Papers by Leonardo da Hora
Revista Transformação, 2024
Resumo: O que significa afirmar que uma sociedade produz experiências sociais negativas? De um po... more Resumo: O que significa afirmar que uma sociedade produz experiências sociais negativas? De um ponto de vista de ontologia social, qual a imagem ou figuração da sociedade pressuposta em tal diagnóstico? O presente artigo visa a enfrentar tais questionamentos, por meio da reconstrução de alguns modelos teóricos e, em particular, de alguns modelos críticos. Metodologicamente, trata-se de partir da forma como cada modelo diagnostica experiências sociais negativas, a fim de melhor se refletir sobre como há diferentes possibilidades de se entender o social. Este texto está dividido em três partes. Na primeira, com foco na teoria social clássica, abordam-se os tratamentos dispensados por Durkheim e Marx ao fenômeno do suicídio, além de se trabalhar o conceito de alienação, no segundo. Em seguida, no âmbito da teoria crítica frankfurtiana, expõe-se como tanto o modelo de Adorno quanto o de Honneth podem ser lidos como tentativas de enfrentar o problema do sofrimento social, no seio das sociedades modernas. Por fim, num terceiro momento, analisa-se o modo como as experiências sociais negativas são articuladas à ideia de crítica radical por Luc Boltanski. Tal perspectiva será apresentada como uma alternativa ao modelo honnethiano na superação de desafios que se colocam ao campo da teoria crítica, na atualidade.
Agradecimentos À CAPES, que me concedeu bolsa para o desenvolvimento dessa pesquisa. À Profa.Dra.... more Agradecimentos À CAPES, que me concedeu bolsa para o desenvolvimento dessa pesquisa. À Profa.Dra. Yara Frateschi, pela orientação paciente, por ter caminhado junto comigo desde o começo e com quem pude aprender que os dois pilares fundamentais da pesquisa em filosofia consiste, de um lado, no rigor analítico da leitura dos textos e, de outro, no pensamento vivo e orientado para os nossos dilemas contemporâneos. Certamente, sem suas conversas e estímulo intelectual este trabalho não teria sido possível. Aos Profs. Drs. Marcos Nobre e Rúrion Soares Melo que compuseram a banca de qualificação e cujas críticas e sugestões foram de grande valia para uma melhor formulação das ideias e elaboração final da dissertação. Devo um agradecimento especial ao Prof. Marcos Nobre, cujos cursos me iniciaram no estudo da Teoria Crítica e no pensamento de Jürgen Habermas. Minha dívida intelectual para com ele vai além dos limites do presente trabalho. Ao Prof. Dr. Alessandro Pinzani, pela imensa generosidade e pelas valiosas sugestões. O seu encorajamento foi extremamente importante para a conclusão deste trabalho. Aos Profs. Drs. Jean-François Kérvegan, Florian Nicodème e Stéphane Haber, pelo acolhimento intelectual em terras parisienses e pela orientação sembre aberta a um frutífero espaço de debate. Ao pessoal do Grupo de Filosofia Política do Departamento de Filosofia da Unicamp, coordenado pela Profa. Dra. Yara Frateschi, cujo espaço de interlocução foi bastante rico para a minha formação. A meus amigos, que de diferentes formas, me ajudaram e me estimularam a realizar este trabalho, agradeço, em especial, a
Revista de Filosofia Aurora
Uma reflexão crítica sobre os caminhos e descaminhos das tecnologias contemporâneas se impõe com ... more Uma reflexão crítica sobre os caminhos e descaminhos das tecnologias contemporâneas se impõe com cada vez mais força na atualidade. Não se pode mais falar das dimensões “social” e “política” apenas se referindo à interação intersubjetiva; é preciso focar igualmente na interação humana com os aparatos técnicos. Tendo como pano de fundo a crescente digitalização da vida, acompanhada de processos de captação e armazenamento massivos de dados por parte de diferentes mecanismos e instâncias, gostaria de abordar, neste artigo, uma série de análises sobre os impactos do big data nos campos da economia, da política e da subjetividade a fim de colocar a seguinte questão: em que medida esse novo fenômeno não altera a configuração dos espaços de socialização e subjetivação, notadamente a esfera privada, de sorte a gerar um impacto na própria estruturação das democracias modernas? Tal questão se impõe na medida em que a antropologia política da modernidade é baseada, predominantemente, em uma n...
