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Fátima Langa

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Fátima Langa
Nascimento 24 de junho de 1953
Manjacaze
Morte 25 de junho de 2017 (64 anos)
Maputo
Cidadania Moçambique
Alma mater
Ocupação escritora, poeta, jornalista

Fátima Langa (Manjacaze, 24 de junho de 1953Maputo, 25 de junho de 2017), foi uma escritora, poetisa e jornalista moçambicana , autora de contos e livros para jovens.[1][2][3]

Nasceu no dia 24 de Junho de 1953, em Bahanine, no distrito de Manjacaze, numa família numerosa, era a mais velha de dez filhos.[1][1][4]

Fátima José Correia Langa até aos seis anos falava apenas xichope. Aprendeu a falar português na escola primária, continuou a sua educação em Xai-Xai e depois em Maputo. Desde criança que contava histórias à volta da fogueira na sua língua materna mas nunca pensou em publicá-las.[4] Foi a escritora Lília Momplé quem a incentivou a voltar-se para a literatura.[5]

Em 2004 publicou a sua primeira colectânea de contos: Uma Jibóia no Congelador. Ela então continuou a publicar os seus contos e poemas em vários jornais e revistas.[6]

Em 2015, fundou a editora EMUJOMO (Editora Mulheres e Jovens Moçambicanos).[5][7]

O seu interesse por causas humanitárias levaram-na a fundar a Muchefa, uma associação de mulheres chefes de família, que presta apoio a mulheres e crianças desfavorecidas e a vítimas de SIDA. É neste âmbito que participa em conferências em prol de causas humanitárias na África do Sul e na Zâmbia.[5][7]

Em 2010, com 57 anos, matriculou-se na Universidade Eduardo Mondlane, na Escola de Comunicação onde se licenciou em jornalismo.[7]

Quando se preparava para comemorar seu 64 aniversário, adoeceu de repente e teve de ser hospitalizada. Morreu poucas horas depois, no dia 25 de junho de 2017.[4][7]

Fátima Langa teve dois filhos e muitos netos.[1][2]

Seus trabalhos estão publicados em várias línguas locais (chopi, makua, chuwabu, makonde) e em braille.[4][5]

Com três excepções, os seus livros infantis, abundantemente ilustrados, apresentam animais com características antropomórficas. As histórias, ancoradas na vida quotidiana, pretendem ser educacionais mas não moralizadoras, ao abordarem temas como a boa educação, morte, violência, respeito, amizade, desigualdade, entre outros.[7]

Entre as suas obras encontram-se:[7][8]

  • 2004 : Uma Jibóia no Congelador
  • 2006 : Vhembeleti e outros
  • 2012 : O menino e a raposa [9]
  • 2013 : O coelho e a água
  • 2014 : O leão, a mulher e a criança
  • 2015 : O galo e o coelho
  • 2015 : A gazela, o carneiro e o coelho
  • 2015 : Ndinema e o final de ano
  • 2016 : Memórias de uma inclui
  • 2016 : Ndinema vai à escola

Participação em eventos literários

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Era membro efectivo da Associação de Escritores Moçambicanos (AEMO) e participou em diversos eventos culturais nacionais e internacionais, entre eles:[5][10]

2008 - Participa no Simpósio Cultural do Instituto Internacional da Língua Portuguesa, na cidade de Mindelo, em Cabo Verde [4]

2009 - Participa em Salvador da Baía (Brasil), no Fórum Cultural da CPLP

2010 - Participa na XIII Feira Internacional do Livro Infantil e Juvenil, no Rio de Janeiro

2016 - Participa no XII Encuentro Internacional de Escritoras (EIDE), em Miami (EUA)

2016 - Na Feira do Livro de Maputo realiza uma sessão dedicada à literatura infanto-juvenil com o apoio da UCCLA [11]

Homenagens e reconhecimento

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Em 1986, ficou em segundo lugar no concurso Três Contos de Três Mulheres, organizado pela UNESCO, com o conto A Morte da Bela Acácia, onde aborda questões relacionadas com o ambiente e ecologia ao mesmo tempo que faz um critica social.[5][6]

O conto "A Campa do Desconhecido", colocou-a em 4º lugar no Concurso Literário Internacional da Academia de Ciências e Letras de Conselheiro Lafayette, no Brasil.

Recebeu a Medalha do Mérito JK, nas comemorações do centenário do Presidente brasileiro Juscelino Kubitschek que faleceu em 1976.[2]

Em 2014, A CICESP nomeou-a Personalidade do Ano, em Brasília [7]

Está entre os escritores homenageados por Ernesto Moamba no seu poema Minha Homenagem, onde são referidos autores como: Malangatana, Noémia de Sousa, Luís Vaz de Camões, Mia couto, José Craveirinha, entre outros. [12]

Dois dos seus livros, deram origem a duas peças de teatro, com o apoio da Fundação Fernando Leite Couto, são eles os livros: Ndinema vai à escola e O gato e o coelho. [13][14]

Referências

  1. a b c d (em inglês) « Fátima Langa dies », O País, en ligne sur Club of Mozambique, 27 juin 2017
  2. a b c Redação. «Morreu escritora Fátima Langa». TVM Entretenimento. Consultado em 24 de setembro de 2020 
  3. «Nota de Condolencia por Fátima Langa». Centro de Saberes Africanos, Americanos y Caribeños (em espanhol). Consultado em 14 de novembro de 2020 
  4. a b c d e «Fátima Langa». Revista Mulemba. 2010. Consultado em 24 de setembro de 2020 
  5. a b c d e f «Desde Mozambique la literatura infantil de Fátima José Correia Langa se nos une al XII EIDE». HISPANIC HERITAGE LITERATURE ORGANIZATION / MILIBROHISPANO.ORG (em inglês). Consultado em 24 de setembro de 2020 
  6. a b Langa, Fátima (2004). Uma Jiboia no congelador. [S.l.]: Imprensa Universitaria 
  7. a b c d e f g Santiago, Ana Rita (2019). Cartografias em construção: algumas escritoras de Moçambique (PDF). Bahia: Editora UFBR. pp. 71–74 
  8. «Catedra Português - Língua Segunda e Estrangeira». catedraportugues.uem.mz. Consultado em 24 de setembro de 2020 
  9. Langa, Fátima (2017). O Menino e a Raposa. [S.l.]: Alcance Editores 
  10. «Morreu Fátima Langa». opais.sapo.mz. Consultado em 24 de setembro de 2020 
  11. «Escritora moçambicana Fátima Langa realiza sessões de literatura infanto-juvenil | UCCLA». www.uccla.pt. Consultado em 24 de setembro de 2020 
  12. Moamba, Ernesto. Liberta Te MÃe Africa. [S.l.]: Clube de Autores (managed) 
  13. «Peça de teatro infantil / Agenda / Home - Fundação Fernando Leite Couto». www.fflc.org.mz. Consultado em 24 de setembro de 2020 
  14. «O Galo e o Coelho / Agenda / Home - Fundação Fernando Leite Couto». www.fflc.org.mz. Consultado em 24 de setembro de 2020 

Ligações externas

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O Galo e o Coelho - Grupo de Teatro M´Beu | FFLC - Teatro