Luiz Gushiken
Luiz Gushiken | |
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Luiz Gushiken em 2004. | |
Deputado federal por São Paulo | |
Período | 1º de fevereiro de 1987 a 1º de fevereiro de 1999 (3 mandatos consecutivos) |
Dados pessoais | |
Nascimento | 8 de maio de 1950 Osvaldo Cruz, SP |
Morte | 13 de setembro de 2013 (63 anos) São Paulo, SP |
Nacionalidade | brasileiro |
Alma mater | Fundação Getulio Vargas (FGV) |
Prêmio(s) | Ordem do Mérito Militar[1] |
Esposa | Elisabeth Gushiken |
Partido | PT (1980-2013) |
Religião | bahá'í |
Profissão | administrador de empresas, sindicalista, político |
Luiz Gushiken GOMM (Osvaldo Cruz, 8 de maio de 1950 — São Paulo, 13 de setembro de 2013)[2] foi um administrador, sindicalista e político brasileiro, filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT), do qual foi presidente nacional entre 1988 e 1990. Foi deputado federal por São Paulo, de 1987 a 1999.[3]
Biografia
[editar | editar código-fonte]Nascido na pequena cidade de Osvaldo Cruz (mesorregião de Presidente Prudente), era o primogênito dos sete filhos[4] do fotógrafo e violinista Shoei[5] e Setsu Gushiken,[6] imigrantes japoneses de Okinawa,[7] Luiz Gushiken, ainda jovem, mudou-se para a capital paulista. Morava no Brás e, em 1970, começou a trabalhar como escriturário, no Banco do Estado de São Paulo (Banespa), onde permaneceu até 1999.[8]
Formado em administração de empresas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), Luiz Gushiken foi militante da tendência Liberdade e Luta (conhecida como "Libelu"), braço estudantil da trotskista Organização Socialista Internacionalista (OSI).[2][3]
Começou sua vida política como sindicalista e durante a ditadura militar brasileira teve intensa participação nas greves dos anos 1980.[9] presidiu o Sindicato dos Bancários de São Paulo, de 1984 a 1986. Por quatro vezes esteve preso no DOPS.[5] Foi também um dos fundadores e dirigentes do PT (presidente nacional do partido, de 1988 a 1990) e da Central Única dos Trabalhadores (CUT).[3][10][11][12]
Foi deputado federal por três legislaturas (inclusive na Assembleia Constituinte de 1987) de 1987 a 1999,[13] e coordenador das campanhas presidenciais de Lula em 1989 e 1998.[3]
Secretaria de Comunicação da Presidência da República SECOM
[editar | editar código-fonte]Em janeiro de 2003 foi nomeado chefe da Secretaria de Comunicação da presidência da República. Em março do mesmo ano, Gushiken foi admitido pelo presidente Lula à Ordem do Mérito Militar no grau de Grande-Oficial especial.[1]
Em 2005 Gushiken foi acusado - e defendeu-se - em processos em curso no Tribunal de Contas da União e no Supremo Tribunal Federal.[14] Deixou a Secretaria de Comunicação e perdeu o status de ministro, assumindo a função de Chefe do Núcleo de Assuntos Estratégicos, NAE. Deixou o governo definitivamente em 2006, pouco tempo após a reeleição de Lula.[15]
Como dirigente sindical, defendeu os fundos de pensão contra os acordos com o Banco Opportunity, de Daniel Dantas. Gushiken notabilizou-se pela defesa da Previ, o fundo de previdência dos funcionários do Banco do Brasil, que durante as privatizações promovidas pelo governo de Fernando Henrique Cardoso, foi acusado de ter sido usado para encorpar consórcios de corporações estrangeiras em leilões do setor siderúrgico, elétrico e de telefonia.[9]
Nos últimos anos esteve envolvidos em denúncias frequentes[14][16] sobre o uso das verbas da Secom. Fora do poder, sua casa sofreu ataques suspeitos e chegou a ser incluído na AP 470 pelo procurador geral Antonio Fernando de Souza - que, posteriormente, já aposentado, venceria um contrato da Brasil Telecom, controlada por Daniel Dantas e que entrou na criação da Telemar.[3][10][17] Em 2012 foi absolvido do crime de peculato na AP 470 (o processo do "Mensalão"), em julgamento pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A absolvição de Gushiken foi pedida aos ministros do STF pelo então procurador-geral da República, Roberto Gurgel, nas alegações finais apresentadas no início do julgamento, já que não havia provas contra ele.[10]
Morte
[editar | editar código-fonte]Luiz Gushiken morreu em 13 de setembro de 2013, aos 63 anos, no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde estava internado, em estado grave, em consequência de um câncer no aparelho digestivo, contra o qual lutava desde 2002.[2][11][12][12] Durante o tratamento da doença, Gushiken passou a maior parte do tempo em sua chácara, em Indaiatuba, no interior de São Paulo. De lá, saía apenas para a quimioterapia, realizada quinzenalmente.[4]
Ex-budista, ex rosa-cruz e ex-umbandista, também transitou pela cabala e pelo zen-budismo, até aderir à fé baha'i.[5] Era casado com Elisabeth e pai de três filhos (Guilherme, Arthur e Helena).[12]
O corpo de Gushiken foi enterrado no cemitério do Redentor, na zona oeste da capital paulista.[18][3]
Referências
- ↑ a b BRASIL, Decreto de 25 de março de 2003.
