Papers by Paulo Miguel Rodrigues

Uma rápida pesquisa nos principais motores de busca da Internet será, a este respeito, suficiente... more Uma rápida pesquisa nos principais motores de busca da Internet será, a este respeito, suficientemente elucidativa. Em finais de Julho de 2010, por exemplo, o vocábulo madeirensidade teve apenas 6 referências (no Google). Não deixa de ser curioso, mas passados quatro anos, em Julho de 2014, já era possível detectar mais de 800 referências, ainda que a maior parte deles associadas a trabalhos ou intervenções apresentadas por aquele que agora vos escreve. Acrescente-se que, respectivamente, Açorianidade teve 26 .700 e 20 .100 e Cabo-verdianidade apresentou 133 .000 e 5 .460. Ainda assim, o nosso esforço, de há já alguns anos, parece, ter contribuído para lançar algumas sementes, ao ponto de na sessão solene de 2013 do Dia da Região e das Comunidades Madeirenses (1 de Julho) o historiador Alberto Vieira, na qualidade de conferencista convidado, ter defendido a ideia de madeirensidade como forma de realçar "o contributo que a Madeira e os madeirenses deram ao mundo na projecção dos Descobrimentos portugueses", numa intervenção intitulada "A Madeira e os Madeirenses na Construção de Portugal, da Europa e do Mundo" (Cf. Jornal da Madeira e Diário de Notícias, 02-07-2013) .
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Resumo O Anel do Imperador (1934) remete-nos-interligando-os-para dois momentos que associam Napo... more Resumo O Anel do Imperador (1934) remete-nos-interligando-os-para dois momentos que associam Napoleão à Madeira: primeiro, a sua passagem pela baía do Funchal, em Agosto de 1815, a caminho do desterro. Esta foi, aliás, a única vez em que o imperador esteve em território português; um quarto de século mais tarde, em Julho de 1840, a passagem, pelo mesmo local, das fragatas francesas La Belle Poule e Favorite, que também se dirigiam a Santa Helena, sob o comando do Príncipe de Joinville, agora com a missão de transportar os restos mortais do antigo imperador de regresso a França. É a partir destes dois factos-e fazendo referência a algumas das personalidades históricas neles intervenientes-que a ficção e a História se cruzam na obra de João dos Reis Gomes.

Depois do vendaval napoleónico na Europa e, em particular, na Península Ibérica, cujas repercussõ... more Depois do vendaval napoleónico na Europa e, em particular, na Península Ibérica, cujas repercussões se estenderam ao mundo atlântico e ao espaço ibero-americano, o primeiro triénio liberal português (1820-1823) representou ascensão de uma nova realidade política e institucional no seio da Monarquia portuguesa, que se fez constitucional e parlamentar.
O processo de construção da nova Monarquia Constitucional, porém, não foi pacífico e, em última instância, em 1820, inaugurou-se um período de três décadas durante o qual a sociedade portuguesa viveu em permanente e multifacetado conflito.
A esta conflitualidade, não escapou a Ilha da Madeira, que depois de ter sido ocupada e tomada pelas tropas britânicas durante as guerras napoleónicas, também viu nascer e se desenvolver, durante esses anos, devido a múltiplos factores, a Ideia de Autonomia, com o sentido e a dimensão contemporânea de que hoje somos herdeiros.
Concluída a guerra, expulsos os franceses, mas permanecendo os britânicos no Reino, continuando a Corte portuguesa no Brasil, levantou-se também, então pela primeira vez, a questão da Adjacência da Ilha, que se tornou ainda mais premente após o eclodir do movimento liberal no Reino e da formação da Junta do Supremo Governo, que assumiu os destinos da nação.
Uma nação que era, desde 1816, um Reino Unido de Portugal e do Brasil e que, na perspectiva dos liberais portugueses, após Agosto de 1820, devia ter na cidade de Lisboa a sua metrópole.
Foi nesta conjuntura, de conflito aberto entre os Reinos de Portugal e do Brasil, que na Madeira se vão manifestar as questões da Autonomia, da Adjacência e também da Independência, sobre as quais nos vamos debruçar, analisando conceitos, opiniões, propostas, projectos e concretizações.
