Tese - Doutorado em Ciência Política (UnB) by Cleyton Feitosa
O trabalho tem por objetivo analisar como o Movimento de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, T... more O trabalho tem por objetivo analisar como o Movimento de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Intersexos e outras identidades não-heterossexuais e não-cisgêneras (LGBTI+) vem se institucionalizando nos partidos políticos brasileiros. Realizamos um debate teórico sobre o conceito de institucionalização na literatura sobre movimentos sociais e sobre partidos políticos a fim de compreender esse complexo fenômeno empírico, afinal, antes mesmo da redemocratização do país, ativistas LGBTI+ atuam em partidos políticos e transformam essas organizações a partir dos seus valores, objetivos e interesses. Por meio de entrevistas semiestruturadas com militantes partidários e análise documental em documentos oficiais, como estatutos, programas partidários, planos de governo, entre outros, realizamos um estudo comparativo sobre a entrada das lutas pela diversidade sexual e de gênero no Partido dos Trabalhadores (PT), no Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) e no Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), analisando o processo, os fatores, a efetividade e as barreiras da institucionalização. Focamos nos estatutos e na organização setorial da temática, presente nos três casos, para entender as diferenças e semelhanças entre eles. Apesar das diferenças e do antagonismo histórico, PT e PSDB são os casos que guardam mais semelhanças. Suas secretarias nascem como núcleos partidários na cidade de São Paulo, em que pesem as diferentes épocas do seu surgimento - PT em 1992 e PSDB somente em 2006 - e seus militantes vão nacionalizando o grupo, aproveitando-se do poder de atração turístico das Paradas do Orgulho LGBTI+ de São Paulo, para fomentar uma organização política nacional. A principal diferença reside no fato de que o PT possui relação muito mais imbricada com sindicatos e movimentos do que o PSDB, com menos base social. No caso petista chega a ser impossível separar ator partidário do ativista de movimento social (e em alguns casos, também ator sindical), diferentemente da Diversidade Tucana, que é mais claramente composta por atores partidários que se relacionam eventualmente com movimentos sociais. O PSOL foi o caso mais dessemelhante por causa do seu baixo grau de institucionalização do setorial nacional. O partido possui alguns setoriais organizados em nível estadual, principalmente em estados centrais brasileiros, como São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal, mas não consolidou seu setorial nacional LGBTI+, com reuniões, agendas, prioridades e estratégias. Por outro lado, PT e PSDB inauguram seus estatutos sem fazerem menção à luta pela diversidade sexual e de gênero e só instituíram o tema após uma organização política prévia de ativistas em seu interior, diferentemente do PSOL que já nasce com a afirmação dessa bandeira desde a fundação. A análise sobre as zonas de incerteza mostra que os atores engajados ainda acessam e controlam pouco áreas vitais para o funcionamento dos partidos, tais como as comunicações, as decisões, o financiamento e o recrutamento. Isso evidencia que uma parte dos partidos brasileiros são sensíveis à temática, mas com limites. Os limites parecem esbarrar justamente na partilha de poder e recursos. Após conseguirem inserir a temática e fazer os partidos distribuírem incentivos coletivos de identidade, o próximo desafio é acessar e controlar os recursos do poder organizativo. Por fim, após os resultados empíricos, propomos um conceito de institucionalização para o estudo da interação entre movimentos sociais e partidos políticos.
Dissertação - Mestrado em Direitos Humanos (UFPE) by Cleyton Feitosa
O presente trabalho é uma tentativa de entender as políticas públicas voltadas para a população d... more O presente trabalho é uma tentativa de entender as políticas públicas voltadas para a população de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais no estado de Pernambuco, a partir da implantação e das experiências do Centro Estadual de Combate à Homofobia (CECH). Através do debate em torno das temáticas dos direitos humanos, da cidadania, da participação social e das políticas de identidade, pretende-se analisar e compreender como o CECH atua para minimizar a violência contra a população LGBT, a sua estrutura, organização e dinâmica internas, estratégias políticas, serviços ofertados, atividades desenvolvidas e interações estabelecidas com outros setores do Estado e do Movimento LGBT. Baseados em uma abordagem qualitativa de pesquisa, na aplicação de entrevistas semiestruturadas realizadas com
membros e ex-membros do órgão e análises em documentos produzidos pelo Governo de Pernambuco, nosso argumento central é o de que as trajetórias individuais dos gestores e gestoras da política LGBT - que compreendem as filiações a partidos políticos, movimentos
sociais, experiências profissionais, as interações com o Estado, a conjuntura de implementação da política pública, entre outros - explicam a adesão deles/as a determinados projetos políticos que, em interlocução com fatores externos, contradições, disputas e projetos conservadores, influem e moldam a execução da política pública. A pesquisa visa colaborar com os debates em torno da construção democrática, das relações, trânsitos e deslocamentos entre sociedade civil e Estado e das escolhas políticas dos movimentos sociais após a entrada dos partidos de centro-esquerda no Estado brasileiro neste princípio de Século.
