presente e futuro - transcendendo as condições mutáveis do mundo físico e do ciclo de nascimento e morte.

Assim, sob o ponto de vista do significado literal, o Nam-myoho-rengue-kyo abrange todas as leis, toda a matéria e todas as formas de vida existentes no universo. Se o expandirmos ao espaço ilimitado, é o mesmo que a vida do universo, e se o condensarmos ao espaço ilimitado, é igual à vida individual dos seres humanos. No entanto, esta ideia é superficial, pois a mera tradução dos caracteres não expõe a profundidade da Lei Mística em sua totalidade.

Duas passagens do Sutra do Lótus corroboram a prática do daimoku exaltando o poder do nome do sutra: "Aqueles seres que escutaram apenas o nome da Doutrina daqueles Bem-Encaminhados então naquele tempo já extinto por completo ou vivendo ainda - todos ele alcançaram a Iluminação." (p. 123) "...ofereçais salvaguarda, proteção e defesa a esses Pregadores do Dharma que conservarem em sua memória ainda que seja o mero nome desta exposição do Dharma!" (p. 500)."[5]

No contexto do budismo um mantra é uma frase, palavra ou sílaba (bija) que retém toda o significado de um ensinamento, sua quintessência.[6] Nichiren cita o mantra esotérico do Sutra de Lótus encontrado por Shan Wu Wei em uma de suas principais obras, Kaimoku Sho (A Abertura dos Olhos), e a reduz para a simples fórmula Namu-Myoho-Renge-Kyo, que contém todos os ensinamentos do Buda, seus méritos e iluminação em um única frase.[7][8] Nesse sentido pode-se compreender o daimoku como um mantra, a quintessência dos ensinos do Buda.

Revolução humana

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Revolução humana é um termo do Budismo de Nichiren Daishonin que se baseia na revolução interior de cada indivíduo, baseado nos ensinamentos de Nichiren Daishonin e através da recitação do mantra Nam-myoho-rengue-kyo.

Kossen rufu significa criar uma sociedade de paz. Esse termo foi criado através da base filosófica de Nichiren Daishonin. Para se atingir essa etapa (Kosen Rufu) é necessário que cada ser humano faça sua própria revolução humana (outro termo que significa revolucionar o seu lado interior) para, com base no daimoku (Nam-Myo-ho-Ren-gue-Kyo), nos estudos sobre o budismo de Nichiren Daishonin e com ações que visem uma sociedade melhor, conseguir a felicidade absoluta. O termo rufu, de Kosen-rufu, significa “fluir como um rio poderoso” ou “espalhar-se como um enorme tecido”. Isso significa difundir-se ou fluir por toda a humanidade. Kossen-rufu não é o ponto final de um processo, mas sim o próprio processo, o fluxo. Não existe um destino especial, uma conclusão do Kosen-rufu. Podemos falar de forma metafórica sobre o que é o Kosen-rufu, mas na verdade não existe uma forma definitiva para essa expressão.

Referências

  1. Anesaki 1916, p.34
  2. SGDB 2002, Nichiren Arquivado em 24 de setembro de 2015, no Wayback Machine.
  3. «Soka Gakkai (global)». Soka Gakkai (global) (em inglês). Consultado em 27 de abril de 2021 
  4. Buddhist door. «正法». Consultado em 22 de maio de 2015 
  5. Tola & Dragonetti, Fernando; Carmen (2006). Sutra Do Lotus Da Verdadeira Doutrina: Saddharmapundarikasutra. [S.l.: s.n.] ISBN 1933554096 
  6. GOVINDA, Lama Anagarika (1973). Foundations of Tibetan Mysticism. New Delhi: B.I.Publications. pp. 31–32 
  7. As Escrituras de Nichiren Daishonin. São Paulo: Sociedade Religiosa Nichiren Shoshu. 1982. pp. 113–114 
  8. Os Escritos de Nitiren Daishonin - volume 4. [S.l.]: Brasil Seikyo. 2005. pp. 95–97 

Ligações externas

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