Videos by Alexandre Arns Gonzales
Apresentação foi elaborada para o IV Encontro Anual da Rede de Pesquisa em Governança da Internet... more Apresentação foi elaborada para o IV Encontro Anual da Rede de Pesquisa em Governança da Internet, realizado em outubro de 2021. O vídeo resume o artigo submetido e publicado nos anais do encontro.
Acesse o artigo no site aqui: https://drive.google.com/file/d/1RKUwS8r289lXRhAhvN_izpcXgeohBi8Z/view Papers by Alexandre Arns Gonzales
Anais da Rede de Pesquisa em Governança da Internet, 2021
Este texto tem como tema a influência da economia política dos dados sobre os processos eleitorai... more Este texto tem como tema a influência da economia política dos dados sobre os processos eleitorais. O tema é abordado a partir de uma análise comparada entre a eleição de 2018 no Brasil e a eleição de 2019 na Argentina cujo objeto é o padrão comum identificado em ambos os casos. Objetivo deste artigo é apresentar este padrão: como o trabalho eleitoral opera a coleta, processamento e análise dos dados dos eleitores por meio dos serviços de mídia digital do Google, Facebook e Twitter. O método foi a condução de entrevistas semiestruturadas com agentes envolvidos no trabalho eleitoral e análise documental das empresas provedoras de serviços de mídia digital, referente à promoção dos seus serviços para as eleições. A base teórica para fundamentar a construção da análise se baseia na literatura que trata da formação histórica da economia política dos dados, no capitalismo recente; e na literatura que trata sobre a busca de dados dos eleitores por parte das campanhas eleitorais. A justificativa para o desenvolvimento deste trabalho é de contribuir para compreensão das implicações do fenômeno da economia política dos dados sobre os processos eleitorais. Nas considerações finais, o artigo considera que a influência da economia política dos dados sobre as eleições se manifesta na aceleração do trabalho de coleta, processamento e análise dos dados, o desdobramento disto é a alteração das capacidades das forças políticas em obter informações sobre as conjunturas imediatas das suas respectivas disputas eleitorais e suas capacidades de ação durante as eleições
Carta Internacional, May 16, 2018
Este artigo objetiva analisar a formação do regime internacional privado em torno da “raiz” do Si... more Este artigo objetiva analisar a formação do regime internacional privado em torno da “raiz” do Sistema de Nomes de Domínio (DNS) da Internet. O problema que orienta este texto é: qual a relação da constituição desse regime e a emergência de novos mecanismos de governança global? Este artigo objetiva detalhar de forma sintética tal evolução, pontuando a forma pela qual os diferentes arranjos de governança do DNS relacionam-se com a economia política internacional em uma perspectiva mais ampla. Para isso, o texto divide-se em três seções. A primeira seção apresenta e explica o DNS, em sua dimensão técnica e política. A segunda seção empreende uma retrospectiva da governança da Internet até o presente momento. Sintetiza-se essa retrospectiva pela lente interpretativa de uma análise sistêmica de longa duração. Na terceira seção, explica-se de que forma os desdobramentos da transição da autoridade sobre o DNS podem relacionar-se com a conformação de transformações na governança global e aponta-se para os caminhos pretendidos para o aprofundamento do tema. Ao fim, o trabalho procura apontar os aspectos práticos e teóricos que merecem ser considerados na agenda de ensino e pesquisa do campo.
[PT]
O objetivo desse trabalho é relacionar o tema da Governança da Internet com a literatura de ... more [PT]
O objetivo desse trabalho é relacionar o tema da Governança da Internet com a literatura de análise de Sistema-Mundo, focando na forma como a expansão da Internet afeta as estruturas de poder nas relações internacionais. A pesquisa visa contribuir para a agenda de pesquisa no Brasil sobre a melhor compreensão da prática da Governança da Internet no mundo. Nesse sentido, a problemática que motivou essa pesquisa parte dos questionamentos de quem governa a Governança da Internet. Quais os grupos de interesses que disputam e moldam as diferentes áreas de governanças da Internet e sua arquitetura? Como que as práticas reais da governança da Internet impactam as relações entre o centro e periferia das relações internacionais? A metodologia empregada, para tanto, foi uma revisão bibliográfica referente ao desenvolvimento da Internet, seu histórico, características funcionalidades técnicas; análise documental; e observação participante em fóruns e atividades de organizações que constituem o denominado ecossistema da Internet. Como referencial teórico, o trabalho utiliza Teoria de Redes e análise de Sistema-Mundo. O trabalho introduz algumas noções sobre a construção, evolução da Internet e de como ela funciona para evidenciar os contornos geográficos que a arquitetura da Internet possui devido a concentração assimétrica do controle sobre alguns nodos. A partir disso, apresenta a Internet enquanto uma das sínteses entre o desenvolvimento de novas tecnologias e da retomada de um movimento de cercamento dos bens comuns intangíveis, na medida em que ela é, ao mesmo tempo, causa e consequência desse processo que influencia a reorganização do capitalismo. Por fim, apresentando como considerações finais algumas ponderações sobre a discussão acumulada ao longo da dissertação, sugerindo uma agenda de pesquisa para aprofundar questões levantadas nesse trabalho.