Trabalho de Conclusão de Curso - Pedagogia (UFPE) by Cleyton Feitosa
Este trabalho estuda, a partir do protagonismo e da participação social do Movimento de lésbicas,... more Este trabalho estuda, a partir do protagonismo e da participação social do Movimento de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT), as ausências e emergências da educação escolar, conceitos aqui explorados na perspectiva da Sociologia das Ausências e Emergências de Boaventura de Sousa Santos (2006), expressadas pelas vozes reivindicatórias do Movimento LGBT do estado de Pernambuco. Para sua realização, primamos por uma metodologia que procurasse responder nosso problema, alinhada às teorias e discursos científicos aqui elencados. Optamos, assim, por desenvolver, através da abordagem qualitativa (DENZIN e LINCOLN, 2006; CRESWELL, 2007; MINAYO, 2008) uma pesquisa documental (GIL, 2008) através do caderno produzido a partir da II Conferência Estadual de Políticas Públicas e Direitos Humanos LGBT de Pernambuco, publicado no ano de 2012. Entendemos ser este um espaço estratégico de exercício da democracia participativa e da horizontalidade entre distintos e distintas atores e atrizes sociais, que buscam dialogar com vistas a construir juntos e juntas, estratégias para superação de entraves e iniquidades sociais. Também compreendemos que as conferências são ricas fontes de pesquisa, pelos movimentos que lhe são característicos, materiais produzidos e documentos diversos forjados no âmbito da negociação, da tensão e do embate. Além da pesquisa documental, utilizamos o Método do Caso Alargado (SANTOS, 1983) para refletir fenômenos estruturantes e específicos e, por fim, a técnica da Análise de Conteúdo (BARDIN, 2001) com o objetivo de proporcionar um tratamento mais racional à analise. Com esse conjunto metodológico, analisamos o panorama das políticas públicas voltadas para a população LGBT em Pernambuco, bem como a conjuntura educacional nesse território no que diz respeito ao tratamento da diversidade sexual. Os resultados apontam para (1) fragilidades na implementação de tais políticas, (2) uma educação violadora de direitos e (3) proposições educativas que promovam o respeito e o reconhecimento igualitário de identidades plurais.
Relatório de Iniciação Científica by Cleyton Feitosa
Este resumo expandido apresenta o estudo que versou sobre as temáticas da diversidade sexual e d... more Este resumo expandido apresenta o estudo que versou sobre as temáticas da diversidade sexual e da educação formal e teve como objetivo geral verificar se acontecia nas escolas de Caruaru, estado de Pernambuco, discussões sobre diversidade sexual e o respeito a ela. A partir de um recorte teórico fundamentado nas reflexões de Louro (1997, 2001, 2008 e 2010), Junqueira (2009), Freire (2005), Carvalho et al. (2009) e outros, analisamos os dados coletados em uma abordagem qualitativa de pesquisa. Para tanto, utilizamos as técnicas de observação participante, diário de campo e entrevistas informais
para a coleta dos dados. Utilizamos também a técnica da Análise de Conteúdo a fim de proporcionar um tratamento mais racional à análise, divididos em categorias analíticas. Os resultados apontaram para ausências de discussão na escola sobre diversidade sexual, cidadania LGBT e formas diversas de sexualidade, legitimando desta maneira práticas discriminatórias e desrespeitosas na convivência entre estudantes e professores(as).
