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Rui Grácio

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Rui Grácio
Rui Grácio
Rui Grácio.
Nascimento 1 de agosto de 1921
Morte 30 de março de 1991
Cidadania Portugal
Alma mater
Ocupação escritor, político
Distinções
  • Grande-Oficial da Ordem da Liberdade
  • Grande-Oficial da Ordem da Instrução Pública

Rui dos Santos Grácio GOLGOIP (Lourenço Marques, Moçambique, 1 de Agosto de 1921Lisboa, 30 de Março de 1991) foi um pedagogista, investigador das ciências da educação, que se notabilizou pelos seus estudos e investigações no domínio educacional, em particular nos campos da história da educação e do ensino em Portugal. Também desenvolveu estudos de psicopedagogia escolar da língua materna ao nível dos ensinos preparatório e secundário, sobre a modernização da metodologia do ensino da matemática elementar, da relação pedagógica e aprendizagem e do insucesso escolar e suas determinações sociais e institucionais; da metodologia do ensino da filosofia nos anos terminais do liceu.[1]

Rui Grácio licenciou-se em Ciências Histórico-Filosóficas na Universidade de Lisboa e frequentou cursos de ciências pedagógicas nas Universidades de Lisboa e de Coimbra. Terminados os estudos, foi contratado como professor do Lycée Français Charles Lepierre, de Lisboa, funções que exerceu entre 1947 e 1972. Em 1961 colaborou na redação do Programa para a Democratização da República. Paralelamente, a partir de 1963 desenvolveu investigação científica sob a égide da Fundação Calouste Gulbenkian, instituição onde foi bolseiro. A convite de Delfim Santos, ingressou e dirigiu o Centro de Investigação Pedagógica da Fundação Gulbenkian,[1] "onde planeou e orientou diversos cursos de aperfeiçoamento da especialidade sob solicitação do Sindicato dos Professores".[2]

Naquele centro, realizou, orientou e coordenou estudos nos campos da história da educação e do ensino em Portugal e de diversas outras áreas das ciências da educação. Sob a sua orientação, o Centro de Investigação Pedagógica da Fundação Calouste Gulbenkian tornou-se um importante pólo de investigação pedagógica, organizando conferências, colóquios e seminários que trouxeram a Portugal conhecidos investigadores e especialistas em educação. Nessas mesmas funções, manteve um activo serviço de extensão cultural,[1] o qual promovia acções de formação destinadas a docentes, algo ao tempo considerado inovador.

Após a Revolução dos Cravos de Abril de 1974 exerceu durante alguns meses funções governativas, como Secretário de Estado da Orientação Pedagógica no II e no III Governo Provisório, presididos por Vasco Gonçalves, que tomou posse em 30 de Setembro de 1974 e terminou o mandato em 26 de Março de 1975. Nesse período de governação operacionalizou políticas inovadoras, entre as quais a reforma da orientação dos estágios pedagógicos, a gestão colegial das escolas e a criação de área curricular de educação cívica.[3]

Fou um dos fundadores do Partido Socialista, do qual pertenceu ao seu Conselho Directivo.

É autor de estudos publicados em revistas e obras das quais se destacam:

  • A Reforma das Faculdades de Letras e a formação do magistério (1959);
  • Educação e Educadores (1969);
  • Os Professores e a reforma do ensino (1973).

Encontra-se colaboração da sua autoria no número 18, Maio de 1946, da revista Mundo Literário[4] (1946-1948).

A 5 de Dezembro de 1991 foi feito Grande-Oficial da Ordem da Instrução Pública e a 8 de Novembro de 2001 foi feito Grande-Oficial da Ordem da Liberdade.[5]

Notas

  1. a b c Nota biográfica: Rui Grácio.
  2. «Portugal Hoje, Ano I, n.º 12 27-7-1974 - Publicação do Ministério da Comunicação Social, p. 6» 
  3. Pedagogos portugueses : Rui Grácio.
  4. Helena Roldão (27 de janeiro de 2014). «Ficha histórica: Mundo literário : semanário de crítica e informação literária, científica e artística (1946-1948).» (pdf). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 3 de Novembro de 2014 
  5. «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Rui Grácio". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 5 de março de 2015 
  • Obra completa de Rui Grácio. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian,. 1995 (ISBN 972-31-0683-3).

Ligações externas

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