Victor Coutinho Lage
Professor do Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Professor Milton Santos, Universidade Federal da Bahia (IHAC/UFBA)
Professor do Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais (IHAC/UFBA)
Coordenador do grupo de estudos e pesquisa "Interpretações do Brasil e marcadores de discriminação em perspectiva global" (UFBA, registrado no CNPq)
Cofundador do site "errante, o Internacional fora do lugar" (errante.blog)
Editor-chefe rotativo do periódico International Political Sociology (IPS)
Doutor pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, no Programa de Pós-graduação do Instituto de Relações Internacionais (IRI/PUC-Rio), com doutorado-sanduíche na Universidade de Victoria (Canadá). Foi pesquisador visitante, entre março e maio de 2023, na Universidade Paris 8 (França); e, entre junho de 2023 e fevereiro de 2024, na PUC-Rio.
Situa-se diante dos seguintes campos: teoria e filosofia políticas contemporâneas; modernidade e marcadores de discriminação; "interpretações do Brasil"; e modernidades no Brasil e a partir do Brasil.
Contato: victorclage@gmail.com
Professor do Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais (IHAC/UFBA)
Coordenador do grupo de estudos e pesquisa "Interpretações do Brasil e marcadores de discriminação em perspectiva global" (UFBA, registrado no CNPq)
Cofundador do site "errante, o Internacional fora do lugar" (errante.blog)
Editor-chefe rotativo do periódico International Political Sociology (IPS)
Doutor pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, no Programa de Pós-graduação do Instituto de Relações Internacionais (IRI/PUC-Rio), com doutorado-sanduíche na Universidade de Victoria (Canadá). Foi pesquisador visitante, entre março e maio de 2023, na Universidade Paris 8 (França); e, entre junho de 2023 e fevereiro de 2024, na PUC-Rio.
Situa-se diante dos seguintes campos: teoria e filosofia políticas contemporâneas; modernidade e marcadores de discriminação; "interpretações do Brasil"; e modernidades no Brasil e a partir do Brasil.
Contato: victorclage@gmail.com
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Papers by Victor Coutinho Lage
Neste texto, interajo com algumas das contribuições conceituais de Lélia Gonzalez, com destaque para suas categorias de “pretuguês” e “amefricanidade”. Ao situar a formação brasileira na dinâmica internacional do colonialismo e do imperialismo, o pensamento de Lélia incide de maneira complexa e produtiva na discussão contemporânea acerca da relação entre interseccionalidade e agência “não ocidental”. Meu argumento, mais precisamente, é o de que as categorias mencionadas acima compõem uma teorização sobre a agência que é ao mesmo tempo interseccional, indisciplinar e internacional, expondo, dessa forma, a relação que colonialismo, imperialismo, língua, territorialidade, capitalismo, racismo, sexismo, entre outros aspectos, estabelecem entre si na (re)produção de marcadores de discriminação.
Nick Onuf's constructivism is one of the most important contributions to the field of international relations in what regards the interchange between social and political theories, and philosophy. In this text, I engage with Onuf's body of work taken as a whole. The guiding thread of the problematization I propose is woven through the attention to how Onuf's craft and creative undertaking sets certain beginnings in the construction of his framework, and how setting them has important implications for (the conception of) 'politics'. I would argue that Onuf's conception of politics is sustained on two central beginnings: the conception of humans as 'rational agents' and the framing of what has come to be called 'modernity'. This way, I emphasize what seems to me the most enduring contribution his body of work can provide not only to the field of international relations, but also to contemporary social and political theories more generally. The first section outlines the relation Onuf establishes between rules and rule, while the following two sections deal, in turn, with his conceptions of 'agency' and the 'modern world'. My goal in these first three sections is to reconfigure Onuf's constructivism. The fourth and final section moves ahead, giving a step further-perhaps too far, perhaps too radical-, paving a critical engagement with his work through peripheral (re)begininngs.
que vem me atravessando. Em especial, atrai-me aquilo que Evando tem como hipótese de trabalho, articulada mais recentemente nos seguintes
termos: “a literatura, ou antes, diversos textos literários possibilitam pensar o impensado e até mesmo o impensável pela tradição metafísica do chamado ocidente” (NASCIMENTO, [202-]),4 mas já articulada muito antes em outros termos: “uma literatura pensante seria aquela que pensaria o impensável”. (NASCIMENTO, 2001, p. 274, grifo do autor). Essas duas sugestões são desenvolvidas através da leitura de dois contos de Evando, em diálogo com seus ensaios.