RESUMO: Na presente comunicação destacamos a importância da imprensa, não só na construção e divu... more RESUMO: Na presente comunicação destacamos a importância da imprensa, não só na construção e divulgação do ideário republicano, mas também na sua utilização para afirmar a especificidade madeirense e o seu sentimento autonomista, num tempo que se pretendia de regeneração e de ressurgimento nacionais.
PALAVRAS-CHAVE: Madeira - Autonomia - República - periódicos
ABSTRACT: This paper highlight the importance of the press, not only in the construction and dissemination of republican ideals, but also in its use to assert the specificity of Madeira and her autonomous feelings, at a time that was intended to be of national regeneration and rebirth.
KEYWORDS: Madeira – Autonomy – Republic - journals
Introdução Quando se comemora o primeiro centenário da Grande Guerra, num momento em que a Europa... more Introdução Quando se comemora o primeiro centenário da Grande Guerra, num momento em que a Europa e o Atlântico atravessam um evidente período de tensão e de crise múltipla, o saber que a História permite e promove tem o dever de se impor, como um alerta para a importância do passado e da Memória, esta enquanto conceito e capacidade que é necessário exercitar, para permitir ao Homem compreender o presente, auxiliando-o na sua permanente construção do futuro. Com este espírito, o texto que apresentamos procura, na intersecção da História política, da guerra e das relações internacionais, alertar para a necessidade de estudar o Atlântico e, em particular, para o espaço insular madeirense, para que possamos alcançar uma melhor compreensão da realidade portuguesa contemporânea.

A análise das relações entre a Ilha da Madeira e o Brasil durante o século XIX remete-nos para di... more A análise das relações entre a Ilha da Madeira e o Brasil durante o século XIX remete-nos para diversos aspectos da realidade insular madeirense e brasileira, não se podendo resumir, por isso, à tradicional temática das migrações, que tende a predominar nos trabalhos de investigação na área das Humanidades. Com a nossa comunicação, pretendemos destacar esses outros (novos) aspectos, demonstrando a sua relevância para a compreensão das relações luso-brasileiras, que têm na Madeira a sua pedra-de-toque. Neste sentido, ocupar-nos-emos da análise de um período-charneira marcado por uma crise multifacetada, sentida nas duas margens do Atlântico, aproveitando para reflectir também sobre algumas questões-chave (a adjacência, a mobilidade humana, as trocas interculturais) que emergiram durante o período investigado e que nos ajudam a compreender melhor as relações entre a Madeira e o Brasil (do cultural, ao económico, passando pelo político). Assim, o nosso ponto de partida situar-se-á em finais de 1807, data da fuga da Corte portuguesa para o Rio de Janeiro, acontecimento que contribuiu para a criação de um novo paradigma relacional entre a Madeira e o Brasil. Apresentaremos, portanto, uma breve síntese analítica, sobre três temas, sabendo que cada um deles é susceptível de um desenvolvimento mais aprofundado, mas que não cabe no âmbito deste Congresso. No fundo, cada um deles seria suficiente para outras tantas comunicações. As fontes consultadas encontram-se no ANTT (Lisboa), no Arquivo Regional da Madeira (Funchal) e no National Archives / Public Record Office (Londres).