[EN]
The objective of this work it to relate the Inernet Governance thematic with the World-System Analysis literature, focusing on how the Internet expansion influence the powers structures of International Relations. The research aims to contribute for the research agenda in Brazil about a better comprehension of the Internet Governance practice in the world. In this sense, the motivation of this research parts from questioning whom governs the Internet Governance. Witch groups of interest dispute and shape the different areas of Internet Governance and its architecture? How the real Internet Governance practice impact the relation between center and periphery in international relations? The methodology used, therefore, was a bibliography review on Internet development, its history, technical functions; documental analysis; and participant observation in forums and activities of organizations that constitutes the so called Internet ecosystem. As theoretical framework, the work use the Network Theory and System- World Analysis. The work introduce some notions about the Internet construction and evolution, and how it works, to to highlight the geographical contours that the architecture of the Internet has due to asymmetric concentration of control over some nodes. From this, presents the Internet as one of the synthesis between the development of new technologies and the resumption of a movement of enclosure of the intangible Commons, as it is both cause and consequence of this process which influences the reorganization of capitalism. At last, presents as final considerations some thoughts about the discussion accumulated along the dissertation discussion, suggesting a research agenda to study issues raised in this work.
O objetivo deste artigo consiste em analisar o envolvimento do Brasil na construção do regime de
... more O objetivo deste artigo consiste em analisar o envolvimento do Brasil na construção do regime de
governança Internacional da Internet, compreender seus desafios e, consequentemente, seu envolvimento
enquanto “potência emergente” na construção do bem público global comum. Considerando que o atual
regime de governança internacional da Internet enfrenta as demandas de uma descentralização das funções
da ICANN; associadas a exposição da vigilância feita pelos EUA sobre determinados países e seus chefes de
Estado, o Brasil adquire destaque no debate referente a governança internacional da Internet, reiterando a
proposição da defesa de um modelo distribuído, multilateral e multissetorial. Considera-se por meio dessa
alternativa, o país está lançando mão de seus recursos diplomáticos e o seu envolvimento direto na fundação
dos princípios bases que podem vir a refundar o regime da governança internacional da Internet. Por meio de
uma revisão bibliográfica e consulta ao acervo do IGF, a primeira seção desse artigo se propõe um breve
histórico da formação do regime de governança internacional da Internet e como a criação e expansão da
Internet na forma como ela se deu, impactou na estrutura da ordem internacional. A segunda seção expõe
sobre duas diferentes disputas de regulamentação da Internet no mundo. Por fim, a terceira seção cujo foco é
a atuação brasileira pós-revelações de Snowden, no que tange a organização do NETmundial e suas possíveis
consequências para o regime de governança internacional da Internet.
Este artigo, que esboça a iniciação de uma pesquisa de mestrado, propõe uma revisão
bibliográfic... more Este artigo, que esboça a iniciação de uma pesquisa de mestrado, propõe uma revisão
bibliográfica sobre o debate de governança da internet no Brasil, relacionando com
desenvolvimento e democracia. Parte-se do reconhecimento que a inclusão digital – compreendida
enquanto acesso a internet e seu manuseio – instrumentaliza a pessoa, tanto para sua elevação de
renda, quanto para o envolvimento cívico. Nesse sentido, sobrepomos o debate de governança da
Internet com análises dos casos de criação do Marco Civil da Internet no Brasil e a condução do
Programa Nacional de Banda Larga (PNBL).
"O III Encontro Estudantil Regional de Relações Internacionais (EERRI),
ocorrido em Sant’Ana do L... more "O III Encontro Estudantil Regional de Relações Internacionais (EERRI),
ocorrido em Sant’Ana do Livramento entre os dias 20 e 23 de setembro de
2012, veio a dar substância significativa à realização do projeto maior de
construção da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA), inaugurada
em 2006, cujo objetivo é o de proporcionar uma amparagem político-
insitucional ao grande problema da estagnação econômica que a região oeste
do estado do Rio Grande do Sul ainda incorre. Na medida em que os
desenvolvimentos partem do plano meramente político para o educacional e
social, com base na experiência multicampi da UNIPAMPA, esta mesma
lógica vai sendo absorvida por cada curso específico, que, antendendo aos
critérios peculiares de sua área de conhecimento, interage e dinamiza na
realização do projeto-mor que deu vida à nossa universidade. Contudo, a
realização da terceira edição do EERRI vai também além disso."
Resumo: Este artigo é uma a iniciação para pesquisa de mestrado que aborda preliminarmente o deba... more Resumo: Este artigo é uma a iniciação para pesquisa de mestrado que aborda preliminarmente o debate sobre a governança da Internet, tanto para o modo de produção -hipótese do capitalismo cognitivo -quanto para o direito à comunicação na sociedade. O objetivo é tecer um breve panorama da compreensão do papel Internet no Brasil. Através de uma revisão da bibliografia sobre governança da internet, o trabalho analisa as diferentes orientações políticas para a regulamentação da rede no cenário internacional -dividida entre sua securitização ou não. Usando como plano de fundo o debate da governança mundial provocada pelo Brasil em 2013, com recorte do caso Marco Civil. Complementarmente, analisamos o Programa Nacional de Banda Larga enquanto experiência de universalização da banda larga no país. Como principal resultado parcial, percebe-se que apesar do reconhecimento da Internet enquanto um direito, relacionado ao direito à comunicação, há uma série de questionamento quanto a efetivação desse direito no país -apesar da massificação do acesso -em função, provavelmente, da concepção da internet por parte dos atores que operacionalizam a política de universalização por parte do Estado. Palavras chave: Brasil; democracia; governança da internet; política pública; Introdução O presente artigo pretende abordar de modo sucinto o debate relacionado à governança da internet, democracia e desenvolvimento no Brasil. Sendo assim, realizamos na primeira parte do trabalho algumas apresentações sobre abordagens teóricas sobre a governança da Internet para, na segunda parte, situar a posição brasileira nesse contexto. Dentre as abordagens tratadas, destacamos a hipótese do impacto da Internet sobre o modo de produção capitalista e sobre o reconhecimento do acesso à Internet enquanto um direito social, equivalente à moradia, educação, saúde, alimentação e segurança. O que perpassa as distintas abordagens seria a noção do direito à Internet, havendo tendências à universalização desse direito, outras tendendo para sua massificação, orientadas para maior ou menor controle da produção e compartilhamento de conteúdo na rede. Contudo, o objetivo deste artigo consiste em compreender o debate e algumas políticas relacionadas ao caso do Brasil, analisando o processo de reconhecimento do direito na Internet e o direito à Internet. Um estudo mais aprofundado das abordagens teóricas, referidas anteriormente, serão objeto de futuros trabalhos, para tanto, de modo introdutório, nos deteremos numa análise dos processos recentes no país relacionados à governança da
Other by Alexandre Arns Gonzales
A pergunta de pesquisa desta tese é: quais as implicações políticas do uso dos dados pessoais e c... more A pergunta de pesquisa desta tese é: quais as implicações políticas do uso dos dados pessoais e comportamentais digitais dos eleitores para os processos eleitorais? Como resultado, esta tese identifica duas implicações decorrentes do fenômeno do uso dos dados pessoais e comportamentais digitais dos eleitores. Uma destas implicações é que o uso dos dados é sintoma de um fenômeno em que os processos eleitorais estão se configurando como elementos constituintes da organização das bases materiais e ideológicas da economia política dos dados. A outra implicação é a reconfiguração do tempo sobre o trabalho eleitoral. Historicamente, o trabalho eleitoral sempre atuou sobre a constituição de relações interpessoais com intuito da campanha eleitoral ter condições de obter informações sobre determinadas conjunturas eleitorais. A integração do processo eleitoral à base da economia política dos dados significa que a infraestrutura de serviços de mídias digitais assume um papel de intermediação na produção destas relações e, como consequência, acelera a dinâmica de coleta, processamento e análise dos dados dos eleitores no âmbito da campanha eleitoral. A metodologia desenvolvida para construção desta tese se baseia em uma análise comparada entre o processo eleitoral no Brasil, em 2018, e o processo eleitoral na Argentina, em 2019. A análise prioriza os atores envolvidos em campanhas presidenciais e parlamentares federais; e a justiça eleitoral de cada país. Ambas eleições integram o mesmo fenômeno, o desenvolvimento da economia política dos dados no século XXI, compondo um histórico de episódios eleitorais que influenciam e são influenciados pelo amadurecimento do imperativo da lógica de extração de dados. A coleta de informações para produção da análise da tese se baseou na realização de 26 entrevistas qualitativas com agentes envolvidos em ambos processos eleitorais. Os documento analisados foram as normas eleitorais, bem como normas relacionadas ao tema da proteção dos dados em cada país. A tese analisa também documentos do Google, Facebook e Twitter com relação à política destas empresas sobre as eleições.
Políticas, Internet e Sociedade, 2019
"Este artigo tem por objetivo apresentar uma crítica acerca de análises que
identificam, diante d... more "Este artigo tem por objetivo apresentar uma crítica acerca de análises que
identificam, diante do desenvolvimento de uma economia política baseada em dados, riscos para a autonomia individual e a democracia, de modo geral. Segundo as análises, esse risco decorre do poder que certas empresas adquirem pelo conhecimento preciso da realidade cotidiana, em função da exploração massiva de dados pessoais. O argumento que desenvolvo neste texto é que os riscos que essas análises identificam decorre de um processo de evolução de uma dinâmica de estranhamento no âmbito das relações entre o capital e o trabalho. Segundo o argumento, é no âmbito do conflito entre capital e trabalho que o capitalismo identifica um valor em potencial a ser explorado pelo dado
extraído do trabalho e que, na evolução da própria economia política baseada em dados e da internet, esse estranhamento alimenta uma mistificação sobre o poder das empresas que exploram esses dados."
Ascensão e queda de gigantes: amadurecimento do capitalismo de vigilância?, 2018
Editores da revista Wired, Nicholas Thompson e Fred Vogelstein fizeram uma reportagem bacana. Nel... more Editores da revista Wired, Nicholas Thompson e Fred Vogelstein fizeram uma reportagem bacana. Nela, buscam demonstrar como o Facebook, internamente, lidou com estes últimos dois anos de crise, decorrente do alarme e histeria em torno das viralização de “notícias falaciosas”, ou “notícias falsas”, e a intervenção russa nas eleições americanas. A reportagem, por si, já é interessante e, dentre outras questões, chama a atenção a forma como retratam o conflito entre o Facebook com a “indústria de notícias”, quase numa versão personalizada do conflito, entre Mark Zuckerberg, fundador e presidente do Facebook, e Keith Rupert Murdoch, o acionista majoritário de um dos maiores grupos midiáticos do mundo, News Corporation.
DO ESTRANHAMENTO AO FASCÍNIO: REFLEXÕES SOBRE AS IMPLICAÇÕES DO CAPITALISMO DE VIGILÂNCIA SOBRE A AUTONOMIA INDIVIUDAL, 2018
Texto derivado da apresentação realizada painel de Tecnologias e Desenvolvimento Sustentável no 8... more Texto derivado da apresentação realizada painel de Tecnologias e Desenvolvimento Sustentável no 8º Congresso Latinoamericano de Ciências Sociais (CLACSO) e 1º Fórum Mundial do Pensamento Crítico, em Buenos Aires,, no 23º dia de novembro de 2018.