Certas interpretações do Brasil podem ser lidas como textos que fornecem teorizações do capitalismo global. O estudo de um conjunto de textos com foco no A revolução bur-guesa no Brasil, de Florestan Fernandes, expõe as conexões entre o interno e o externo e as articulações de passado, presente e futuro na produção da desigualdade dentro e entre os países. Uma atenção renovada para eles provavelmente é proveitosa para debates sobre o capitalismo global que não são de interesse exclusivo do caso brasileiro e para desafiar certa divisão global do trabalho intelectual.
Neste texto, interajo com algumas das contribuições conceituais de Lélia Gonzalez, com destaque para suas categorias de “pretuguês” e “amefricanidade”. Ao situar a formação brasileira na dinâmica internacional do colonialismo e do imperialismo, o pensamento de Lélia incide de maneira complexa e produtiva na discussão contemporânea acerca da relação entre interseccionalidade e agência “não ocidental”. Meu argumento, mais precisamente, é o de que as categorias mencionadas acima compõem uma teorização sobre a agência que é ao mesmo tempo interseccional, indisciplinar e internacional, expondo, dessa forma, a relação que colonialismo, imperialismo, língua, territorialidade, capitalismo, racismo, sexismo, entre outros aspectos, estabelecem entre si na (re)produção de marcadores de discriminação.
Nick Onuf's constructivism is one of the most important contributions to the field of international relations in what regards the interchange between social and political theories, and philosophy. In this text, I engage with Onuf's body of work taken as a whole. The guiding thread of the problematization I propose is woven through the attention to how Onuf's craft and creative undertaking sets certain beginnings in the construction of his framework, and how setting them has important implications for (the conception of) 'politics'. I would argue that Onuf's conception of politics is sustained on two central beginnings: the conception of humans as 'rational agents' and the framing of what has come to be called 'modernity'. This way, I emphasize what seems to me the most enduring contribution his body of work can provide not only to the field of international relations, but also to contemporary social and political theories more generally. The first section outlines the relation Onuf establishes between rules and rule, while the following two sections deal, in turn, with his conceptions of 'agency' and the 'modern world'. My goal in these first three sections is to reconfigure Onuf's constructivism. The fourth and final section moves ahead, giving a step further-perhaps too far, perhaps too radical-, paving a critical engagement with his work through peripheral (re)begininngs.
que vem me atravessando. Em especial, atrai-me aquilo que Evando tem como hipótese de trabalho, articulada mais recentemente nos seguintes
termos: “a literatura, ou antes, diversos textos literários possibilitam pensar o impensado e até mesmo o impensável pela tradição metafísica do chamado ocidente” (NASCIMENTO, [202-]),4 mas já articulada muito antes em outros termos: “uma literatura pensante seria aquela que pensaria o impensável”. (NASCIMENTO, 2001, p. 274, grifo do autor). Essas duas sugestões são desenvolvidas através da leitura de dois contos de Evando, em diálogo com seus ensaios.
Certas interpretações do Brasil podem ser lidas como textos que fornecem teorizações do capitalismo global. O estudo de um conjunto de textos com foco no A revolução bur-guesa no Brasil, de Florestan Fernandes, expõe as conexões entre o interno e o externo e as articulações de passado, presente e futuro na produção da desigualdade dentro e entre os países. Uma atenção renovada para eles provavelmente é proveitosa para debates sobre o capitalismo global que não são de interesse exclusivo do caso brasileiro e para desafiar certa divisão global do trabalho intelectual.