Raísa Inocêncio
Cearense, realizou um doutorado na Universidade de Toulouse (FR) em filosofia com a tese : “Diga-me Vênus : porque caçam as mulheres ?”. Em 2024, com o projeto “Ancestrofuturismo: um verbete cosmogônico em torno da narrativa afrodiaspórica e afro-brasileira”, foi selecionada para o programa de excelência EXC 2020 Temporal Communities: Doing Literature in a Global Perspective, na Universidade de Berlim (Alemanha). Em paralelo à pesquisa acadêmica, atua como artista e ativista sobre a cura e defesa das feridas coloniais. Como militante organiza festas solidárias para arrecadar fundos ao projeto de saúde Pataxó na Bahia, co-financiado pela região Occitanie, França. Participa dos grupos de pesquisa Maria Carolina de Jesus (UFRJ), Rede Lélia Gonzalez (UnB) e Epistemologias del Sur (CLACSO).
Resumo da tese :
Diga-me Vénus, porque caçam as mulheres ? conta a história dos usos e das representações figurativas de Vênus por meio de uma escrita crítica do arquivo sobre a caça às mulheres, enquanto apresenta uma escrita performativa de uma experiência erótica e feminina vivida. Com base em uma história das mulheres e em uma metodologia de arqueologia e genealogia do conhecimento, a tese reconstrói uma história da caça às mulheres feiticeiras, colonizadas e emancipadas, perseguidas pelo nome e pela figura personificada de Vênus, a deusa do amor e da beleza (entre outros atributos sexuais e femininos). Trata-se de ler e sentir essa história ambivalente entre a figura de Vênus, suas representações morais e a experiência erótica feminina vivida. Também se trata de entender, por meio da escrita crítica, os arquivos como provas de uma história de antifeminismo e de uma sistematização de injustiça epistêmica. A pesquisa apresenta, de forma interseccional, um retrato de figuras sensíveis que giram em torno da representação da feminilidade. Partindo do cânone da beleza chamado Afrodite/Vênus (seus mitos e arquivos), ela mostra como a caça às mulheres é transposta para uma estética moderna que contribui para a produção de categorias de raça, classe e gênero que regem o estabelecimento das regras de beleza a partir do período clássico europeu. Este projeto de tese em filosofia também propõe dispositivos de escrita filosófica e estética, alimentados por uma transversalidade epistêmica e artística, por meio de uma metodologia "artivista" que entrelaça arte e ativismo como modos de pensamento e know-how. Dessa forma, a metodologia reflete sobre a prática da conscientização diante da experiência vivida de lesões antifeministas. A conclusão da tese apresenta uma política erótica de relacionamento de acordo com Audre Lorde e Edouard Glissant, e uma pedagogia do desejo de acordo com bell hooks.
FR:
"Dis-moi Vénus, pourquoi chassent-ils les femmes ?" raconte l’histoire des usages et des représentations figuratives de Vénus par une écriture critique des archives sur la chasse aux femmes, tout en présentant une écriture performative d’une expérience vécue érotique et féminine. Basée sur une histoire des femmes et une méthodologie d’archéologie et de généalogie du savoir, la thèse reconstitue une histoire de la chasse aux femmes sorcières, colonisées et émancipées chassées par le nom et la figure incarnée de Vénus, la déesse de l’amour et de la beauté (entre autres attributs sexuels et féminins). Il s’agit de lire et de sentir cette histoire ambivalente entre la figure de Vénus, ses représentations morales et l’expérience vécue érotique féminine. Il s’agit aussi de comprendre par une écriture critique les archives comme les épreuves d’une histoire de l’antiféminisme et d’une systématisation de l’injustice épistémique. La recherche présente de manière intersectionnelle un portrait des figures sensibles qui tournent autour de la représentation de la féminité. À partir du canon de beauté nommée Aphrodite/Vénus (ses mythes et ses archives), elle montre comment la chasse aux femmes se transpose dans une esthétique moderne qui contribue à la production de catégories de race, classe et genre qui régissent l'établissement des règles du beau à partir de l'époque classique européenne. Ce projet de thèse en philosophie propose également des dispositifs d'écriture philosophique et esthétique, nourris par une transversalité épistémique et artistique, à travers une méthodologie « artiviste » qui entrecroise l’art et l’activisme comme modes de pensée et de savoir-faire. Ainsi, la méthodologie pense la pratique de la prise de conscience face à l’expérience vécue de la blessure antiféministe. La conclusion de la thèse présente une politique érotique de la relation selon Audre Lorde, Edouard Glissant, et une pédagogie du désir selon bell hooks.