English abstract of the thesis "Who Governs the Internet Governance? An Analisys of the Internet ... more English abstract of the thesis "Who Governs the Internet Governance? An Analisys of the Internet Role Over the System- World Direction
Conference Presentations by Alexandre Arns Gonzales
Anais 47º Encontro Anual da ANPOCS, 2023
A compreensão sobre a extensão da responsabilidade das plataformas digitais sobre as contas e con... more A compreensão sobre a extensão da responsabilidade das plataformas digitais sobre as contas e conteúdos que ameaçam a integridade de um pleito eleitoral depende, antes, de um entendimento acerca das extensões dos efeitos que os serviços de mídias digitais produzem sobre a organização do tempo da comunicação política e eleitoral (Silveira, 2018; Von Bülow, 2023). As plataformas digitais, além de dar forma à reorganização da lógica de exploração do valor pelo capital (Dantas, 2014;
Zuboff, 2019), são atores políticos ativos e seus interesses no processo eleitoral são evidentes enquanto oportunidade para trabalhar sua própria imagem pública e vender serviços. O artigo busca contribuir para a compreensão do papel das plataformas digitais em processos eleitorais a partir da análise da eleição de 2022 no Brasil. A pergunta que orienta a construção da análise é qual a extensão de responsabilidade das plataformas digitais sobre contas e conteúdos de usuários que ameaçam a
integridade eleitoral?
O Sistema de Nomes Domínios da Internet (DNS) é um dos elementos estruturais da atual arquitetura... more O Sistema de Nomes Domínios da Internet (DNS) é um dos elementos estruturais da atual arquitetura da Internet. Historicamente, da criação da Internet até 2016, o governo estadunidense supervisionou diretamente as entidades privadas encarregadas de gerenciar o DNS. A partir de 2016, em um processo de “a privatização do DNS”, o sistema passou a ser governado por um arcabouço institucional não governamental centrado eminentemente em atores vinculados à jurisdição dos Estados Unidos. Nesse sentido o DNS possui relevância para as relações internacionais pois envolve disputas sociopolíticas e econômicas entre atores estatais e não estatais que ocorrem fora dos marcos institucionais que são próprios das relações internacionais modernas. Este artigo objetiva detalhar de forma sintética tal evolução, pontuando a forma pela qual os diferentes arranjos de governança do DNS relacionam-se com a economia política internacional em uma perspectiva mais ampla. Para isso, o texto divide-se em três seções. A primeira seção apresenta e explica o DNS, em sua dimensão técnica e política. A segunda seção empreende uma retrospectiva da governança da Internet até o presente momento, associando-a à própria história do capitalismo e, dele, com a história geral do mundo (BRAUDEL, 1978, 52). Nela, o ano 2016 é o marco divisor de períodos na análise do estudo - dividindo entre a criação, em 1998, da Corporação da Internet para Atribuição de Nomes e Números (ICANN) e sua desvinculação contratual com o Departamento de Comércio dos Estados Unidos, em 2016. Sintetiza-se esta retrospectiva pela lente interpretativa de uma análise sistêmica de longa duração (ARRIGHI, 2009). Na terceira seção, explica-se de que forma os desdobramentos da transição da autoridade sobre o DNS podem relacionar-se com a conformação de transformações na governança global e aponta-se para os caminhos pretendidos para o aprofundamento do tema. Ao fim, o trabalho procura apontar os aspectos práticos e teóricos que merecem ser considerados na agenda de ensino e pesquisa do campo.
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Internet Governance in the Global South, 2018
Extract from the Preface:
The publication is divided into two parts. The first part concentrate... more Extract from the Preface:
The publication is divided into two parts. The first part concentrates on a number of historical and theoretical or conceptual approaches to Internet Governance. The second part has a strong focus on contemporary debates concerning selected issues of the field.
The historical and theoretical contributions are initiated by a discussion regarding the Global South as a region, its historical formation in the context of decolonization, the debates on the New International Economic Order (NIEO), the New International Information and Communication Order (NIICO), and the political turn to a neoliberal agenda in which Internet Governance was developed (Oppermann). The challenges of Southern countries to participate politically and economically in this environment are then addressed and contextualized through different theoretical frameworks including International Political Economy and global International Relations, combined with a discussion on strategies and ambitions of countries in the Global South to advance their own insertion in Internet Governance (Chenou, Rojas Fuerte). Internet Governance itself as a concept from a historical perspective, including processes of institutionalization, is then addressed by Canabarro, together with a discussion of the NetMundial meeting in Brazil as a consequence of the Snowden revelations and the NSA affair. The extensive global surveillance of Internet users including governments and other organizations by the USA and some of their allies in other parts of the world increased the debates on online privacy and also on topics including power, influence and global constellations that brought questions about new forms of colonialism on the agenda. Colonization in the digital age is a topic of growing importance, especially but not only in the South, and so is the discussion on decolonization. Emanating from the debate on decolonial computing, Ali is addressing Internet Governance and the need for its decolonization. He does so by critically analyzing the North-centric discourse of Internet Governance, thus bringing a new perspective to the debates. He is then followed by Gonzales, who develops a theoretical debate on ideology, the information revolution and its impacts on and correlations with a number of manifestations that occurred in several countries in the year 2011, including Egypt, Tunisia, and others.