Impõe-se esclarecer que a minha área de especialidade é a História Política e Institucional, com ... more Impõe-se esclarecer que a minha área de especialidade é a História Política e Institucional, com algumas incursões pelas relações externas, em particular naquilo que diz respeito às ligações anglo-madeirenses. Não sou, portanto, especialista em História da Igreja, da Religião ou História Religiosa. Entenda-se, portanto, este texto, na fase em que ainda se encontra a nossa investigação, como um conjunto de notas e observações, uma primeira abordagem que se pretende que seja mais um contributo para o estudo e reflexão sobre a chamada Questão Kalley. Creio ser importante este breve esclarecimento, para que se tenha sempre presente que, por um lado, a História, como qualquer outro campo do saber, tem áreas de especialidade, tem especialistas em determinadas áreas (que não são donos delas); e que, por outro, não existem temas acabados, cuja investigação se possa considerar esgotada. Trata-se de uma afirmação trivial, mas cujo alcance por vezes se esquece no estudo da História, um campo do saber onde (ao contrário do que sucede em outras áreas) é por demais usual, senão mesmo de uma banalidade atroz, assistirmos à publicação de textos assinados por supostos " investigadores ", sem qualquer formação na área. O que aqui vamos fazer, portanto, a respeito da presença de Kalley na Madeira, é apenas uma análise que coloca a tónica na perspectiva da História Política , sabendo que estamos perante um tema da História da Madeira do século XIX que se deve inserir num quadro mais complexo e que se trata de uma questão com algumas aproximações no âmbito geral da História e, em particular, da História da religião, do pensamento religioso. É conveniente esclarecer que optámos por não mencionar neste texto a produção bibliográfica coeva e sobre aos acontecimentos, em particular aquela que foi produzida ainda em vida de Kalley. Fazê-lo seria tornar desnecessariamente extenso o aparato. Até porque a sua análise e discussão seria suficiente para um outro texto.
O conceito de Madeirensidade, sobre o qual nos temos debruçado há alguns anos, com vários tipos d... more O conceito de Madeirensidade, sobre o qual nos temos debruçado há alguns anos, com vários tipos de intervenção, oral ou escrita, continua a ser pouco frequente na reflexão histórico-cultural sobre a Madeira 3 . Até que ponto se poderá falar de Madeirensidade? Em que medida é possível analisar historicamente, detetando eventuais linhas de continuidade e ruptura, a manifestação concreta daquilo que aqui designamos por Madeirensidade (mesmo sem o registo expresso de uma expressão vocabular)?
Carnets, Revista Electrónica de Estudos Franceses, Jan 1, 2012
O Anel do Imperador (1934) remete-nos -interligando-os -para dois momentos que associam Napoleão ... more O Anel do Imperador (1934) remete-nos -interligando-os -para dois momentos que associam Napoleão à Madeira: primeiro, a sua passagem pela baía do Funchal, em Agosto de 1815, a caminho do desterro. Esta foi, aliás, a única vez em que o imperador esteve em território português; um quarto de século mais tarde, em Julho de 1840, a passagem, pelo mesmo local, das fragatas francesas La
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Cabral do Nascimento. Escrever o mundo por detrás de um monóculo e a partir de um farol inaugura ... more Cabral do Nascimento. Escrever o mundo por detrás de um monóculo e a partir de um farol inaugura a colecção Tratuário. Percursos para a História da Cultura Madeirense, um projecto editorial resultante de uma parceria entre o UMa-CIERL e a Imprensa Académica da AAUMa. À semelhança do que ocorrerá com os números seguintes da colecção, o livro agora editado desdobra-se em dois volumes autónomos, mas complementares.
O volume I, impresso em papel, funciona como pórtico de entrada na obra de Cabral do Nascimento. O volume II, em formato e-book apenso ao volume I, constituirá o núcleo fundamental da edição. Nele se republicam, em versão digitalizada, textos de Cabral do Nascimento (Funchal, 22 Mar. 1897 – Lisboa, 2 Mar. 1978) editados sob sua assinatura civil ou sob assinaturas ficcionais por ele criadas. Incluem-se aqui artigos, entrevistas, crónicas, recensões à sua obra e notícias biográficas dados à estampa em publicações periódicas insulares e continentais, entre 1913 e 1937, assim como livros e projetos editoriais (jornais e revistas; antologias; traduções) publicados em vida do autor.
Reúne-se também neste e-book um conjunto de estudos e testemunhos de diversas autorias que tomam como objecto de reflexão e análise a obra e o percurso biográfico de João Cabral do Nascimento. Estes textos, mais do que pretenderem afirmar-se como leituras definitivas, uníssonas e absolutas do legado deixado por esse intelectual madeirense, devem antes ser recebidos como contributos heterogéneos ou até descoincidentes entre si, publicados com o propósito de funcionarem como catalisadores e pistas de investigação para novos trabalhos académicos ou (re)criativos.