Performance Art, theorie du genre, transféminisme et décolonisation du savoir.
http://lattes.cnpq.br/9826399700512108
http://cargocollective.com/inocencioraisa/About-Raisa-Inocencio
thèse : https://theses.hal.science/tel-04347695
Resumo da tese :
Diga-me Vénus, porque caçam as mulheres ? conta a história dos usos e das representações figurativas de Vênus por meio de uma escrita crítica do arquivo sobre a caça às mulheres, enquanto apresenta uma escrita performativa de uma experiência erótica e feminina vivida. Com base em uma história das mulheres e em uma metodologia de arqueologia e genealogia do conhecimento, a tese reconstrói uma história da caça às mulheres feiticeiras, colonizadas e emancipadas, perseguidas pelo nome e pela figura personificada de Vênus, a deusa do amor e da beleza (entre outros atributos sexuais e femininos). Trata-se de ler e sentir essa história ambivalente entre a figura de Vênus, suas representações morais e a experiência erótica feminina vivida. Também se trata de entender, por meio da escrita crítica, os arquivos como provas de uma história de antifeminismo e de uma sistematização de injustiça epistêmica. A pesquisa apresenta, de forma interseccional, um retrato de figuras sensíveis que giram em torno da representação da feminilidade. Partindo do cânone da beleza chamado Afrodite/Vênus (seus mitos e arquivos), ela mostra como a caça às mulheres é transposta para uma estética moderna que contribui para a produção de categorias de raça, classe e gênero que regem o estabelecimento das regras de beleza a partir do período clássico europeu. Este projeto de tese em filosofia também propõe dispositivos de escrita filosófica e estética, alimentados por uma transversalidade epistêmica e artística, por meio de uma metodologia "artivista" que entrelaça arte e ativismo como modos de pensamento e know-how. Dessa forma, a metodologia reflete sobre a prática da conscientização diante da experiência vivida de lesões antifeministas. A conclusão da tese apresenta uma política erótica de relacionamento de acordo com Audre Lorde e Edouard Glissant, e uma pedagogia do desejo de acordo com bell hooks.
FR:
"Dis-moi Vénus, pourquoi chassent-ils les femmes ?" raconte l’histoire des usages et des représentations figuratives de Vénus par une écriture critique des archives sur la chasse aux femmes, tout en présentant une écriture performative d’une expérience vécue érotique et féminine. Basée sur une histoire des femmes et une méthodologie d’archéologie et de généalogie du savoir, la thèse reconstitue une histoire de la chasse aux femmes sorcières, colonisées et émancipées chassées par le nom et la figure incarnée de Vénus, la déesse de l’amour et de la beauté (entre autres attributs sexuels et féminins). Il s’agit de lire et de sentir cette histoire ambivalente entre la figure de Vénus, ses représentations morales et l’expérience vécue érotique féminine. Il s’agit aussi de comprendre par une écriture critique les archives comme les épreuves d’une histoire de l’antiféminisme et d’une systématisation de l’injustice épistémique. La recherche présente de manière intersectionnelle un portrait des figures sensibles qui tournent autour de la représentation de la féminité. À partir du canon de beauté nommée Aphrodite/Vénus (ses mythes et ses archives), elle montre comment la chasse aux femmes se transpose dans une esthétique moderne qui contribue à la production de catégories de race, classe et genre qui régissent l'établissement des règles du beau à partir de l'époque classique européenne. Ce projet de thèse en philosophie propose également des dispositifs d'écriture philosophique et esthétique, nourris par une transversalité épistémique et artistique, à travers une méthodologie « artiviste » qui entrecroise l’art et l’activisme comme modes de pensée et de savoir-faire. Ainsi, la méthodologie pense la pratique de la prise de conscience face à l’expérience vécue de la blessure antiféministe. La conclusion de la thèse présente une politique érotique de la relation selon Audre Lorde, Edouard Glissant, et une pédagogie du désir selon bell hooks.