Artigos em Periódicos by Cleyton Feitosa
Teoria & Pesquisa: Revista de Ciência Política, 2023
O artigo pretende empreender esforços teóricos por meio de pesquisa bibliográfica. A partir da ex... more O artigo pretende empreender esforços teóricos por meio de pesquisa bibliográfica. A partir da exploração do debate sobre as conexões e interações entre movimentos sociais, partidos e sistemas políticos, o objetivo central deste trabalho se desenvolve em refletir sobre a relação do Movimento LGBTI+ brasileiro com os partidos políticos, pondo em relevo a heterogeneidade que conforma este movimento social e as dinâmicas decorrentes dessa interação. Argumentamos que os principais motivos para essa aliança consistem na afinidade ideológica e estratégica e na busca conjunta para alcançar resultados políticos, superando as visões exclusivamente desafiadoras dos movimentos em relação às instituições políticas. Os ganhos são duplos: movimentos sociais podem acessar recursos partidários para seus propósitos enquanto partidos ganham em termos de mobilização e conexão com interesses sociais, potencializando sua função representativa. Por fim, refletimos sobre as potencialidades do conceito de institucionalização para a análise das interações entre movimentos sociais e partidos políticos.
InSURgência: revista de direitos e movimentos sociais , 2023
Cleyton Feitosa entrevista Julian Rodrigues, ativista LGBTI+ do Partido dos Trabalhadores. Duraçã... more Cleyton Feitosa entrevista Julian Rodrigues, ativista LGBTI+ do Partido dos Trabalhadores. Duração: 71 minutos. Data: 30 de março de 2021. Local: On-Line por meio da Plataforma Zoom.
Revista Psicologia Política, 2022
Cleyton Feitosa entrevista Fábio Felix, Deputado Distrital da Câmara Legislativa do Distrito Fede... more Cleyton Feitosa entrevista Fábio Felix, Deputado Distrital da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF). Duração: 46 minutos e 36 segundos. Data: 29 de maio de 2019. Local: Gabinete 24 da CLDF. Endereço: Praça Muni- cipal - Quadra 2 - Lote 5 - Centro Cívico Administrativo - Eixo Monumental - Brasília/DF.
REBEH - Revista Brasileira de Estudos da Homocultura, 2022
Apresentração do dossiê "Participação política LGBTI+ no Brasil passado, presente e projetos de f... more Apresentração do dossiê "Participação política LGBTI+ no Brasil passado, presente e projetos de futuro".
Revista Feminismos, 2022
Como é retratada a temática da diversidade sexual e de gênero nos estatutos dos partidos político... more Como é retratada a temática da diversidade sexual e de gênero nos estatutos dos partidos políticos no Brasil? Através de pesquisa documental realizada nos estatutos dos 35 partidos brasileiros registrados no Tribunal Superior Eleitoral, calculei que 37% dos documentos fazem algum tipo de menção à questão LGBTI+ indicando uma penetração notável das agendas do Movimento naquelas organizações políticas, de diferentes correntes ideológicas. Quanto ao conteúdo expresso nos documentos, por meio da técnica de Análise de Conteúdo, verifiquei que os partidos políticos, pelo menos no plano formal, visam: (i) combater a discriminação, (ii) transformar a sociedade visando à liberdade sexual, (iii) assegurar o respeito interno entre os filiados e, por fim, (iv) se articular com a sociedade civil e os segmentos que a ela pertencem.
Caderno CRH, 2021
Resenha de MIGUEL, L. F. O colapso da democracia no Brasil: da constituição ao golpe de 2016. São... more Resenha de MIGUEL, L. F. O colapso da democracia no Brasil: da constituição ao golpe de 2016. São Paulo: Fundação Rosa Luxemburgo: Expressão Popular, 2019. 216p.
Cadernos de Gênero e Tecnologia, 2021
Pouco mais de uma década de experimentação criativa de implementação de políticas públicas de dir... more Pouco mais de uma década de experimentação criativa de implementação de políticas públicas de direitos humanos de lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, intersexos e outras identidades não cis-heteronormativas (LGBTI+), assistimos a ascensão da extrema direita ao Governo Federal e um fenômeno pelo qual a Ciência Política vem chamando por “desinstitucionalização”. O presente trabalho tem por objetivo analisar o processo de desinstitucionalização que atualmente ocorre no subsistema de políticas públicas LGBTI+ no Brasil sob a gestão da pastora evangélica Damares Alves no então denominado Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos no âmbito do Governo Bolsonaro (2019-atual). Para o desenvolvimento do trabalho, realizei análises documentais sobre textos jornalísticos e outros gêneros textuais disponibilizados na internet. Dentre os principais resultados estão o fim da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão do Ministério da Educação; o fim das campanhas específicas e direcionadas de prevenção às IST/Aids; a extinção do Conselho Nacional de Combate à Discriminação e Promoção dos Direitos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais; a não-realização da 4ª Conferência Nacional LGBT, entre outras ações.