Cette étude de philosophie sociale vise à comprendre la spécificité du capitalisme en tant que fo... more Cette étude de philosophie sociale vise à comprendre la spécificité du capitalisme en tant que forme historique d’organisation sociale et de transformation du monde. Elle propose une réflexion descriptive et normative sur la pratique sociale capitaliste, afin de mieux cerner la complexité, la diversité et la plasticité de la dynamique capitaliste. Nous avons choisi de partir de la façon dont Marx conçoit la logique du capital sous l’angle de l’abstraction réelle, ce qui nous permet de saisir la pratique capitaliste selon les termes d’une normativité abstraite, d’un « devoir-être » qui pose comme fin « suprasensible » l’idéalisation d’une survaleur infinie. Marx fournit de précieuses ressources théoriques non seulement pour comprendre l’abstraction capitaliste, mais aussi pour déterminer les formes selon lesquelles celle-ci intervient et restructure la réalité concrète à travers l’action des capitalistes, en rendant explicites les tensions liées à une telle restructuration de l’exist...
HAL (Le Centre pour la Communication Scientifique Directe), 2010
HAL (Le Centre pour la Communication Scientifique Directe), 2012
Trans/Form/Ação, 2020
Resumo Este artigo procura apresentar e discutir tentativas recentes em filosofia social de anali... more Resumo Este artigo procura apresentar e discutir tentativas recentes em filosofia social de analisar e interpretar o capitalismo, a partir de uma perspectiva praxeológica. O practice turn em teoria social procurou superar o dualismo entre agência e estrutura, ou entre ação e sistema, por meio da noção de prática social. Seria possível então interpretar o capitalismo como um tipo especifico de prática social? Para tentar encaminhar essa questão, explicita-se brevemente, em um primeiro momento, em que consiste o practice turn em teoria social. Num segundo momento, analisa-se e se discute a proposta de Rahel Jaeggi de conceber a economia como uma rede de práticas sociais. Em seguida, expõe-se e se avalia a tentativa de Christian Lotz em ver, no dinheiro, a chave para compreender aquilo que ele chama de esquema capitalista. Por fim, conclui-se, chamando a atenção para os potenciais e desafios ligados ao empreendimento de interpretar o capitalismo em função de uma teoria da prática, suge...
O objetivo desse artigo e o de compreender a evolucao do diagnostico do capitalismo tardio ao lon... more O objetivo desse artigo e o de compreender a evolucao do diagnostico do capitalismo tardio ao longo da trajetoria intelectual de Habermas. O nosso interesse e o de investigar se ha mudancas significativas no modo pelo qual Habermas concebe a relacao entre capitalismo tardio e democracia efetiva. Como hipotese geral, defenderemos a ideia de que ha ao menos uma grande ruptura no modelo critico habermasiano, entre o fim dos anos 70 e inicio dos anos 80. Tal ruptura pode ser resumida, grosso modo, pela ideia segundo a qual, pelo menos ate Problemas de Legitimacao no Capitalismo Tardio, obra de 1973, capitalismo e democracia efetiva nao eram vistos como compativeis. Por outro lado, a partir da Teoria da Acao Comunicativa, publicada em 1981, ambos passam a poder conviver, apesar das tensoes e mediante um novo equilibrio de poderes. Finalmente, iremos ver como Habermas concebe esta tensao entre capitalismo e democracia hoje, a partir de seu debate recente com o sociologo alemao Wolfgang St...
Revista Ideação, 2020
O debate começa pelo questionamento, por Leonardo Pereira, do possível caráter abstrato, demasiad... more O debate começa pelo questionamento, por Leonardo Pereira, do possível caráter abstrato, demasiado geral, da noção, central à posição prático-poiética de Crisóstomo de Souza, da ação humana como poiésis e de nosso envolvimento básico com o mundo como um emaranhamento sensível prático criativo, de cujo caráter poderia resultar um déficit explicativo e também normativo. E se desenvolve no questionamento da atribuição àquela ação de um caráter de produção de artefatos, e também da atribuição de um alegado caráter artefatual à própria realidade humana, que então não poderia ser propriamente apreendida como estrutura ou sistema, condicionamento e circunstância. Que assim tampouco poderia ser criticada - no marco do que parece ser um viés idealista romântico - por suas eventuais deformações nesse nível, em termos p. ex. de alienação, ocultação etc. Nesse quadro, a técnica tampouco seria suficientemente criticada por sua eventual dependência de uma nociva metafísica objetivista ou por s...
Cette etude de philosophie sociale vise a comprendre la specificite du capitalisme en tant que fo... more Cette etude de philosophie sociale vise a comprendre la specificite du capitalisme en tant que forme historique d’organisation sociale et de transformation du monde. Elle propose une reflexion descriptive et normative sur la pratique sociale capitaliste, afin de mieux cerner la complexite, la diversite et la plasticite de la dynamique capitaliste. Nous avons choisi de partir de la facon dont Marx concoit la logique du capital sous l’angle de l’abstraction reelle, ce qui nous permet de saisir la pratique capitaliste selon les termes d’une normativite abstraite, d’un « devoir-etre » qui pose comme fin « suprasensible » l’idealisation d’une survaleur infinie. Marx fournit de precieuses ressources theoriques non seulement pour comprendre l’abstraction capitaliste, mais aussi pour determiner les formes selon lesquelles celle-ci intervient et restructure la realite concrete a travers l’action des capitalistes, en rendant explicites les tensions liees a une telle restructuration de l’exist...
Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade, 2021
Por que o tema do humanismo e do anti-humanismo é tão presente na obra de Ruy Fausto, acompanhand... more Por que o tema do humanismo e do anti-humanismo é tão presente na obra de Ruy Fausto, acompanhando do início ao fim o seu percurso intelectual? O objetivo deste artigo é o de analisar tal temática em diversos escritos do autor, com vistas a compreender tamanha relevância. No entanto, mostra-se inviável fazer isso sem abordar ao menos uma parte da enorme variedade de problemas que Fausto discutiu ao longo de seu trabalho, nos campos da lógica, filosofia da história, ontologia, antropologia filosófica, ética e política. Ao fim e ao cabo, o que se descortina é a mais pura expressão da dialética enquanto trama do pensamento crítico que leva a complexidade e a sutileza ao máximo e desmonta, uma a uma, as mais diversas unilateralidades. Com isso, é o próprio campo da crítica dialética que se expandirá para além da crítica marxista do capitalismo.
Le capitalisme des philosophes, 2016
La crise comme concept critique aujourd'hui ? Sur la contribution de Jürgen Habermas dans... more La crise comme concept critique aujourd'hui ? Sur la contribution de Jürgen Habermas dans Problèmes de légitimation du capitalisme avancé
Kínesis - Revista de Estudos dos Pós-Graduandos em Filosofia, 2010
O livro de Vladimir Safatle Cinismo e Falência da Crítica (6 capítulos, 216 páginas) procura real... more O livro de Vladimir Safatle Cinismo e Falência da Crítica (6 capítulos, 216 páginas) procura realizar um diagnóstico da realidade contemporânea apontando para a noção de cinismo como chave conceitual capaz de amarrar os vários campos do saber, desde a política até as artes passando pela psicanálise.
Terrains/Théories, 2020
A une epoque ou la nouvelle grande crise economique a remis au-devant de la scene la critique du ... more A une epoque ou la nouvelle grande crise economique a remis au-devant de la scene la critique du capitalisme, les premieres questions semblent aussi simples en apparence que complexes en pratique : Comment critiquer le capitalisme ? Comment lui resister ? Quels sont les principaux obstacles a surmonter ? Dans cet article, l’objectif des auteurs est d’aborder certaines difficultes liees a la critique et a la resistance anticapitalistes. A partir d’une double perspective, philosophique et sociologique, il s’agit de ne pas sous-estimer la plasticite et la resilience du capitalisme. Neanmoins, les auteurs tentent modestement de degager certaines caracteristiques du capitalisme a partir de l’etude de sa critique. L’un des objectifs reside par exemple dans l’utilisation de l’analyse sociologique de certaines experimentations se presentant comme critiques du capitalisme, a des fins de definition philosophique eventuelle de certains traits ontologiques du phenomene capitaliste. Ces deux approches ont en commun une inspiration regulationniste qui saisit le capitalisme comme un ordre social institue, et pas seulement comme un mode de production. Ce qui amene a une analyse contextuelle et situee du capitalisme, attentive a ses transformations et mutations dans l’espace et dans le temps. La reflexion des auteurs se deploie en trois temps, dans la mesure ou ils s’efforcent de repondre a trois defis : decrire de quelles manieres nos champs disciplinaires respectifs traitent de l’etude du capitalisme tout en soulignant la necessite de mobiliser plusieurs disciplines, expliciter les angles d’approche specifiques. Cet article evoque ensuite de quelles facons la critique marxiste tend a structurer les travaux contemporains portant sur la critique du capitalisme ; il s’agit ici d’evaluer la pertinence de la reactualisation de concepts traditionnels de l’œuvre de Marx. Enfin, dans quelles mesures le renouveau des critiques peut permettre d’analyser le capitalisme contemporain, notamment au travers de l’etude d’experimentations se presentant comme anticapitalistes.
Idéias, Aug 3, 2011
Resumo Neste artigo trataremos de um tema já longamente debatido na literatura sobre teoria socia... more Resumo Neste artigo trataremos de um tema já longamente debatido na literatura sobre teoria social, a saber, o embate entre as diferentes concepções de modernidade e de racionalização de dois grandes teóricos, Max Weber e Jürgen Habermas. No entanto, com toda a limitação de um texto desta natureza, gostaríamos de realizar esta empreitada a partir de um prisma um tanto quanto incomum. Tentaremos compreender as principais diferenças entre os diagnósticos dos dois autores a partir do modo pelo qual ambos enxergavam as modernas doutrinas jusnaturalistas.