Performance Art, theorie du genre, transféminisme et décolonisation du savoir.
http://lattes.cnpq.br/9826399700512108
http://cargocollective.com/inocencioraisa/About-Raisa-Inocencio
thèse : https://theses.hal.science/tel-04347695
less
Related Authors
Victor R . LIMEIRA-DASILVA
UFBA - Federal University of Bahia
Revista Estudos Feministas
Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC (Federal University of Santa Catarina)
Marina Feldhues
Universidade Federal de Pernambuco
Fábio de Carvalho
PUC Minas
Larissa Pelucio
Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho"
Lívia Verena Cunha do Rosário
UFF - Universidade Federal Fluminense
Cynthia L Hamlin
Universidade Federal de Pernambuco
Uploads
Books by Raísa Inocêncio
Seguindo essa iniciativa de render homenagem, traço nesse capítulo um mosaico de três autoras negras fundamentais para uma tomada de consciência afrobrasileira, Lélia, junto com Helena e Beatriz, tecendo uma crítica ao mito da democracia racial, ao mesmo tempo ressaltando a resistência na ancestralidade amefricana, desde o Axé até as manifestações culturais como o carnaval. A alegria é um dever ancestral..
Agradecimentos à Karina Bidaseca e Rede Lélia Gonzalez (UnB).
Papers by Raísa Inocêncio
Palavras-chave: Metodologia teórico-prática; Filosofia Estética Descolonial; Artivismos; Experiência Vivida.
https://etudesdecoloniales.com/
a callejera, Lugones nos convoca a pensar a prática de pensamento em língua viva e oral.
Este artigo é o resultado de um texto apresentado no seminário “Acolhimento”, no centro Marc
Bloch em Berlim, em 2019. Trata-se de um livre ensaio em que me proponho recontar algumas
das influências filosóficas que “alimentam” a prática do pensamento no cotidiano, que auxiliam,
como mencionarei repetidas vezes, a bússola ética extra-moral, noção retroalimentada por
Suely Rolnik.
2 É um ensaio que faz do texto um banquete, um plano receita ou receita plano.
Invertendo as palavras para os devidos sentidos que a elas atribuímos como prática
performativa da vida. Por isso, desde a visita ao conceito de epistemicídio à passagem de uma
leitura sobre a geofilosofia ou a filosofia da diferença, nossa inspiração central é a antropofagia
de Oswald de Andrade3 e suas heranças. A prática do pensamento se manifesta então na
récita íntima, do encontro amoroso da Vênus Caôzeira ou das muitas vezes que publiquei no
blog “O pão”.4 Aqui me apresento como escritora e ensaísta, não como filósofa. Continua sendo
um engajamento sério tomar pelo “chifre” as palavras, dando-lhes uma liberdade mais poética,
que flana5 política em desejo.
Résumé
Cet article est le résultat d'un texte présenté lors du séminaire "Accueil" au Centre Marc Bloch à
Berlin en 2019. Il s'agit d'un essai libre dans lequel je me propose de relater certaines des
influences philosophiques qui "nourrissent" la pratique de la pensée dans la vie quotidienne, qui
aident, comme je le mentionnerai à plusieurs reprises, la boussole éthique extra-morale, une
notion rétroalimentée par Suely Rolnik.
Il s'agit d'un essai qui fait du texte un banquet, une recette de plan ou un plan de prescription.
Inverser les mots pour les bons sens que nous leur attribuons en tant que pratique performative
de la vie. Notre inspiration centrale est l'anthropophagie d'Oswald de Andrade et son héritage.
Son premier objectif est d'être un rite de voyage, un journal intime, comme je l'ai souvent publié
dans le blog "O pão". Je me présente ici comme un écrivain et un essayiste, et non comme un
philosophe. Il reste un engagement sérieux de prendre les mots par la corne, en leur donnant
une liberté plus poétique, à flâner.
ISSN 1773-0341
Resumo O estudo trata da constituição da imagem erótica feminina a partir da recepção clássica do mito do Nascimento da Afrodite e sua função como ficção moralizante na estética renascentista no estudo da obra Ouvrir Venus de Georges Didi-Huberman. Neste artigo apresentarei um resumo da minha pesquisa em filosofia com uma conclusão que apresenta os novos pontos da pesquisa comentada sobre a formalização desta imagem erótica desta vez retratada na “mulher mestiça” brasileira a partir da leitura de Casa Grande e Senzala do Gilberto Freyre e entre outras bibliografias Gabriela, Cravo e Canela de Jorge Amado.
