Books by Michelle F A R I A S Sommer
Cadernos Desilha 3: exercícios de paisagem , 2021
Exercícios de paisagem é um convite à prospecção especulativa em tempos que solicitam impulsos de... more Exercícios de paisagem é um convite à prospecção especulativa em tempos que solicitam impulsos de reconfiguração nos modos de pensar e agir no mundo. Se a ideia de paisagem, enquanto construção sociocultural, implica um olhar modulado pela prerrogativa antropocêntrica, como produzir outras inflexões? Como fazê-lo variar por meio de atravessamentos não-hegemônicos? A partir de pontos de vista multidisciplinares, o 3º Seminário de pesquisas em arte e cidade_Desilha convida artistas e pesquisadoras a compartilhar exercícios de paisagem, entendendo-os como atos de imaginação política e insurgência poética. Em Paisagem com animais e filmes, Juliana Fausto e Ismar Tirelli Neto investigam agenciamentos entre espécies animais observados a partir de um poema de Adília Lopes e de filmes-catástrofe dos anos 70. Paisagem-maternagem dedica-se a debater as rupturas nascidas com as maternidades e suas implicações nas práticas de vida de três mulheres-mães-artistas-pesquisadoras-etc: Luiza Baldan, Cecília Cavalieri e Mayra Redin. Em Corpoterritório, Äline Besourö, Denilson Baniwa, Micaela Cyrino e Sandra Benites relacionam os percursos no espaço público aos territórios dos corpos racializados em tempos pandêmicos. Paisagens minerais escava histórias de pedras: nas práticas de Mabe Bethônico, Flora Dias, Bárbara Marcel e Tom Nóbrega residem exercícios de tornar visíveis as camadas subterrâneas que compõem o presente. Paisagem é relação. Entre atos de imaginação política e insurgência poética, o livro reúne dezenove colaborações. Nele, pensamento conceitual e criação poética em regime de dupla-valência convidam a movimentos gerativos de relações que possam se estender além de suas palavras e páginas.
ESTADO DE DERIVA EM RESIDÊNCIA MÓVEL , 2015
Na contramão de algumas práticas curatoriais em recente formulação, que enquadram a diversidade d... more Na contramão de algumas práticas curatoriais em recente formulação, que enquadram a diversidade das ações possíveis em tipologias invariavelmente rígidas - curador de exposições, curador de coleções, curador de performance, curador-diretor, curador-artista, curador de residências, etc – quero distanciar-me de enquadramentos fixos (ou outras pretensões) para um campo que é, em sua natureza, expandido. A intenção curatorial aqui é ofertar possibilidades de criação de estados de deriva para proposições artísticas vivas e abertas.
“Deixar-se implicar” com e por um processo artístico significa uma mobilização de afeto. Para a construção dessa condição abolem-se as oposições lógicas – olhar/saber, olhar/agir, aparência/realidade, atividade/passividade - que são as alegorias da desigualdade e das trocas embrutecidas. O trabalho poético de acompanhamento curatorial (e não de suporte, que pressupõe o estabelecimento de uma relação vertical curador-artista) é a essência da prática emancipadora. Deparar-se com a possível criação de estados de deriva para a prática artística obriga-nos a enfrentar o que ainda não está nomeado, o que está em gestação, subvertendo as recorrentes induções curatoriais para ajuizamento do novo e exigências de materialização.
Estado de deriva em residência móvel é um projeto sobre os estados experimentais da arte. Entende-se o o precário, o efêmero, o colaborativo como um corpo de motivações para a geração de situações de deambulação em isolamento geográfico. Na metodologia de construção da residência movente, a Chapada dos Veadeiros tornou-se local de trabalho durante 07 dias para uma equipe inter/multi/cross/transdisciplinar de 08 pessoas.
Tendo como ponto de ancoragem Alto Residency (http://altoresidency.wordpress.com/artists/ ), em Alto Paraíso, fomos movidos pela pulsão do compartilhamento. Lá, especulamos sobre a natureza das práticas artísticas colaborativas possibilitadas através do “esvaziamento” da funcionalidade urbana que consome o nosso cotidiano e inviabiliza momentos de pausa e reflexões. A condição de saída da zona de conforto tornou-se um ponto determinante para a abertura de espaços para o exercício artístico, para a ocorrência de erros, para perder-se, para encontrar-se, para ouvir-se.
Qual o “resto material” dessa ação coletiva de temporalidade finita ocorrida no tempo infinito do centro do Brasil? Se o tempo da transformação geológica não pode ser comparado ao tempo da produção de mercadorias na nossa sociedade do espetáculo (e consumo), um possível desdobramento (parcial) dessa experiência pode ser compartilhado nessa publicação. É o que intencionamos aqui.
Michelle Sommer
Fevereiro / 2015.