Revista Brasileira de Educação, 2020
Resenha de SANTOS, E. LGBTfobia na educação e a atuação da gestão escolar. Curitiba: Appris, 2019.
Cadernos de Gênero e Diversidade, 2020
A mesa-redonda, criticamente refletida nesse artigo, foi apresentada por três "gays" de interior ... more A mesa-redonda, criticamente refletida nesse artigo, foi apresentada por três "gays" de interior que também assinam a autoria do texto e atualmente desenvolvem pesquisas de doutoramento que versam sobre a (re)existência de LGBTs no âmbito educacional, político e cultural. A partir de suas experiências interioranas os autores refletem como é ser um gay de interior e as barreiras encontradas para o exercício da cidadania e para a constituição de redes de sociabilidade. A discussão é desenvolvida em três momentos. Primeiro, discutimos as barreiras à cidadania de homossexuais masculinos no interior. Em seguida, refletimos sobre nossas vivências em três contextos interioranos distintos. Por fim, nos posicionamos sobre a importância de politizar a experiência como modus de transformação dos lugares em que vivemos. PALAVRAS-CHAVE: Redes de Sociabilidade. Homossexualidade. Cidadania LGBT.
Revista Gênero & Direito, 2020
Resenha de PINTO, Céli Regina Jardim (2003). Uma história do feminismo no Brasil. São Paulo: Fund... more Resenha de PINTO, Céli Regina Jardim (2003). Uma história do feminismo no Brasil. São Paulo: Fundação Perseu Abramo.
Revista Brasileira de Políticas Públicas e Internacionais, 2020
O presente trabalho buscou verificar como processos participativos resultaram na institucionaliza... more O presente trabalho buscou verificar como processos participativos resultaram na institucionalização da principal política pública LGBT do estado de Pernambuco, o Centro Estadual de Combate à Homofobia (CECH), e as interações socioestatais que se estabeleceram entre o Governo de Pernambuco e o Movimento LGBT a partir das percepções de profissionais e ex-profissionais do referido Centro. Os fatores que contribuíram para o nascimento do CECH foram diversificados como as ações federais do Programa Brasil Sem Homofobia, a vitória eleitoral de Eduardo Campos e do Partido Socialista Brasileiro (PSB), a ressonância das conferências nacionais no estado e a cobrança permanente do Movimento LGBT local por um Centro de Referência LGBT, lançando mão de diferentes repertórios de interação. Após instalado, o CECH passa a desenvolver uma interação bastante próxima dos movimentos sociais, embora essas interlocuções sejam permeadas por conflitos e tensões motivados por expectativas mútuas entre sociedade civil e Estado.
Revista Gênero, 2019
Resenha de LIONÇO, Tatiana. Contra a Má-Fé: conjurações de uma acadêmica de ação direta. Salvador... more Resenha de LIONÇO, Tatiana. Contra a Má-Fé: conjurações de uma acadêmica de ação direta. Salvador: Editora Devires, 2018. 184p.
Sexualidad, Salud y Sociedad - Revista Latinoamericana, 2019
O presente trabalho visa apresentar os resultados de uma pesquisa conduzida no Centro Estadual de... more O presente trabalho visa apresentar os resultados de uma pesquisa conduzida no Centro Estadual de Combate à Homofobia de Pernambuco. Através de entrevistas realizadas com membros e ex-membros do órgão, investigo como ele atua para minimizar a violência contra a população LGBT. Com base neste objetivo, analisei o perfil dos profissionais do equipamento, levantei informações a respeito dos serviços ofertados e verifiquei os avanços e os desafios daquela política pública. Parte significativa desses profissionais era de egressos do Movimento LGBT que realizavam atendimento interdisciplinar e atividades formativas e destacaram, como avanços, a aproximação com outros setores públicos, a visibilidade da temática LGBT e o número de atendimentos contabilizados e, como desafios, o contexto LGBTfóbico do território pernambucano, a LGBTfobia institucional e a estrutura insuficiente do Centro.
Sexualidade & Política: Revista Brasileira de Políticas Públicas LGBTI+, 2019
O 1º Seminário Nacional de Participação Política de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Trans... more O 1º Seminário Nacional de Participação Política de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, ocorrido em 29 de novembro de 2017, teve como mote a "Presença LGBT nos Partidos Políticos". O evento foi sediado no Instituto de Ciência Política, da Universidade de Brasília, e reuniu representantes de setoriais LGBT de diferentes partidos políticos visando debater, refletir e construir uma agenda política e acadêmica sobre a inclusão, a igualdade e a participação política da população LGBT. O presente texto tem o objetivo de tecer um relato dessa atividade de extensão, descrevendo sua organização, desde a fase de preparação até o momento de execução, e apresentando as experiências dos partidos políticos brasileiros no que tange à inserção da agenda e da participação políticas LGBT.