ISSN 2239-1126
http://www.rivistadiscienzesociali.it/abertura-da-venus/
centrais que constituem o livro Elogio ao toque: ou como falar de arte feminista à brasileira, nos quais se consagram a revelar as perspectivas tanto estéticas quanto políticas presentes no livro e nas performances assim apresentadas. Sendo assim, é um livro sobre uma história da arte feminina e feminista, notadamente analisadas e realizadas como uma presença intensiva no cotidiano, no processo, este indiscutivelmente um campo estético que torna a significação de uma performance (n)a vida e a vida ela mesma enquanto (fonte de) obra de arte.
http://brujula.ucdavis.edu/volume-12.html
cotidiano e da série audiovisual Illusions, especialmente, "Narcissus and
Echo”, criados por Grada Kilomba. A artista, filósofa e psicanalista, ilustra as operações estético-sensíveis do seu corpus teórico, através de um testemunho crítico sobre a história e epistemologia do racismo −
denominado racismo ontológico. Neste artigo, o trabalho subjetivo atua em diferentes campos, de forma interdisciplinar: na descolonização do
conhecimento; na interseccionalidade entre questões de classe, gênero e raça; como também, no desejo de constituição de um sujeito da negritude.
Sendo assim, este artigo pretende traçar um panorama argumentativo que destrinche o que é o racismo epistemológico e como ele afeta o cotidiano nas instituições e na psique social. Finalmente, através da obra e do pensamento de Grada Kilomba, perguntar como podemos operar novos meios de reparação histórica e criar novas sensibilidades, compondo assim um novo sujeito, ou ainda, uma existência além da redução ao silêncio, ilustrado pela máscara de Anastácia. São, portanto, temáticas diferentes que se entrecruzam para tentar dar conta da realidade social, que nos afeta no campo político, sensível e sentimental. Por isso, de antemão, a teoria se revela uma prática do pensamento ativista, como também, a arte se revela uma forma de pensar a vida e vice-versa, compondo uma ética que descoloniza o pensamento, a arte, a memória e que emancipa ao produzir outras maneiras de expressão do ser.
Conference Presentations by Raísa Inocêncio
A partir de uma perspectiva descolonial e feminista, nossa apresentação se divide em duas partes. A primeira aborda a noção de ferida colonial por meio de um diálogo entre três autores: Frantz Fanon, Grada Kilomba e Denise Ferreira da Silva. A segunda parte se concentra na concepção de Axé como uma força vital de linguagem, desejo e formação do sujeito. Este enfoque é respaldado pelas contribuições de diversos autores da filosofia afro-brasileira, como Muniz Sodré, Nego Bispo, Renato Noguera, Helena Theodoro, entre outros. O objetivo de nossa apresentação é duplo. Primeiramente, buscamos combater as violências cotidianas originadas do colonialismo, como o sexismo e o racismo, enquanto reconhecemos a riqueza e a diversidade de significados associados ao Axé. Além disso, é crucial enfatizar que o Axé transcende seu papel como uma estratégia social, possuindo uma profunda relevância cosmológica e representando a resistência das culturas afro-diaspóricas Yoruba-Nagô. Nossas análises teóricas nos permitirão escapar do constante processo de desumanização imposto pela experiência colonial, ao mesmo tempo em que questionamos conceitos hegemônicos, como a noção de universalidade. Para concluir, nossa apresentação também incluirá o trabalho de artistas e um depoimento sobre a performance dos Banhos como diferentes formas de resistência e cura das feridas coloniais. Cruzando linguagens e compreendendo a importância da expressão artística nesse contexto.
Seguindo essa iniciativa de render homenagem, traço nesse capítulo um mosaico de três autoras negras fundamentais para uma tomada de consciência afrobrasileira, Lélia, junto com Helena e Beatriz, tecendo uma crítica ao mito da democracia racial, ao mesmo tempo ressaltando a resistência na ancestralidade amefricana, desde o Axé até as manifestações culturais como o carnaval. A alegria é um dever ancestral..
Agradecimentos à Karina Bidaseca e Rede Lélia Gonzalez (UnB).
Palavras-chave: Metodologia teórico-prática; Filosofia Estética Descolonial; Artivismos; Experiência Vivida.
https://etudesdecoloniales.com/
a callejera, Lugones nos convoca a pensar a prática de pensamento em língua viva e oral.
Este artigo é o resultado de um texto apresentado no seminário “Acolhimento”, no centro Marc
Bloch em Berlim, em 2019. Trata-se de um livre ensaio em que me proponho recontar algumas
das influências filosóficas que “alimentam” a prática do pensamento no cotidiano, que auxiliam,
como mencionarei repetidas vezes, a bússola ética extra-moral, noção retroalimentada por
Suely Rolnik.