Experimentar o experimental: onde a pureza é um mi(s)to, furor da margem, 2020
O livro Experimentar o experimental configura-se como registro de dois cursos oferecidos pelo Pro... more O livro Experimentar o experimental configura-se como registro de dois cursos oferecidos pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da Universidade Federal do Rio de Janeiro/PPGAV-EBA-UFRJ junto ao Programa de extensão Plataforma de Emergência do Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica - CMAHO, no segundo semestre de 2017 e no primeiro semestre de 2018, ambos por nós ministrados.
Em formato digital, esta publicação conta com financiamento PROEX/Capes, destinado a apoiar iniciativas de Programas de Pós-Graduação no Brasil, e está disponível para download gratuito, a fim de ampliar significativamente a acessibilidade do conteúdo produzido nesse contexto e a divulgação das pesquisas realizadas no âmbito da universidade pública.
Co-edição de número especial da revista francesa Artpress focada em produções artísticas latino-a... more Co-edição de número especial da revista francesa Artpress focada em produções artísticas latino-americanas.
MARIO PEDROSA: DE LA NATURALEZA AFECTIVA DE LA FORMA , 2018
A pesar de ser un referente fundamental para comprender el proyecto de la modernización de Brasil... more A pesar de ser un referente fundamental para comprender el proyecto de la modernización de Brasil y Latinoamérica en los dos últimos tercios del siglo XX, la influyente labor que ejerció Mário Pedrosa, tanto teórica como de gestión cultural e institucional, sigue siendo muy desconocida en España.
En la exposición, así como en esta publicación que le acompaña -en la que se incluye una selección de sus escritos más emblemáticos, la mayoría traducidos por primera vez al castellano-, se abordan aspectos clave para entender el pensamiento y la trayectoria de Pedrosa: su continuo y activo compromiso político (que le obligó a exiliarse hasta en tres ocasiones); la importancia que en su propuesta discursiva tuvo la reflexión en torno a la influencia de la arquitectura y la planificación urbana en la organización social; o su adopción, ya en las décadas de los sesenta y setenta, de un posicionamiento explícitamente crítico con el eurocentrismo.
Cadernos Desilha 02, 2019
Livro organizado por Lívia Flores e Michelle Sommer com a participação de Alessandra Vannucci Ali... more Livro organizado por Lívia Flores e Michelle Sommer com a participação de Alessandra Vannucci Aline Portugal Amanda Costa Ayla Tavares Benjamin Seroussi Chang Chi Chai Cícero Portella Cosme Felippsen Cristina de Pádula Cristina T. Ribas Eduardo Brandão Pinto Érico Araújo Lima Frederico Benevides Laura Burocco Livia Flores Lucas S. Icó Luiz Guilherme Vergara Martha Niklaus Maurício Hora Michelle Sommer Paola Barreto Paulo Tavares Rafael Alonso Ronald Duarte Stanley Vinicius Tertuliana Lustosa Thelma Vilas Boas
POÉTICAS COSMOPOLÍTICAS PÓS CADERNOS 03 COLETÂNEAS, 2019
Esta coletânea traz trabalhos dos pesquisadores de pós-doutorado do PPGAV UFRJ dos anos de 2017 e... more Esta coletânea traz trabalhos dos pesquisadores de pós-doutorado do PPGAV UFRJ dos anos de 2017 e 2018, vinculadas às linhas de pesquisa Linguagens Visuais, Poéticas Interdisciplinares, Imagem e Cultura e História e Crítica da Arte.
CADERNOS DESILHA 01, 2017
Livro organizado por Lívia Flores, Michelle Sommer a partir do seminário Desilha de pesquisa em a... more Livro organizado por Lívia Flores, Michelle Sommer a partir do seminário Desilha de pesquisa em arte e cidade, ocorrido na Casa França-Brasil entre 26 e 28 de julho de 2016.
DESTERROS, TERREIROS PÓS CADERNOS 02 COLETÂNEAS, 2017
Esta coletânea traz trabalhos dos pesquisadores de pós-doutorado do PPGAV UFRJ dos anos de 2017, ... more Esta coletânea traz trabalhos dos pesquisadores de pós-doutorado do PPGAV UFRJ dos anos de 2017, vinculadas às linhas de pesquisa Linguagens Visuais, Poéticas Interdisciplinares, Imagem e Cultura e História e Crítica da Arte.
Práticas Contemporâneas do Mover-se, 2015
“Práticas Contemporâneas do Mover-‐se”, com organização de Michelle Sommer, é fruto d... more “Práticas Contemporâneas do Mover-‐se”, com organização de Michelle Sommer, é fruto de pesquisa curatorial que toma o movimento como impulso para proposições artísticas recentes na arte brasileira. Resultante da premiação pública Rumos Itaú Cultural 2013-‐2014, a curadora lança a pergunta à 10 duplas formadas por artistas e pesquisadores/ curadores/ críticos de arte: de que maneira o Mover-‐se afeta a produção artística, a crítica e a vida das formas na arte contemporânea?