Revista Re(ex)sistência LGBT, 2018
As conexões entre a população de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT) e a p... more As conexões entre a população de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT) e a política são umbilicais. Digo isso porque a própria construção de uma consciência, ou melhor, de uma identidade LGBT nasce da politização dos corpos, gêneros e sexualidades de pessoas que não se encaixam nas normas hegemônicas cisgêneras e heterocentradas. A politização expressa uma problematização da vida como ela é e de como ela deveria ser. Por tal razão, mesmo aquelas pessoas que afirmam “não gostar” ou “não entender” o funcionamento da política ou da militância organizada se veem cotidianamente imersas em processos eminentemente políticos. Exemplo claro disso são os cálculos que fazemos desde a infância e a adolescência na família e na escola sobre o modo como nos comportaremos e com quem nos relacionaremos para medir o grau de violência LGBTfóbica que está ao nosso redor. Ou se sairemos do armário no Ensino Superior e no mundo do trabalho.
REBEH - Revista Brasileira de Estudos da Homocultura, 2019
Como se posicionaram os candidatos à Presidência da República do Brasil em relação à temática da ... more Como se posicionaram os candidatos à Presidência da República do Brasil em relação à temática da diversidade sexual e de gênero nas eleições de 2018? O presente trabalho visa apresentar os resultados de uma pesquisa documental realizada sobre os Planos de Governo das 13 candidaturas presidenciais registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Verifiquei que 69,2% das candidaturas abordaram a temática LGBT nos seus programas partidários e que, desse montante, 77,7% o fizeram de maneira positiva, apresentando propostas para a superação dos desafios ao exercício da cidadania. O trabalho ainda analisa as políticas públicas LGBT indicadas nos Planos de Governo de cada presidenciável que apresentou propostas para o segmento.
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Tese - Doutorado em Ciência Política (UnB) by Cleyton Feitosa
Dissertação - Mestrado em Direitos Humanos (UFPE) by Cleyton Feitosa
membros e ex-membros do órgão e análises em documentos produzidos pelo Governo de Pernambuco, nosso argumento central é o de que as trajetórias individuais dos gestores e gestoras da política LGBT - que compreendem as filiações a partidos políticos, movimentos
sociais, experiências profissionais, as interações com o Estado, a conjuntura de implementação da política pública, entre outros - explicam a adesão deles/as a determinados projetos políticos que, em interlocução com fatores externos, contradições, disputas e projetos conservadores, influem e moldam a execução da política pública. A pesquisa visa colaborar com os debates em torno da construção democrática, das relações, trânsitos e deslocamentos entre sociedade civil e Estado e das escolhas políticas dos movimentos sociais após a entrada dos partidos de centro-esquerda no Estado brasileiro neste princípio de Século.
Trabalho de Conclusão de Curso - Pedagogia (UFPE) by Cleyton Feitosa
Relatório de Iniciação Científica by Cleyton Feitosa
para a coleta dos dados. Utilizamos também a técnica da Análise de Conteúdo a fim de proporcionar um tratamento mais racional à análise, divididos em categorias analíticas. Os resultados apontaram para ausências de discussão na escola sobre diversidade sexual, cidadania LGBT e formas diversas de sexualidade, legitimando desta maneira práticas discriminatórias e desrespeitosas na convivência entre estudantes e professores(as).
Artigos em Periódicos by Cleyton Feitosa
membros e ex-membros do órgão e análises em documentos produzidos pelo Governo de Pernambuco, nosso argumento central é o de que as trajetórias individuais dos gestores e gestoras da política LGBT - que compreendem as filiações a partidos políticos, movimentos
sociais, experiências profissionais, as interações com o Estado, a conjuntura de implementação da política pública, entre outros - explicam a adesão deles/as a determinados projetos políticos que, em interlocução com fatores externos, contradições, disputas e projetos conservadores, influem e moldam a execução da política pública. A pesquisa visa colaborar com os debates em torno da construção democrática, das relações, trânsitos e deslocamentos entre sociedade civil e Estado e das escolhas políticas dos movimentos sociais após a entrada dos partidos de centro-esquerda no Estado brasileiro neste princípio de Século.