2 É um ensaio que faz do texto um banquete, um plano receita ou receita plano.
Invertendo as palavras para os devidos sentidos que a elas atribuímos como prática
performativa da vida. Por isso, desde a visita ao conceito de epistemicídio à passagem de uma
leitura sobre a geofilosofia ou a filosofia da diferença, nossa inspiração central é a antropofagia
de Oswald de Andrade3 e suas heranças. A prática do pensamento se manifesta então na
récita íntima, do encontro amoroso da Vênus Caôzeira ou das muitas vezes que publiquei no
blog “O pão”.4 Aqui me apresento como escritora e ensaísta, não como filósofa. Continua sendo
um engajamento sério tomar pelo “chifre” as palavras, dando-lhes uma liberdade mais poética,
que flana5 política em desejo.
Résumé
Cet article est le résultat d'un texte présenté lors du séminaire "Accueil" au Centre Marc Bloch à
Berlin en 2019. Il s'agit d'un essai libre dans lequel je me propose de relater certaines des
influences philosophiques qui "nourrissent" la pratique de la pensée dans la vie quotidienne, qui
aident, comme je le mentionnerai à plusieurs reprises, la boussole éthique extra-morale, une
notion rétroalimentée par Suely Rolnik.
Il s'agit d'un essai qui fait du texte un banquet, une recette de plan ou un plan de prescription.
Inverser les mots pour les bons sens que nous leur attribuons en tant que pratique performative
de la vie. Notre inspiration centrale est l'anthropophagie d'Oswald de Andrade et son héritage.
Son premier objectif est d'être un rite de voyage, un journal intime, comme je l'ai souvent publié
dans le blog "O pão". Je me présente ici comme un écrivain et un essayiste, et non comme un
philosophe. Il reste un engagement sérieux de prendre les mots par la corne, en leur donnant
une liberté plus poétique, à flâner.
ISSN 1773-0341
Resumo O estudo trata da constituição da imagem erótica feminina a partir da recepção clássica do mito do Nascimento da Afrodite e sua função como ficção moralizante na estética renascentista no estudo da obra Ouvrir Venus de Georges Didi-Huberman. Neste artigo apresentarei um resumo da minha pesquisa em filosofia com uma conclusão que apresenta os novos pontos da pesquisa comentada sobre a formalização desta imagem erótica desta vez retratada na “mulher mestiça” brasileira a partir da leitura de Casa Grande e Senzala do Gilberto Freyre e entre outras bibliografias Gabriela, Cravo e Canela de Jorge Amado.
ISSN 2239-1126
http://www.rivistadiscienzesociali.it/abertura-da-venus/
centrais que constituem o livro Elogio ao toque: ou como falar de arte feminista à brasileira, nos quais se consagram a revelar as perspectivas tanto estéticas quanto políticas presentes no livro e nas performances assim apresentadas. Sendo assim, é um livro sobre uma história da arte feminina e feminista, notadamente analisadas e realizadas como uma presença intensiva no cotidiano, no processo, este indiscutivelmente um campo estético que torna a significação de uma performance (n)a vida e a vida ela mesma enquanto (fonte de) obra de arte.
http://brujula.ucdavis.edu/volume-12.html
cotidiano e da série audiovisual Illusions, especialmente, "Narcissus and
Echo”, criados por Grada Kilomba. A artista, filósofa e psicanalista, ilustra as operações estético-sensíveis do seu corpus teórico, através de um testemunho crítico sobre a história e epistemologia do racismo −
denominado racismo ontológico. Neste artigo, o trabalho subjetivo atua em diferentes campos, de forma interdisciplinar: na descolonização do
conhecimento; na interseccionalidade entre questões de classe, gênero e raça; como também, no desejo de constituição de um sujeito da negritude.
Sendo assim, este artigo pretende traçar um panorama argumentativo que destrinche o que é o racismo epistemológico e como ele afeta o cotidiano nas instituições e na psique social. Finalmente, através da obra e do pensamento de Grada Kilomba, perguntar como podemos operar novos meios de reparação histórica e criar novas sensibilidades, compondo assim um novo sujeito, ou ainda, uma existência além da redução ao silêncio, ilustrado pela máscara de Anastácia. São, portanto, temáticas diferentes que se entrecruzam para tentar dar conta da realidade social, que nos afeta no campo político, sensível e sentimental. Por isso, de antemão, a teoria se revela uma prática do pensamento ativista, como também, a arte se revela uma forma de pensar a vida e vice-versa, compondo uma ética que descoloniza o pensamento, a arte, a memória e que emancipa ao produzir outras maneiras de expressão do ser.