Papers by Michelle F A R I A S Sommer
Artelogie - Recherche sur les arts, le patrimoine et la littérature de l'Amérique latine, 2024
In light of the debate concerning women-artists and women-artist-mothers-etc. in the art system, ... more In light of the debate concerning women-artists and women-artist-mothers-etc. in the art system, and the introduction of “motherhood” as a topic in academia, this essay aims to contribute to research on conditions for artistic and theoretical practices and forms of legitimation vis-à-vis this particular segment. The association between feminisms-art-motherhood-academia locates viewpoints in Brazil, under the sway both of a precarization of reproductive rights and the absence of structural resources either from the state or from private sources. Taking this context into consideration, the essay is geared towards the question: from the force of creation – taken here in its more literal meaning – to the addressing of artistic-theoretical practices by female art (re)producers, what does the word “mother”, in association with women-artists and women-artists-scholars-etc., evoke nowadays?
Revista Interdisciplinar Internacional de Artes Visuais , 2024
Dividido em seções temporais, o artigo busca colocar em prática a pedagogia das aranhadas propost... more Dividido em seções temporais, o artigo busca colocar em prática a pedagogia das aranhadas proposta por Lygia Pape, nos anos 1970, como heurística para pensar a composição cultural brasileira diante da crise da arte provocada pelo capitalismo. Junto com o tecer das aranhadas, o artigo recupera a cena de um trabalho não realizado pela artista na qual ela se projeta escavando um buraco para procurar "as raízes brasileiras". A partir desse duplo imaginário, entre teias e escavações subterrâneas, o texto indaga: em quais terrenos e contexto histórico as preocupações estéticas-políticas de Pape estavam assentadas e que perspectivas lançadas pela artista poderiam ser trazidas como aprendizados para abordar as crises do século 21? Nesse exercício especulativo, inconcluso e em constante abertura, aponta-se para a urgência da continuidade e ampliação de práticas que atuem a partir de forças vitais e em consonância à proliferação de perspectivas plurais.
Palavras-chave: Lygia Pape; arte contemporânea brasileira; crise da arte no capitalismo; pedagogia; teias de aranhas
arte e ensaios
Considerando o debate sobre mulheres-artistas e mulheres-artistas-mães no sistema das artes e a i... more Considerando o debate sobre mulheres-artistas e mulheres-artistas-mães no sistema das artes e a inserção recente do tópico ‘maternidade’ no universo acadêmico, o ensaio se propõe a contribuir para os questionamentos acerca das condições de produção artística e teórica e suas formas de legitimação a partir desse recorte. Da força de criação (aqui, em sua derivação literal) ao endereçamento de criação artístico-teórica das sujeitas (re) produtoras de arte, o que a palavra ‘artistas’ acoplada às expressões mulheres-mães-artistas e mulheres-mães-artistas-acadêmicas-etc. gera, hoje? Nesse contexto, as perguntas históricas suscitadas pelos estudos feministas são guias para (auto)validação de outras formas de criação, também teóricas, na associação feminismos-arte-maternidades-academia em uma perspectiva que situa pontos de vista a partir do Brasil sob a regência plural de precarizações. A ‘maternidade’ que invade a academia, porém, evidencia simultaneamente as gritantes ausências da falta...
Arte & Ensaios, 2024
Nesta entrevista realizada via Zoom em 11 de abril de 2024, a artista Aline Motta reflete sobre s... more Nesta entrevista realizada via Zoom em 11 de abril de 2024, a artista Aline Motta reflete sobre sua trajetória e comenta elementos centrais de sua poética. Permeada pela pesquisa histórica, genealógica e familiar, sua prática artística experimenta formas de fabulação crítica, revelando a historicidade de lugares específicos e uma pluralidade de vozes ancestrais que se manifestam por meio de suportes e linguagens tão diversos como a fotografia, a performance, o livro, o vídeo e a videoinstalação. Palavras-chave Arquivos da escravidão. Fabulação crítica. Ficção especulativa. Ancestralidade afro-brasileira.
Modos Revista de História da Arte, 2023
O texto traça anotações sobre as realizações docentes da artista Lygia Pape (1927-
2004) ocorrida... more O texto traça anotações sobre as realizações docentes da artista Lygia Pape (1927-
2004) ocorridas no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM Rio (1969-1971);
Faculdade de Arquitetura Santa Úrsula (1972-1985); Escola de Artes Visuais do Parque
Lage - EAV (1976-1977) e Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de
Janeiro - EBA/UFRJ (1981-1999). Definindo-se como “intrinsecamente anarquista”, suas
práticas pedagógicas “anti-aulas” seguem a mesma direção: reivindicavam liberdade
irrestrita para a criação e pautavam-se no descondicionamento do ensino em direção
às entradas em estados de invenção. Nesse contexto, o projeto “TEIA” - desenvolvido
com alunos, na floresta da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no final da década
de 1970 - é trazido para o debate a fim de explorar experimentos sobre formas não
lineares de participação, colaboração e ação coletiva. No fundamento de "TEIAR"
e "o novo princípio de deslocar-se para cima, para baixo, para um lado ou para o
outro: sem prejuízo de um só ponto de vista" está um ponto de partida para modos de
criação conjunta no radical experimental convergente entre prática artística e prática
pedagógica em Lygia Pape. O texto explora, à luz dos levantes contemporâneos, a
hipótese de um viés feminista presente nas diretrizes educacionais da artista que
contribui para a reconfiguração das fontes e conceitos do que hoje debatemos como
perspectivas feministas latino-americanas.
