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Demografia de Cabo Verde

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Duas crianças cabo-verdianas jogando carambola.

Os cabo-verdianos são descendentes de africanos (livres ou escravos) e também de alguns povos europeus que incluem na sua grande maioria portugueses. Os cabo-verdianos são uma mistura de várias etnias da Alta Guiné, além de muitas vezes terem uma mistura significativa de não-africanos. A emigração faz parte da realidade do arquipélago, mais de metade da população cabo-verdiana vive fora do país.

Dados demográficos

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Cabo Verde, é claro, já é um grupo de ilhas da África Ocidental, mas seu povo é de origem, tanto do lado africano quanto do lado não africano, representa, segundo estimativas do Instituto Nacional de Estatística de Cabo Verde, cerca de 491.233 habitantes em 2021 numa proporção de 50,1% homens / 49,9% mulheres. Concentrando-se essencialmente nos meios urbanos (74,1% da população), Santiago é a ilha mais populosa, com mais de 50% dos habitantes, seguindo-se São Vicente (15%) e Santo Antão (11%). Esta população está instalada numa área de 4.033 km², o que resulta numa densidade populacional média de 119 Hab./km².

Pirâmide etária (ano de 2005);
números em milhares.

Marcadamente jovem na sua estrutura etária, com 28,2% dos efectivos entre os 0-14 anos (estimativa 2021) e apenas 6,7% acima dos 65 anos, a média de idades da população cabo-verdiana ronda os 24 anos..

A esperança média de vida, que em 1975 rondava os 63 anos, atinge, em 2003, os 71 anos (67 para homens; 75 para as mulheres). A taxa de mortalidade infantil, que em 1975 rondava os 1100/00 nascimentos vivos, representava, em 2004, um valor de 200/00 (440/00 em 1990; 260/00 em 2000), valor inferior às taxas de outros países de categoria de rendimento semelhante.

A taxa de crescimento da população, dependente dos fluxos migratórios, situou-se, no decénio 1990–2000 (data do último censo populacional), em cerca de 2,4%, valor que se manteve constante até 2005. De aí em diante prevê-se que a mesma estabilize em torno dos 1,9%. Os agregados familiares, em 2006, eram constituídos, em média, por 4,9 membros (5 no meio rural e 4,5 no meio urbano).

Evolução da População (est.)
Evolução demográfica de Cabo Verde,
dados da FAO (ano de 2005);
número de habitantes em milhares.
Barlavento: 2000 2005 2010 2021
Boa Vista 4.209 5.398 6.800 12.613
Sal 14.816 17.631 35.000 33.347
S.to Antão 47.170 47.484 47.602 36.632
S. Nicolau 13.661 13.310 12.816 12.239
S. Vicente 67.163 74.136 82.127 74.016
Sotavento:      
Brava 6.804 6.462 6.016 5.594
Fogo 37.421 37.861 38.187 33.519
Maio 6.754 7.506 8.370 6.330
Santiago 236.627 266.161 300.262 269.370

Devido à escassez de recursos naturais e à pobreza económica da terra cabo-verdiana (solos pobres, seca...) desde cedo a emigração se converteu na única saída para o povo destas ilhas, de tal forma que a população cabo-verdiana emigrada de 1.ª geração deverá rondar os 500.000, número equivalente à população residente. Considerando os indivíduos nascidos nos destinos de emigração poderemos contar com um número próximo dos 800.000 indivíduos.

O fenómeno migratório caboverdeano envolve um número significativo de núcleos espalhados por 3 continentes: África, Europa e América do Norte. Se do ponto de vista absoluto o conjunto das populações de origem caboverdeana no exterior é relativamente reduzido, quando comparado com outras grandes diásporas mundiais, a sua dimensão relativa (superior à população residente no próprio país) e o seu grau de dispersão tornam-na um caso interessante.

Contudo, também no âmbito das estratégias de consolidação política e económica do império colonial português, os caboverdeanos que assumiram um papel relevante. Na Guiné foram utilizados como mão-de-obra criando condições para a posterior instalação de colonos. Em São Tomé e Príncipe (e Angola nos anos 40-50) constituíram parte significativa da mão-de-obra que desde o terceiro quartel do século XIX permitiu a instalação das plantações, sobretudo de café. Finalmente deu-se mais oportunidade as coboverdianos e também a repressão não era muito acentuada resultando no maior nível de escolarização dos caboverdeanos tornou-os uma componente fundamental dos funcionários que integravam o sistema de serviços públicos e administração colonial portuguesa nos actuais PALOP.

Se a emigração cabo-verdiana para os países de África assume um carácter forçado, já para os Estados Unidos, iniciada em fins do século XVII, relaciona-se com a passagem dos baleeiros americanos pelos portos do arquipélago fixando-se em actividades industriais e agrícolas, em cidades como New Bedford.

As restrições impostas à emigração para os EUA levaram à pesquisa de novos destinos com destaque para a Europa Ocidental onde os elevados níveis de crescimento do pós-guerra justificavam o recrutamento de mão-de-obra exterior. Portugal serviu de plataforma giratória para outros países como Holanda (Roterdão) e mais tarde França, Luxemburgo, Itália e Suíça. A Espanha tornou-se também, no início dos anos 70 um destino para os cabo-verdianos ao fixarem-se na zona mineira de Léon, Madrid e Galiza.

Estima-se que entre 1963-1973 mais de 100.000 caboverdeanos tenham deixado o seu País.

Principais Destinos da Emigração

Referências

Ligações externas

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