Quinto Júnio Bleso
Quinto Júnio Bleso | |
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Cônsul do Império Romano | |
Consulado | 10 d.C. |
Morte | 31 d.C. |
Quinto Júnio Bleso (em latim: Quintus Junius Blaesus; m. 31) foi um senador romano nomeado cônsul sufecto em 10 com Sérvio Cornélio Lêntulo Maluginense. É conhecido principalmente por ter sido tio do poderoso prefeito da Guarda Pretoriana do imperador Tibério, Lúcio Élio Sejano.
Carreira
[editar | editar código-fonte]Nada se sabe sobre a vida de Bleso antes do consulado ou sobre os eventos de seu consulado. A exceção é um lingote de chumbo gravado com seu nome e cargo de procônsul da Sicília, provavelmente do reinado do imperador Augusto[1].
Depois do consulado, Bleso aparece comandando exércitos na Panônia durante um motim ocorrido em 14 depois da morte de Augusto. Segundo Tácito, depois de servir durante a Grande Revolta da Ilíria, seus soldados estavam descontentes por terem recebido como pagamento terras pantanosas e montanhosas na Panônia e queriam ser restituídos. Para acalmar os ânimos, Bleso ofereceu tirar sua própria vida, mas foi ignorado[2]. Segundo o historiador romano Dião Cássio, os soldados prenderam e torturaram os escravos de Bleso e tentaram matá-lo. Porém, ele conseguiu restaurar a ordem depois de convencer os rebeldes a enviarem emissários ao Senado Romano[3]. Em resposta, Tibério enviou Druso, seu filho, acompanhado de Sejano e duas coortes pretorianas para sufocar a revolta.
O posto seguinte de Bleso foi de procônsul da África entre 21 e 23, um cargo que ele aparentemente só conseguiu por influência de Sejano, que era seu sobrinho. Só o fato de os dois serem parentes aparentemente foi suficiente para que Marco Emílio Lépido, o outro candidato ao posto, desistisse da posição[4]. Durante seu mandato, Bleso conseguiu derrotar as forças do general rebelde Tacfarinas, o que lhe valeu a ornamenta triumphalia[5].
A carreira de Bleso terminou em 31, quando Sejano foi acusado de traição e executado por ordem de Tibério. Por sua ligação com ele, Bleso também foi julgado e condenado à morte como um de seus cúmplices. Contudo, enquanto esperava a execução, Bleso preferiu tirar sua própria vida[6].
Casamento e família
[editar | editar código-fonte]A identidade da esposa de Bleso é desconhecida, assim como a data de seu casamento. Porém, sabe-se que o casal teve pelo menos dois filhos: Quinto Júnio Bleso, cônsul sufecto em 26, Lúcio Júnio Bleso, cônsul sufecto dois anos depois[7]. Os dois cometeram suicídio em 36 quando Tibério transferiu a outros os sacerdócios prometidos antes à família[8].
O último descendente conhecido de Bleso foi um neto, Júnio Bleso, governador da Gália Lugdunense, assassinado em 69 pelo imperador Vitélio[9].
Ver também
[editar | editar código-fonte]Cônsul do Império Romano | ||
Precedido por: Caio Popeu Sabino com Quinto Sulpício Camerino |
Públio Cornélio Dolabela 10 com Caio Júnio Silano |
Sucedido por: Mânio Emílio Lépido com Tito Estacílio Tauro |
Referências
- ↑ Werner Eck, "Über die prätorischen Prokonsulate in der Kaiserzeit. Eine quellenkritische Überlegung", Zephyr 23/24 (1972/73), p. 239
- ↑ Tácito, Anais I.18
- ↑ Dião Cássio, História Romana LVII.4
- ↑ Tácito, Anais III.35
- ↑ Tácito, Anais III.72, III.73
- ↑ Tácito, Anais V.7
- ↑ Syme, R. Augustan Aristocracy (1989), pp. 163, 304
- ↑ Tácito, Anais VI.40
- ↑ Tácito, Anais II.38.3
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Syme, Ronald (1989). Augustan Aristocracy (em inglês). [S.l.]: Oxford University Press. ISBN 0-19-814731-7 ISBN 978-0-19-814731-2