Arte e Ensaios v. 29, n. 44 (2022), 2022
Considerando o debate sobre mulheres-artistas e mulheres-artistas-mães no sistema das artes e a i... more Considerando o debate sobre mulheres-artistas e mulheres-artistas-mães no sistema das artes e a inserção recente do tópico 'maternidade' no universo acadêmico, o ensaio se propõe a contribuir para os questionamentos acerca das condições de produção artística e teórica e suas formas de legitimação a partir desse recorte. Da força de criação (aqui, em sua derivação literal) ao endereçamento de criação artístico-teórica das sujeitas (re) produtoras de arte, o que a palavra 'artistas' acoplada às expressões mulheres-mães-artistas e mulheres-mães-artistas-acadêmicas-etc. gera, hoje? Nesse contexto, as perguntas históricas suscitadas pelos estudos feministas são guias para (auto)validação de outras formas de criação, também teóricas, na associação feminismos-arte-maternidades-academia em uma perspectiva que situa pontos de vista a partir do Brasil sob a regência plural de precarizações. A 'maternidade' que invade a academia, porém, evidencia simultaneamente as gritantes ausências da falta de condições para a criação na divisão desigual do tempo e condições de produção também entre mulheres. E, assim, mantém-se em aberto a pergunta: 'Quem é que não está aqui'? Palavras-chave Arte contemporânea. Maternidade. Academia.
Arte & Ensaios vol. 28, n. 44, jul.-dez. 2022, 2022
Entrevista com Juliana Notari, artista e doutora em artes visuais (Uerj), realizada via zoom em 1... more Entrevista com Juliana Notari, artista e doutora em artes visuais (Uerj), realizada via zoom em 11 de novembro de 2022. Durante a conversa com Clarissa Diniz, Michelle Farias Sommer, Cláudia de Oliveira e a equipe da revista, 1 Juliana aborda alguns de seus trabalhos mais emblemáticos, explicitando questões de sua prática artística e relacionando-os a temas atravessados pelos tabus fundantes da sexualidade e da morte como patriarcado, violência, feminino, feminismos, trauma, acaso, perversão e encontros entre animalidade e humanidade.
Lygia Pape: The Skin of ALL, 2021
Text for the catalogue of the exhibition "Lygia Pape: The Skin of ALL", Kunstsammlung Nordrhein-W... more Text for the catalogue of the exhibition "Lygia Pape: The Skin of ALL", Kunstsammlung Nordrhein-Westfalen, Düsseldorf
Divided into three sections, this essay is an attempt to put into practice the pedagogical inner workings of the "Aranhadas" [spiderings] by Lygia Pape. We imagine ourselves among those curious onlookers gathering around the hole being dug by spider-woman, tangled up in the silken threads and drawn by the magnetic pull emanating from it. Curious to find out where this subterranean opening could lead us, we excavate, think, and weave along with the artist, asking ourselves where, how, and with whom she set up her webs. What roots was she digging for at a specific area as well as a specific historical context where her artistic-pedagogical practice was set? And what prospects first cast by the artist then are lessons to be learned in the twenty first century?
Urban Morphology, Ethnic Urban Territoriality of African-Brazilian people. 5.3.2. Os territórios ... more Urban Morphology, Ethnic Urban Territoriality of African-Brazilian people. 5.3.2. Os territórios negros urbanos de dimensão morfológica intermediária: as vilas 5.3.2.1. Considerações quanto à limitação da análise da estrutura social das vilas negras urbanas 5.3.2.2. Particularidades espaciais recorrentes 5.3.2.3. Padrões espaciais nos assentamentos negros de dimensão intermediária 5.3.3. Os territórios negros urbanos de dimensão morfológica extensa 5.3.3.1. Particularidades espaciais recorrentes 5.3.3.2. Padrões espaciais nos assentamentos negros de dimensão extensa 5.4. Epílogo do capítulo 5 6. M Mo or rf fo ol lo og gi ia a e es sp pa ac ci ia al l d do os s n nú úc cl le eo os s n ne eg gr ro os s s se eg gu un nd do o a a h he er ra an nç ça a h hi is st tó ór ri ic ca a c co om mu um m 1 18 80 6.1. Apreensão espacial dos assentamentos negros: metodologias 6.1.1. A propriedade topológica como elemento de base 6.1.2. A decodificação espacial: a leitura de plantas 6.1.3. O movimento dos corpos no espaço 6.1.4. Os grafos como elementos de representação 6.1.5. As gradações de acessibilidade 6.1.6. As demarcações territoriais 6.1.7. As diferenciações entre o público e o privado 6.2. A morfologia dos assentamentos negros urbanos de dimensões morfológicas distintas 6.
Texto integrante do catálogo 'Cidades Invisíveis', de Felippe Moraes.