Kriterion: Revista de Filosofia, 2018
RESUMO Neste artigo, procuraremos contribuir, dentro dos limites de um trabalho dessa natureza, p... more RESUMO Neste artigo, procuraremos contribuir, dentro dos limites de um trabalho dessa natureza, para uma nova orientação para a filosofia social contemporânea. Com efeito, num primeiro momento mostraremos que a filosofia social recente tem se notabilizado pela análise de experiências negativas, com um acento no processo de formação da subjetividade, assim como pelo foco no diagnóstico de patologias sociais relacionadas aos padrões subjetivos de autorrealização pessoal. Num segundo momento, salientaremos que o problema é que, nesse quadro, o próprio social pode eventualmente aparecer como algo tão-somente negativo, ameaçador, deficitário e gerador de patologias. Ora, acreditamos que o desafio de captar igualmente a causa das patologias, os poderes e a perspectiva do dominante, e não somente os efeitos deletérios por eles gerados e a perspectiva dos dominados, pode ser melhor enfrentado por meio da temática do capitalismo como fenômeno social. É por isso que iremos esboçar, em linhas ...
Problemata, 2019
Resumo: Neste artigo, procuramos defender a ideia de que o campo da ontologia social pode e deve ... more Resumo: Neste artigo, procuramos defender a ideia de que o campo da ontologia social pode e deve interessar ao campo da teoria crítica. Para tanto, ressaltamos que uma teoria social que se pretende autorreflexiva não pode deixar de refletir sobre seus próprios pressupostos sócioontológicos. Sendo assim, num primeiro momento, procuraremos mostrar como a teoria crítica precisa pressupor uma ontologia social processual, na medida em que precisa encarar a mudança social como algo ontologicamente consistente. Num segundo momento, mostraremos que ela precisa igualmente lidar com pressupostos ontológicos substancialistas para compreender os obstáculos à emancipação. Por fim, sublinharemos os desafios que se colocam à compatibilização desta dupla perspectiva.
Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade, 2018
A relevância da tarefa de elaboração de uma teoria crítica do capitalismo adequada aos tempos atu... more A relevância da tarefa de elaboração de uma teoria crítica do capitalismo adequada aos tempos atuais é central atualmente. Este artigo pretende apresentar, em suas linhas mestras, o trabalho de Moishe Postone e, sobretudo, avaliar até que ponto ele se apresenta como um ponto de partida adequado ao objetivo de compreender e criticar a dinâmica capitalista. Este artigo divide-se assim em duas partes: a primeira visa destacar os aspectos centrais do pensamento de Postone e a segunda procura suscitar alguns questionamentos e críticas acerca tanto da interpretação de Postone sobre Marx quanto, mais geralmente, da sua teorização do capitalismo.
Revista Ideação, 2019
Apesar de ser tido normalmente como um livro de economia, de teoria social ouaté mesmo de históri... more Apesar de ser tido normalmente como um livro de economia, de teoria social ouaté mesmo de história, O Capital de Marx possui elementos de grande interesse filosófico. Se adotarmos esse último ponto de vista, torna-se inevitável uma abordagem do primeiro capítulo desta obra, na medida em que ele introduz uma tese curiosa, algo como um enigma ontológico: como algo pode existir de dois modos diferentes, concomitantes e relacionados entre si? Pois esse é o caso da mercadoria, analisada por Marx neste primeiro capítulo. Neste artigo, iremospropor uma leitura deste capítulo com vistas a esclarecer este modo dúplice de existência da mercadoria. Esta tentativa de esclarecimento é a nosso ver relevante, tendo em vista que tal “qüiproquó ontológico” já suscitou inúmeras controvérsias e tal enigma é extremamente importante para a compreensão do resto da obra e da própria dinâmica capitalista, tal como pensada por Marx; não à toa, a explicação do modo de ser da forma-mercadoria se encontra logo...
Cadernos De Graduacao, Oct 5, 2011
Muitos comentadores interpretam a teoria obrigacional hobbesiana sob um prisma “moralizante”, ist... more Muitos comentadores interpretam a teoria obrigacional hobbesiana sob um prisma “moralizante”, isto e, poem como fundamento de obrigacao a autoridade divina. A obediencia as leis de natureza e vista como um fim moral em si mesmo, na medida em que sao, em ultima instância, “comandos divinos”. Nessa perspectiva, a religiao (crista) parece ocupar um papel fundamental na legitimacao da obrigacao politica em Hobbes. Se nos detivermos na analise da concepcao deste filosofo acerca da razao, bem como da natureza humana, por outro lado, perceberemos que uma teoria da obrigacao que se sustenta em comandos divinos e fins morais e incompativel com o “homem hobbesiano”.Ora, isso significa que o aspecto religioso nao desempenha, entao, nenhum papel na teoria da obrigacao e na constituicao do Leviata?
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