Papers by Rafael Martins Nogueira
O GÊNERO EM SEMIÓTICA: TIPOS TEXTUAIS E TIPOS DISCURSIVOS, 2021
Concatenando uma resolução à problemática dos gêneros que visasse a sistematização de tipologias ... more Concatenando uma resolução à problemática dos gêneros que visasse a sistematização de tipologias culturais, mas levando em conta o teor heurístico da Semiótica, Jacques Fontanille, em Sémiotique et littérature (1999), construiu um aparato de tipificação e classificação dos gêneros de modo englobante e menos contaminado por axiologizações. Assim, o teórico desenvolve uma metodologia objetivando a ausência de axiologias descritivas e aliada aos pressupostos epistemológicos da semiótica. Por isso, este trabalho tem como objetivo situar os gêneros em semiótica ao apresentar a proposta teórico-semiótica de Fontanille. Essa perspectiva, portanto, oferece suporte para os semioticistas operarem com a noção de gênero que foi suprimida durante os desenvolvimentos da teoria.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
ALGUNS CONCEITOS EM SEMIÓTICA DISCURSIVA, 2021
Resumo: Este artigo vem tratar de alguns conceitos-chaves para o estudo em uma teoria do discurso... more Resumo: Este artigo vem tratar de alguns conceitos-chaves para o estudo em uma teoria do discurso: texto, discurso, contexto e coerência. Conceitos como contexto e coerência, por exemplo, não são apresentados ao iniciante em semiótica. Esses, muitas vezes, são tratados como óbvios aos estudantes, causando certa curiosidade ou interesse. Portanto, o objetivo é esclarecer e introduzir esses conceitos, dando ao jovem pesquisador, clareza em como a semiótica discursiva, enquanto teoria do discurso, discute esses conceitos. O pressuposto teórico é a semiótica discursiva, cujos principais autores para esta pesquisa são Greimas e Courtés (2018), Barros (2002 e 2005), Fiorin (1995) e Bertrand (2003). A metodologia utilizada, de acordo com Gil (2002), é exploratória, descritiva e explicativa. Chegamos à conclusão de que o texto, enquanto um todo de significação, tem o discurso como seu plano de conteúdo. Haja vista tudo ser texto, vemos que o contexto seria somente um outro texto que conversa com outros textos. Já coerência seria uma negociação de isotopias figurativas ou temáticas. Palavras-chave: semiótica discursiva; contexto; coerência.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
A figura humana de Jesus Cristo na obra O evangelho segundo Jesus Cristo, de José Saramago, 2022
A história de Jesus Cristo sempre foi um assunto abordado pelas mais diversas entidades
religiosa... more A história de Jesus Cristo sempre foi um assunto abordado pelas mais diversas entidades
religiosas, assim como textos considerados sagrados. A bíblia cristã, por exemplo, é o texto
mais famoso e um exemplo inquestionável da narrativa de vida da figura do salvador. Por seu
valor inquestionável, os relatos bíblicos sempre foram vistos como a única versão da vida de
Jesus. No entanto, em O Evangelho Segundo Jesus Cristo, José Saramago se propõe a criar
uma nova versão dos fatos e da vida deste personagem. O autor, consequentemente, agracianos
com uma obra de valor inestimável para a literatura. Desta forma, o presente trabalho busca
analisar a construção do personagem Jesus Cristo na obra de Saramago, citada anteriormente,
observando como a personagem, embora cercada de santidade, é humana, como qualquer outra.