- ↑ a b c Ex-ministro Luiz Gushiken morre aos 63 anos em São Paulo. Por Mônica Bergamo. Folha de S. Paulo, 13 de setembro de 2013.
- ↑ a b c d e f «Luiz Gushiken: 1950 - 2013». Fundação Perseu Abramo. 14 de setembro de 2013. Consultado em 24 de abril de 2023
- ↑ a b Morre em São Paulo o ex-ministro Luiz Gushiken. Veja, 13 de setembro de 2013
- ↑ a b c Luiz Gushiken - Nem a distância impediu que a pacata Osvaldo Cruz, cidade de 20 mil habitantes a 570 quilômetros de São Paulo, ecoasse o golpe militar de 1964. Por Luiz Cláudio Cunha. ISTOÉ, 15 de dezembro de 2004.
- ↑ Ex-deputado petista Luiz Gushiken morre aos 63 anos vítima de câncer. Ele passou os últimos dias de vida no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, se despedindo dos amigos mais íntimos. O Globo, 13 de setembro de 2013.
- ↑ Luiz Gushiken, fundador do PT, morre aos 63 anos em São Paulo. Por Renato Biazzi e Alberto Gaspar. G1, 13 de setembro de 2013.
- ↑ Morre Luiz Gushiken aos 63 anos. O ex-ministro da Comunicação Social do governo Lula e fundador do PT lutava contra um câncer. Estadão, 13 de setembro de 2013.
- ↑ a b Gushiken conduziu a despedida com a dignidade com que tocou a vida. Por Paulo Salvador. Rede Brasil Atual, 13 de seembro de 2013.
- ↑ a b c Morre o ex-ministro do governo Lula, o petista Luiz Gushiken Arquivado em 16 de setembro de 2013, no Wayback Machine.. UOL, 13 de setembro de 2013.
- ↑ a b Áudio: Gushiken teve papel importante no processo de moderação do discurso do PT. Político trabalhou nas campanhas de Lula e se tornou um dos membros mais moderados do partido]. Comentário de Kennedy Alencar. CBN, 13 de setembro de 2013.
- ↑ a b c d Morre aos 63 anos Luiz Gushiken, ex-ministro e fundador do PT. G1, 13 de setembro de 2013.
- ↑ Câmara dos Deputados. «Histórico Político». Consultado em 18 de outubro de 2012
- ↑ a b Veja. «Rede de escândalos». Consultado em 18 de outubro de 2012. Arquivado do original em 8 de outubro de 2013
- ↑ Ex-braço direito de Lula, Gushiken pede demissão do governo. G1, 13 de novembro de 2006.
- ↑ Fernando Paulino (2012). «"Ex-ministro Gushiken ganha ação de danos morais contra revista Veja"». PT - Diretório Estadual do Rio de Janeiro. Arquivado do original em 5 de março de 2014
- ↑ «Imprensa deve indenizar se publica informação sem checar veracidade, diz STJ». ConJur. 14 de novembro de 2017. Consultado em 25 de abril de 2023
- ↑ G1. «Corpo do ex-ministro Luiz Gushiken é velado em São Paulo». Consultado em 14 de setembro de 2013
Ligações externas
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Precedido por Olívio Dutra |
Presidente nacional do Partido dos Trabalhadores 1988 – 1990 |
Sucedido por Luiz Inácio Lula da Silva |
- Nascidos em 1950
- Mortos em 2013
- Naturais de Osvaldo Cruz (São Paulo)
- Alunos da Fundação Getulio Vargas
- Deputados federais do Brasil por São Paulo
- Grandes-Oficiais da Ordem do Mérito Militar
- Membros do Partido dos Trabalhadores
- Ministros do Governo Lula (2003–2011)
- Sindicalistas do estado de São Paulo
- Brasileiros de ascendência japonesa
- Presidentes do Partido dos Trabalhadores
- Mortes por câncer no estado de São Paulo