Eris is the Goddess of chaos, strife and discord. Daughter of Hera, her influence can be felt in every quarrel, feud and disagreement on the face of the earth and on the heights of Mount Olympos.
“Heroes aren’t fearless. Heroes are brave. Bravery requires fear, and fear is born of loving something enough that its loss would break you.” - wordsbyjm
O recuo da Uzi parece inexistente. Seus dedos apertam com firmeza o metal e a borracha da empunhadura, quase a ponto de torcer a matéria. O indicador parece congelado fundo no gatilho, e o olho Azul não perde o foco por um momento sequer, divisando cada rosto coberto e cada espada desembainhada enquanto RASGA a nuvem negra sobrenatural com uma chuva de balas. O corte no rosto de Elmo, vertical levemente diagonal, não arde. Em verdade já não sequer sangra mais. Como se ela tivesse quase se esquecido do que é ser humana, a valquíria sobre um dos joelhos no encosto do banco traseiro mal pisca ao derrubar o que podem ser dezenas de pessoas.
Não, eles não são pessoas.
Que ser humano normal consegue um movimento tão perfeito e preciso com as sombras? Que ser humano consegue perseguir um esportivo em alta velocidade cidade adentro ao ponto de alcançá-lo? Não, isso não são pessoas… Os numerosos pares de olhos injetados de sangue que a encaram por baixo de capuzes negros dizem que não. Eles são como ela.
Bem…
Quase.
O vento frio passando por baixo da saia incomoda e faz a pele arrepiar, volta e meia as pernas dela mencionam a se fechar, mas param o movimento pela metade, tensionando os músculos internos da coxa ao manter o corpo bem equilibrado. Elmo finalmente tem a oportunidade de se virar para a frente quando a massa uniforme de Ninjas começa a rarear e ficar para trás. Os postes voltam a iluminar, as estrelas lá em cima começam a aparecer. A loira larga a arma sem balas no chão do carro e se debruça com o braço esquerdo esticado, puxando o cabo áspero da espada, Cookie dirige como pode ali na frente, usando a arma sugerida e a guerreira sente um fluxo de satisfação correr rapidamente pelo sangue. Talvez orgulho? É isso aí, Cookiezinho. Você tem o talento, meu bem. Sabe, você seria um estouro lá no Dojo, sabia?
Mas quando o azul levanta um pouco mais acima do para brisas sujo de sangue ela vê a massa negra se assomando lá na frente. Os desgraçados são tão atrevidos que formam uma barricada com os próprios corpos! Ao inferno com eles! Passa por cima, Johhny! Ela se abaixa mais uma vez, e apenas sente o violento choque do carro, cujas rodas traseiras momentaneamente saem do chão. O baque contra a onda frontal de ninjas é tão violento que Elmo se sente solta no ar, e cai no segundo seguinte de qualquer jeito no estofado, soltando um grunhido sufocado. Os corpos dos inimigos diante deles se esfacelam e rasgam, é possível sentir o cheiro forte de sangue quando a barreira se rompe como se a Ferrari semi destruída estivesse cruzando um painel de papel. É como num daqueles programas de auditório que passam de madrugada. ‘Vem aí o nosso casal vencedor, dirigindo o possante que venceu no sorteio! Senhor e senhora–’
Então, termina.
De repente, termina. A Ferrari anda pelas ruas vazias e iluminadas da madrugada, arrastando um pedaço do para choque solto arranhando no asfalto. A noite está clara novamente, e Elmo não vê olhos nem ouve o irritante chiado de seus sussurros…. Acabou.
“Oh… Ufa…” Ela inspira forte, passando para o banco de carona. A saia franzida deixa as pernas bem expostas, assim como as ligas e parte da lingerie preta. Elmo parece não pensar nisso ao ajeitar a espada tinta de vermelho entre os joelhos. Os cabelos loiros pingando sangue ao vento.
