Papers by César Schirmer dos Santos
Lampião, 2023
Neste artigo apresentamos, de forma concisa e em português, alguns elementos-chave dos principais... more Neste artigo apresentamos, de forma concisa e em português, alguns elementos-chave dos principais debates contemporâneos na filosofia da memória. Nosso principal objetivo é tornar essas discussões mais acessíveis aos leitores de língua portuguesa, fornecendo uma atualização importante para esforços anteriores (Sant’Anna & Michaelian, 2019a). Começamos introduzindo a noção de viagem no tempo mental, a qual estabelece a base empírica para a metodologia empregada em trabalhos recentes, antes de apresentar dois debates centrais. Primeiro, o debate entre causalistas e simulacionistas sobre a teoria da lembrança filosoficamente correta (§2). Segundo, o debate entre continuístas e descontinuístas sobre a relação entre lembrança episódica e certas formas de imaginação (em particular, o pensamento episódico acerca do futuro) (§3). Na segunda parte do artigo, apresentamos e exploramos dois tópicos de discussão crescente: a natureza do sentimento de passado característico da memória episódica (§4) e questões de meta-nível relativas ao próprio caráter das controvérsias exploradas na primeira parte do artigo (§5).
VIII Jornada de Pesquisa na Pós-Graduação em Filosofia da UFSM, 2018
Este trabalho tem como objetivo chamar a atenção para os usos de tropos (figuras de linguagem) na... more Este trabalho tem como objetivo chamar a atenção para os usos de tropos (figuras de linguagem) na investigação filosófica sobre a memória. Mesmo ao fazer teoria, falamos figuradamente sobre a memória. Trata-se de uma estratégia milenar que se mantém por um motivo muito simples: a memória parece requerer a existência de certos entes (incluindo indivíduos e processos) que simplesmente não são facilmente observados. Dentre esses entes, destacam-se os traços de memória e as instâncias do processo hipotético de adquirir, armazenar e recuperar informações. Como esses entes não são observados diretamente, a pesquisa sobre a memória avança a partir de comparações com outros entes melhor conhecidos, o que abre espaço para o emprego de tropos.
The Palgrave Encyclopedia of the Possible
Perspectiva Filosófica, 2019
Às vezes, o debate entre causalistas e simulacionistas em filosofia da memória é apresentado de t... more Às vezes, o debate entre causalistas e simulacionistas em filosofia da memória é apresentado de tal modo que parece que apenas o simulacionismo é compatível com a psicologia da memória contemporânea. Contudo, ambas teorias são compatíveis com os fatos descobertos pela ciência. Mas se o debate não é sobre a adequação aos fatos, sobre o que é? Nós propomos que este debate é um caso de negociação metalinguística. Caulistas e simulacionistas aceitam o mesmo conjunto de fatos, mas disputam sobre como devemos definir "memória" e "lembrança".
Resumo: O expressivismo sobre autoatribuição de estados mentais tem respostas aos desafios semânt... more Resumo: O expressivismo sobre autoatribuição de estados mentais tem respostas aos desafios semânticos que costumam ser resumidos como "o ponto de Geach"? Nossa proposta, nesse artigo, é empregar o princípio de caridade interpretativa para apresentar o expressivismo como uma posição maximamente plausível. A partir dessa postura, esperamos dar evidências suficientes de que o expressivismo tem uma explicação plausível para o acesso que cada um tem aos seus próprios estados mentais conscientes presentes. Palavras-chave: acesso privilegiado, autoconhecimento, contextualismo, expressivismo, significado. Abstract: Our question, in this paper, is about the plausibility of the expressivist account of one's self-attribution of mental states. More to the point, we will strictly follow the principle of charity as a mean to show that an expressivist philosopher can have good and reasonable answers to the set of objections put together in so called " Geach's point ". Using this method, we hope to give enough evidences that an expressivist philosopher has enough resources to build a plausible explanation for one's attribution of mental states to herself.
The truth-making principle is one of the main subjects in contemporary metaphysics , and this pap... more The truth-making principle is one of the main subjects in contemporary metaphysics , and this paper is an elementar exposition of the main issues of the ongoing debate. I will proceed as follows. First, I will expose the basics, including the principle's range, the main kinds of truth-making, the main interpretations of the principle, and some applications. Second, I will expose some technical issues about ontological commitment, reification, necessity , reality, and truth.
Descartes propõe, como atitude àquele que pretende fazer ciência, colocar tudo em dúvida. Como ve... more Descartes propõe, como atitude àquele que pretende fazer ciência, colocar tudo em dúvida. Como veremos, tal proposta restringe-se ao plano ou domínio da investigação da verdade, o qual é distinto do plano ou domínio da conduta da vida. Tal restrição é fundamental para a própria possibilidade da dúvida metódica, e torna o método da dúvida um análogo das posições críticas usuais dos cientistas em relação aos discursos não justificados. Além de ser possibilitado pela restrição ao domínio da investigação científica, e ser um tipo de postura crítica, o método da dúvida mostra-se adequado para o debate com o tipo de oponente epistemológico que Descartes tinha em seu tempo.
