Papers by Silvio Somer
Revista Signo, 2018
Neste artigo, nós objetivamos primeiramente apresentar os atributos do DLNotes2-uma plataforma di... more Neste artigo, nós objetivamos primeiramente apresentar os atributos do DLNotes2-uma plataforma digital de anotações em literatura-como recursos para estudar literatura em meio digital e educacional. Para apresentá-lo, discutimos as relações entre texto impresso e digital, a fim de entender o que muda de um para outro, as habilidades requeridas em cada formato de texto e se a plataforma, de fato, pode prover uma forma válida para estudar literatura. Propomos que essa forma digital de estudo pode ampliar a cultura do letramento literário, apesar da preferência institucional pela cultura impressa. Nós elaboramos essa discussão com a ajuda de alguns referenciais teóricos sobre letramento e hipertexto, o que leva ao nosso segundo objetivo: compreender o DLNotes2 como uma plataforma digital e educacional que permite ler e comentar textos literários reflexivamente.
Os dois contos aqui traduzidos foram extraídos do livro intitulado CONTES MORAUX, POUR L’INSTRUCT... more Os dois contos aqui traduzidos foram extraídos do livro intitulado CONTES MORAUX, POUR L’INSTRUCTION DE LA JEUNESSE, escrito por Madame LE PRINCE DE BEAUMONT. São trechos das suas inúmeras obras e tornados públicos pela primeira vez no quadro do livro susmencionado. Mas esta seleção faz parte do segundo tomo e foi publicada em Paris pela Editora BARBA, situada em Palais du Tribunal, galeria atrás do Théâtre Français, em 1806.
Tradução em português dos capítulos sobre gramática do "Etymologiarum sive originum libri XX", de... more Tradução em português dos capítulos sobre gramática do "Etymologiarum sive originum libri XX", de Isidoro de Sevilha.
2 Lezama Lima nunca efetivamente utilizou esse termo, mas escreve sobre o barroco e é tido quase ... more 2 Lezama Lima nunca efetivamente utilizou esse termo, mas escreve sobre o barroco e é tido quase como o pai do que seria o neobarroco. 3 Como tem sido bastante abordada por autores como Rui Torres (com relação ao Po-Ex português dos anos 60-70), André Vallias (com relação aos Concretos brasileiros e à vanguarda alemã), Augusto de Campos, E. M. de Melo e Castro e muitos outros. estrangeira. Coisa muito próxima ao que ocorreu como o modo em que os românticos brasileiros, com a exploração da "cor local", acabaram por pintar o Brasil não como ele seria ou como eles o notavam, mas como os estrangeiros o viam, ou seja, exótico.
Os cinquenta poemas que compõem a coleção intitulada Pequenos Poemas em Prosa (Petits Poèmes en P... more Os cinquenta poemas que compõem a coleção intitulada Pequenos Poemas em Prosa (Petits Poèmes en Prose) foram redigidos entre 1855 e 1864. Muitas vezes aparece o subtítulo Le Spleen de Paris, o que o aproxima dos títulos de duas partes de As Flores do Mal: Spleen et Ideal e Tableaux Parisiens. Quarenta deles foram publicados em diversos jornais da época, os dez restantes são de publicação póstuma. Na dedicatória de Petits Poèmes en Prose, dedicado a Aloysius Bertrand, Baudelaire alude ao seu “sonho” de uma “prosa poética, musical sem ritmo e sem rima”, o que não o impede de se manter próximo à poesia, podendo “se adaptar aos movimentos líricos da alma, às ondulações do devaneio, aos sobressaltos da consciência”.
Mafuá - Revista de Literatura em Meio Digital, 2012
Em 1938 Nikos Kazantzakis publicou sua Odisseia, um poema épico baseado no modelo da Odisseia de ... more Em 1938 Nikos Kazantzakis publicou sua Odisseia, um poema épico baseado no modelo da Odisseia de Homero, composta por um total de 33.333 versos iâmbicos de 17 sílabas não rimadas divididos em 24 livros (um para cada letra do alfabeto grego). Por sua versificação tão incomum Kazantzakis foi criticado, mas muito mais por ter usado léxico e gramática simplificados, ligados à "escrita popular" (demótico) em oposição ao formato "purista" (katharevousa), oficial na época.
