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Vila Nova de Milfontes

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 Nota: Para outros significados, veja Vila Nova.
Portugal Vila Nova de Milfontes 
  Freguesia  
Vila Nova de Milfontes
Vila Nova de Milfontes
Vila Nova de Milfontes
Símbolos
Brasão de armas de Vila Nova de Milfontes
Brasão de armas
Gentílico Milfontense
Localização
Vila Nova de Milfontes está localizado em: Portugal Continental
Vila Nova de Milfontes
Localização de Vila Nova de Milfontes em Portugal
Coordenadas 37° 43′ 40″ N, 8° 47′ 07″ O
Região Alentejo
Sub-região Alentejo Litoral
Distrito Beja
Município Odemira
Código 021111
Administração
Tipo Junta de freguesia
Características geográficas
Área total 75,88 km²
População total (2021) 5 660 hab.
Densidade 74,6 hab./km²
Código postal 7645 Vila Nova de Milfontes
Outras informações
Orago Nossa Senhora da Graça
Sítio http://www.jf-vnmilfontes.pt/

Vila Nova de Milfontes é uma vila portuguesa, sede da Freguesia de Vila Nova de Milfontes do Município de Odemira, freguesia com 75,88 km² de área[1] e 5660 habitantes (censo de 2021)[2], tendo, por isso, uma densidade populacional de 74,6 hab./km².

Vila Nova de Milfontes está situada na margem norte/direita do rio Mira próxima da sua foz. Encontra-se inserida no Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina.

A população registada nos censos foi:[2]

População da freguesia de Vila Nova de Milfontes[3]
AnoPop.±%
1864 683—    
1878 646−5.4%
1890 736+13.9%
1900 801+8.8%
1911 901+12.5%
1920 1 486+64.9%
1930 1 692+13.9%
1940 2 131+25.9%
1950 2 460+15.4%
1960 2 896+17.7%
1970 2 460−15.1%
1981 2 844+15.6%
1991 3 228+13.5%
2001 4 258+31.9%
2011 5 031+18.2%
2021 5 660+12.5%
Distribuição da População por Grupos Etários[4]
Ano 0-14 Anos 15-24 Anos 25-64 Anos > 65 Anos
2001 687 613 2306 652
2011 830 478 2789 934
2021 730 572 3193 1165

Considerado um dos melhores portos naturais da costa sul do país, a primitiva ocupação deste trecho do litoral remonta à Idade do Ferro, tendo existido uma necrópole de origem fenícia e cartaginesa na freguesia, nomeadamente nos Foros do Galeado, descoberta em 1939.[5][6][7] Comprovado o papel da localidade como um antigo e importante porto marítimo, cujo principal objetivo seria a troca e venda de minérios e de outros bens materiais e alimentares com outros povos mediterrânicos, após novas intervenções arqueológicas, várias fundações de edifícios e portos situados na margem direita do rio Mira foram descobertas, corroborando também a presença de grandes povoações gregas e romanas na região ao longo dos séculos.[8][9]

Com a queda do Império Romano do Ocidente, a região foi invadida por várias tribos bárbaras, destacando-se os alanos, cuja sede do seu reino situava-se em Pax Julia, a atual cidade de Beja, e os visigodos que conquistaram posteriormente o território, integrando-o no Reino Visigótico até o ano de 711, quando foram derrotados pelo Califado Omíada, durante a Invasão Muçulmana da Península Ibérica.

À época da Reconquista Cristã da Península Ibérica, no século XIII, a pequena povoação pesqueira foi fortificada por ordem de D. Soeiro Viegas (1210-1232), 4.º Bispo de Lisboa, e posteriormente, por D. Afonso III (1248-1279), que lhe passou Carta de Foral e fez largas doações dos seus terrenos, com o intuito de repovoar a região, à Ordem de Santiago como recompensa pelo seu importante papel na guerra contra os mouros.

Em 1486, D. João II (1481-1495) atribuiu o estatuto de vila ao local chamado então de Milfontes, com o propósito de proteger e desenvolver as transacções comerciais, desanexando o seu território do concelho de Sines, a que antes pertencia, e criando, deste modo, um novo concelho que durou entre 1486 e 1836.