Saramago, em seu romance, ensina-nos que, mesmo Jesus Cristo, o ser representacional da
mais pura perfeição, era, contudo, passivo de tudo aquilo que pode afetar a experiência humana
– um Jesus-homem.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
A PRÁTICA SEMIÓTICA DO MEME, 2021
Esta pesquisa tem como objetivo examinar, do ponto de vista semiótico, o fenômeno
transmidiático ... more Esta pesquisa tem como objetivo examinar, do ponto de vista semiótico, o fenômeno
transmidiático conhecido como meme. A ideia central é descrever o funcionamento do meme
como uma prática semiótica, conforme a perspectiva teórica formulada pelo semioticista
francês Jacques Fontanille, que prevê uma metodologia de análise em que os objetos de estudo
são examinados em níveis de pertinência semiótica distintos, porém integrados entre si. No caso
desta pesquisa, o nível de pertinência semiótica escolhido foi o nível das práticas. Apesar do
grande número de trabalhos na área dos estudos da linguagem e da comunicação que tomam o
meme como objeto de estudo, há poucas pesquisas no campo da semiótica discursiva o que já
justifica a realização desta dissertação. No que diz respeito a hipótese deste trabalho, a prática
do meme acontece na sucessão de quatro atos enunciativos: criar, recriar, interagir e
compartilhar, elementos que permitem sistematizar a prática numa sintaxe capaz de contribuir
para a compreensão global do fenômeno; hipótese que parece dar conta de uma descrição
semioticamente orientada de um fenômeno tão multifacetado e dinâmico, como é o caso do
meme da internet. Com isso, testa-se a rentabilidade dos níveis de pertinência semiótica, ao
mesmo tempo em que se amplia o leque da teoria semiótica, eis aí uma das contribuições deste
trabalho. Assim, ao escolhermos o meme, não só escolhemos uma manifestação discursiva
muito atual e produtiva, com também de difícil apreensão, visto que sua definição (em termos
materiais e em termos espaciais) é fugidia e em constante mudança e migração. Assim, a
escolha do caminho pelas práticas é um ganho de conhecimento para os estudos do meme e um
bom exemplo de extensão da proposta teórica de Jacques Fontanille.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), 2018
Durante o século XX, as literaturas dos PALOP foram se consolidando como literaturas nacionais e ... more Durante o século XX, as literaturas dos PALOP foram se consolidando como literaturas nacionais e apresentando, em sua produção, obras que indicavam, cada vez mais, o despertar de uma consciência crítica sobre questões sociopolíticas em cada realidade nacional. Dessa forma, a literatura extrapola sua função estética e se configura como arma política para se repensar a história e a cultura de cada país. Para se entender, minimamente, como essa utilização da literatura como espaço
para um debate político ocorre, o objetivo desta pesquisa partirá da análise do romance Estação das Chuvas (2012), de José Eduardo Agualusa, focando-se na protagonista Lídia, procurando constatar, em sequência, se ela poderia desempenhar, na obra, o papel simbólico de metáfora de Angola, viabilizando o surgimento do conceito de metáfora da prospecção elemento central da pesquisa. A fim de avaliar essa hipótese, esta pesquisa pautar-se-á numa abordagem indutivoqualitativa
de caráter bibliográfico-exploratório, amparando-se em teorias apresentadas por pesquisadores dos Estudos Literários e de Teoria da Literatura, a citar: Inocência Mata (2018), Antonio Candido (1993) e Linda Hutcheon (1991) e dos Estudos de Metáfora, Lakoff e Johnson (1980; 2003) e Barnden (2010), bem como analisando metáforas acessórias ao campo semântico “Lídia”. Assim, espera-se que,
na articulação entre análise literária e embasamento teórico, esta pesquisa apresente argumentos suficientes para que possamos entender que é por meio da protagonista que o narrador constrói uma versão da história angolana, embora o faça a partir de uma metáfora prospectiva de desesperança para o país.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
OS ASPECTOS DO NARRADOR DE WALTER BENJAMIN: DIÁLOGOS E AFINIDADES ENTRE JOSÉ LUANDINO VIEIRA E JOÃO GUIMARÃES ROSA, 2017