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Books by Michelle F A R I A S Sommer
“Deixar-se implicar” com e por um processo artístico significa uma mobilização de afeto. Para a construção dessa condição abolem-se as oposições lógicas – olhar/saber, olhar/agir, aparência/realidade, atividade/passividade - que são as alegorias da desigualdade e das trocas embrutecidas. O trabalho poético de acompanhamento curatorial (e não de suporte, que pressupõe o estabelecimento de uma relação vertical curador-artista) é a essência da prática emancipadora. Deparar-se com a possível criação de estados de deriva para a prática artística obriga-nos a enfrentar o que ainda não está nomeado, o que está em gestação, subvertendo as recorrentes induções curatoriais para ajuizamento do novo e exigências de materialização.
Estado de deriva em residência móvel é um projeto sobre os estados experimentais da arte. Entende-se o o precário, o efêmero, o colaborativo como um corpo de motivações para a geração de situações de deambulação em isolamento geográfico. Na metodologia de construção da residência movente, a Chapada dos Veadeiros tornou-se local de trabalho durante 07 dias para uma equipe inter/multi/cross/transdisciplinar de 08 pessoas.
Tendo como ponto de ancoragem Alto Residency (http://altoresidency.wordpress.com/artists/ ), em Alto Paraíso, fomos movidos pela pulsão do compartilhamento. Lá, especulamos sobre a natureza das práticas artísticas colaborativas possibilitadas através do “esvaziamento” da funcionalidade urbana que consome o nosso cotidiano e inviabiliza momentos de pausa e reflexões. A condição de saída da zona de conforto tornou-se um ponto determinante para a abertura de espaços para o exercício artístico, para a ocorrência de erros, para perder-se, para encontrar-se, para ouvir-se.
Qual o “resto material” dessa ação coletiva de temporalidade finita ocorrida no tempo infinito do centro do Brasil? Se o tempo da transformação geológica não pode ser comparado ao tempo da produção de mercadorias na nossa sociedade do espetáculo (e consumo), um possível desdobramento (parcial) dessa experiência pode ser compartilhado nessa publicação. É o que intencionamos aqui.
Michelle Sommer
Fevereiro / 2015.
Em formato digital, esta publicação conta com financiamento PROEX/Capes, destinado a apoiar iniciativas de Programas de Pós-Graduação no Brasil, e está disponível para download gratuito, a fim de ampliar significativamente a acessibilidade do conteúdo produzido nesse contexto e a divulgação das pesquisas realizadas no âmbito da universidade pública.
En la exposición, así como en esta publicación que le acompaña -en la que se incluye una selección de sus escritos más emblemáticos, la mayoría traducidos por primera vez al castellano-, se abordan aspectos clave para entender el pensamiento y la trayectoria de Pedrosa: su continuo y activo compromiso político (que le obligó a exiliarse hasta en tres ocasiones); la importancia que en su propuesta discursiva tuvo la reflexión en torno a la influencia de la arquitectura y la planificación urbana en la organización social; o su adopción, ya en las décadas de los sesenta y setenta, de un posicionamiento explícitamente crítico con el eurocentrismo.
Papers by Michelle F A R I A S Sommer
Palavras-chave: Lygia Pape; arte contemporânea brasileira; crise da arte no capitalismo; pedagogia; teias de aranhas
2004) ocorridas no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM Rio (1969-1971);
Faculdade de Arquitetura Santa Úrsula (1972-1985); Escola de Artes Visuais do Parque
Lage - EAV (1976-1977) e Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de
Janeiro - EBA/UFRJ (1981-1999). Definindo-se como “intrinsecamente anarquista”, suas
práticas pedagógicas “anti-aulas” seguem a mesma direção: reivindicavam liberdade
irrestrita para a criação e pautavam-se no descondicionamento do ensino em direção
às entradas em estados de invenção. Nesse contexto, o projeto “TEIA” - desenvolvido
com alunos, na floresta da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no final da década
de 1970 - é trazido para o debate a fim de explorar experimentos sobre formas não
lineares de participação, colaboração e ação coletiva. No fundamento de "TEIAR"
e "o novo princípio de deslocar-se para cima, para baixo, para um lado ou para o
outro: sem prejuízo de um só ponto de vista" está um ponto de partida para modos de
criação conjunta no radical experimental convergente entre prática artística e prática
pedagógica em Lygia Pape. O texto explora, à luz dos levantes contemporâneos, a
hipótese de um viés feminista presente nas diretrizes educacionais da artista que
contribui para a reconfiguração das fontes e conceitos do que hoje debatemos como
perspectivas feministas latino-americanas.
Divided into three sections, this essay is an attempt to put into practice the pedagogical inner workings of the "Aranhadas" [spiderings] by Lygia Pape. We imagine ourselves among those curious onlookers gathering around the hole being dug by spider-woman, tangled up in the silken threads and drawn by the magnetic pull emanating from it. Curious to find out where this subterranean opening could lead us, we excavate, think, and weave along with the artist, asking ourselves where, how, and with whom she set up her webs. What roots was she digging for at a specific area as well as a specific historical context where her artistic-pedagogical practice was set? And what prospects first cast by the artist then are lessons to be learned in the twenty first century?