The debates on historical and theoretical approaches are then followed by contributions on contemporary Internet Governance issues in the Global South. This part is initiated by two chapters discussing economic and political challenges related to the Domain Name System in Southern countries. While White is discussing generic top level domains and ICANN’s new gTLD program in the Global South, Aguerre is focussing on the ccTLD environment in the South, in particular in Latin America. They are followed by a chapter on South Africa’s policy framework on ICT and Internet Governance, mostly represented by the 2016 ICT White Paper, which in combination with the 2015 draft cybersecurity bill forms the current foundation for many Internet Governance debates in the country. In this context, the three authors (Darch, Adams, and Yu) also reflect on the questions of governmental control, multilateralism, and multistakeholderism as forms of governance and participation. The following chapter picks up the topic of participation in Internet Governance processes, albeit from a different perspective. Lobato addresses the problem of regional inequality within countries, pointing out the situation of less connected rural areas in Amazonia, in the North of Brazil. She discusses central aspects like infrastructure, access costs, and digital illiteracy and also presents possible solutions for regional integration like access programs and major national events in the regions like the Brazilian Internet Forum which took place in the North of the country in 2013. How lower national access rates are no obstacle for putting the Internet on the national political and security agenda is then clarified by Workneh and the case of Ethiopia. With a national Internet access rate of about 15% and confronted with infrastructural challenges to increase this number, the country is currently following an Internet securitization debate in the context of a dispute over political opposition that often falls under the label of “terrorism”. In this chapter, Workneh discusses how the Northern discourse on a so-called “global war on terrorism” impacts the right to freedom of speech online in Ethiopia and how it increases concerns over online participation and privacy rights. Privacy and participation are also addressed in the concluding chapter of this publication developed by Kemer. She discusses privacy rights in the context of International Law and the Universal Declaration of Human Rights, followed by an analysis of the standpoints of the Brazilian government under Dilma Rousseff on privacy and online participation after the NSA surveillance activities were revealed.
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Acesse o artigo no site aqui: https://drive.google.com/file/d/1RKUwS8r289lXRhAhvN_izpcXgeohBi8Z/view
Papers by Alexandre Arns Gonzales
O objetivo desse trabalho é relacionar o tema da Governança da Internet com a literatura de análise de Sistema-Mundo, focando na forma como a expansão da Internet afeta as estruturas de poder nas relações internacionais. A pesquisa visa contribuir para a agenda de pesquisa no Brasil sobre a melhor compreensão da prática da Governança da Internet no mundo. Nesse sentido, a problemática que motivou essa pesquisa parte dos questionamentos de quem governa a Governança da Internet. Quais os grupos de interesses que disputam e moldam as diferentes áreas de governanças da Internet e sua arquitetura? Como que as práticas reais da governança da Internet impactam as relações entre o centro e periferia das relações internacionais? A metodologia empregada, para tanto, foi uma revisão bibliográfica referente ao desenvolvimento da Internet, seu histórico, características funcionalidades técnicas; análise documental; e observação participante em fóruns e atividades de organizações que constituem o denominado ecossistema da Internet. Como referencial teórico, o trabalho utiliza Teoria de Redes e análise de Sistema-Mundo. O trabalho introduz algumas noções sobre a construção, evolução da Internet e de como ela funciona para evidenciar os contornos geográficos que a arquitetura da Internet possui devido a concentração assimétrica do controle sobre alguns nodos. A partir disso, apresenta a Internet enquanto uma das sínteses entre o desenvolvimento de novas tecnologias e da retomada de um movimento de cercamento dos bens comuns intangíveis, na medida em que ela é, ao mesmo tempo, causa e consequência desse processo que influencia a reorganização do capitalismo. Por fim, apresentando como considerações finais algumas ponderações sobre a discussão acumulada ao longo da dissertação, sugerindo uma agenda de pesquisa para aprofundar questões levantadas nesse trabalho.
[EN]
The objective of this work it to relate the Inernet Governance thematic with the World-System Analysis literature, focusing on how the Internet expansion influence the powers structures of International Relations. The research aims to contribute for the research agenda in Brazil about a better comprehension of the Internet Governance practice in the world. In this sense, the motivation of this research parts from questioning whom governs the Internet Governance. Witch groups of interest dispute and shape the different areas of Internet Governance and its architecture? How the real Internet Governance practice impact the relation between center and periphery in international relations? The methodology used, therefore, was a bibliography review on Internet development, its history, technical functions; documental analysis; and participant observation in forums and activities of organizations that constitutes the so called Internet ecosystem. As theoretical framework, the work use the Network Theory and System- World Analysis. The work introduce some notions about the Internet construction and evolution, and how it works, to to highlight the geographical contours that the architecture of the Internet has due to asymmetric concentration of control over some nodes. From this, presents the Internet as one of the synthesis between the development of new technologies and the resumption of a movement of enclosure of the intangible Commons, as it is both cause and consequence of this process which influences the reorganization of capitalism. At last, presents as final considerations some thoughts about the discussion accumulated along the dissertation discussion, suggesting a research agenda to study issues raised in this work.
governança Internacional da Internet, compreender seus desafios e, consequentemente, seu envolvimento
enquanto “potência emergente” na construção do bem público global comum. Considerando que o atual
regime de governança internacional da Internet enfrenta as demandas de uma descentralização das funções
da ICANN; associadas a exposição da vigilância feita pelos EUA sobre determinados países e seus chefes de
Estado, o Brasil adquire destaque no debate referente a governança internacional da Internet, reiterando a
proposição da defesa de um modelo distribuído, multilateral e multissetorial. Considera-se por meio dessa
alternativa, o país está lançando mão de seus recursos diplomáticos e o seu envolvimento direto na fundação
dos princípios bases que podem vir a refundar o regime da governança internacional da Internet. Por meio de
uma revisão bibliográfica e consulta ao acervo do IGF, a primeira seção desse artigo se propõe um breve
histórico da formação do regime de governança internacional da Internet e como a criação e expansão da
Internet na forma como ela se deu, impactou na estrutura da ordem internacional. A segunda seção expõe
sobre duas diferentes disputas de regulamentação da Internet no mundo. Por fim, a terceira seção cujo foco é
a atuação brasileira pós-revelações de Snowden, no que tange a organização do NETmundial e suas possíveis
consequências para o regime de governança internacional da Internet.
