Reginaldo Prandi
Reginaldo Prandi | |
---|---|
Nome completo | José Reginaldo Prandi |
Nascimento | 14 de maio de 1946 (78 anos) Potirendaba, SP |
Nacionalidade | Brasileiro |
Alma mater | Universidade de São Paulo |
Profissão | Sociólogo, Professor, Escritor |
Prémios | Prêmio Cátedra 10 Unesco - PUC-Rio (2017)
Prêmio Érico Vannucci Mendes – CNPq, SBPC e MinC (2001) Prêmio Jabuti, quatro vezes indicado (1997, 2002, 2002, 2003) Prêmio Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (2003, 2005) |
Magnum opus | Mitologia dos orixás |
Outros | Professor Emérito da USP (2018) |
Página oficial | |
http://www.reginaldoprandi.fflch.usp.br |
José Reginaldo Prandi (Potirendaba, 14 de maio de 1946) é um sociólogo, professor e escritor brasileiro.[1][2]
Biografia
[editar | editar código-fonte]Reginaldo Prandi nasceu no interior de São Paulo numa família de origem italiana.[3]
Tendo completado o ensino médio no Instituto de Educação "Monsenhor Gonçalves" em São José do Rio Preto, mudou-se em 1964 de Potirendaba para a cidade de São Paulo, iniciando o curso de medicina veterinária na Universidade de São Paulo (USP), curso que abandonou ao completar o bacharelado em ciências sociais na Fundação Santo André em 1970. Iniciou, no ano seguinte, os estudos de pós-graduação em sociologia na USP (mestrado e doutorado).
Foi pesquisador do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) desde sua fundação em 1969 até 1987[4] e professor da PUC-SP de 1972 até 1976. Em 1976, foi aprovado em concurso público para trabalhar como professor da USP, na Área de Sociologia do Departamento de Ciências Sociais, atual Departamento de Sociologia.[5] Aposentou-se em 2005, continuando o trabalho docente como professor colaborador e desde 2012 como professor sênior do mesmo departamento.[6]
Tornou-se doutor em 1976 e livre-docente e 1989 em Sociologia[7] pela USP, onde é professor titular desde 1993 do Departamento de Sociologia.[8]
Em 1983, fez parte do grupo que fundou o Datafolha, instituto de pesquisa do jornal Folha de S.Paulo, tendo criado a metodologia usada até o presente pelo instituto.[9][10]
Participou do Comitê de Ciências Sociais do CNPq (1997–2000), coordenou o Comitê de Sociologia da Capes (2001–2004) e foi membro do Comitê Acadêmico da Anpocs (1992–1996). É pesquisador do CNPq desde 1975, enquadrado no nível 1A a partir de 1996 e pesquisador Sênior desde março de 2020.[6]
Trabalha principalmente na área de sociologia, com ênfase em sociologia da religião, atuando nos seguintes temas: religiões afro-brasileiras (candomblé e umbanda), catolicismo, espiritismo e pentecostalismo. Além de artigos e capítulos, é autor de mais de 30 livros, incluindo obras de sociologia, mitologia e ficção, gênero a que vem se dedicando desde 2003. Além dos textos publicados em português, parte de seus trabalhos está editada em inglês,[11][12][13][14][15][16][17] espanhol,[18][19] francês,[20][21][22] italiano,[23][24][25][26][27][28] alemão[29] e tcheco.[30]
Recebeu em 2018 o título de Professor Emérito da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo.[31][32]
Livros publicados
[editar | editar código-fonte]- Sociologia
- Os candomblés de São Paulo: nova edição ampliada. São Paulo, Arché, 2021
- Ogum: caçador, agricultor, ferreiro, trabalhador, guerreiro e rei. Rio de Janeiro, Pallas, 2019
- Os mortos e os vivos. São Paulo, Três Estrelas, 2012
- Segredos guardados. São Paulo, Companhia das Letras, 2005
