Fernando Rodrigues de Castro "o Castelhano"
Fernando Rodrigues de Castro | |
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Nobre do Reino de Castela, senhor da Casa de Castro | |
Escudo de armas da Casa de Castro | |
Nascimento | c. 1125 |
Reino de Castela | |
Morte | 1185 |
Cônjuge |
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Descendência |
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Casa | Casa de Castro |
Pai | Rodrigo Fernandes de Castro |
Mãe | Elo Álvares |
Fernando Rodrigues de Castro o Castelhano (em castelhano: Fernando Rodríguez de Castro; c. 1125— 1185),[1] rico-homem do reino de Castela, foi um dos mais influentes magnatas do século XII em Castela e Leão.[2] Conde, militar e político e chefe da poderosa Casa de Castro, participou nos acontecimentos mais importantes de sua época.
Origens familiares
[editar | editar código-fonte]Foi o filho mais velho de Rodrigo Fernandes de Castro o Calvo e de Elo Álvares, filha de Álvar Fañez e da condesa Maior Peres que era uma das filhas do conde Pedro Ansures.[2][3] Teve vários irmãos, entre eles Álvaro que foi o segundo esposo da rainha Urraca Afonso, a Asturiana, viúva do rei Garcia Ramires de Pamplona,[4] e Guterre Roiz de Castro o Escalavrado.[5]
Esboço biográfico
[editar | editar código-fonte]Herdou a liderança da Casa de Castro de seu tio Guterre Fernandes de Castro que não teve descendência.[6] Depois da morte do rei Sancho III de Castela em agosto de 1158, os Castros e os membros da Casa de Lara lutaram pela custódia e guarda de Afonso VIII, o único filho legítimo do rei que subiu ao trono com apenas três anos de idade. Fernando abandonou Castela em 1160 e foi para Leão onde se tornou vassalo do rei Fernando II,[7] tio de Afonso VIII, que reclamava igualmente a regência do reino.[8][9] Em 1160 participou na batalha de Lobregal em Tierra de Campos onde matou a seu sogro, o conde Ossorio Martines, pai de sua primeira esposa Constança, e tomóu prisioneiro a Nuno Peres de Lara.[10] Quatro anos mais tarde, derrotou e matou em Huete ao irmão de Nuno, Manrique Perez de Lara.[7]
Também participou em 1169 na tomada de Badajoz lutando contra o rei Afonso I e Geraldo sem Pavor, obtendo muitos senhorios do rei de Leão depois da derrota das forças portuguesas, incluindo Trujillo, Montánchez, Santa Cruz de la Sierra e Monfragüe.[7][11]
Em 1160, o rei Fernando II deu-lhe em casamento a sua meia-irmã Estefânia a quem Fernando matou em 1180 suspeitando que ela tinha sido infiel. Tambem foi o mordomo-mor do rei Fernando entre 1162 e 1165 e governou várias tenencias, incluindo Leão e as torres da cidade,[12] Benavente, Salamanca,[13] Zamora, Mayorga, Castroverde, Villalpando, Bolaños e em 1184 aparece como o tenente das Astúrias.[7][14] Antes, em 1167, esteve em Marrocos, segundo registra-se nas crónicas árabes, na corte do emir Al-Mu'nimim onde permaneceu cinco meses.
Matrimónios e descendência
[editar | editar código-fonte]O conde Fernando casou-se dois vezes. O primeiro matrimónio cerca de 1150 foi com Constança Ossorio, filha do conde Ossorio Martines, a quem repudiou depois de matar ao conde Ossorio na batalha de Llobregal em março de 1160. Constança casou novamente antes de fevereiro de 1165 com Pedro Arias de quem teve descendência.[15][1]
Pouco depois, em 1160, Fernando casou-se com sua prima Estefânia Alonso, filha ilegítima do rei D. Afonso VII de Leão e Castela e da condessa Urraca Fernandes de Castro.[4][1][a]
Da condessa Estefânia teve a:
- Pedro Fernandes de Castro,[16] "o Castelhano" (m. 1214) casado com Jimena Gomes de Manzanedo, filha do conde Gomes Gonçalves de Manzanedo e Milia Peres de Lara.