R a f a e l M a r t i n s N o g u e i r a 1 U n i v e r s i d a d e d a I n t e g r a ç ã o I n t... more R a f a e l M a r t i n s N o g u e i r a 1 U n i v e r s i d a d e d a I n t e g r a ç ã o I n t e r n a c i o n a l d a L u s o f o n i a A f r o-B r a s i l e i r a (U N I L A B) L e t r a s-L í n g u a P o r t u g u e s a (I n s t i t u t o d e H u m a n i d a d e s e L e t r a s) r a f a e l m a r t i n s n o g u e i r a @ o u t l o o k. c o m. b r R e s u m o : O o b j e t i v o d e s t e t r a b a l h o é c o m p r e e n d e r e d e s t a c a r o s a s p e c t o s e a f i n i d a d e s e n t r e a o b r a d e J o ã o G u i m a r ã e s R o s a , Gr an d e se rt ã o : v e re d a s e o c o n t o " V a v ó X í x i e s e u n e t o Z e c a S a n t o s " , d o a u t o r d e L u u a n d a , J o s é L u a n d i n o V i e i r a. C o n s i d e r a n d o o s a s p e c t o s p r e s e n t e s d o n a r r a d o r n a s d u a s o b r a s , d i a l o g as e c o m a p e r s p e c t i v a e o s c o n c e i t o s d e W a l t e r B e n j a m i n (1 9 9 6) , c o n f o r m e p r o p õ e m , " A s e s t ó r i a s d e L u u a n d a c o m o ' f á b u l a s a n g o l a n a s ' : d i s j u n ç õ e s e c o n f l u ê n c i a s " , d e I n o c ê n c i a M a t a (2 0 1 4) , e " W a l t e r B e n j a m i n r e l a m p e j a e m G u im a r ãe s Ro s a " , de L í v i a d e S á B a i ã o (2 01 5). P a l a v r a s-c h a v e : G u i m a r ã e s R o s a. L u a n d i n o V i e i r a. W a l t e r B e n j am i n. A f i n i da de s. L i t e r a t u r a. 1 I N T R O D U Ç Ã O D u r a nt e a d é c a d a de 6 0 , n o B r a s i l , o c r í t i c o l i t e r á r i o , f i l ó-s o f o e e s c r i t o r , W a l t e r B e n j am i n é o á p i c e d e e s t u do s , a n á l i s e s e r e v i s i t a ç õ e s. É n e s se p e r í od o q u e c om e ç am a s e r e m p u b l i c ad a s a s t r a d uç õe s d o s s e u s e sc r i t o s p a r a o p o r t u g uê s. C on t u-d o , a p a r t i r d a d é c a d a d e 9 0 , e n s a i os c om a b o r d ag e n s h i s t ó r i-c a s , p o l í t i c a s e s o c i a is s e t o r n am i n t e n s o s e p r e se nt e s, e m e s pe c i a l , o p e n s am e n t o d e Be n j am i n q u a nt os a o s c o nc e i t o s d e n a r r a d o r , rom a nc e e e p o pe i a (BA I ÃO , 2 0 1 5) .
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Conference Presentations by Rafael Martins Nogueira
A DILUIÇÃO AUTORAL NOS MEMES: ENTRE TEXTOS-ENUNCIADOS, OBJETOS E PRÁTICAS SEMIÓTICAS, 2022
A internet com seus elementos nativos (gif, hipertextos, memes, vídeos e outros) não se restringe... more A internet com seus elementos nativos (gif, hipertextos, memes, vídeos e outros) não se restringem exclusivamente ao fenômeno textual. No universo virtual, a experiência semiótica torna-se peça central, envolvida nos mais variados movimentos imagéticos e dinâmicos, nas diferentes sonoridades e manifestações visuais que permeiam a interação usuário-máquina. Assim, tratar o meme com uma visada exclusivamente textual, desconsiderando seu entorno, mostra-se insuficiente para dar conta dos sentidos emergentes dessa complexa rede em que está inserido. Dito isto, assumimos que o meme envolve instâncias materiais e formais na sua constituição e não se deixa ver apenas no nível do texto-enunciado. O meme envolve experiências como a figuratividade, a interpretação, a corporeidade e as práticas. Consequentemente, é a partir dos níveis de pertinência semiótica que, propostos por Jacques Fontanille (2005, 2008a, 2008b), se é possível captar as especificidades de um dado objeto a partir de diferentes instâncias divididas em patamares de profundidade, pois, a princípio, cada objeto-suporte é inseparável do entorno em que se está inserido e que lhe confere eficácia enunciativa e pragmática. Logo, o objetivo deste trabalho é investigar o fenômeno da autoria nos memes, visto que são normalmente anônimos. Isto é, “não há um ‘eu’ assumido mediante uma assinatura. Qualquer um pode tê-los feito.” (BRITO, 2020). Assim, ao invés de considerá-los constitutivamente não biografados, preferimos descrevê-los como sujeitos a um processo de diluição da autoria. Assim, nossa hipótese é que é característico dos memes a tendência ao apagamento da autoria. Essa hipótese só se torna relevante quando consideramos a prática do meme, não somente o nível do texto-enunciado, visto que a tendência acontece na sua recriação, durante o seu uso. Dessa forma, o meme nos convida a um olhar mais profundo e atento para a sua constituição nas interações digitais.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Uploads
