Saltar para o conteúdo

Oceanografia

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado de Oceanografia física)
Oceanografia
Oceanografia
Circulação termoalina, do campo de estudo da oceanografia física.
Origem do nome ὠκεανός e γράφω, grego
Outros nomes Oceanologia, ciências do mar
Influências química, geologia, matemática, física, astronomia, ecologia, meteorologia, climatologia, hidrologia, paleontologia
Divide-se em Oceanografia física, oceanografia química, oceanografia biológica, oceanografia geológica, oceanografia social

A Oceanografia (do grego ὠκεανός e γράφω significando oceano e grafia, respetivamente), também conhecida como Oceanologia ou Ciências do Mar, é uma ciência do ramo das geociências que se dedica ao estudo dos oceanos e zonas costeiras sob todos os aspetos, desde sua descrição física até a interpretação dos fenómeno que neles se verificam e de sua interação com os continentes e com a atmosfera, bem como também no que diz respeito aos processos que atuam nestes ambientes.[1]

A oceanografia se divide em cinco áreas, sendo elas: oceanografia física, oceanografia química, oceanografia biológica, oceanografia geológica e oceanografia socioambiental. Nas subáreas destacam-se a paleoceanografia, a biogeoquímica marinha, a ecotoxicologia marinha, a geofísica marinha, a sedimentologia marinha entre outras.

A origem etimológica do nome "oceanografia" é derivada do grego Ωκεανογραφία (oceano + grafia), caracterizando assim a oceanografia como a ciência que descreve os oceanos,[2] e acredita-se que tenha sido usada pela primeira vez na língua francesa, em 1584. Atualmente, a palavra "oceanologia" (λογος - logos - estudo) vem sendo usada na área, já que a oceanografia não apenas descreve o oceano, mas o estuda.

O mar sempre representou uma inesgotável fonte de mistérios e desafios para o homem. Os povos primitivos viam-no como um universo repleto de seres fantásticos e monstruosos, difícil de enfrentar e de conhecer. Aristóteles, em 380 a.C., foi o primeiro pensador a estudar o oceano utilizando uma metodologia mais científica. No entanto, apesar do início tão precoce, passaram-se cerca de dois mil anos até que a ciência oceanográfica viesse efetivamente a existir.[3]

Com o passar do tempo muitas informações importantes a respeito da origem e comportamento dos oceanos foram sendo estudados e divulgados. Teorias como a espiral de Ekman que relaciona o comportamento de correntes marítimas com os ventos, em 1902, a deriva continental que explica a separação dos continentes e a abertura de oceanos (como o Atlântico), em 1912 e o aperfeiçoamento de técnicas de estudo dos oceanos contribuíram para o nascimento da ciência.[4]

O começo da oceanografia como uma ciência propriamente dita se dá em 1872, quando C. W. Thomson e John Murray (oceanógrafo) fizeram a expedição Challenger (1872-76). Foi por volta desta época que várias nações concluíram que se devia investir no estudo dos oceanos (vendo o oceano como rota comercial). Várias nações enviaram expedições (assim como alguns indivíduos e instituições privadas), e institutos dedicados ao estudo da oceanografia foram criados.[5]

Os dois institutos oceanográficos mais conhecidos nos Estados Unidos são o Scripps Institution of Oceanography e o Woods Hole Oceanographic Institution. Na Grã-Bretanha, uma grande e nova instituição de pesquisa é a Southamptom Oceanography Centre. No Brasil, a instituição de oceanografia mais antiga e tradicional é o Instituto Oceanográfico, da Universidade de São Paulo. O primeiro curso de graduação em Oceanografia no Brasil foi implantado em 1971 na Fundação Universidade Federal de Rio Grande. Atualmente, encontram-se em funcionamento quatorze cursos de graduação em Oceanografia no Brasil.

A oceanografia como ciência multidisciplinar se divide em quatro grande áreas:

Oceanografia física

[editar | editar código-fonte]

Estuda os processos físicos nos oceanos e suas relações, não só com a atmosfera, mas também com a litosfera. A oceanografia física ocupa-se das características das massas de água e pesquisa fenômenos como: correntes marinhas, marés, ondas, vórtices e outros.[6]

Oceanografia química

[editar | editar código-fonte]

Estuda a composição dos ambientes marinhos e as interações das espécies químicas com a atmosfera. Analisa, também, os poluentes na água e no sedimento, permitindo identificar poluição marinha.[7][8]

Oceanografia biológica

[editar | editar código-fonte]

Estudo das inter-relações dos organismos vivos com os ambientes (marinhos, costeiros e de transição) que habitam, com ênfase nas relações ecológicas.[9] Difere da biologia marinha por estudar os organismos marinhos com um enfoque mais ecológico, relacionando com a física, a química e a geologia do oceano.[6]

Oceanografia geológica

[editar | editar código-fonte]

Também conhecida como "Geologia Marinha" ou "Oceanografia Abiótica", estuda a sedimentologia, a geomorfologia, a geofísica e os processos morfodinâmicos marinhos e costeiros.[10] É a parte da oceanografia que estuda a faixa de praia e a interação destas com o mar e o processo de erosão marinha.

Oceanógrafo é o profissional, bacharel em curso de Oceanografia ou Oceanologia, com formação técnico-científica direcionada ao conhecimento e à previsão do comportamento dos oceanos e ambientes transicionais sob todos os seus aspectos. A profissão é regulamentada pela Lei nº 11 760, de 31 de julho de 2008.[11]

O Dia do Oceanógrafo é comemorado no dia 8 de junho, juntamente com o Dia Internacional dos Oceanos.[12]

Referências

  1. «"Oceanografia"». Associação Brasileira de Oceanografia. Consultado em 26 de setembro de 2015. Arquivado do original em 28 de setembro de 2015 
  2. «"Significado de 'oceanografia' no dicionário português online"». Dicionário Michaelis. Consultado em 26 de setembro de 2015 
  3. «"Histórico da Oceanografia"». AOCEANO. Consultado em 26 de setembro de 2015. Arquivado do original em 28 de setembro de 2015 
  4. «"História e Origem da Oceanografia"». InfoEscola. Consultado em 26 de setembro de 2015 
  5. Dias, J. A. (2000) “Introdução à Oceanografia. 2. História da Oceanografia” no site da Faculdade de Ciências do Mar e do Ambiente da Universidade do Algarve, Portugal acessado a 2 de julho de 2009
  6. a b «"Oceanografia física, química e biológica"». Portal Educação. Consultado em 27 de setembro de 2015 
  7. «"Oceanografia Química"». UERJ. Consultado em 27 de setembro de 2015 
  8. «"Estudos da oceanografia química"». Mundo Educação. Consultado em 27 de setembro de 2015 
  9. «"Oceanografia Biológica"». UERJ. Consultado em 27 de setembro de 2015 
  10. «"Oceanografia Geológica"». UERJ. Consultado em 27 de setembro de 2015 
  11. Lei nº 11.760, de 31 de julho de 2008. Dispõe sobre o exercício da profissão de Oceanógrafo.
  12. «"8 de junho - Dia do Oceanógrafo"». AOCEANO. Consultado em 27 de setembro de 2015. Arquivado do original em 28 de setembro de 2015