“Deixar-se implicar” com e por um processo artístico significa uma mobilização de afeto. Para a construção dessa condição abolem-se as oposições lógicas – olhar/saber, olhar/agir, aparência/realidade, atividade/passividade - que são as alegorias da desigualdade e das trocas embrutecidas. O trabalho poético de acompanhamento curatorial (e não de suporte, que pressupõe o estabelecimento de uma relação vertical curador-artista) é a essência da prática emancipadora. Deparar-se com a possível criação de estados de deriva para a prática artística obriga-nos a enfrentar o que ainda não está nomeado, o que está em gestação, subvertendo as recorrentes induções curatoriais para ajuizamento do novo e exigências de materialização.
Estado de deriva em residência móvel é um projeto sobre os estados experimentais da arte. Entende-se o o precário, o efêmero, o colaborativo como um corpo de motivações para a geração de situações de deambulação em isolamento geográfico. Na metodologia de construção da residência movente, a Chapada dos Veadeiros tornou-se local de trabalho durante 07 dias para uma equipe inter/multi/cross/transdisciplinar de 08 pessoas.
Tendo como ponto de ancoragem Alto Residency (http://altoresidency.wordpress.com/artists/ ), em Alto Paraíso, fomos movidos pela pulsão do compartilhamento. Lá, especulamos sobre a natureza das práticas artísticas colaborativas possibilitadas através do “esvaziamento” da funcionalidade urbana que consome o nosso cotidiano e inviabiliza momentos de pausa e reflexões. A condição de saída da zona de conforto tornou-se um ponto determinante para a abertura de espaços para o exercício artístico, para a ocorrência de erros, para perder-se, para encontrar-se, para ouvir-se.
Qual o “resto material” dessa ação coletiva de temporalidade finita ocorrida no tempo infinito do centro do Brasil? Se o tempo da transformação geológica não pode ser comparado ao tempo da produção de mercadorias na nossa sociedade do espetáculo (e consumo), um possível desdobramento (parcial) dessa experiência pode ser compartilhado nessa publicação. É o que intencionamos aqui.
Michelle Sommer
Fevereiro / 2015.
Em formato digital, esta publicação conta com financiamento PROEX/Capes, destinado a apoiar iniciativas de Programas de Pós-Graduação no Brasil, e está disponível para download gratuito, a fim de ampliar significativamente a acessibilidade do conteúdo produzido nesse contexto e a divulgação das pesquisas realizadas no âmbito da universidade pública.
En la exposición, así como en esta publicación que le acompaña -en la que se incluye una selección de sus escritos más emblemáticos, la mayoría traducidos por primera vez al castellano-, se abordan aspectos clave para entender el pensamiento y la trayectoria de Pedrosa: su continuo y activo compromiso político (que le obligó a exiliarse hasta en tres ocasiones); la importancia que en su propuesta discursiva tuvo la reflexión en torno a la influencia de la arquitectura y la planificación urbana en la organización social; o su adopción, ya en las décadas de los sesenta y setenta, de un posicionamiento explícitamente crítico con el eurocentrismo.
Palavras-chave: Lygia Pape; arte contemporânea brasileira; crise da arte no capitalismo; pedagogia; teias de aranhas
2004) ocorridas no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM Rio (1969-1971);
Faculdade de Arquitetura Santa Úrsula (1972-1985); Escola de Artes Visuais do Parque
Lage - EAV (1976-1977) e Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de
Janeiro - EBA/UFRJ (1981-1999). Definindo-se como “intrinsecamente anarquista”, suas
práticas pedagógicas “anti-aulas” seguem a mesma direção: reivindicavam liberdade
irrestrita para a criação e pautavam-se no descondicionamento do ensino em direção
às entradas em estados de invenção. Nesse contexto, o projeto “TEIA” - desenvolvido
com alunos, na floresta da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no final da década
de 1970 - é trazido para o debate a fim de explorar experimentos sobre formas não
lineares de participação, colaboração e ação coletiva. No fundamento de "TEIAR"
e "o novo princípio de deslocar-se para cima, para baixo, para um lado ou para o
outro: sem prejuízo de um só ponto de vista" está um ponto de partida para modos de
criação conjunta no radical experimental convergente entre prática artística e prática
pedagógica em Lygia Pape. O texto explora, à luz dos levantes contemporâneos, a
hipótese de um viés feminista presente nas diretrizes educacionais da artista que
contribui para a reconfiguração das fontes e conceitos do que hoje debatemos como
perspectivas feministas latino-americanas.
Divided into three sections, this essay is an attempt to put into practice the pedagogical inner workings of the "Aranhadas" [spiderings] by Lygia Pape. We imagine ourselves among those curious onlookers gathering around the hole being dug by spider-woman, tangled up in the silken threads and drawn by the magnetic pull emanating from it. Curious to find out where this subterranean opening could lead us, we excavate, think, and weave along with the artist, asking ourselves where, how, and with whom she set up her webs. What roots was she digging for at a specific area as well as a specific historical context where her artistic-pedagogical practice was set? And what prospects first cast by the artist then are lessons to be learned in the twenty first century?