Por outro lado, procurando anular a distância supostamente existente entre a obra de Cabral do Nascimento e o discurso artístico dos nossos dias, os dois volumes do livro integram ainda contributos de trabalhos criativos (artes visuais e música) de vários artistas contemporâneos que aceitaram o desafio de dialogar com textos de Cabral do Nascimento.
Drafts by Paulo Miguel Rodrigues
Henry Gordon Veitch nasceu em Selkirk (Escócia), a 2 de Julho de 1782 e foi um dos mais important... more Henry Gordon Veitch nasceu em Selkirk (Escócia), a 2 de Julho de 1782 e foi um dos mais importantes e influentes cônsules britânicos na Madeira. Começou a exercer funções no Funchal em 1799, então como assistente, nos consulados liderados por Charles Murray (alguns meses) e Joseph Pringle 1 , substituindo depois este último, em Abril de 1809, numa fase crucial das guerras napoleónicas e, em particular, do envolvimento das forças britânicas na zona do Atlântico onde se insere a Madeira (decorria então a segunda ocupação da Ilha) e do seu compromisso na guerra peninsular 2 . Assumiu então as funções de cônsul geral e de agente britânico para o arquipélago, por nomeação de Jorge III, exercendo o cargo, de forma ininterrupta, durante as duas décadas seguintes.
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O processo de construção da nova Monarquia Constitucional, porém, não foi pacífico e, em última instância, em 1820, inaugurou-se um período de três décadas durante o qual a sociedade portuguesa viveu em permanente e multifacetado conflito.
A esta conflitualidade, não escapou a Ilha da Madeira, que depois de ter sido ocupada e tomada pelas tropas britânicas durante as guerras napoleónicas, também viu nascer e se desenvolver, durante esses anos, devido a múltiplos factores, a Ideia de Autonomia, com o sentido e a dimensão contemporânea de que hoje somos herdeiros.
Concluída a guerra, expulsos os franceses, mas permanecendo os britânicos no Reino, continuando a Corte portuguesa no Brasil, levantou-se também, então pela primeira vez, a questão da Adjacência da Ilha, que se tornou ainda mais premente após o eclodir do movimento liberal no Reino e da formação da Junta do Supremo Governo, que assumiu os destinos da nação.
Uma nação que era, desde 1816, um Reino Unido de Portugal e do Brasil e que, na perspectiva dos liberais portugueses, após Agosto de 1820, devia ter na cidade de Lisboa a sua metrópole.
Foi nesta conjuntura, de conflito aberto entre os Reinos de Portugal e do Brasil, que na Madeira se vão manifestar as questões da Autonomia, da Adjacência e também da Independência, sobre as quais nos vamos debruçar, analisando conceitos, opiniões, propostas, projectos e concretizações.
PALAVRAS-CHAVE: Madeira - Autonomia - República - periódicos
ABSTRACT: This paper highlight the importance of the press, not only in the construction and dissemination of republican ideals, but also in its use to assert the specificity of Madeira and her autonomous feelings, at a time that was intended to be of national regeneration and rebirth.
KEYWORDS: Madeira – Autonomy – Republic - journals
Books by Paulo Miguel Rodrigues
O volume I, impresso em papel, funciona como pórtico de entrada na obra de Cabral do Nascimento. O volume II, em formato e-book apenso ao volume I, constituirá o núcleo fundamental da edição. Nele se republicam, em versão digitalizada, textos de Cabral do Nascimento (Funchal, 22 Mar. 1897 – Lisboa, 2 Mar. 1978) editados sob sua assinatura civil ou sob assinaturas ficcionais por ele criadas. Incluem-se aqui artigos, entrevistas, crónicas, recensões à sua obra e notícias biográficas dados à estampa em publicações periódicas insulares e continentais, entre 1913 e 1937, assim como livros e projetos editoriais (jornais e revistas; antologias; traduções) publicados em vida do autor.
