Quid pro quo
Quid pro quo é uma expressão latina que significa "tomar uma coisa por outra". Em português e demais línguas latinas, tem o sentido de confusão ou engano ("isto em vez daquilo"), originando a forma aportuguesada quiproquó. A locução tem origem medieval e, originalmente, era usada para se referir a qualquer erro, no uso de termos latinos, num dado texto.[1]
Nos países anglo-saxônicos, o significado da locução evoluiu em sentido distinto, tendo presentemente o significado de troca de bens e serviços ou de um acordo de troca de favores - enfim, troca de uma coisa por outra.[2]
Farmácia
[editar | editar código-fonte]Rafael Bluteau, em seu Vocabulario Portuguez e Latino (1720), registra :
"Os Boticarios tem hum livro, a que chamão com termos Latinos, Quid pro quo. Quando não tem hũa droga, achão nelle outra, para porem em seu lugar. Daqui veyo o dizerse, Livrenos Deos de hum Quid pro quo; porque às vezes ha erro nas drogas, & em lugar de mezinha, dão os Boticarios veneno." [3]
Cinema
[editar | editar código-fonte]A expressão foi amplamente usada no filme O Silêncio dos Inocentes nos diálogos entre Clarice Starling e Hannibal Lecter, quando este último aceitou dar opiniões sobre o caso de um assassino, apelidado pela imprensa de "Búfalo Bill", em troca de informações pessoais de Clarice - um "quid pro quo", no sentido de troca de favores.[4]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
- ↑ Gonçalo Neves, Quid pro quo e quiproquó. Ciberdúvidas da Língua Portuguesa.
- ↑ Merriam-Webster: 'quid pro quo
- ↑ Dicionário Houaiss: 'quiproquó' (etimologia)
- ↑ quotes.net. Citação: Hannibal Lecter: "Quid pro quo. I tell you things, you tell me things. Not about this case, though, about yourself. Quid pro quo. Yes or no? Yes or no, Clarice? Poor little Catherine is waiting."