Triptólemo
Triptólemo | |
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Triptólemo entre Deméter e Core Relevo no Museu Arqueológico Nacional de Atenas |
Triptólemo (em grego: Τριπτόλεμος), na mitologia grega, foi um herói cujo culto estava associado à deusa Deméter a à agricultura. De acordo com Agostinho de Hipona, o mito de Triptólemo foi inventado na mesma época em que juízes julgavam Israel.[1] (1200 a 1020 a.C.)[carece de fontes]
Mito
[editar | editar código-fonte]Filho de Tróquilo
[editar | editar código-fonte]De acordo com Pausânias, que atribui esta lenda aos argivos, quando Deméter estava procurando sua filha, ela parou em Argos, onde foi recebida por Pelasgo; Chrysanthis, que sabia do rapto, o contou à deusa.[2] Mais tarde, Tróquilo, sacerdote dos mistérios, fugiu de Argos por causa da inimizade de Agenor,[nota 1] refugiou-se na Ática, casou-se com uma mulher de Elêusis e teve dois filhos, Eubuleu e Triptólemo.[2]
Filho de Celeu
[editar | editar código-fonte]Pausânias prefere a versão ateniense, de que Triptólemo, filho de Celeu, foi quem primeiro usou sementes na agricultura.[2]
De acordo com Pseudo-Apolodoro, Celeu era o rei de Elêusis, e este recebeu Deméter quando a deusa estava procuranco Perséfone, raptada por Hades.[3] Metanira, esposa de Celeu, tinha um filho, Demophon, e Deméter quis torná-lo imortal, deixando-o toda noite um tempo no fogo, para queimar sua carne mortal.[3] Praxithea viu o que estava sendo feito, gritou, e o bebê foi consumido pelo fogo, e a deusa se revelou.[3] A deusa deu a Triptólemo,[4][1] o mais velho dos filhos de Metanira,[4] uma carruagem de dragões alados, e deu a ele o trigo, que ele semeou na Terra toda a partir do céu.[4][1]
Neto de Anfictião
[editar | editar código-fonte]Segundo o ateniense Choerilus, em uma peça chamada Alope, Cercião e Triptólemo eram meio-irmãos, filhos de uma filha de Anfictião, sendo Triptólemo filho de Rarus e Cercião filho de Posidão.[5]
Outras versões
[editar | editar código-fonte]Pausânias também cita as versões atribuídas a Museu e Orfeu, mas duvida que estes sejam seus autores.[5] Segundo Museu, Triptólemo era filho de Oceano e Gaia.[5] Segundo Orfeu, Eubuleu e Triptólemo eram filhos de Dysaules e, por este ter informado Deméter sobre o destino da sua filha, eles receberam da deusa as sementes.[5] Segundo Panyasis, Tripólemo era filho de Elêusis, que foi quem foi visitado por Deméter.[6] Segundo Ferecides de Leros, Triptólemo era filho de Oceano e Gaia.[7]
Culto
[editar | editar código-fonte]Em Atenas, na época de Pausânias, havia dois templos acima da única fonte da cidade, um dos templos dedicado a Deméter e sua filha, e o outro dedicado a Triptólemo.[8]
Pausânias, ao relatar as lendas relativas a Triptólemo e pretender descrever o Eleusinium, menciona que teve um sonho, e por isto decidiu contar apenas o que era lícito.[5] Ele omite as informações relativas a Deiope.[8]
Em frente ao templo de Triptólemo havia uma estátua do herói, com um touro de bronze sendo levado a ele com em sacrifício; ao lado desta estátua havia uma de Epimênides de Cnossos, que havia entrado em uma caverna e dormido por quarenta anos.[9][nota 2]
Notas
- ↑ Pausânias menciona Agenor como filho de Triopas; se considerarmos que Argos e Pelasgo eram filhos de Zeus e Níobe (conforme Pseudo-Apolodoro), e a genealogia de Pausânias, com Argos filho de Triopas, Triopas filho de Forbas e Forbas filho de Argos, há um intervalo de várias gerações entre Pelasgo e Argos.
- ↑ Epimênides é citado na Bíblia, pelo paradoxo de Epiménides.
Referências
- ↑ a b c Agostinho de Hipona (Santo Agostinho), Cidade de Deus, Livro II, Capítulo 13, Que fábulas foram inventadas no tempo em que juízes governavam os hebreus [em linha]
- ↑ a b c Pausânias, Descrição da Grécia, 1.14.2 [em linha]
- ↑ a b c Pseudo-Apolodoro, Biblioteca, 1.5.1 [em linha]
- ↑ a b c Pseudo-Apolodoro, Biblioteca, 1.5.2
- ↑ a b c d e Pausânias, Descrição da Grécia, 1.14.3
- ↑ Panyasis, citado por Pseudo-Apolodoro, Biblioteca, 1.5.2
- ↑ Ferecides de Leros, citado por Pseudo-Apolodoro, Biblioteca, 1.5.2
- ↑ a b Pausânias, Descrição da Grécia, 1.14.1
- ↑ Pausânias, Descrição da Grécia, 1.14.4