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Tivela mactroides

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Tivela mactroides
Sete conchas de T. mactroides com as valvas unidas, e um espécime, com apenas uma valva, abaixo – a concha acima com as valvas um pouco abertas; coletadas na praia do Perequê, Guarujá, São Paulo, Brasil, sem o animal.
Sete conchas de T. mactroides com as valvas unidas, e um espécime, com apenas uma valva, abaixo – a concha acima com as valvas um pouco abertas; coletadas na praia do Perequê, Guarujá, São Paulo, Brasil, sem o animal.
Vista dorsal de uma valva alaranjada de T. mactroides. Espécime coletado em Ubatuba, praia da Lagoinha, São Paulo, em dezembro de 1988.
Vista dorsal de uma valva alaranjada de T. mactroides. Espécime coletado em Ubatuba, praia da Lagoinha, São Paulo, em dezembro de 1988.
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Mollusca
Classe: Bivalvia
Subclasse: Autobranchia
Ordem: Venerida
Superfamília: Veneroidea
Família: Veneridae[1]
Género: Tivela
Link, 1807[1]
Espécie: T. mactroides
Nome binomial
Tivela mactroides
(Born, 1778)[1]
A espécie T. mactroides, à direita (um espécime de dimensões relativamente grandes, visto dorsalmente), é simpátrica à Tivela zonaria, à esquerda (um espécime de dimensões relativamente pequenas, visto um pouco lateralmente), em grande parte de sua área de distribuição geográfica; diferindo por sua concha menor, de valvas mais arredondadas e menos angulosas e, em alguns indivíduos, com uma decoração de faixas castanhas, de cor creme ou branca, lineares, que muitas vezes se cruzam ou partem de seus umbos em direção à borda de sua concha.
Sinónimos
Venus mactroides Born, 1778
Venus corbicula Gmelin, 1791
Tivela vulgaris Link, 1807
Trigona radiata Megerle von Mühlfeld, 1811
Venus turgens Dillwyn, 1817
Tivela subglobosa Dunker, 1864
Tivela brasiliana Dall, 1902
Tivela mactroides nasuta Dall, 1902
(WoRMS)[1]

Tivela mactroides (nomeada, em inglês, trigonal Tivela;[2] em castelhano, na Venezuela, guacuco;[3][4] em português, no Brasil, sapinhaguá,[5][6][7][8] sapinhauá,[4][6][8] sapinhoá,[5] sapinhanguá,[8][9] cernambi[8][10] – Segundo o Dicionário Aurélio a denominação "cernambi" é dada especialmente para Anomalocardia flexuosa;[11] ainda citando Amarilladesma mactroides[12] e Erodona mactroides[13] sob tal nome[14]sernambi,[9] berbigão,[4][15] marisco-de-areia ou crioulo;[4][8] aparentada à amêijoa portuguesa. O Dicionário Houaiss ainda cita os seguintes sinônimos: maçambique, maçunim, moçambique, samanguaiá, samanguiá, samongoiá, simanguaiá, simongoiá, simongóia[16]; dando o Dicionário Aurélio tais nomes para Amarilladesma mactroides, em confusão de sinonímia)[12][14] é uma espécie de molusco Bivalvia, marinha e litorânea, da família Veneridae e gênero Tivela, classificada por Ignaz Edler von Born e denominada Venus mactroides, em 1778, na sua obra Index rerum naturalium Musei Caesarei Vindobonensis. Verzeichniss der Natürlichen Seltenheiten des K.K. Naturalien Kabinets zu Wien. Erster Theil, Schalthiere. Pars 1 Testacea.[1] Habita as costas do oeste do Atlântico, do México[17] e mar do Caribe até a região sul do Brasil, em Santa Catarina,[2][7][18] enterrando-se no substrato arenoso-lamoso de águas rasas e na zona entremarés das praias, geralmente a cerca de 20 centímetros de profundidade e variando entre 10 a 30 centímetros, com aumento do número de indivíduos ao se afastar das regiões estuarinas.[2][16][19][20] É usada para a alimentação humana, na Venezuela[3][4] e Brasil,[6][16][21] sendo explorada comercialmente; podendo ser encontrada em sambaquis, do Rio de Janeiro até Santa Catarina, e sendo também utilizada como matéria-prima para o artesanato.[8] Embora seja uma espécie comum,[2] em 2018 a Tivela mactroides foi colocada no Livro Vermelho do ICMBio; considerada uma espécie deficiente de dados (DD).[15]

Descrição da concha

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Tivela mactroides possui concha trigonal, lisa, de valvas espessas e com finas linhas de crescimento e infladas; com coloração e padronagem de faixas variada, indo de indivíduos de concha branca a diversas tonalidades de creme, creme-amarelado, castanho, castanho-alaranjado, cinza ou lilás; dotada de margem anterior arredondada e mais curta do que a posterior; com umbo proeminente e subcentral, de região mais clara do que a da margem ventral; podendo atingir tamanhos de aproximadamente 4.5 centímetros de comprimento, quando bem desenvolvida. Perióstraco fino e castanho-amarelado (como observado no espécime de concha branca, na foto) a castanho-escuro, pouco brilhante e deiscente. O interior das valvas geralmente é branco, mas também pode ser manchado de violeta.[6][7][8][19]

Etimologia de mactroides

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A etimologia do epíteto específico mactroides está relacionada com o gênero Mactra de bivalves e significaria "na forma de Mactra", "parecido com Mactra".[22]

Além da predação por organismos marinhos, como gastrópodes que lhe perfuram a concha,[4] o guia Conchas de Moluscos Marinhos do Paraná afirma que esta espécie é predada por aves marinhas - "ex.: a gaivota Larus dominicanus que alça voo com o molusco na boca, a cerca de 10 metros o solta para quebrar a concha na areia e comer as partes moles".[5]