Papers by Rafael Martins Nogueira
religiosas, assim como textos considerados sagrados. A bíblia cristã, por exemplo, é o texto
mais famoso e um exemplo inquestionável da narrativa de vida da figura do salvador. Por seu
valor inquestionável, os relatos bíblicos sempre foram vistos como a única versão da vida de
Jesus. No entanto, em O Evangelho Segundo Jesus Cristo, José Saramago se propõe a criar
uma nova versão dos fatos e da vida deste personagem. O autor, consequentemente, agracianos
com uma obra de valor inestimável para a literatura. Desta forma, o presente trabalho busca
analisar a construção do personagem Jesus Cristo na obra de Saramago, citada anteriormente,
observando como a personagem, embora cercada de santidade, é humana, como qualquer outra.
Saramago, em seu romance, ensina-nos que, mesmo Jesus Cristo, o ser representacional da
mais pura perfeição, era, contudo, passivo de tudo aquilo que pode afetar a experiência humana
– um Jesus-homem.
transmidiático conhecido como meme. A ideia central é descrever o funcionamento do meme
como uma prática semiótica, conforme a perspectiva teórica formulada pelo semioticista
francês Jacques Fontanille, que prevê uma metodologia de análise em que os objetos de estudo
são examinados em níveis de pertinência semiótica distintos, porém integrados entre si. No caso
desta pesquisa, o nível de pertinência semiótica escolhido foi o nível das práticas. Apesar do
grande número de trabalhos na área dos estudos da linguagem e da comunicação que tomam o
meme como objeto de estudo, há poucas pesquisas no campo da semiótica discursiva o que já
justifica a realização desta dissertação. No que diz respeito a hipótese deste trabalho, a prática
do meme acontece na sucessão de quatro atos enunciativos: criar, recriar, interagir e
compartilhar, elementos que permitem sistematizar a prática numa sintaxe capaz de contribuir
para a compreensão global do fenômeno; hipótese que parece dar conta de uma descrição
semioticamente orientada de um fenômeno tão multifacetado e dinâmico, como é o caso do
meme da internet. Com isso, testa-se a rentabilidade dos níveis de pertinência semiótica, ao
mesmo tempo em que se amplia o leque da teoria semiótica, eis aí uma das contribuições deste
trabalho. Assim, ao escolhermos o meme, não só escolhemos uma manifestação discursiva
muito atual e produtiva, com também de difícil apreensão, visto que sua definição (em termos
materiais e em termos espaciais) é fugidia e em constante mudança e migração. Assim, a
escolha do caminho pelas práticas é um ganho de conhecimento para os estudos do meme e um
bom exemplo de extensão da proposta teórica de Jacques Fontanille.
para um debate político ocorre, o objetivo desta pesquisa partirá da análise do romance Estação das Chuvas (2012), de José Eduardo Agualusa, focando-se na protagonista Lídia, procurando constatar, em sequência, se ela poderia desempenhar, na obra, o papel simbólico de metáfora de Angola, viabilizando o surgimento do conceito de metáfora da prospecção elemento central da pesquisa. A fim de avaliar essa hipótese, esta pesquisa pautar-se-á numa abordagem indutivoqualitativa
de caráter bibliográfico-exploratório, amparando-se em teorias apresentadas por pesquisadores dos Estudos Literários e de Teoria da Literatura, a citar: Inocência Mata (2018), Antonio Candido (1993) e Linda Hutcheon (1991) e dos Estudos de Metáfora, Lakoff e Johnson (1980; 2003) e Barnden (2010), bem como analisando metáforas acessórias ao campo semântico “Lídia”. Assim, espera-se que,
na articulação entre análise literária e embasamento teórico, esta pesquisa apresente argumentos suficientes para que possamos entender que é por meio da protagonista que o narrador constrói uma versão da história angolana, embora o faça a partir de uma metáfora prospectiva de desesperança para o país.