para a coleta dos dados. Utilizamos também a técnica da Análise de Conteúdo a fim de proporcionar um tratamento mais racional à análise, divididos em categorias analíticas. Os resultados apontaram para ausências de discussão na escola sobre diversidade sexual, cidadania LGBT e formas diversas de sexualidade, legitimando desta maneira práticas discriminatórias e desrespeitosas na convivência entre estudantes e professores(as).
de institucionalizar, de transformação de algo em instituição” (GURZA LAVALLE et al, 2019, p. 22), fornecendo categorias de análise úteis para a investigação empírica, tais como encaixes institucionais, variações e mecanismos. Já para Panebianco (2005), estudioso da estrutura e organização partidárias, institucionalização é o “processo por meio do qual a organização incorpora valores e objetivos dos fundadores do partido” e significa a autonomização do partido em relação ao ambiente que o cerca (PANEBIANCO, 2005, p. 100), apresentando categorias analíticas como incentivos, tipos de militante, zonas de incerteza e coalizão dominante. Em seguida, buscaremos apresentar alguns resultados empíricos da experiência do Movimento LGBTI+ no Partido dos Trabalhadores a partir das teorias apresentadas.
Abstract: This article aims to discuss the recent exclusion of gender politics and sexuality in the State Plan for the Education of Pernambuco, linking this to the role of social movements in the construction of an educational curriculum that besides the promotion of criticality, promote respect for differences. This theme has an emergency as discrimination at school must be faced by the State in order ensure the fundamental right to education. Through the use of classical literature review methodology on social movements, education and gender, the purpose of this article is to highlight the need of the themes mentioned in the education sector for ensuring education is democráticaEspera therefore it remains highlighted the scale of participation of social movements to strengthen an education which will promote free sociability patriarchy, machismo, sexism, heteronormativity and homolesbotransfobia.
Esta pesquisa teve como motivação analisar o desenvolvimento de políticas públicas de proteção e promoção dos direitos humanos de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais no estado de Pernambuco, com forte presença reivindicatória do Movimento LGBT local, associado ao fenômeno da construção democrática brasileira e dos principais projetos políticos em disputa no país, notadamente os projetos autoritário, democrático-participativo e neoliberal (DAGNINO, 2006) e dos sentidos da participação social explorados na Tese de Doutoramento de Teixeira (2013).
(2009), Freire (2005), Carvalho et al. (2009), entre outros. Analisamos os dados coletados através de técnicas e métodos característicos de estudos qualitativos. Os resultados apontaram para ausências de discussão nas escolas investigadas sobre cidadania LGBT e formas diversas de sexualidade e identidades, legitimando, desta maneira, pensamentos e práticas discriminatórias e desrespeitosas na convivência entre estudantes e professores.
Para atender a tal perspectiva, ele integra diversas áreas do conhecimento com a participação e colaboração de professores, alunos e voluntários do Mestrado em Avaliação de Políticas Públicas, do Departamento de Ciências Sociais da UFC e do Mestrado em Antropologia UFC/UNILAB, no âmbito do Laboratório de Estudos dos Marcadores Sociais da Diferença (LAMAS).
Tive a oportunidade de ser entrevistado para o lançamento do site oficial do Observatório Nacional da Política LGBT, em setembro de 2020, e expor comentários e reflexões sobre a conjuntura política do país e seus impactos nas políticas públicas LGBT nesse período.
“Essa gestão foi eleita numa plataforma homofóbica. Desde o surgimento de Jair Bolsonaro, muito antes dele ser candidato em 2018, ele já vinha dando declarações homofóbicas e LGBTfóbicas e se opunha no Congresso, quando era congressista, a agenda de avanço de direitos da população LGBT”, lembrou.
Link para audição: https://open.spotify.com/episode/6d6GfbQ3wvO9MniRaa99vZ?si=JG9SBzIKT-OGsCcynG0QmQ&nd=1
Nessa semana conversamos com Cleyton Feitosa, que é pedagogo e mestre em Direitos Humanos pela UFPE e atualmente realiza o doutorado em Ciência Política pela UNB. Nossa conversa foi sobre seu livro Políticas Públicas LGBT e Construção Democrática no Brasil, publicado em 2017 pela editora Appris. Sua pesquisa nos ajuda a compreender melhor as dinâmicas e desafios para o funcionamento das políticas públicas LGBT em nosso país, com uma imersão especial no Centro Estadual de Combate à Homofobia de Pernambuco. O livro pode ser adquirido em: http://bit.ly/2HeYCIM
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