bibliográfica sobre o debate de governança da internet no Brasil, relacionando com
desenvolvimento e democracia. Parte-se do reconhecimento que a inclusão digital – compreendida
enquanto acesso a internet e seu manuseio – instrumentaliza a pessoa, tanto para sua elevação de
renda, quanto para o envolvimento cívico. Nesse sentido, sobrepomos o debate de governança da
Internet com análises dos casos de criação do Marco Civil da Internet no Brasil e a condução do
Programa Nacional de Banda Larga (PNBL).
ocorrido em Sant’Ana do Livramento entre os dias 20 e 23 de setembro de
2012, veio a dar substância significativa à realização do projeto maior de
construção da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA), inaugurada
em 2006, cujo objetivo é o de proporcionar uma amparagem político-
insitucional ao grande problema da estagnação econômica que a região oeste
do estado do Rio Grande do Sul ainda incorre. Na medida em que os
desenvolvimentos partem do plano meramente político para o educacional e
social, com base na experiência multicampi da UNIPAMPA, esta mesma
lógica vai sendo absorvida por cada curso específico, que, antendendo aos
critérios peculiares de sua área de conhecimento, interage e dinamiza na
realização do projeto-mor que deu vida à nossa universidade. Contudo, a
realização da terceira edição do EERRI vai também além disso."
Other by Alexandre Arns Gonzales
identificam, diante do desenvolvimento de uma economia política baseada em dados, riscos para a autonomia individual e a democracia, de modo geral. Segundo as análises, esse risco decorre do poder que certas empresas adquirem pelo conhecimento preciso da realidade cotidiana, em função da exploração massiva de dados pessoais. O argumento que desenvolvo neste texto é que os riscos que essas análises identificam decorre de um processo de evolução de uma dinâmica de estranhamento no âmbito das relações entre o capital e o trabalho. Segundo o argumento, é no âmbito do conflito entre capital e trabalho que o capitalismo identifica um valor em potencial a ser explorado pelo dado
extraído do trabalho e que, na evolução da própria economia política baseada em dados e da internet, esse estranhamento alimenta uma mistificação sobre o poder das empresas que exploram esses dados."
Conference Presentations by Alexandre Arns Gonzales
Zuboff, 2019), são atores políticos ativos e seus interesses no processo eleitoral são evidentes enquanto oportunidade para trabalhar sua própria imagem pública e vender serviços. O artigo busca contribuir para a compreensão do papel das plataformas digitais em processos eleitorais a partir da análise da eleição de 2022 no Brasil. A pergunta que orienta a construção da análise é qual a extensão de responsabilidade das plataformas digitais sobre contas e conteúdos de usuários que ameaçam a
integridade eleitoral?
Books by Alexandre Arns Gonzales
The publication is divided into two parts. The first part concentrates on a number of historical and theoretical or conceptual approaches to Internet Governance. The second part has a strong focus on contemporary debates concerning selected issues of the field.
The historical and theoretical contributions are initiated by a discussion regarding the Global South as a region, its historical formation in the context of decolonization, the debates on the New International Economic Order (NIEO), the New International Information and Communication Order (NIICO), and the political turn to a neoliberal agenda in which Internet Governance was developed (Oppermann). The challenges of Southern countries to participate politically and economically in this environment are then addressed and contextualized through different theoretical frameworks including International Political Economy and global International Relations, combined with a discussion on strategies and ambitions of countries in the Global South to advance their own insertion in Internet Governance (Chenou, Rojas Fuerte). Internet Governance itself as a concept from a historical perspective, including processes of institutionalization, is then addressed by Canabarro, together with a discussion of the NetMundial meeting in Brazil as a consequence of the Snowden revelations and the NSA affair. The extensive global surveillance of Internet users including governments and other organizations by the USA and some of their allies in other parts of the world increased the debates on online privacy and also on topics including power, influence and global constellations that brought questions about new forms of colonialism on the agenda. Colonization in the digital age is a topic of growing importance, especially but not only in the South, and so is the discussion on decolonization. Emanating from the debate on decolonial computing, Ali is addressing Internet Governance and the need for its decolonization. He does so by critically analyzing the North-centric discourse of Internet Governance, thus bringing a new perspective to the debates. He is then followed by Gonzales, who develops a theoretical debate on ideology, the information revolution and its impacts on and correlations with a number of manifestations that occurred in several countries in the year 2011, including Egypt, Tunisia, and others.
The debates on historical and theoretical approaches are then followed by contributions on contemporary Internet Governance issues in the Global South. This part is initiated by two chapters discussing economic and political challenges related to the Domain Name System in Southern countries. While White is discussing generic top level domains and ICANN’s new gTLD program in the Global South, Aguerre is focussing on the ccTLD environment in the South, in particular in Latin America. They are followed by a chapter on South Africa’s policy framework on ICT and Internet Governance, mostly represented by the 2016 ICT White Paper, which in combination with the 2015 draft cybersecurity bill forms the current foundation for many Internet Governance debates in the country. In this context, the three authors (Darch, Adams, and Yu) also reflect on the questions of governmental control, multilateralism, and multistakeholderism as forms of governance and participation. The following chapter picks up the topic of participation in Internet Governance processes, albeit from a different perspective. Lobato addresses the problem of regional inequality within countries, pointing out the situation of less connected rural areas in Amazonia, in the North of Brazil. She discusses central aspects like infrastructure, access costs, and digital illiteracy and also presents possible solutions for regional integration like access programs and major national events in the regions like the Brazilian Internet Forum which took place in the North of the country in 2013. How lower national access rates are no obstacle for putting the Internet on the national political and security agenda is then clarified by Workneh and the case of Ethiopia. With a national Internet access rate of about 15% and confronted with infrastructural challenges to increase this number, the country is currently following an Internet securitization debate in the context of a dispute over political opposition that often falls under the label of “terrorism”. In this chapter, Workneh discusses how the Northern discourse on a so-called “global war on terrorism” impacts the right to freedom of speech online in Ethiopia and how it increases concerns over online participation and privacy rights. Privacy and participation are also addressed in the concluding chapter of this publication developed by Kemer. She discusses privacy rights in the context of International Law and the Universal Declaration of Human Rights, followed by an analysis of the standpoints of the Brazilian government under Dilma Rousseff on privacy and online participation after the NSA surveillance activities were revealed.