Resumo: Os presentistas nos dizem que os únicos objetos percorridos pelos quantificadores de esco... more Resumo: Os presentistas nos dizem que os únicos objetos percorridos pelos quantificadores de escopo mais amplo são aqueles que existem no presente, o que leva seus críticos a perguntarem o que torna verdadeiros os enunciados sobre o passado, como " Sócrates foi um filósofo ". Em defesa do presentismo, e seguindo a proposta de Fiocco (2007), argumentamos que o que torna verdadeiro um enunciado sobre o passado é uma proposição, que proposições não existem no tempo, e que nada na teoria presentista compromete seus defensores com a tese de que o que não existe no tempo não existe. Palavras-chave: Tempo. Passado. Presentismo. Proposição. Abstract: Presentist philosophers say that the only objects covered by the quantifiers of broader scope are those that exist at the present, leading his critics to ask what makes true the statements about the past, such as " Socrates was a philosopher. " In defense of presentism, and following Fiocco (2007), we argue that what makes a statement about the past true is a proposition, that propositions do not exist in time, and that nothing in the presentist theory bind their supporters with the thesis that there are no atemporal objects.
Referência:
Dos Santos, César Schirmer. 2010. “Exilados da Terra Gêmea: os experimentos mentais e... more Referência:
Dos Santos, César Schirmer. 2010. “Exilados da Terra Gêmea: os experimentos mentais e a natureza da intencionalidade”. In Mente, linguagem e mundo, organizado por Waldomiro José Silva Filho, p. 281–92. São Paulo: Alameda.
Este artigo critica a arraigada visão segundo a qual um juízo de segunda ordem da f... more Este artigo critica a arraigada visão segundo a qual um juízo de segunda ordem da forma “Eu creio que p” qualifica-se como autoconhecimento apenas se o conteúdo encaixado, p, é do mesmo tipo que o conteúdo do estado intencional refletido e a atitude autoatribuída, crença, é do mesmo tipo que a atitude que o sujeito tem com respeito a p. Em vez de exigir identidade de conteúdos ao longo dos níveis de cognição, o autoconhecimento requer apenas que o conteúdo encaixado do pensamento de segunda ordem seja uma consequência do conteúdo do estado intencional refletido. E em vez de exigir identidade de atitude ao longo dos níveis de cognição, o autoconhecimento requer apenas que a atitude do estado intencional refletido e a atitude que o sujeito se autoatribui partilhem certas características tais como a direção de ajuste e a polaridade.
Minha proposta, nesta introdução a " Autoconhecimento e os limites da autenticidade " , texto de ... more Minha proposta, nesta introdução a " Autoconhecimento e os limites da autenticidade " , texto de Sven Bernecker traduzido e publicado neste número de Sképsis, é dar razões para que defensores do anti-individualismo que sejam partidários da estratégia do autoconhecimento básico, no que diz respeito ao debate sobre a compatibilidade entre anti-individualismo e conhecimento de si, mudem de posição, e passem a defender anti-individualismo com teoria da autenticidade.
This paper is about the role of self-knowledge in the cognitive
life of a virtuous knower. ... more This paper is about the role of self-knowledge in the cognitive
life of a virtuous knower. The main idea is that it is hard to know
ourselves because introspection is an unreliable epistemic source,
and reason can be a source of insidious forms of self-deception.
Nevertheless, our epistemic situation is such that an epistemically
responsible agent must be constantly looking for a better understanding
of her own character traits and beliefs, under the risk of jeopardizing
her own status as a knower, ruining her own intellectual life.
Exilados nos Estados Unidos, o maior lógico de todos os tempos e um dos maiores cientistas da his... more Exilados nos Estados Unidos, o maior lógico de todos os tempos e um dos maiores cientistas da história cultivaram uma estreita amizade, a qual culminou com a demonstração de que, se a teoria da relatividade está certa, então o tempo não existe.
Dados da publicação:
Dos Santos, César Schirmer. 2011. “Gödel e Einstein: uma amizade fora do tempo.” Cultura e Fé 34 (134): 219–24.
