UMOPAR
A Unidade Móvel Policial para Áreas Rurais (em castelhano: Unidad Móvil Policial para Áreas Rurales, UMOPAR) foi criada em 1984 como uma unidade dentro da Polícia Nacional da Bolívia (Cuerpo de Policía Nacional). É uma força antinarcóticos e de contrainsurgência boliviana[1] fundada e financiada, assessorada, equipada e treinada pelo governo dos Estados Unidos como parte de sua "Guerra às Drogas".[2][3] Tornou-se uma subsidiária da nova Força Especial Antinarcóticos (Fuerza Especial de Lucha Contra el Narcotráfico, FELCN), quando esta foi criada em 1987.
Tem havido denúncias de que a UMOPAR, que é efetivamente controlada pelos militares dos Estados Unidos e pela Drug Enforcement Administration,[4] era a força militar mais bem armada e mais bem treinada da Bolívia.[5] Em 1984, as tropas da UMOPAR sequestraram o presidente da Bolívia, Siles Zuazo,[6] e realizaram uma tentativa de golpe malsucedida contra o governo boliviano.[5][7]
Envolvimento dos Estados Unidos
[editar | editar código-fonte]Embora a UMOPAR seja tecnicamente chefiada pela Defesa Social, um ramo do Ministério do Interior boliviano, na prática é controlada pela DEA e por oficiais militares estadunidenses baseados na Embaixada dos Estados Unidos em La Paz, que planejam suas operações, fornecem inteligência e lideram as incursões antidrogas,[4][8] usando a UMOPAR principalmente como uma "força de ataque" para operações dos Estados Unidos.[8]
As forças da UMOPAR recebem treinamento extensivo da DEA e do pessoal militar estadunidense, incluindo as Forças Especiais do Exército dos Estados Unidos, tanto em instalações na Bolívia (como a Garras International Antinarcotics Training School) quanto em bases militares estadunidenses, como Fort Benning,[4][9] ou a Escola das Américas no Panamá.[10]
Violações dos direitos humanos
[editar | editar código-fonte]As tropas da UMOPAR têm sido frequentemente responsáveis por espancamentos, torturas, estupros, extorsões, roubos, tiroteios arbitrários, prisões em massa sem mandados e vários outros abusos dos direitos humanos.[3][11]
O uso da tortura pelas forças da UMOPAR tem sido generalizado e sistemático, e inclui métodos como ser pendurado de cabeça para baixo e espancado, queimado com cigarros, eletrocussão, ameaças de morte e ser submerso para simular afogamento, entre outros métodos.[12]
As forças da UMOPAR agem com quase total impunidade, e violações de direitos humanos raramente são investigadas, muito menos processadas.[12][13]
Ver também
[editar | editar código-fonte]Nota
[editar | editar código-fonte]- Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «UMOPAR».
Referências
- ↑ Lee, Rensselaer W. (1991). The White Labyrinth: Cocaine and Political Power. [S.l.]: Transaction Publishers. 219 páginas. ISBN 978-1-56000-565-0
- ↑ Rex A. Hudson, Dennis M. Hanratty, ed. (1989). Bolivia: A Country Study. Washington, D.C.: GPO for the Library of Congress
- ↑ a b «Human Rights Watch World Report 1997 – Bolivia». Human Rights Watch World Report 1997. Human Rights Watch. 1 de janeiro de 1997
- ↑ a b c Painter, James (1994). Bolivia and coca: a study in dependency. [S.l.]: United Nations University Press. 81 páginas. ISBN 978-92-808-0856-8
- ↑ a b Youngers, Coletta (18 de setembro de 1991). «A Fundamentally Flawed Strategy: The U.S. "War on Drugs" in Bolivia». Washington Office on Latin America. Cópia arquivada em 27 de Janeiro de 2010
- ↑ Dunkerley, James (1992). Political suicide in Latin America and other essays. [S.l.]: Verso. 204 páginas. ISBN 978-0-86091-560-7
- ↑ Marcy, William L. (2010). The Politics of Cocaine: How U.S. Foreign Policy Has Created a Thriving Drug Industry in Central and South America. [S.l.]: Chicago Review Press. 75 páginas. ISBN 9781556529498. Consultado em 8 de fevereiro de 2010
- ↑ a b Menzel, Sewall H. (1997). Fire in the Andes: U.S. Foreign Policy and Cocaine Politics in Bolivia and Peru. [S.l.]: University Press of America. 44 páginas. ISBN 978-0-7618-1001-8
- ↑ Menzel, Sewall H. (1997). Fire in the Andes: U.S. Foreign Policy and Cocaine Politics in Bolivia and Peru. [S.l.]: University Press of America. 25 páginas. ISBN 978-0-7618-1001-8
- ↑ Coletta Youngers, Eileen Rosin, ed. (2005). Drugs and democracy in Latin America: the impact of U.S. policy. [S.l.]: Lynne Rienner Publishers. 152 páginas. ISBN 978-1-58826-254-7
- ↑ Lee, Rensselaer W. (1991). The White Labyrinth: Cocaine and Political Power. [S.l.]: Transaction Publishers. 80 páginas. ISBN 978-1-56000-565-0
- ↑ a b Madeline Barbara Léons, Harry Sanabria, ed. (1997). Coca, cocaine, and the Bolivian reality. [S.l.]: SUNY Press. 264 páginas. ISBN 978-0-7914-3482-6
- ↑ «Human Rights and the War on Drugs». Andean Information Network. 30 de janeiro de 2007