Acesse o artigo no site aqui: https://drive.google.com/file/d/1RKUwS8r289lXRhAhvN_izpcXgeohBi8Z/view
O objetivo desse trabalho é relacionar o tema da Governança da Internet com a literatura de análise de Sistema-Mundo, focando na forma como a expansão da Internet afeta as estruturas de poder nas relações internacionais. A pesquisa visa contribuir para a agenda de pesquisa no Brasil sobre a melhor compreensão da prática da Governança da Internet no mundo. Nesse sentido, a problemática que motivou essa pesquisa parte dos questionamentos de quem governa a Governança da Internet. Quais os grupos de interesses que disputam e moldam as diferentes áreas de governanças da Internet e sua arquitetura? Como que as práticas reais da governança da Internet impactam as relações entre o centro e periferia das relações internacionais? A metodologia empregada, para tanto, foi uma revisão bibliográfica referente ao desenvolvimento da Internet, seu histórico, características funcionalidades técnicas; análise documental; e observação participante em fóruns e atividades de organizações que constituem o denominado ecossistema da Internet. Como referencial teórico, o trabalho utiliza Teoria de Redes e análise de Sistema-Mundo. O trabalho introduz algumas noções sobre a construção, evolução da Internet e de como ela funciona para evidenciar os contornos geográficos que a arquitetura da Internet possui devido a concentração assimétrica do controle sobre alguns nodos. A partir disso, apresenta a Internet enquanto uma das sínteses entre o desenvolvimento de novas tecnologias e da retomada de um movimento de cercamento dos bens comuns intangíveis, na medida em que ela é, ao mesmo tempo, causa e consequência desse processo que influencia a reorganização do capitalismo. Por fim, apresentando como considerações finais algumas ponderações sobre a discussão acumulada ao longo da dissertação, sugerindo uma agenda de pesquisa para aprofundar questões levantadas nesse trabalho.
[EN]
The objective of this work it to relate the Inernet Governance thematic with the World-System Analysis literature, focusing on how the Internet expansion influence the powers structures of International Relations. The research aims to contribute for the research agenda in Brazil about a better comprehension of the Internet Governance practice in the world. In this sense, the motivation of this research parts from questioning whom governs the Internet Governance. Witch groups of interest dispute and shape the different areas of Internet Governance and its architecture? How the real Internet Governance practice impact the relation between center and periphery in international relations? The methodology used, therefore, was a bibliography review on Internet development, its history, technical functions; documental analysis; and participant observation in forums and activities of organizations that constitutes the so called Internet ecosystem. As theoretical framework, the work use the Network Theory and System- World Analysis. The work introduce some notions about the Internet construction and evolution, and how it works, to to highlight the geographical contours that the architecture of the Internet has due to asymmetric concentration of control over some nodes. From this, presents the Internet as one of the synthesis between the development of new technologies and the resumption of a movement of enclosure of the intangible Commons, as it is both cause and consequence of this process which influences the reorganization of capitalism. At last, presents as final considerations some thoughts about the discussion accumulated along the dissertation discussion, suggesting a research agenda to study issues raised in this work.
governança Internacional da Internet, compreender seus desafios e, consequentemente, seu envolvimento
enquanto “potência emergente” na construção do bem público global comum. Considerando que o atual
regime de governança internacional da Internet enfrenta as demandas de uma descentralização das funções
da ICANN; associadas a exposição da vigilância feita pelos EUA sobre determinados países e seus chefes de
Estado, o Brasil adquire destaque no debate referente a governança internacional da Internet, reiterando a
proposição da defesa de um modelo distribuído, multilateral e multissetorial. Considera-se por meio dessa
alternativa, o país está lançando mão de seus recursos diplomáticos e o seu envolvimento direto na fundação
dos princípios bases que podem vir a refundar o regime da governança internacional da Internet. Por meio de
uma revisão bibliográfica e consulta ao acervo do IGF, a primeira seção desse artigo se propõe um breve
histórico da formação do regime de governança internacional da Internet e como a criação e expansão da
Internet na forma como ela se deu, impactou na estrutura da ordem internacional. A segunda seção expõe
sobre duas diferentes disputas de regulamentação da Internet no mundo. Por fim, a terceira seção cujo foco é
a atuação brasileira pós-revelações de Snowden, no que tange a organização do NETmundial e suas possíveis
consequências para o regime de governança internacional da Internet.
bibliográfica sobre o debate de governança da internet no Brasil, relacionando com
desenvolvimento e democracia. Parte-se do reconhecimento que a inclusão digital – compreendida
enquanto acesso a internet e seu manuseio – instrumentaliza a pessoa, tanto para sua elevação de
renda, quanto para o envolvimento cívico. Nesse sentido, sobrepomos o debate de governança da
Internet com análises dos casos de criação do Marco Civil da Internet no Brasil e a condução do
Programa Nacional de Banda Larga (PNBL).