Por se situar na costa marítima, entre os séculos XVI e XVIII, a região foi frequentemente assolada de forma dramática por piratas, que pilhavam e assaltavam a população e as embarcações atracadas no seu porto, tendo no século XV decorrido um dos mais violentos ataques à povoação, sendo esta incendiada pelo corso magrebino e ficado deserta após o ataque. De modo a fazer face a este clima de medo e instabilidade e visando o seu repovoamento, em 1512, D. Manuel I (1495-1521) emitiu um novo Foral, renomeou a povoação de Vila Nova de Mil Fontes e em 1552 mandou edificar um novo forte, no local onde se situava a antiga fortificação em ruínas. Por ordem régia de D. Filipe II de Portugal e III de Espanha (1598-1621), após um novo ataque em 1590, o forte de São Clemente, também conhecido como Castelo de Milfontes, foi erigido no mesmo local.

No século XIX, Vila Nova de Milfontes era uma pequena vila piscatória e como sede de concelho nunca foi um polo atrativo, contando no ano de 1801 com apenas 1559 habitantes. Perdendo o título de concelho em 1836, a vila foi integrada no extinto concelho do Cercal e posteriormente, em 1855, no de Odemira ao qual ainda hoje pertence.

Ainda no século XX, a localidade tornou-se no palco de um dos principais feitos da aviação portuguesa que foi a primeira travessia área entre Portugal e Macau, realizada pelos aviadores Brito Paes, natural de Colos, no concelho de Odemira, e Sarmento Beires.[10] Dois anos após a primeira travessia aérea do Atlântico Sul, realizada entre Lisboa e o Rio de Janeiro, por Gago Coutinho e Sacadura Cabral, a viagem rumo ao Oriente a bordo do avião Pátria começou a 7 de abril de 1924, tendo sido escolhido como local de partida o Campo dos Coitos, junto a Milfontes. Em homenagem aos aviadores e ao seu feito histórico, foi erguido na Praça da Barbacã, junto ao forte de São Clemente, um monumento que recorda a heróica viagem da autoria do arquiteto Geraldes Cardoso e do escultor Soares Branco.

Estuário do Rio Mira, Vila Nova de Milfontes

Património Cultural

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Vila Nova de Milfontes

Outros Pontos de Interesse

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  • Centro de Interpretação dos Charcos Temporários Mediterrânicos do Sudoeste Alentejano
  • Cinema Girassol
  • Estátua Arcanjo
  • Estuário do Rio Mira
  • Farol de Vila Nova de Milfontes
  • Jardim Público de Vila Nova de Milfontes
  • Mercado de Vila Nova de Milfontes
  • Mercado das Brunheiras
  • Monumento aos Aviadores
  • Ponte de Vila Nova de Milfontes
  • Porto de Pesca das Barcas
  • Portinho do Canal
  • Praia dos Aivados
  • Praia da Angra da Barreta
  • Praia da Angra da Cerva
  • Praia do Burdo
  • Praia da Cruz
  • Praia do Carreiro da Fazenda
  • Praia das Furnas
  • Praia da Franquia
  • Praia do Farol
  • Praia do Malhão
  • Praia do Patacho
  • Praia do Porto das Barcas

Festas e Romarias

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Nossa Senhora da Graça é a padroeira de Vila Nova de Milfontes, realizando-se anualmente no dia 8 de Agosto uma festa em sua honra, sendo a procissão fluvial o ponto alto das celebrações.

Anualmente, entre Abril e Maio, realiza-se a feira do turismo, onde há animação musical, tendas gastronómicas e outras atracções, nomeadamente na Avenida Marginal da Praia, contando a freguesia com ainda mais duas feiras anuais, que decorrem no recinto do Mercado das Brunheiras a 1 de Maio e 8 de Agosto.

Actividades económicas

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As principais actividades económicas da freguesia são o turismo, o comércio e serviços, a agricultura, a pecuária, a pesca (o portinho do Canal é o maior porto de pesca do concelho), a construção civil e ainda a produção florestal.

