Vange Leonel
Vange Leonel | |
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Informação geral | |
Nome completo | Maria Evangelina Leonel Gandolfo |
Nascimento | 4 de maio de 1963 |
Origem | São Paulo |
País | brasileira |
Morte | 14 de julho de 2014 (51 anos) |
Gênero(s) | Rock alternativo, pós-punk |
Instrumento(s) | Voz, pianista |
Período em atividade | 1985–2014 |
Gravadora(s) | Sony Music Entertainment Medusa Records |
Afiliação(ões) | Nau |
Página oficial | http://vangeleonel.blogspot.com/ |
Maria Evangelina Leonel Gandolfo OMC (São Paulo, 4 de maio de 1963 – São Paulo, 14 de julho de 2014), mais conhecida como Vange Leonel, foi uma cantora-compositora, guitarrista rítmica, jornalista, blogueira, cronista, romancista, dramaturga, sommelier de cervejas, e ativista feminista e LGBT brasileira. Conhecida por seu timbre vocal influenciado por cantoras de blues e soul como Billie Holiday e Janis Joplin, foi famosa por seu trabalho com a banda de pós-punk Nau, ativa de 1985 a 1989, antes de começar carreira solo em 1991.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Vange Leonel nasceu em São Paulo em 1963; filha de Maria Helena Leonel e bisneta do general Ataliba Leonel, que lutou na Revolução Constitucionalista de 1932,[1] e prima do ex-Titã Nando Reis,[2] suas primeiras incursões no mundo da música foram com o grupo de pós-punk Nau, fundado em 1985. O Nau lançou um álbum homônimo pela CBS em 1987, e também participou da compilação Não São Paulo, Vol. 2, da Baratos Afins; porém, a banda se desfez em 1989, depois que os planos para um segundo álbum fracassaram, e Vange seguiu na carreira solo.
Seu primeiro álbum solo, Vange, foi lançado em 1991 pela Sony Music Entertainment, e continha sua canção mais famosa, "Noite Preta", que foi usada como o tema de abertura da popular telenovela Vamp.[3] Outra canção do álbum, "Esse Mundo", também foi usada como tema de outra telenovela, Perigosas Peruas. Seu segundo lançamento solo, o EP Vermelho, saiu em 1996 pela gravadora independente Medusa Records, fundada pela própria Vange e por sua parceira Cilmara Bedaque no mesmo ano.[4] Cilmara Bedaque também foi coautora da maioria das canções de Vange desde os tempos do Nau. Vermelho não foi tão bem recebido quanto o seu álbum anterior porém, e Vange abandonou a carreira musical para se dedicar à literatura.
Vange Leonel assumiu-se lésbica em 1995,[5] e desde então começou a militar pela causa gay e pelos direitos das mulheres. Em 1999 publicou seu primeiro livro, Lésbicas, seguido por Grrrls: Garotas Iradas de 2001; ambos são coletâneas das crônicas que escrevia para a extinta revista LGBT Sui Generis entre 1997 e 2000. Também já chegou a escrever para a Revista da Folha, CartaCapital e MixBrasil, e junto a Cilmara Bedaque mantinha um blog sobre cervejas de nome "Lupulinas".[6]
Em 2000 escreveu sua primeira peça teatral, As Sereias da Rive Gauche, encenada no mesmo ano sob a direção de Regina Galdino[7] e publicada em formato de livro em 2002.[8] Seu primeiro e único romance, Balada para as Meninas Perdidas, foi lançado em 2003.
Seu quinto e subsequentemente último trabalho literário foi a peça Joana Evangelista, que saiu em 2006; uma reimaginação da vida de Joana d'Arc, passada nos dias atuais, lida com o tema do aborto.[9]
Em meados de junho de 2014, foi diagnosticada com câncer ovariano, e foi internada no Hospital Santa Isabel em São Paulo para tratamento. O câncer mais tarde se espalhou para sua mucosa gástrica, evoluindo para um câncer de peritônio; assim sendo, quaisquer formas de tratamento tornaram-se ineficazes, e Vange veio a morrer em 14 de julho de 2014, aos 51 anos de idade.[10] Seu corpo foi cremado no Cemitério Horto da Paz em Itapecerica da Serra.[11] Presentes em seu funeral estiveram personalidades como Marisa Orth, Jean Wyllys, Ney Latorraca e Mauro Sanches, um de seus antigos colegas do Nau.