“Que noite, hun?” O corte em seu rosto ia vagarosamente sumindo. Ela fitou o moreno de lado, com um sorriso escarlate amplo e bonito, salpicado de sangue. “Ei, Cookie! Você dirige bem! To impressionada…” Fez uma curta pausa. “Você tá bem? Eles não encostaram em você né?”
Uma Duas Três
fileiras inteiras de ninjas são levadas com a colisão contra a parte posterior da Ferrari, num impacto tão forte e violento, que o volante simplesmente trava nas mãos do detetive - tendo as rodas traseiras se enroscado na parte vital de algum desafortunado -, obrigando-o à puxar a direção com toda a força para o lado contrário. O carro patina no asfalto molhado e sujo de restos, as capsulas vazias de balas tilintam umas contra as outras no piso interno e ele consegue ouvir os grunhidos da assassina ao ser jogada de um lado para o outro no banco traseiro.
Enquanto isso, o motor ronca e as suspensões chiam do lado de fora - alguma coisa está pendurada atrás do automóvel, mas é simplesmente impossível de se enxergar o quê; faíscas multi-coloridas brilham e escapam, o som do metal se arrastando na rua é horrível. E, àquela altura, Cookie reza para que seja SÓ uma parte solta e não um ninja maluco à lá Duro de Matar, surfando numa calota. POR QUE ERA SÓ O QUE FALTAVA, NÉ?
A adrenalina vai baixando conforme a própria velocidade diminui - uma última olhada no retrovisor e a única coisa que vê é uma Elmo toda estabanada passando para o banco do carona; ombros, coxas e até um pé descalço esbarrando contra o seu braço. Cookie suspira pesadamente e contrai os dedos no couro do volante, tingindo de branco suas juntas devido à força… Ela está bem, eu estou bem. Nós estamos vivos. O sorriso de instantes atrás vai aos poucos regressando (muito menor, é verdade, mas ainda sim, existente), o corpo relaxa.
A saliva espessa desce pela garganta e as esferas negras se voltam pra baixo, finalmente sentindo o cano da 9mm queimar sobre sua perna (tendo a arma sido jogada no próprio colo, para que pudesse ter ambas as mãos livres). Ele a afasta e a joga de volta no porta-luvas, dando à Beatrix a função de fechar a portinha - a moça pode ver, conforme o detetive recua de volta ao próprio assento, o quão pálido está e como suas mãos tremem.
As costas descansam sobre o encosto e um longo suspiro escapa, os olhos se fecham e assim permanecem durante alguns segundos, enquanto são cobertos por uma das mãos. “Depende do que ‘cê entende por ‘tá bem” Fez uma pequena pausa, agora para fitar o teto. “Não sei se eu chamaria isso de ‘tá bem, mas…” Engoliu em seco. “A gente tá vivo, já é alguma coisa… Né?”.
A cabeça de Monster pende na direção alheia. “Eu acho que preciso de um trago e umas doses” A canhota se ergue no ar e volta a cair, sobre a da moça, seus dedos (gelados e levemente molhados) se fechando não tão suavemente em torno dos dela. O sorriso se esvai lentamente.
“Como você está?”
A pergunta vem sussurrada, rouca. Séria.
A mão oposta àquela que segurava a de Beatrix vai até ela, as pontas dos dedos afastando as mechas empapadas de sangue da frente do seu rosto - as feridas vão se fechando aos poucos sobre a pele da assassina, John vê isso acontecendo; lentamente o corte vai se tornando mais e mais estreito, das pontas ao centro, até que… Simplesmente… Desaparece.
Ele a encara, em silêncio agora. Sustendo uma única mecha entre o indicador e o médio. Os lábios suavemente apartados.
“O que ‘tá acontecendo aqui, Bea? Quem eram eles?—-” Cookie recua. “Eu posso não ser o cara mais genial do mundo, mas eu sei quando alguma merda tá errada. E, bem… Tem alguma merda BEM errada aqui”.
Estalou a língua.
“Duvido que aqueles caras foram contratados pelos traficantes bunda que eu ‘tô atrás, então, por eliminação, eles só poderiam estar vindo atrás de você. É isso? Eles querem você?”