A Freguesia de Vila Nova de Milfontes é constituída por 64 localidades:

Águas Ferrenhas, Alagoachos, Aldeamento Moinho da Asneira, Ameiralinho, Bogaga, Brejo da Zimbreira, Brejo do Armando, Brejo dos Pinheiros, Brejos da Comenda, Brejos das Figueiras, Brejos do Bom Comer, Brunheiras, Bufardas, Cerca da Casa, Cerca do Canal, Cerca do Moinho de Vento, Chaviscas, Farol, Fonte da Burra, Foros da Alpendurada, Foros da Caiada, Foros da Pereira, Foros da Pereirinha, Foros de Galeado, Foros do Freixial, Furnas, Lagoa das Gansas, Lagoa dos Gansos, Malhadinhas, Monte da Boa Vistinha, Monte da Gama, Monte da Vigia, Monte das Canas, Monte das Casas Novas, Monte das Dobadoras, Monte das Pereiras, Monte de Adail, Monte do Amaral, Monte do Barranco, Monte do Delevado, Monte do Freixial, Monte do Malhão, Monte dos Parvos, Monte Fiuza, Monte Moinho Novo, Pousadas Novas, Pousadas Velhas, Quinta da Assumada, Quinta da Boa Vista, Quinta da Viola, Quinta de São Valentim, Quinta do Areeiro, Quinta Lopes Almeida, Ribeira da Azenha, Samoqueira, Sela de Baixo, Sela de Cima, Sela do Meio, Vela de Estai, Venda Fria, Vila de Campos, Vila Formosa, Vila Nova de Milfontes, Viveiros da Vila Nova.

Junta de Freguesia

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Data % M % M % M % M % M % M
APU/CDU PS AD PPD/PSD IND PSD-CDS
1976 50,1 5 44,0 4
1979 65,4 9 10,2 1 22,3 3 AD
1982 58,3 8 15,2 2 22,2 3
1985 57,7 6 16,0 1 23,4 2
1989 32,6 3 53,1 5 10,5 1
1993 20,5 2 24,0 2 11,2 1 40,2 4
1997 24,7 2 32,7 3 37,9 4
2001 19,7 2 52,6 5 23,0 2
2005 21,3 2 34,2 3 29,5 3 9,6 1
2009 15,4 1 27,9 3 21,1 2 29,3 3
2013 16,7 2 32,7 3 12,3 1 29,4 3
2017 8,7 1 58,3 6 19,3 2 4,5 -
O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Vila Nova de Milfontes
  • Quaresma, António M. (1986). Apontamento Histórico sobre Vila Nova de Milfontes. 1.ª Edição.
  • Sítio Oficial da Câmara Municipal de Odemira:[1]

Referências

  1. «Carta Administrativa Oficial de Portugal CAOP 2013». descarrega ficheiro zip/Excel. IGP Instituto Geográfico Português. Consultado em 10 de dezembro de 2013. Arquivado do original em 9 de dezembro de 2013 
  2. a b Instituto Nacional de Estatística (23 de novembro de 2022). «Censos 2021 - resultados definitivos» 
  3. Instituto Nacional de Estatística (Recenseamentos Gerais da População) - https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes
  4. INE. «Censos 2011». Consultado em 11 de dezembro de 2022 
  5. «Inventário da Necrópole dos Foros do Galeado». Direcção Geral de Património Cultural | Museu Nacional de Arqueologia 
  6. Zbyszewski, Georges (1984). Volume d'hommage au géologue Georges Zbyszewski, à l'occasion de son passage à la retraite, 22 octobre 1979 (em francês). [S.l.]: Editions Recherche sur les civilisations 
  7. Portugalia. [S.l.]: Pola Grey. 1987 
  8. Edmondson, J. C. (1978). Two Industries in Roman Lusitania: Mining and Garum Production (em inglês). [S.l.]: British Archaeological Reports 
  9. «Povoado Romano em Vila Nova de Milfontes». Direcção Geral do Património Cultural | Portal do Arqueólogo. 1998 
  10. Lusa, Agência (5 de fevereiro de 2019). «O primeiro voo entre Lisboa e Macau que foi apagado da memória do Estado Novo». Revista Sábado 

Ligações externas

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