O aparecimento desta Odisseia teve impacto, na Grécia, comparável à publicação de Ulisses, de James Joyce, no Reino Unido. Para este projeto, Kazantzakis trabalhou por treze anos em sete rascunhos antes da forma final. O poema começa com o retorno de Ulisses a Ítaca e representa um herói errante insatisfeito, tentando conquistar a inalcançável "liberdade plena", em que a virtude última é a própria luta.
Kazantzakis queria escrever um hino à glória do homem, à sua frágil majestade, o resultado é a saga do homem moderno, tanto mais visceral quanto mais existencial do que o que Homero nos legou. A paixão pela vida que transbordava no protagonista de Zorba o Grego na Odisseia ultrapassa o carpe diem, a cada linha somos conduzidos ao questionamento de nossos impulsos, nossa natureza mais profunda, passando pela busca da independência e da liberdade.
A apreciação de Kazantzakis por Nietzsche e Bergson fica aparente na exposição da mentalidade contemplativa de Odisseu, tornado num ascético super-homem com laivos de budista. O percurso do protagonista é tanto espiritual quanto físico, nele Odisseu vai a Esparta, segue a Creta onde seu rei é destronado pelo povo. O mesmo acontece em sua próxima parada, Egito. Uma Cidade Ideal por ele fundada é destruída por um terremoto, no qual morrem seus companheiros, depois disso o que se segue é uma vida ascética.
Ao pregar sua própria religião Odisseu conhece algumas personalidades que deixaram sua marca no mundo, dentre eles Buda, Jesus, Dom Quixote e Fausto. Em sua viagem final, à Antártica, ele percebe a aproximação da morte em meio a região tão inóspita e diferente da mediterrânea Grécia. Sua apoteose é uma forma de renascimento, no qual se tornará uno com o universo.
A passagem aqui traduzida (do verso 861 ao verso 941 do livro XXIII - Ψ) é a terceira de um total de cinco despedidas dos elementos: Terra, Água, Fogo, Ar e Mente. Tanto o número 3 quanto o fogo são muito importantes na significação do poema, o primeiro por estar ligado à expressão matemática da progressão dialética, começando pela tese, passando pela antítese e terminando na síntese. O apolíneo fogo une as forças opostas da criação e da destruição.
Thesis Chapters by Silvio Somer
Esta pesquisa foi realizada pensando na organização das informações do Aoristo, um dicionário ele... more Esta pesquisa foi realizada pensando na organização das informações do Aoristo, um dicionário eletrônico bilíngue latim-português produzido como parte da pesquisa, mais precisamente, tratamos dos modos de aquisição, de tratamento, de distribuição e de interpretação das informações no Aoristo. As bases para o nosso dicionário são o Dicionário escolar latino-português, de autoria de Ernesto Faria, e dois corpora que montamos com as obras de 70 autores latinos e da apostila intitulada Legenda Roma. O dicionário por nós produzido tem como público alvo os estudantes de latim em seus níveis iniciais, além disso, nele são dadas informações morfológicas e sintáticas variadas, tão completas quanto possível, com a intenção de auxiliar na aquisição lexical e na compreensão da informação, por isto também foi considerado o modo de mostrar as informações em questão. Neste trabalho mostramos como analisamos as informações e como funciona o software que produzimos, partindo de teorias da metalexicografia e da linguística de corpus.
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O aparecimento desta Odisseia teve impacto, na Grécia, comparável à publicação de Ulisses, de James Joyce, no Reino Unido. Para este projeto, Kazantzakis trabalhou por treze anos em sete rascunhos antes da forma final. O poema começa com o retorno de Ulisses a Ítaca e representa um herói errante insatisfeito, tentando conquistar a inalcançável "liberdade plena", em que a virtude última é a própria luta.