Ligações externas

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Referências

  1. a b c d e «Tivela mactroides (Born, 1778)» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 27 de março de 2021 
  2. a b c d ABBOTT, R. Tucker; DANCE, S. Peter (1982). Compendium of Seashells. A color Guide to More than 4.200 of the World's Marine Shells (em inglês). New York: E. P. Dutton. p. 355. 412 páginas. ISBN 0-525-93269-0 
  3. a b Wilfredorrh (19 de maio de 2013). «Guacuco Selling» (em inglês). Flickr. 1 páginas. Consultado em 27 de março de 2021. Tivela mactroides (Born, 1778), Guacuco Selling & Cassis madagascariensis Lamarck, 1822. 
  4. a b c d e f das Chagas, Rafael Anaisce; dos Santos, Werverton John Pinheiro; Melo, Adriana da Cruz; Gomes, Ana Carla de Araújo; Barros, Mara Rúbia Ferreira; Bezerra, Andrea Magalhães (2020). «Predação estereotípica e tamanho seletivo por gastrópodes no forrageamento de Tivela mactroides (Born, 1778) (Bivalvia: Veneridae)» (PDF) (em inglês). Bioscience. Vol. 9 nº 2. (UNISANTA/ResearchGate). p. 88. Consultado em 27 de março de 2021. É conhecido por “guacuco” (Venezuela), “berbigão”, “marisco-de-areia”, “sapinhauá” e “crioulo”. 
  5. a b c ABSHER, Theresinha Monteiro; FERREIRA JUNIOR, Augusto Luiz; CHRISTO, Susete Wambier (2015). Conchas de Moluscos Marinhos do Paraná (PDF). Curitiba - PR: Museu de Ciências Naturais - MCN - SCB - UFPR. p. 6. 20 páginas. ISBN 978-85-66631-18-0. Consultado em 27 de março de 2021 
  6. a b c d BOFFI, Alexandre Valente (1979). Moluscos Brasileiros de Interesse Médico e Econômico. São Paulo: FAPESP - Hucitec. p. 59. 182 páginas 
  7. a b c RIOS, Eliézer (1994). Seashells of Brazil (em inglês) 2ª ed. Rio Grande, RS. Brazil: FURG. p. 285. 492 páginas. ISBN 85-85042-36-2 
  8. a b c d e f g SOUZA, Rosa Cristina Corrêa Luz de; LIMA, Tania Andrade; SILVA, Edson Pereira da (2011). Conchas Marinhas de Sambaquis do Brasil 1ª ed. Rio de Janeiro, Brasil: Technical Books. p. 126. 252 páginas. ISBN 978-85-61368-20-3 
  9. a b HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro de Salles; FRANCO, Francisco Manoel de Mello (2001). Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa 1ª ed. Rio de Janeiro: Objetiva. p. 423. 2922 páginas. ISBN 85-7302-383-X 
  10. Segundo o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa (2001; página 679); cernambi; s.m. - substantivo masculino - MALAC - malacologia - B - regionalismo - f. a evitar - forma a evitar -, por SERNAMBI.
  11. «Anomalocardia flexuosa (Linnaeus, 1767) (imagem)» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 27 de março de 2021 
  12. a b «Amarilladesma mactroides (Reeve, 1854)» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 27 de março de 2021 
  13. «Erodona mactroides Bosc, 1801 (imagem)» (em inglês). World Register of Marine Species. 1 páginas. Consultado em 27 de março de 2021 
  14. a b FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda (1986). Novo Dicionário da Língua Portuguesa 2ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. p. 384. 1838 páginas 
  15. a b ICMBio (2018). Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção: Volume I (PDF). Brasília, DF: ICMBio/MMA. p. 464. 492 páginas. ISBN 978-85-61842-79-6. Consultado em 27 de março de 2021 
  16. a b c HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro de Salles; FRANCO, Francisco Manoel de Mello (Op. cit., p.2555.).
  17. dos Santos, Weverton John Pinheiro dos; Melo, Adriana da Cruz; Gomes, Ana Carla de Araújo; Barros, Mara Rúbia Ferreira; das Chagas, Rafael Anaisce; Bezerra, Andréa Magalhães (2020). «Variação morfométrica de Tivela mactroides (Bivalvia, Veneridae) no litoral Norte-Nordeste do Brasil». Revista Brasileira de Zoociências. 21(1). p. 2 
  18. «Tivela mactroides (Born, 1778)». Conquiliologistas do Brasil: CdB. 1 páginas. Consultado em 27 de março de 2021 
  19. a b ROSA, Carlos Nobre (1973). Os Animais de Nossas Praias 2 ed. São Paulo: Edart. p. 128. 192 páginas 
  20. Medeiros, Eudilena Laurindo; Fernades, Gabryelle Viégas; Silva, Gustavo Gonzaga (2014). «Distribuição e densidade do bivalve Tivela mactroides (Born, 1778) em região estuarina tropical do semiárido do nordeste brasileiro». Biotemas; v. 27 n. 1. (UFSC). 1 páginas. Consultado em 27 de março de 2021 
  21. «Novos frutos do mar». Revista Pesquisa. Edição 84. (FAPESP). Fevereiro de 2003. 1 páginas. Consultado em 27 de março de 2021. O molusco Tivela mactroides, uma concha acinzentada da qual se extrai um marisco comestível. 
  22. Cadê o Berbigão? (17 de abril de 2018). «Mactroides» (em inglês). Facebook. 1 páginas. Consultado em 27 de março de 2021. Mactra é um outro gênero de bivalve; mactroides seria algo "na forma de Mactra", "parecido com Mactra".