Conference Presentations by Rafael Martins Nogueira
religiosas, assim como textos considerados sagrados. A bíblia cristã, por exemplo, é o texto
mais famoso e um exemplo inquestionável da narrativa de vida da figura do salvador. Por seu
valor inquestionável, os relatos bíblicos sempre foram vistos como a única versão da vida de
Jesus. No entanto, em O Evangelho Segundo Jesus Cristo, José Saramago se propõe a criar
uma nova versão dos fatos e da vida deste personagem. O autor, consequentemente, agracianos
com uma obra de valor inestimável para a literatura. Desta forma, o presente trabalho busca
analisar a construção do personagem Jesus Cristo na obra de Saramago, citada anteriormente,
observando como a personagem, embora cercada de santidade, é humana, como qualquer outra.
Saramago, em seu romance, ensina-nos que, mesmo Jesus Cristo, o ser representacional da
mais pura perfeição, era, contudo, passivo de tudo aquilo que pode afetar a experiência humana
– um Jesus-homem.
transmidiático conhecido como meme. A ideia central é descrever o funcionamento do meme
como uma prática semiótica, conforme a perspectiva teórica formulada pelo semioticista
francês Jacques Fontanille, que prevê uma metodologia de análise em que os objetos de estudo
são examinados em níveis de pertinência semiótica distintos, porém integrados entre si. No caso
desta pesquisa, o nível de pertinência semiótica escolhido foi o nível das práticas. Apesar do
grande número de trabalhos na área dos estudos da linguagem e da comunicação que tomam o
meme como objeto de estudo, há poucas pesquisas no campo da semiótica discursiva o que já
justifica a realização desta dissertação. No que diz respeito a hipótese deste trabalho, a prática
do meme acontece na sucessão de quatro atos enunciativos: criar, recriar, interagir e
compartilhar, elementos que permitem sistematizar a prática numa sintaxe capaz de contribuir
para a compreensão global do fenômeno; hipótese que parece dar conta de uma descrição
semioticamente orientada de um fenômeno tão multifacetado e dinâmico, como é o caso do
meme da internet. Com isso, testa-se a rentabilidade dos níveis de pertinência semiótica, ao
mesmo tempo em que se amplia o leque da teoria semiótica, eis aí uma das contribuições deste
trabalho. Assim, ao escolhermos o meme, não só escolhemos uma manifestação discursiva
muito atual e produtiva, com também de difícil apreensão, visto que sua definição (em termos
materiais e em termos espaciais) é fugidia e em constante mudança e migração. Assim, a
escolha do caminho pelas práticas é um ganho de conhecimento para os estudos do meme e um
bom exemplo de extensão da proposta teórica de Jacques Fontanille.
para um debate político ocorre, o objetivo desta pesquisa partirá da análise do romance Estação das Chuvas (2012), de José Eduardo Agualusa, focando-se na protagonista Lídia, procurando constatar, em sequência, se ela poderia desempenhar, na obra, o papel simbólico de metáfora de Angola, viabilizando o surgimento do conceito de metáfora da prospecção elemento central da pesquisa. A fim de avaliar essa hipótese, esta pesquisa pautar-se-á numa abordagem indutivoqualitativa
de caráter bibliográfico-exploratório, amparando-se em teorias apresentadas por pesquisadores dos Estudos Literários e de Teoria da Literatura, a citar: Inocência Mata (2018), Antonio Candido (1993) e Linda Hutcheon (1991) e dos Estudos de Metáfora, Lakoff e Johnson (1980; 2003) e Barnden (2010), bem como analisando metáforas acessórias ao campo semântico “Lídia”. Assim, espera-se que,
na articulação entre análise literária e embasamento teórico, esta pesquisa apresente argumentos suficientes para que possamos entender que é por meio da protagonista que o narrador constrói uma versão da história angolana, embora o faça a partir de uma metáfora prospectiva de desesperança para o país.