A partir de uma perspectiva descolonial e feminista, nossa apresentação se divide em duas partes. A primeira aborda a noção de ferida colonial por meio de um diálogo entre três autores: Frantz Fanon, Grada Kilomba e Denise Ferreira da Silva. A segunda parte se concentra na concepção de Axé como uma força vital de linguagem, desejo e formação do sujeito. Este enfoque é respaldado pelas contribuições de diversos autores da filosofia afro-brasileira, como Muniz Sodré, Nego Bispo, Renato Noguera, Helena Theodoro, entre outros. O objetivo de nossa apresentação é duplo. Primeiramente, buscamos combater as violências cotidianas originadas do colonialismo, como o sexismo e o racismo, enquanto reconhecemos a riqueza e a diversidade de significados associados ao Axé. Além disso, é crucial enfatizar que o Axé transcende seu papel como uma estratégia social, possuindo uma profunda relevância cosmológica e representando a resistência das culturas afro-diaspóricas Yoruba-Nagô. Nossas análises teóricas nos permitirão escapar do constante processo de desumanização imposto pela experiência colonial, ao mesmo tempo em que questionamos conceitos hegemônicos, como a noção de universalidade. Para concluir, nossa apresentação também incluirá o trabalho de artistas e um depoimento sobre a performance dos Banhos como diferentes formas de resistência e cura das feridas coloniais. Cruzando linguagens e compreendendo a importância da expressão artística nesse contexto.
Apresentado no Seminário Filosofia do Fim do Mundo
Atelier transversal franco-allemand
Laboratoire ERRAPHIS Toulouse / Centre Marc Bloch e.V Berlin
25 octobre 2019
Berlin
Résumé
Il envisage primeirament être un récit de voyage, un journal intime, comme maintes fois, moi en tant que écrivaine et pas philosophe le fait. Dont, cette présentation est elle un récit plutôt spéculative, divagante, aussi sérieux mais libre. Nous somme dans la plage, à sentir la mer qui touche nos pieds, le ciel bleu et les arbres qui se connecte à un odeur si on peut dire ici de la Nature. Dans un coup tout change, il y a une bête humaine qui arrive, d'abord curieux puis violent, tu ne crois pas, peut être tu ne veux pas mais cette force destructrice est aussi belle, est aussi captivante, tu as envie de le manger, de le goûter. Dès fois tu laisse même vivre, dès fois tu laisse ta grand-mère manger toute de suite avec la vengeance… Sauf une fois que tu as capturée une bête humaine plus étrange encore, blanche, habillée de façon je dirai un peu bizarre et qui parle comme si c'était le dieux lui-même, et qui faisait la guerre et ensuite la peur. Ce première partie est un extrait d'un récit intime, primairement pour donner une lecture incarné, mais aussi anthropophagique en elle-même. Imaginez-vous, s'il vous plaît, l'instant de se rencontrer et les paysages conceptuels qui les sont faites, soit de beauté soit de guerre pour être simple, mais qu'on puisse lire incarné à partir des souvenirs, des expériences, des pistes personnels, la mer et le moment même qui on se fait connaissance. Une fois que c'est donné les paysages qu'on visite, ce premier moment de contact entre l'homme blanc et l'indien (je dirai indigène índia dans mon cas), il faut présenter le bagage à main, conceptuel, culottes, un mp3 player, café et chocolat. Dans le bagage, il y a trois bouquins, qui ici pour donner un goût sérieux, je nomme comme des éléments théoriques poétiques, qui font un ensemble d'assurance philosophique, assurance de voyage, pour qu'on puisse bien le vivre, celle de la géophilosophie de Deleuze et Guattari, la notion d'épistémicide de Boaventura do Souza
Habite à Marseille.
Site : https://linktr.ee/raisainocencio
Contact: inocencio.raisa@gmail.com
Edition et Illustration de couverture :
Adèle Lu’u dauxais
1ère impression : juillet 2022
© La Maison du Noûs
Mots-clés: Méthodologie théorique et pratique; Philosophie esthétique décoloniale; Artivismes; Expérience vécue.