- Encantaria brasileira. Rio de Janeiro, Pallas, 2001
- Um sopro do Espírito. São Paulo, Edusp, 1998
- A realidade social das religiões no Brasil. Em coautoria com Antônio Flávio Pierucci. São Paulo, Hucitec, 1996
- Herdeiras do axé. São Paulo, Hucitec, 1996
- Città In transe. Roma, Edizione Acta, 1993
- Os candomblés de São Paulo. São Paulo, Hucitec e Edusp, 1991
- Os favoritos degradados. São Paulo, Loyola, 1982
- Os futuros cientistas sociais. São Paulo, FFLCH/USP, 1980
- O trabalhador por conta própria sob o capital. São Paulo, Símbolo, 1978
- Catolicismo e família. São Paulo, Brasiliense e Cebrap, 1975
- Católicos, protestantes, espíritas. Em coautoria com Candido Procopio Ferreira de Camargo e outros. Petrópolis, Vozes, 1975
- História de vida computacional. São Paulo, Editora Brasileira de Ciências/Cebrap, 1973
- Mitologia afro-brasileira e indígena
- Contos e lendas da Amazônia. São Paulo, Cia. das Letras, 2011
- Contos e lendas afro-brasileiros. São Paulo, Cia. das Letras, 2007
- Oxumarê, o Arco-Íris. São Paulo, Companhia das Letrinhas, 2004
- Xangô, o Trovão. São Paulo, Companhia das Letrinhas, 2003
- Ifá, o Adivinho. São Paulo, Companhia das Letrinhas, 2002
- Os príncipes do destino. São Paulo, Cosac & Naify, 2001
- Mitologia dos orixás. São Paulo, Companhia das Letras, 2001
- Ficção
- Motivos e razões para matar e morrer. São Paulo, Companhia das Letras, 2022
- Aimó. São Paulo, Seguinte/Companhia das Letras, 2017
- Feliz aniversário. São Paulo, Companhia das Letrinhas, 2010
- Jogo de escolhas. São Paulo, Companhia das Letrinhas, 2009
- Morte nos búzios. São Paulo, Companhia das Letras, 2006
- Minha querida assombração. São Paulo, Companhia das Letrinhas, 2003
Prêmios e títulos
[editar | editar código-fonte]- 2017. Prêmio Cátedra 10 Unesco - PUC-Rio, por Aimó
- 2005. Prêmio White Raves, da Internationale Jugendbibliotek München, por Xangô, o Trovão
- 2005. Prêmio FNLIJ, menção livro altamente recomendado por Xangô, o Trovão
- 2003. Prêmio FNLIJ, por Ifá, o Adivinho
- 2003. Jabuti, indicado por Ifá, o Adivinho
- 2002. Jabuti, indicado por Mitologia dos Orixás
- 2002. Jabuti, indicado por Os Príncipes do Destino
- 2001. Prêmio Érico Vannucci Mendes – CNPq, SBPC e MinC, pelo conjunto da obra
- 1997. Jabuti, indicado por A realidade social das religiões no Brasil
Referências
- ↑ Companhia da Letras. Reginaldo Prandi (dados biográficos do autor).
- ↑ Marques, Raul (2017). A história de Potirendaba. São José do Rio Preto: Serifa. pp. 98–99
- ↑ Ofício de registro civil de Potirendaba (29 de maio de 1946). «Talão de registro de nascimento de José Reginaldo Prandi». Consultado em 26 de fevereiro de 2022
- ↑ Arribas, Célia da Graça (dezembro de 2013). «Os mortos e os vivos: uma introdução ao espiritismo». Horizontes Antropológicos. 19 (40): 466–470. ISSN 0104-7183. doi:10.1590/S0104-71832013000200020. Consultado em 9 de fevereiro de 2018. Arquivado do original em 20 de dezembro de 2010
- ↑ Bastos, Elide Rugai; Abrucio, Fernando; Loureiro, Maria Rita; Rego, José Márcio (2006). Conversas com sociólogos brasileiros. São Paulo: Editora 34. pp. 291–311
- ↑ a b «Currículo Lattes». 5 de fevereiro de 2018. Consultado em 9 de fevereiro de 2018
- ↑ Curriculum Vitae. José Reginaldo Prandi. FFLCH-USP
- ↑ Entrevista: Reginaldo Prandi estuda religiões afro-brasileiras. Pesquisador escreveu Mitologia dos Orixás, livro que reúne depoimentos de pais e mães de santo. Rede Globo. Por Flavio Lobo. Globo Universidade, 9 de janeiro de 2013.