ocorrido em Sant’Ana do Livramento entre os dias 20 e 23 de setembro de
2012, veio a dar substância significativa à realização do projeto maior de
construção da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA), inaugurada
em 2006, cujo objetivo é o de proporcionar uma amparagem político-
insitucional ao grande problema da estagnação econômica que a região oeste
do estado do Rio Grande do Sul ainda incorre. Na medida em que os
desenvolvimentos partem do plano meramente político para o educacional e
social, com base na experiência multicampi da UNIPAMPA, esta mesma
lógica vai sendo absorvida por cada curso específico, que, antendendo aos
critérios peculiares de sua área de conhecimento, interage e dinamiza na
realização do projeto-mor que deu vida à nossa universidade. Contudo, a
realização da terceira edição do EERRI vai também além disso."
identificam, diante do desenvolvimento de uma economia política baseada em dados, riscos para a autonomia individual e a democracia, de modo geral. Segundo as análises, esse risco decorre do poder que certas empresas adquirem pelo conhecimento preciso da realidade cotidiana, em função da exploração massiva de dados pessoais. O argumento que desenvolvo neste texto é que os riscos que essas análises identificam decorre de um processo de evolução de uma dinâmica de estranhamento no âmbito das relações entre o capital e o trabalho. Segundo o argumento, é no âmbito do conflito entre capital e trabalho que o capitalismo identifica um valor em potencial a ser explorado pelo dado
extraído do trabalho e que, na evolução da própria economia política baseada em dados e da internet, esse estranhamento alimenta uma mistificação sobre o poder das empresas que exploram esses dados."
Zuboff, 2019), são atores políticos ativos e seus interesses no processo eleitoral são evidentes enquanto oportunidade para trabalhar sua própria imagem pública e vender serviços. O artigo busca contribuir para a compreensão do papel das plataformas digitais em processos eleitorais a partir da análise da eleição de 2022 no Brasil. A pergunta que orienta a construção da análise é qual a extensão de responsabilidade das plataformas digitais sobre contas e conteúdos de usuários que ameaçam a
integridade eleitoral?
The publication is divided into two parts. The first part concentrates on a number of historical and theoretical or conceptual approaches to Internet Governance. The second part has a strong focus on contemporary debates concerning selected issues of the field.
The historical and theoretical contributions are initiated by a discussion regarding the Global South as a region, its historical formation in the context of decolonization, the debates on the New International Economic Order (NIEO), the New International Information and Communication Order (NIICO), and the political turn to a neoliberal agenda in which Internet Governance was developed (Oppermann). The challenges of Southern countries to participate politically and economically in this environment are then addressed and contextualized through different theoretical frameworks including International Political Economy and global International Relations, combined with a discussion on strategies and ambitions of countries in the Global South to advance their own insertion in Internet Governance (Chenou, Rojas Fuerte). Internet Governance itself as a concept from a historical perspective, including processes of institutionalization, is then addressed by Canabarro, together with a discussion of the NetMundial meeting in Brazil as a consequence of the Snowden revelations and the NSA affair. The extensive global surveillance of Internet users including governments and other organizations by the USA and some of their allies in other parts of the world increased the debates on online privacy and also on topics including power, influence and global constellations that brought questions about new forms of colonialism on the agenda. Colonization in the digital age is a topic of growing importance, especially but not only in the South, and so is the discussion on decolonization. Emanating from the debate on decolonial computing, Ali is addressing Internet Governance and the need for its decolonization. He does so by critically analyzing the North-centric discourse of Internet Governance, thus bringing a new perspective to the debates. He is then followed by Gonzales, who develops a theoretical debate on ideology, the information revolution and its impacts on and correlations with a number of manifestations that occurred in several countries in the year 2011, including Egypt, Tunisia, and others.
The debates on historical and theoretical approaches are then followed by contributions on contemporary Internet Governance issues in the Global South. This part is initiated by two chapters discussing economic and political challenges related to the Domain Name System in Southern countries. While White is discussing generic top level domains and ICANN’s new gTLD program in the Global South, Aguerre is focussing on the ccTLD environment in the South, in particular in Latin America. They are followed by a chapter on South Africa’s policy framework on ICT and Internet Governance, mostly represented by the 2016 ICT White Paper, which in combination with the 2015 draft cybersecurity bill forms the current foundation for many Internet Governance debates in the country. In this context, the three authors (Darch, Adams, and Yu) also reflect on the questions of governmental control, multilateralism, and multistakeholderism as forms of governance and participation. The following chapter picks up the topic of participation in Internet Governance processes, albeit from a different perspective. Lobato addresses the problem of regional inequality within countries, pointing out the situation of less connected rural areas in Amazonia, in the North of Brazil. She discusses central aspects like infrastructure, access costs, and digital illiteracy and also presents possible solutions for regional integration like access programs and major national events in the regions like the Brazilian Internet Forum which took place in the North of the country in 2013. How lower national access rates are no obstacle for putting the Internet on the national political and security agenda is then clarified by Workneh and the case of Ethiopia. With a national Internet access rate of about 15% and confronted with infrastructural challenges to increase this number, the country is currently following an Internet securitization debate in the context of a dispute over political opposition that often falls under the label of “terrorism”. In this chapter, Workneh discusses how the Northern discourse on a so-called “global war on terrorism” impacts the right to freedom of speech online in Ethiopia and how it increases concerns over online participation and privacy rights. Privacy and participation are also addressed in the concluding chapter of this publication developed by Kemer. She discusses privacy rights in the context of International Law and the Universal Declaration of Human Rights, followed by an analysis of the standpoints of the Brazilian government under Dilma Rousseff on privacy and online participation after the NSA surveillance activities were revealed.