Em uma entrevista de 2012, ela afirmou estar trabalhando numa tradução para o português do romance de 1928 Ladies Almanack, de Djuna Barnes.[12] Desde então, porém, nenhuma outra notícia sobre a tradução foi dada, e não se sabe se Vange chegou a concluir a tradução antes de sua morte.
Em 6 de novembro de 2014, Vange Leonel foi agraciada postumamente com a Ordem do Mérito Cultural.[13]
Vida pessoal
[editar | editar código-fonte]Vange conheceu sua namorada, a jornalista Cilmara Bedaque, em 1986. Desde então, viveram juntas, até a morte de Vange, em 2014, após intensa luta contra um câncer de ovário.
Discografia
[editar | editar código-fonte]Com o Nau
[editar | editar código-fonte]Ano | Álbum |
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1987 | NAU |
2018 | O Álbum Perdido do NAU
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Solo
[editar | editar código-fonte]Ano | Álbum |
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1991 | Vange
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1996 | Vermelho
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Coletâneas
[editar | editar código-fonte]Ano | Álbum |
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1987 | Não São Paulo, Vol. 2
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1991 | Raul Seixas: O Início, O Fim e O Meio
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2005 | The Sexual Life of the Savages
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Participações especiais
[editar | editar código-fonte]Ano | Álbum |
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1980 | Festival da Feira da Vila Madalena
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1986 | Cadê as Armas?
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Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Lésbicas (1999)
- Grrrls: Garotas Iradas (2001)
- As Sereias da Rive Gauche (2002)
- Balada para as Meninas Perdidas (2003)
- Joana Evangelista (2006)
Referências
- ↑ Vange Leonel #minasprogramam
- ↑ Biografia do Nau pelo ex-membro Zique
- ↑ Cantoras do Brasil - Vange Leonel
- ↑ Vange mostra "Vermelho". Folha de S.Paulo, 13 de dezembro de 1996
- ↑ A força do arco-íris. Camila Antunes, Veja, 25 de junho de 2003
- ↑ Lupulinas
- ↑ Vange Leonel estreia peça sobre lésbicas dos anos 20, Marcelo Rubens Paiva, Folha de S.Paulo, 20 de junho de 2000
- ↑ Vange Leonel lança segunda-feira o livro "As Sereias da Rive Gauche". Folha de S.Paulo, 13 de setembro de 2002
- ↑ Novo texto de Vange Leonel enfoca aborto. Folha de S.Paulo, 2006
- ↑ Morre cantora Vange Leonel aos 51 anos
- ↑ Corpo de Vange Leonel é velado em São Paulo
- ↑ "No Brasil ainda tem muito artista dentro do armário", diz Vange Leonel Arquivado em 21 de setembro de 2016, no Wayback Machine.. Paco Llistó e Lufe Steffen, A Capa, 6 de fevereiro de 2012
- ↑ Ministério da Cultura - OMC 2014
Ligações externas
[editar | editar código-fonte]- Blog oficial (inativo desde 2011)
- Vange Leonel no Facebook
- Vange Leonel no X
- Nascidos em 1963
- Mortos em 2014
- Mulheres
- Ativistas dos direitos LGBTQIA+ do Brasil
- Compositores do estado de São Paulo
- Escritores do estado de São Paulo
- Guitarristas do estado de São Paulo
- Guitarristas rítmicos
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- Cronistas do Brasil
- Dramaturgos do Brasil
- Jornalistas do estado de São Paulo
- Músicos LGBT do Brasil
- Escritores LGBT do Brasil
- Escritoras do Brasil
- Naturais da cidade de São Paulo
- Cantores do estado de São Paulo
- Feministas do Brasil
- Mortes por câncer de ovário
- Mortes por câncer no estado de São Paulo
- Agraciados com a Ordem do Mérito Cultural
- Musicistas lésbicas