Haroldo Maranhão
Haroldo Maranhão | |
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Nome completo | Haroldo Lima Maranhão |
Nascimento | 7 de agosto de 1927 Belém, Brasil |
Morte | 15 de julho de 2004 (76 anos) Rio de Janeiro, Brasil |
Nacionalidade | Brasileiro |
Alma mater | Faculdade de Direito do Pará (atual Universidade Federal do Pará) |
Ocupação | Escritor, jornalista e advogado |
Prémios | Prémio Vértice (1983) |
Magnum opus | Memorial do Fim: a Morte de Machado de Assis |
Haroldo Lima Maranhão (Belém, 7 de agosto de 1927 — Rio de Janeiro, 15 de julho de 2004[1]) foi um escritor, jornalista e advogado brasileiro.
Além dos contos, sua produção literária ganhou destaque com as recriações históricas, como em O tetraneto Del Rey, quando volta ao período colonial, inspirado pelo romance píncaro e pelo barroco espanhol, e o Memorial do Fim. Nele, Maranhão revisita ficcionalmente o ambiente que cercava Machado de Assis às vésperas da morte em 1908. Em Cabelos no Coração, considerada por Antonio Houaiss obra-prima, para narrar as aventuras de Felipe Patroni, personagem da História do Pará, Haroldo Maranhão constrói um texto ficcional fundamentado na intertextualidade, deixando perceber influências e diálogos com a literatura de Rabelais, Gregório de Matos e Guimarães Rosa.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Haroldo Maranhão foi jornalista desde os 13 anos de idade, trabalhando como repórter de polícia no jornal Folha do Norte, de propriedade de seu avô, Paulo Maranhão. Fundou e dirigiu o Suplemento Arte Literatura desse jornal.[2]
Formou-se pela Faculdade de Direito do Pará (posteriormente encampada pela Universidade Federal do Pará, com a criação desta em 1957).[2]
Após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), em Belém alguns jovens poetas tristes com o mundo, juntaram-se à geração popular do romancista Dalcídio Jurandir. Estes são chamados de "Os novíssimos"[3] ou "O Grupo dos Novos”[4][5] ("os jovens intelectuais do Pará"[6]) que representam a segunda geração de modernistas do estado, que juntos escreveram no período de 1946 à 1951 para o jornal Folha do Norte (seção Suplemento Literário Arte-Literatura),[3] entre eles estão: Cauby Cruz (1926), Haroldo Maranhão (1927), Benedito Nunes (1929), Max Martins (1926), Alonso Rocha (1926), Floriano Jaime (1924) e, Mário Faustino (1930).[4][3] Jurandyr Bezerra (1928), Maurício Rodrigues (1932).[4]
Na década de 1950, fundou a Livraria Dom Quixote, que se tornou ponto de encontro de intelectuais paraenses, tais como seus amigos Mário Faustino, Max Martins e Benedito Nunes.[2]
Obra publicada
[editar | editar código-fonte]- 1968 - A Estranha Xícara
- 1975 - Chapéu de Três Bicos
- 1980 - Voo de Galinha
- 1981 - A Morte de Haroldo Maranhão
- 1982 - O Tetraneto Del Rey — O Torto: suas idas e vindas
- 1983 - As Peles Frias
- 1983 - Flauta de Bambu
- 1983 - Os Anões
- 1983 - A Porta Mágica
- 1986 - Jogos Infantis
- 1987 - Rio de Raivas
- 1989 - Senhores & Senhoras
- 1990 - Cabelos no Coração
- 1991 - Memorial do Fim
- 1992 - Miguel, Miguel (novela)
- 1998 - Querido Ivan (Cartas)
- 1998 - Dicionário de Futebol
- 2000 - Pará, Capital: Belém - Memória & Pessoas & Coisas & Loisas da cidade
- 2005 - Feias, Quase Cabeludas (Contos) - Seleção de Benedito Nunes
Obra inédita
[editar | editar código-fonte]- Suíte policial - romance
- Guerrilheiros do vento - romance juvenil
- A respiração das palavras - contos
- O Sol é azul - infantil
- O menino que comia letras - infantil
- O que eu contei a Theodoro -
- As carnes quebradas - Peça teatral
Prémios
[editar | editar código-fonte]- Prêmio União Brasileira de Escritores - SP
- Prêmio Guimarães Rosa
- "Hors Concours" do Prêmio Fernando Chinaglia
- Prêmio Instituto Nacional do Livro
- Prêmio Nacional Mobral de Crônicas e Contos
- Prêmio José Lins do Rego
- Prêmio Vértice de Literatura
Honrarias
[editar | editar código-fonte]- Medalha Francisco Caldeira Castelo Branco (Prefeitura de Belém)
Referências
- ↑ «Morre o escritor paraense Haroldo Maranhão». Folha de S. Paulo. 17 de julho de 2004. Consultado em 22 de junho de 2021
- ↑ a b c COELHO, Marinilce Oliveira. Memórias literárias de Belém do Pará: o Grupo dos Novos, 1946-1952. Tese de doutorado - UNICAMP: Campinas, 2003
- ↑ a b c MAIA, MAÍRA OLIVEIRA (2017). PARA ALÉM DA DECADÊNCIA - A “aristocracia do pé no chão” na Belém de Dalcídio Jurandir. (PDF). HISTÓRIA SOCIAL DA AMAZÔNIA. Belém do Pará: INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS - UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
- ↑ a b c Barbosa, Iris de Fátima Lima (20 de abril de 2012). LINGUISTICA, LETRAS E, ARTES:LITERATURA BRASILEIRA. «Versos modernos: a paisagem amazônica no imaginário poético de Adalcinda Camarão». Belém do Pará: Universidade Federal do Pará. Instituto de Letras e Comunicação. Consultado em 1 de dezembro de 2023
- ↑ Coelho, Marinilce Oliveira (2003). «Memórias literarias de Belém do Pará: o grupo dos novos, 1946-1952». Instituto de Estudos da Linguagem (IEL/UNICAMP) - Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Teoria e História Literária (PPGTHL/UNICAMP). Consultado em 30 de novembro de 2023
- ↑ Alencar, Melissa da Costa (31 de agosto de 2011). LETRAS:LITERATURA BRASILEIRA. «1952: a poesia de O Estranho de Max Martins». Universidade Federal do Pará (UFPa). Instituto de Letras e Comunicação. Consultado em 1 de dezembro de 2023