- ↑ O livro da sociologia. São Paulo: Globo Livros. 2015. pp. 338–339
- ↑ «Datafolha completa 30 anos como referência em pesquisas eleitorais». Folha de S. Paulo. 1 de maio de 2013. Consultado em 9 de fevereiro de 2018
- ↑ Prandi, Reginaldo (dezembro de 2000). «African Gods in Contemporary Brazil: A Sociological Introduction to Candomblé Today». International Sociology (em inglês) (4): 641–663. ISSN 0268-5809. doi:10.1177/0268580900015004005. Consultado em 16 de abril de 2022
- ↑ Prandi, Reginaldo (setembro de 2008). «Religions and Cultures: Religious Dynamics in Latin America». Social Compass (em inglês) (3): 264–274. ISSN 0037-7686. doi:10.1177/0037768608093689. Consultado em 16 de abril de 2022
- ↑ Prandi, Reginaldo (fevereiro de 2004). «Afro-Brazilian Identity and Memory». Diogenes (em inglês) (1): 35–43. ISSN 0392-1921. doi:10.1177/0392192104041691. Consultado em 16 de abril de 2022
- ↑ Prandi, Reginaldo (2008). «Axexê funeral rites in Brazil's òrìṣà religion : constitution, significance, and tendencies». In: Olupona, Jacob; Rey, Terry. Òrìşà devotion as world religion : the globalization of Yorùbá religious culture. Wisconsin: University of Wisconsin Press. pp. 437–448
- ↑ Pierucci, Antônio Flávio; Prandi, Reginaldo (dezembro de 2000). «Religious Diversity in Brazil». International Sociology (4): 629–639. ISSN 0268-5809. doi:10.1177/0268580900015004004. Consultado em 16 de abril de 2022
- ↑ Prandi, Reginaldo (2003). «Candomblé and Time : Concepts of Time, Knowing and Authority, from Africa to Afro-Brazilian Religious». Brazilian Review of Social Sciences. 1 (1): 7-22
- ↑ Prandi, Reginaldo (2001). «Popular Expressions of Faith». In: O'Hanlon, Michael. Acts of Faith in Contemporary Brazil. Oxford: University of Oxford Press. pp. 21–25
- ↑ Prandi, Reginaldo (1992). «Construcciones de espacios públicos de expressión en religiones populares». Sociedad y Religión. 9: 4-14
- ↑ Prandi, Reginaldo (2008). «Corazón de Pombagira». In: Batalla, Juan; Barreto, Dany. Dueños de la encrucijada : estéticas de Exú y Pomba Gira en el Río de la Plata. Buenos Aires: Arte Brujo. pp. 100–112. OCLC 271196777
- ↑ Prandi, Reginaldo (2001). Les princes du destin : contes de la mythologie afro-brésilienne. Paris: Éditions Présence africaine. ISBN 9782708708365. OCLC 933776331
- ↑ Prandi, Reginaldo (2003). «Identité et mémoire afro-brésiliennes». Diogène (em francês) (1). 38 páginas. ISSN 0419-1633. doi:10.3917/dio.201.0038. Consultado em 13 de abril de 2022
- ↑ Prandi, Reginaldo (2004). «Sur le traces des Orixa: les religions africaines dans le Brésil actuel». Bastidiana (45-46): 181-206
- ↑ Prandi, Reginaldo (2015). Mitologia degli Orixas : le divinità della natura dall’Africa al Brasile. Traduzido por Bruno Barba. Firenze: Editpress. OCLC 1103668247
- ↑ Prandi, Reginaldo (2013). I prìncipi del destino : Storie tratte dalla mitologia afrobrasiliana. Roma: CISU. ISBN 978-8879755870
- ↑ Prandi, Reginaldo (1993). Città in Transe. Roma: Edizione Acta
- ↑ Prandi, Reginaldo (1998). Un soffio dello Spirito : il rinnovamento conservatore del cattolicesimo carismatico in Brasile. Roma: Bulzoni. OCLC 889435897
- ↑ Prandi, Reginaldo (2017). «Vivere a San Paulo». In: Barba, Bruno. San Paolo : ritratto di una città. Bologna: Odoya. pp. 9–14. OCLC 1102368344
- ↑ Prandi, Reginaldo (2000). «Da africano a afro-brasiliano : etnia, identità, religione». Palaver. Cultura dell'Africa e della Diaspora. 10: 77-80
- ↑ Prandi, Reginaldo (2018). «Kirche, Tempel, Terreiro : Die Dynamik des religiosen und kulturellen Wandels in Brasilien». Lettre International (123): 33-38
- ↑ Prandi, Reginaldo (2021). Ukradený déšť a jiné příběhy z Amazonie. Praga: Baobab. OCLC 1284973679
- ↑ «Reginaldo Prandi recebe título de Professor Emérito». Jornal da USP. 30 de maio de 2018
- ↑ «'Quem pede intervenção militar não sabe o que foi a ditadura', diz sociólogo». Folha de S.Paulo. 4 de junho de 2018
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Página de Reginaldo Prandi no site da FFLCH-USP, com informações sobre os principais livros publicados.
- Citações de José Reginaldo Prandino Google Acadêmico.
- Página oficial de Reginaldo Prandi, com textos, indicações bibliográficas completas e trechos de seus principais livros.
- Currículo Lattes de Reginaldo Prandi.
- Perfil de Reginaldo Prandi no Twitter.
- Nascidos em 1946
- Professores da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo
- Alunos da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo
- Brasileiros de ascendência italiana
- Sociólogos do estado de São Paulo
- Professores eméritos da Universidade de São Paulo