Christian Marclay
Vídeo em canal único com som estéreo
Definição padrão de filmagem 1024 x 576
(proporção 16;9) 25fps
24 horas, em loop.
Pautados por interesses afins acerca da função social da arquitetura e da arte, este artigo examina as convergências e divergências encontradas no pensamento de ambos os críticos em direção à construção de “o que é nosso para nós?”. “Nós” aqui designando essa imensa maioria dos outros que reside abaixo da linha do Equador, o título deste ensaio é uma alusão a duas citações: a primeira, em referência “os bugres das baixas altitudes e adjacências”, de Mário Pedrosa presente em “Discurso aos Tupiniquins ou Nambás” (1976), e, segunda, ao título “Nós, os bugres”’, no capítulo 2, na parte II, da dissertação de mestrado de Lygia Pape – Catiti Catiti, na terra dos Brasis” (1980).
Nos anos 1950, Mário Pedrosa dedica-se ao debate sobre o modernismo e seus precursores, com ênfase na construção de Brasília. Nos anos 1980 e 1990, Aracy Amaral dedica-se a estudar as perspectivas sociais na arte e arquitetura brasileira, e o estilo neocolonial como possível elemento de uma manifestação cultural e artística nacional. Ambos os críticos situam a centralidade da arquitetura no processo de modernização do Brasil.
Atenta-se que a produção intelectual de Mário Pedrosa e Aracy Amaral é temporalmente distinta e quantitativamente díspar. Enquanto Pedrosa redige um numeroso conjunto de textos críticos sobre arquitetura concentrados, principalmente, na década de 1950, Amaral compila seus pensamentos sobre arquitetura com ênfase em Brasil em capítulos de livros nos anos 1980 e 1990. Essa diferença de quantidade – e não de qualidade – em termos de volume de produção é, consequentemente, também encontrada na escrita do presente texto, o que justifica, assim, a concentração da maior incidência argumentativa das discussões sobre as questões suscitadas por Mário Pedrosa.
A primeira parte do artigo aborda a produção crítica de Pedrosa. Nessa perspectiva, inicialmente contextualiza-se a crítica de arquitetura como parte intrínseca da crítica de arte, em conexão com as suas preocupações sobre a função social da arte, o homem social, a arte social e a mobilização política. Nos anos 1930 e 1940, as críticas são revistas a partir do debate acerca das produções artísticas de Käthe Kollwitz, Lívio Abramo e Cândido Portinari. Na sequência, debate-se a expressão “condenação ao moderno”, cunhada pelo crítico à luz – ou à sombra – do processo de materialização de Brasília, as “origens” da arquitetura moderna brasileira e seus breves apontamentos sobre as controvérsias sobre a arquitetura neocolonial.
A segunda parte aborda a produção crítica de Aracy Amaral. Nesse contexto, reúnem-se discussões sobre publicações organizadas pela crítica acerca de Mário Pedrosa e seu direcionamento para pesquisas sobre as preocupações sociais na arte brasileira e arquitetura neocolonial. Lidos em conjunto, as considerações finais apontam para as contribuições de ambos com relação à construção da pergunta – que permanece permanentemente em aberto – “o que é nosso para nós?”.
é a experimentação. Nos anos 50 a história das
exposições é a história do nascimento das instituições
culturais nacionais: MASP (1947), MAM-SP (1948),
MAM-RJ (1948), Fundação Bienal de São Paulo (1951),
MAC-USP (1963). Os museus nascem e já são
confrontados com a potência do experimental
que emerge nas proposições artísticas e
expositivas nos anos 60 e 70.
Experimentar o experimental é um aforismo de
Hélio Oiticica, em 1974. “Não quero fazer história.
Não me interessam talentos estou farto de querer
achar o novo no vestido de novo. (...) O potencial
experimental gerado no Brasil é o único anticolonial
não-culturalista nos escombros híbridos da “arte
brasileira”. O experimental não tem fronteiras para
si mesmo é a metacrítica da “produção de obras” dos
artistas de produção” . O experimental envolve risco,
indeterminação, é ação oxigenadora de linguagem
contemporânea e, se é experimental, escapa à
definição. Se nunca admitimos o nascimento da
lógica entre nós, como afirmou Oswald de Andrade
no seu Manifesto Antropofágico (1928), não seria no
experimental que iríamos racionalizar, definindo-o aqui.
Incerteza Viva
– e o início do mês de dezembro,nas últimas semanas do evento, o cenário é o seguinte:em 31 de agosto a presidenta democraticamente eleitaDilma Rousseff é afastada do cargo e o vice-presidenteMichel Temer assume o seu posto; a privatização doParque Ibirapuera é anunciada pelo recém-eleitoprefeito de São Paulo João Dória (PSDB); o republicano Mundo’ – é aprovada no Senado. 2016 ainda nãoacabou. A 32ª Bienal de São Paulo também não.
de la “Memoria de la amnesia”. En estos tiempos, en que estamos
inmersos en políticas heteropatriarcales, coloniales y neonacionalistas,
¿cómo es posible desestabilizar las formas dominantes de subjetivación y
construir pensamientos críticos que transformen lenguajes?