Reúne-se também neste e-book um conjunto de estudos e testemunhos de diversas autorias que tomam como objecto de reflexão e análise a obra e o percurso biográfico de João Cabral do Nascimento. Estes textos, mais do que pretenderem afirmar-se como leituras definitivas, uníssonas e absolutas do legado deixado por esse intelectual madeirense, devem antes ser recebidos como contributos heterogéneos ou até descoincidentes entre si, publicados com o propósito de funcionarem como catalisadores e pistas de investigação para novos trabalhos académicos ou (re)criativos.
Por outro lado, procurando anular a distância supostamente existente entre a obra de Cabral do Nascimento e o discurso artístico dos nossos dias, os dois volumes do livro integram ainda contributos de trabalhos criativos (artes visuais e música) de vários artistas contemporâneos que aceitaram o desafio de dialogar com textos de Cabral do Nascimento.
Drafts by Paulo Miguel Rodrigues
O processo de construção da nova Monarquia Constitucional, porém, não foi pacífico e, em última instância, em 1820, inaugurou-se um período de três décadas durante o qual a sociedade portuguesa viveu em permanente e multifacetado conflito.
A esta conflitualidade, não escapou a Ilha da Madeira, que depois de ter sido ocupada e tomada pelas tropas britânicas durante as guerras napoleónicas, também viu nascer e se desenvolver, durante esses anos, devido a múltiplos factores, a Ideia de Autonomia, com o sentido e a dimensão contemporânea de que hoje somos herdeiros.
Concluída a guerra, expulsos os franceses, mas permanecendo os britânicos no Reino, continuando a Corte portuguesa no Brasil, levantou-se também, então pela primeira vez, a questão da Adjacência da Ilha, que se tornou ainda mais premente após o eclodir do movimento liberal no Reino e da formação da Junta do Supremo Governo, que assumiu os destinos da nação.
Uma nação que era, desde 1816, um Reino Unido de Portugal e do Brasil e que, na perspectiva dos liberais portugueses, após Agosto de 1820, devia ter na cidade de Lisboa a sua metrópole.
Foi nesta conjuntura, de conflito aberto entre os Reinos de Portugal e do Brasil, que na Madeira se vão manifestar as questões da Autonomia, da Adjacência e também da Independência, sobre as quais nos vamos debruçar, analisando conceitos, opiniões, propostas, projectos e concretizações.
PALAVRAS-CHAVE: Madeira - Autonomia - República - periódicos
ABSTRACT: This paper highlight the importance of the press, not only in the construction and dissemination of republican ideals, but also in its use to assert the specificity of Madeira and her autonomous feelings, at a time that was intended to be of national regeneration and rebirth.
KEYWORDS: Madeira – Autonomy – Republic - journals
O volume I, impresso em papel, funciona como pórtico de entrada na obra de Cabral do Nascimento. O volume II, em formato e-book apenso ao volume I, constituirá o núcleo fundamental da edição. Nele se republicam, em versão digitalizada, textos de Cabral do Nascimento (Funchal, 22 Mar. 1897 – Lisboa, 2 Mar. 1978) editados sob sua assinatura civil ou sob assinaturas ficcionais por ele criadas. Incluem-se aqui artigos, entrevistas, crónicas, recensões à sua obra e notícias biográficas dados à estampa em publicações periódicas insulares e continentais, entre 1913 e 1937, assim como livros e projetos editoriais (jornais e revistas; antologias; traduções) publicados em vida do autor.
Reúne-se também neste e-book um conjunto de estudos e testemunhos de diversas autorias que tomam como objecto de reflexão e análise a obra e o percurso biográfico de João Cabral do Nascimento. Estes textos, mais do que pretenderem afirmar-se como leituras definitivas, uníssonas e absolutas do legado deixado por esse intelectual madeirense, devem antes ser recebidos como contributos heterogéneos ou até descoincidentes entre si, publicados com o propósito de funcionarem como catalisadores e pistas de investigação para novos trabalhos académicos ou (re)criativos.
Por outro lado, procurando anular a distância supostamente existente entre a obra de Cabral do Nascimento e o discurso artístico dos nossos dias, os dois volumes do livro integram ainda contributos de trabalhos criativos (artes visuais e música) de vários artistas contemporâneos que aceitaram o desafio de dialogar com textos de Cabral do Nascimento.