Kazantzakis queria escrever um hino à glória do homem, à sua frágil majestade, o resultado é a saga do homem moderno, tanto mais visceral quanto mais existencial do que o que Homero nos legou. A paixão pela vida que transbordava no protagonista de Zorba o Grego na Odisseia ultrapassa o carpe diem, a cada linha somos conduzidos ao questionamento de nossos impulsos, nossa natureza mais profunda, passando pela busca da independência e da liberdade.
A apreciação de Kazantzakis por Nietzsche e Bergson fica aparente na exposição da mentalidade contemplativa de Odisseu, tornado num ascético super-homem com laivos de budista. O percurso do protagonista é tanto espiritual quanto físico, nele Odisseu vai a Esparta, segue a Creta onde seu rei é destronado pelo povo. O mesmo acontece em sua próxima parada, Egito. Uma Cidade Ideal por ele fundada é destruída por um terremoto, no qual morrem seus companheiros, depois disso o que se segue é uma vida ascética.
Ao pregar sua própria religião Odisseu conhece algumas personalidades que deixaram sua marca no mundo, dentre eles Buda, Jesus, Dom Quixote e Fausto. Em sua viagem final, à Antártica, ele percebe a aproximação da morte em meio a região tão inóspita e diferente da mediterrânea Grécia. Sua apoteose é uma forma de renascimento, no qual se tornará uno com o universo.
A passagem aqui traduzida (do verso 861 ao verso 941 do livro XXIII - Ψ) é a terceira de um total de cinco despedidas dos elementos: Terra, Água, Fogo, Ar e Mente. Tanto o número 3 quanto o fogo são muito importantes na significação do poema, o primeiro por estar ligado à expressão matemática da progressão dialética, começando pela tese, passando pela antítese e terminando na síntese. O apolíneo fogo une as forças opostas da criação e da destruição.
Thesis Chapters by Silvio Somer
O aparecimento desta Odisseia teve impacto, na Grécia, comparável à publicação de Ulisses, de James Joyce, no Reino Unido. Para este projeto, Kazantzakis trabalhou por treze anos em sete rascunhos antes da forma final. O poema começa com o retorno de Ulisses a Ítaca e representa um herói errante insatisfeito, tentando conquistar a inalcançável "liberdade plena", em que a virtude última é a própria luta.
Kazantzakis queria escrever um hino à glória do homem, à sua frágil majestade, o resultado é a saga do homem moderno, tanto mais visceral quanto mais existencial do que o que Homero nos legou. A paixão pela vida que transbordava no protagonista de Zorba o Grego na Odisseia ultrapassa o carpe diem, a cada linha somos conduzidos ao questionamento de nossos impulsos, nossa natureza mais profunda, passando pela busca da independência e da liberdade.
A apreciação de Kazantzakis por Nietzsche e Bergson fica aparente na exposição da mentalidade contemplativa de Odisseu, tornado num ascético super-homem com laivos de budista. O percurso do protagonista é tanto espiritual quanto físico, nele Odisseu vai a Esparta, segue a Creta onde seu rei é destronado pelo povo. O mesmo acontece em sua próxima parada, Egito. Uma Cidade Ideal por ele fundada é destruída por um terremoto, no qual morrem seus companheiros, depois disso o que se segue é uma vida ascética.
Ao pregar sua própria religião Odisseu conhece algumas personalidades que deixaram sua marca no mundo, dentre eles Buda, Jesus, Dom Quixote e Fausto. Em sua viagem final, à Antártica, ele percebe a aproximação da morte em meio a região tão inóspita e diferente da mediterrânea Grécia. Sua apoteose é uma forma de renascimento, no qual se tornará uno com o universo.
A passagem aqui traduzida (do verso 861 ao verso 941 do livro XXIII - Ψ) é a terceira de um total de cinco despedidas dos elementos: Terra, Água, Fogo, Ar e Mente. Tanto o número 3 quanto o fogo são muito importantes na significação do poema, o primeiro por estar ligado à expressão matemática da progressão dialética, começando pela tese, passando pela antítese e terminando na síntese. O apolíneo fogo une as forças opostas da criação e da destruição.