Empecemos por tensionar la historia mirando cómo las políticas culturales
y de patrimonio histórico definen lo que se debe recordar y lo que
se debe olvidar. Nuestras preguntas norte o –mejor– preguntas sur son:
¿qué olvidamos para recordar?, ¿qué recordamos para olvidar?
Nuestra base es tener en mente que todo el proceso de transformación
política, que no contempla la descolonización del inconsciente, está
condenado a la repetición de formas de opresión.
art system and potential theoretical extrapolations of “Amerindian perspectivism”—on account of which Claude Lévi-Strauss once described Viveiros de Castro as the founder of a new school in anthropology—
because he thought about art. While merrily awaiting the arrival of a “thermodynamic Messiah,” we
imagined that Vladimir Mayakovsky would look down smilingly on our proud attempt at maintaining “joyous pessimism” in the face of the end on the world. Whereas the Russian poet thought it was better to die of vodka than of boredom, we replaced vodka with cachaça in order to arrive at the provisional conclusion that it is better to die of cachaça than of pesticide poisoning while planting genetically modified Monsanto seeds.
participate in ‘The Ends of Democracy’, a seminar on the dangers that democracy faces globally at the beginning of the 21st
century. Butler was asked to highlight the necessity of applying critical theory to political and social practices amid the rise
of global, far-right populist movements. Even before she arrived, the American philosopher was the target of protests, threats
and a petition calling for the cancellation of her talk that argued Butler ‘aimed to accelerate the process of corruption and
fragmentation of our society’. The petition gathered more than 370,000 signatures. Right-wing critics were particularly
incensed by what they called the ‘Gender Ideology’ of the American philosopher, an ideology ‘that disguises a Marxist agenda
and promotes the destruction of the Family and [apologizes for] depraved sexual practices and pedophilia.’ On the day of the
seminar, dozens of protestors gathered in front of the SESC Pompeia with megaphones and placards proclaiming slogans like
‘-ONU +Family’ (an anti-United Nations slogan). After praying, they burned an effigy of Butler dressed as a witch. This attack
on Butler was not an isolated incident. Rather, the protest was part of a broader series of right-wing moves against free
speech and freedom of expression since the impeachment of President Dilma Rouseff in August 2016. In 2017, democracy in
Brazil has come under attack.
O Pasquim – principal semanário de oposição à ditadura militar – foi editado entre 1969 e 1991. A edição 646, de 12 a 18 de novembro de 1981, traz – até onde se conhece – possivelmente aquela que é a última entrevista de Mário Pedrosa, falecido em 05 de novembro do mesmo ano.Incitado por conversas com Lygia Pape, Pelão, Ferreira Gullar, Darwin Brandão, Hélio Pellegrino, Washington Novaes, Ricky Goodwin, Jaguar, Ziraldo e Félix de Athayde, o encontro registra as principais ideias de Mário Pedrosa. Daí mergem epígrafes que podem ser associadas à trajetória de um dos pensadores mais importantes da crítica de arte e da esquerda brasileira do século 20.Lygia Pape aponta para a permanência do estado jovem do crítico sem idade cronológica. ‘Saber envelhecer é uma das coisas mais sábias que há’, diz Pedrosa enquanto pensa sobre o seu percurso, revive seus exílios, repensa o concretismo e retoma ideias de seus últimos projetos – entre eles, o Museu da Solidariedade, no Chile de Allende, e Alegria de Viver, Alegria de Criar, proposto com Pape para o MAM-RJ. Ziraldo exclama que é muita coisa para uma entrevista. E é. Na vida vivida de Mário Pedrosa, sonha-se com uma revolução para o Brasil. ‘Uma nação que não passa por uma revolução não é ainda uma nação formada’, diz o crítico ciente de que sua aposta reside na utopia. Lido no contemporâneo de crises avassaladoras, o pensamento de Mário Pedrosa é um sopro de esperança para crer que a saída segue sendo fazer a revolução. Na coerência de suas lutas, amparadas em convicções marxistas avessas à ortodoxia dogmática e estruturadas a partir da fluidez dos vasos comunicantes entre arte e política, está uma aspiração social libertária para a revolução da sensibilidade, para a revolução dos homens. Aqui, reverberam pensamentos que são impulsos vivos para ações revolucionárias. Ainda por vir.
unem e separam essas duas frases. Ainda que a convergência de ambas
tenha como âncora o Museu de Imagens do Inconsciente (MII); no
arco temporal entre 1947 e 2017, lá e cá, os estados contextuais das
produções artísticas modernas e contemporâneas são distintos.
Texto para o livro 'Ocupação Nise da Silveira' / Itaú Cultural / 2017