- Sancha Fernandes de Castro[b]
Fora o casamento, de Maria Íñiguez,[c] teve a:
- Martim Fernandes de Castro que em 1216 confirmou uma doação de seu irmão Pedro.[14]
Notas
[editar | editar código-fonte]- [a] ^ A condessa Urraca Fernandes de Castro era uma das filhas do segundo matrimónio de Fernando Garcia de Hita com Estefânia Ermengol e meia-irmã do Rodrigo Fernandes de Castro, o pai de Fernando, filho do primeiro matrimónio de Fernando Garcia de Hita con Trigida Fernandes. Era a viúva do conde Rodrigo Martines, morto em 1138 no sítio de Coria, o irmão mais velho do conde Ossorio Martines, o pai da primeira esposa de Fernando Rodrigues de Castro. Em 3 de fevereiro de 1148, o rei Afonso VII fez uma doação a Urraca: "Et eo modo dono uobis comitisssae pernominatas uillas (...) et pos uos filia uestra et mea".[17][18]
- [b] ^ Sancha aparece na documentação medieval em 4 de junho de 1221 na Catedral de Leão num litígio sob a propriedade de Pozantiguo.
- [c] ^ A historiadora Margarita Torres Sevilla-Quiñones de Leão diz que Martim foi filho de Estefânia. No entanto, em 1241, Pedro Martines doou todos os seus bens em Tejonar (Navarra) à Ordem de Calatrava que foram de Maria Íñiguez, sua avó, mai de seu pai Martim Fernandes: "...quanta heredamiento yo é e deuo auer en Texonar agora, que es en Nauarra, e lo que hy deuo auer depues de la muerte de mio tio; este heremadiento fue de parte de mi auuela domna María Yennegez madre de mio padre don Martin Ferrandez"[19]
Referências
- ↑ a b c Salazar y Acha 1991, p. 41.
- ↑ a b Salazar y Acha 1991, p. 38.
- ↑ Torres Sevilla-Quiñones de León 1999, p. 89-90.
- ↑ a b Sánchez de Mora 2003, p. 441, vol. I.
- ↑ Torres Sevilla-Quiñones de León 1999, p. 94.
- ↑ Salazar y Acha 1991, p. 37–38.
- ↑ a b c d Barton 1997, p. 154.
- ↑ Martínez Díez 2007, p. 25-29.
- ↑ Sánchez de Mora 2003, p. 134, vol. I.
- ↑ Sánchez de Mora 2003, p. 158, vol. I.
- ↑ Sánchez de Mora 2003, p. 172 n. 239 e 648, vol. I.
- ↑ Sánchez de Mora 2003, p. 171, vol. I, n. 233.
- ↑ Sánchez de Mora 2003, p. 648, vol. I.
- ↑ a b Torres Sevilla-Quiñones de León 1999, p. 91.
- ↑ Torres Sevilla-Quiñones de León 1999, p. 152.
- ↑ Salazar y Acha 1991, p. 42.
- ↑ Salazar y Acha 1991, p. 41 e 59.
- ↑ Torres Sevilla-Quiñones de León 1999, p. 84.
- ↑ Menéndez Pidal 1991, p. 379, doc. 280.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Barton, Simon (1997). The Aristocracy in Twelfth-century León and Castile (em inglês). Cambridge: Cambridge University Press. ISBN 9780521497275
- Martínez Díez, Gonzalo (2007). Alfonso VIII, rey de Castilla y Toledo (1158-1214) (em espanhol). Gijón: Ediciones Trea, S.L. ISBN 978-84-9704-327-4
- Menéndez Pidal, Ramón (1919). Documentos Lingüísticos de España:I Reino de Castilla (em espanhol). Madrid: Junta para ampliación de estudios e investigaciones científicas. Centro de Estudios Históricos. OCLC 474599182
- Salazar y Acha, Jaime de (1991). «El linaje castellano de Castro en el siglo XII: Consideraciones e hipótesis sobre su origen». Anales de la Real Academia Matritense de Heráldica (em espanhol) (1): 33-68. ISSN 1133-1240
- Sánchez de Mora, Antonio (2003). La nobleza castellana en la plena Edad Media: el linaje de Lara. Tesis doctoral (em espanhol). [S.l.]: Universidad de Sevilla. ISBN 8468973076
- Torres Sevilla-Quiñones de León, Margarita Cecilia (1999). Linajes nobiliarios de León y Castilla: Siglos IX-XIII (em espanhol). Salamanca: Junta de Castilla y León, Consejería de educación y cultura. ISBN 84-7846-781-5