Linha de Tomar à Nazaré e Leiria
Linha de Tomar à Nazaré e Leiria | |
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Estação de Leiria, em 2016. | |
Informações principais | |
Área de operação | Portugal |
Especificações da ferrovia | |
Bitola | Bitola métrica (1000 mm) |
Linha de Tomar à Nazaré e Leiria | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Bitola: | Bitola estreita | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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A Linha de Tomar à Nazaré e Leiria foi um caminho de ferro de via estreita que esteve planeado mas nunca chegou a ser construído, que deveria ter ligado as localidades de Tomar à Nazaré e Leiria, em Portugal.
História
[editar | editar código-fonte]Quando em 1907 foi classificada a rede ferroviária complementar no centro, o plano da rede não incluía a linha de Tomar à Nazaré e Leiria, tendo esta linha sido posteriormente adicionada, como de via estreita.[1]
Em 6 de Agosto de 1913, o governo assinou um contracto com o empresário João Pedro Vierling para a construção e exploração do Caminho de Ferro de Tomar à Nazaré com o ramal por Leiria, mas este contracto foi rescindido por um decreto de 30 de Março de 1926.[2] Assim, em 21 de Junho de 1926 o Ministério do Comércio e Comunicações ordenou que a Inspecção Geral de Caminhos de Ferro abrisse um concurso público para aquele caminho de ferro, que deveria ser parte da Rede Complementar da região entre o Tejo e o Mondego, classificada em 24 de Agosto de 1912.[2] As bases do concurso determinavam que a linha deveria partir da futura estação de Tomar e terminar na Nazaré, passando por Agroal, Ourém, Reguengo do Fetal, Batalha, Porto de Mós, Aljubarrota e Alcobaça.[2] Na Batalha, sairia um ramal que iria até à Estação de Leiria, passando pela cidade.[2] A linha deveria ser de bitola métrica, com um limite nos raios das vias de 80 m em estações e 100 m em plena via, e com uma inclinação máxima de 25 mm por metro.[2] O material circulante poderia ser a vapor ou eléctrico, e os comboios que levassem passageiros deveriam ter duas classes, e estar equipadas com freios contínuo e automático.[2] As bases também determinavam vários apoios financeiros, incluindo reduções nos impostos alfandegários e outros, e subsídios por parte do estado e das autarquias interessadas.[2] O concessionário deveria construir novas dependências nas estações das linhas do Oeste e do Norte onde houvesse um entroncamento com a nova linha.[2] No entanto, o concurso ficou deserto, pelo que foi organizado um segundo concurso.[3] Em 1 de Outubro, a Gazeta dos Caminhos de Ferro informou que a Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses estava a fazer vários estudos sobre esta linha, para saber se deveria concorrer para a sua construção.[4] Os estudos do ponto de vista comercial estavam a ser feitos pelo funcionário José Luiz Teixeira Junior, que já tinha visitado quase todas as localidades por onde deveria passar a linha, enquanto que o estudo técnico da linha iria ser entregue à Divisão da Construção daquela companhia.[4]
Em 16 de Outubro, a Gazeta dos Caminhos de Ferro relatou que as comissões administrativas de Torres Vedras e Alcanena já tinham entregue uma representação ao Ministro do Comércio, pedindo para anular o concurso, e que se fizesse um inquérito para estudar uma alteração no traçado entre Tomar e Porto de Mós, passando pelo Entroncamento, Torres Novas, Alcanena e Odemira (sic, provavelmente referindo-se a Mira d’Aire).[5] O segundo concurso foi aberto em 14 de Novembro de 1926, que também não teve concorrentes, devido principalmente à falta de apoios financeiros especiais, indispensáveis para auxiliar na construção.[6] A Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses afirmou então que iria tomar a concessão[6], com uma garantia de juro de 9% sobre 320 contos por quilómetro.[3]
O planeamento da linha gerou polémica na região, com várias localidades interessadas a defenderem diferentes traçados e tipos de bitola.[3] Por exemplo, Leiria defendeu que a linha deveria ser em via larga, e que deveria ligar directamente esta cidade a Tomar, passando por Vila Nova de Ourém e Chão de Maçãs, com um ramal de via estreita entre Leiria e a Nazaré, servindo Porto de Mós e a Batalha, eliminando desta forma o lanço entre Batalha e Ourém.[3] Por seu turno, a vila de Torres Novas também propunha que a linha fosse em via larga, mas que ligasse o Entroncamento a Porto de Mós por Minde.[3] A Empresa Mineira do Lena defendia uma linha métrica de Porto de Mós ao Entroncamento, por Mendiga, Alcanede e Monsanto, deixando para depois a Linha do Entroncamento a Rio Maior, proposta em 1904.[3]
O Plano Geral da Rede Ferroviária, publicado pelo Decreto n.º 18:190, de 28 de Março de 1930, reorganizou os projectos que existiam para novas linha férreas em território nacional, tendo um dos novos projectos de via larga sido o da Transversal de Ourém, de Leiria a Chão de Maçãs, passando por Ourém.[7] O troço entre Ourém e Chão de Maçãs seria aproveitado igualmente pela Linha da Sertã, de via estreita, que ligava Nazaré à Idanha-a-Nova, passando por Alcobaça, Porto de Mós e outros pontos.[7] O Ramal de Leiria, que teria uma extensão aproximada de 11 km[1], continuou a iniciar-se na Batalha, embora desta vez a ligação fosse feita à Linha de Martingança a Mendiga.[7]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ a b SOUSA, José Fernando de (1 de Junho de 1935). «A Crise Actual de Viação e os nossos Caminhos de Ferro de Via Estreita» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 47 (1139). p. 235-237. Consultado em 21 de Outubro de 2017
- ↑ a b c d e f g h «Parte Official» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 39 (926). 16 de Julho de 1926. p. 219-220. Consultado em 16 de Outubro de 2017
- ↑ a b c d e f SOUSA, José Fernando de (1 de Janeiro de 1927). «O Ano que Findou» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 40 (937). p. 1-3. Consultado em 23 de Junho de 2013
- ↑ a b «Linhas Portuguesas» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 39 (931). 1 de Outubro de 1926. p. 304. Consultado em 21 de Outubro de 2017
- ↑ «Linhas Portuguesas» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 39 (932). 16 de Outubro de 1926. p. 313. Consultado em 23 de Junho de 2013
- ↑ a b «Linhas Portuguesas» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 39 (935). 1 de Dezembro de 1926. p. 356. Consultado em 23 de Junho de 2013
- ↑ a b c PORTUGAL. Decreto n.º 18:190, de 28 de Março de 1930. Ministério do Comércio e Comunicações - Direcção Geral de Caminhos de Ferro - Divisão Central e de Estudos - Secção de Expediente, Publicado na Série I do Diário do Governo n.º 83, de 10 de Abril de 1930.