Apresentamos a resposta que Descartes daria a Locke, Leibniz e Hume, seus sucessores que sugerira... more Apresentamos a resposta que Descartes daria a Locke, Leibniz e Hume, seus sucessores que sugeriram a certeza meramente moral (a mera probabilidade) do conhecimento da existência do mundo exterior, e a Kant, filósofo que o chamou de idealista problemático, por considerar duvidosa a existência da matéria. O mundo exterior existe, e isto o meditador — isto é, o sujeito maduro que afasta-se das coisas dos sentidos pelo método da dúvida para readquirir ordenada e corretamente o conhecimento de todas as coisas — sabe com certeza metafísica. Mas não com tanta certeza quanto sabe que sua mente é distinta do seu corpo e que Deus existe. E isto é tudo o que há para se conhecer das coisas da metafísica ou filosofia primeira. A prova fecha o raciocínio metafísico e abre caminho para o estudo das sensações, vistas como signos, e da matéria, vista como extensão.
Tradução de "The unreality of time", de J.M.E. McTaggart.
Apesar do externalismo semântico de Putnam encontrar ampla aceitação, nem sempre se vê claramente... more Apesar do externalismo semântico de Putnam encontrar ampla aceitação, nem sempre se vê claramente que as contribuições de Putnam à semântica e à filosofia da mente são frutos de argumentos cuidadosos, em vez de serem frutos próximos da ficção científica de uma mente muito fértil e irriquieta. Tendo em vista esse quadro de recepção da obra de Putnam, o presente artigo reconstrói detalhadamente o principal argumento de Putnam em favor do externalismo semântico, e mostra como o mesmo tem impacto em outro argumento de Putnam sobre a intencionalidade.
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Papers by César Schirmer dos Santos
que costumamos atribuir à mente. Seu conteúdo é pensamento fora da cabeça.
Também disponível em: <http://www.forum-global.de/jm/art2002-3/Trabalho_Economia_Tecnologia_Machado_et_al.pdf#page=183>
Dos Santos, César Schirmer. 2010. “Exilados da Terra Gêmea: os experimentos mentais e a natureza da intencionalidade”. In Mente, linguagem e mundo, organizado por Waldomiro José Silva Filho, p. 281–92. São Paulo: Alameda.
life of a virtuous knower. The main idea is that it is hard to know
ourselves because introspection is an unreliable epistemic source,
and reason can be a source of insidious forms of self-deception.
Nevertheless, our epistemic situation is such that an epistemically
responsible agent must be constantly looking for a better understanding
of her own character traits and beliefs, under the risk of jeopardizing
her own status as a knower, ruining her own intellectual life.
Dados da publicação:
Dos Santos, César Schirmer. 2011. “Gödel e Einstein: uma amizade fora do tempo.” Cultura e Fé 34 (134): 219–24.
que costumamos atribuir à mente. Seu conteúdo é pensamento fora da cabeça.
Também disponível em: <http://www.forum-global.de/jm/art2002-3/Trabalho_Economia_Tecnologia_Machado_et_al.pdf#page=183>
Dos Santos, César Schirmer. 2010. “Exilados da Terra Gêmea: os experimentos mentais e a natureza da intencionalidade”. In Mente, linguagem e mundo, organizado por Waldomiro José Silva Filho, p. 281–92. São Paulo: Alameda.
life of a virtuous knower. The main idea is that it is hard to know
ourselves because introspection is an unreliable epistemic source,
and reason can be a source of insidious forms of self-deception.
Nevertheless, our epistemic situation is such that an epistemically
responsible agent must be constantly looking for a better understanding
of her own character traits and beliefs, under the risk of jeopardizing
her own status as a knower, ruining her own intellectual life.
Dados da publicação:
Dos Santos, César Schirmer. 2011. “Gödel e Einstein: uma amizade fora do tempo.” Cultura e Fé 34 (134): 219–24.
Slides para uma aula de graduação de um curso sobre a identificação de conceitos filosóficos.
Universidade Federal de Santa Maria, Departamento de Filosofia.
Prof. Dr. César Schirmer dos Santos.
2021.
FAF1096 – Tópicos de Metafísica I
Metafísica do tempo
Departamento de Filosofia - UFSM
CELERMAJER, D. 2009. The sins of the nation and the ritual of apologies. Cambridge, Cambridge University Press, x + 283 p.
Dos Santos, César Schirmer. 2006. “Externalismo, autoconhecimento e memória”. In Atas do XII Encontro Nacional de Filosofia – ANPOF, organizado por João Carlos Salles Da Silva e Paulo Roberto Margutti Pinto, 107–8. Salvador: Associação Nacional de Pós-Graduação em Filosofia.
Dos Santos, César Schirmer. 2008. “Anti-individualismo, autoconhecimento e memória”. In Atas do XIII Encontro Nacional de Filosofia – ANPOF, organizado por Alvaro Luiz Montenegro Valls, Jasson da Silva Martins, e Marcelo Fernandes De Aquino, 133–34. São Leopoldo: Editora Unisinos.