Teoria e Análise Linguística de Línguas Indígenas by Ariel P H E U L A D O C O U T O E Silva
Polifonia, 2022
Ana Suelly Arruda Câmara Cabral, professora titular da Universidade de Brasília e coordenadora do... more Ana Suelly Arruda Câmara Cabral, professora titular da Universidade de Brasília e coordenadora do Laboratório de Línguas e Literaturas Indígenas (LALLI) do IL/UnB, dialoga com Ariel Silva e com Rose Luciano sobre a história do LALLI, ressaltando o papel do professor Aryon Dall’Igna Rodrigues na sua criação e consolidação. Ressalta o importante papel do LALLI na formação de pesquisadores indígenas e não indígenas, assim como a importância dos seus projetos de educação e fortalecimento de línguas indígenas e a atuação de seus pesquisadores junto a povos de recente contato. Ana Suelly fala ainda sobre as dificuldades e desafios na orientação de estudantes indígenas em nível de mestrado e doutorado em linguística e comenta sobre o papel da Revista Brasileira de Linguística Antropológica na difusão de conhecimentos científicos transdisciplinares sobre línguas indígenas. Por fim, observa a importância de os projetos serem cooperativos e colaborativos, somando esforços de pesquisadores indígenas e não indígenas, para juntos atuarem em benefício dos povos indígenas. A entrevista, concedida por Ana Suelly Arruda Câmara Cabral a Ariel Pheula do Couto e Silva e a Rose Luciano, no dia 06 de outubro de 2023, no Laboratório de Línguas e Literaturas do IL/UnB, é uma contribuição para a historiografia da linguística de línguas indígenas no Brasil, levando-se em consideração o posicionamento ativo do pesquisador/a indígena e não indígena, em prol do bem viver dos povos indígenas.
A presente tese aprofunda a descrição de aspectos da fonologia do Avá-Canoeiro, com o objetivo de... more A presente tese aprofunda a descrição de aspectos da fonologia do Avá-Canoeiro, com o objetivo de tratar de mudanças sonoras ocorridas nas duas variedades dessa língua. No capítulo 1, tratamos de aspectos históricos e socioculturais do povo Avá-Canoeiro, bem como de algumas notas etnográficas que realizamos, fundamentais para o desenvolvimento de uma relação duradoura com os Avá-Canoeiro. No capítulo 2, discutimos a classificação da língua Avá-Canoeiro na família Tupí-Guaraní, bem como aspectos do seu estado de vitalidade atual. No capítulo 3, revisamos a fonologia das duas variedades do Avá-Canoeiro, partindo dos estudos fonéticos e fonológicos já realizados até o presente, com o objetivo de darmos conta de disparidades encontradas nas descrições, as quais são correlacionadas a diferentes perfis sociolinguísticos em cada grupo. No capítulo 4, tratamos de mudanças sonoras ocorridas nessas duas variedades. Apresentamos, finalmente, no capítulo 5, algumas mudanças semântico-lexicais e empréstimos, os quais ilustram alguns elementos da expansão dos Avá-Canoeiro para o Centro-Oeste, bem como do contato que eles tiveram com a sociedade envolvente, antes e depois do contato oficial.
A presente dissertação descreve aspectos da fonologia, morfossintaxe e sintaxe da língua Avá-Cano... more A presente dissertação descreve aspectos da fonologia, morfossintaxe e sintaxe da língua Avá-Canoeiro, a qual pertence à família Tupí-Guaraní, tronco Tupí. Neste estudo, tratamos exclusivamente do Avá-Canoeiro do Tocantins, variedade diatópica do Avá-Canoeiro falada ao norte de Goiás. No capítulo 1 aprofundamos a descrição da fonologia desta língua à luz de dados da variedade mais conservadora, isto é, de dados dos falantes remanescentes do contato. No capítulo 2 tratamos de aspectos da morfissintaxe do Avá-Canoeiro do Tocantins, como as diferenças entre nomes e verbos, argumentos e predicados. Descrevemos também a morfologia dos modos verbais indicativo I, indicativo II, Imperativo e Gerúndio, bem como a morfologia flexional – flexão pessoal, casual e relacional. No capítulo 3 tratamos de aspectos da sintaxe do Avá-Canoeiro do Tocantins, enfocando a diferenciação entre argumentos sintáticos e argumentos marcados no núcleo do predicado, buscando descrever como esta língua expressa as categorias de pivô semântico, tópico e foco.
The present dissertation describes aspects of the fonology, morphosyntax and syntax of Avá-Canoeiro, a language which belongs to the Tupí-Guaraní family, Tupi stock. We have focused exclusively on the variety Avá-Canoeiro do Tocantins, which is spoken in the north of Goiás state. In chapter 1, we present the description of the most conservative phonology of Avá Canoeiro do Tocantins. In chapter 2, we focus on the Avá-Canoeiro do Tocantins morphosyntax, showing the differences between nouns and verbs, arguments and predicates, as well as the main morphological features differentiating indicative I, indicative II, imperative and gerund moodes. We also describe personal, casual and relational inflection . In chapter 3 we describe certain aspects of the syntax of the Avá-Canoeiro do Tocantins, highlighting the difference between syntactic arguments, and arguments marked on the predicate core, seeking to describe how this language expresses semantic pivot, topic and focus categories.
Resumo: Este artigo trata de três elementos da sintaxe da variedade Avá-Canoeiro do Rio Tocantins... more Resumo: Este artigo trata de três elementos da sintaxe da variedade Avá-Canoeiro do Rio Tocantins (doravante Av.C-T) (família Tupí-Guaraní), a saber, as categorias de pivô-semântico (SmP), de tópico e de foco. Argumentamos que para as línguas da família Tupí-Guaraní que se assemelham ao Av.C-T, o conceito de pivô semântico é fundamental para a compreensão do engatilhamento de marcações de correferencialidade, o qual situa-se na interface entre a sintaxe e a semântica. O tópico, em Avá-Canoeiro, se expressa por meio da marcação de argumentos S/A por meio de prefixos pessoais, em orações no Modo Indicativo I; enquanto, no Modo Indicativo II, é um elemento circunstancial que passa a funcionar como tópico. Diferentemente da variedade Avá-Canoeiro do Rio Araguaia, o Av.C-T desenvolveu uma partícula de foco tõ, a qual marca tanto os argumentos S/A e expressões adverbiais quanto predicados, ocorrendo sempre em primeira posição na sentença. Palavras-chave: família Tupí-Guaraní. Avá-Canoeiro. Pivô semântico. Tópico. Foco.
Abstract This study deals with three elements of the Tocantins River variety os the Avá-Canoeiro language syntax (hereinafter Av.C-T) (Tupí-Guaraní family), namely the semantic pivot (SmP), topic and focus categories. We argue that in most Tupí-Guaraní family languages, the concept of semantic pivot is fundamental to understand switch reference, which in these languages depends on the interface between syntax and semantics. The topic in Avá-Canoeiro is expressed by the marking S / A arguments in sentences in the Indicative I mode, by means of personal prefixes; while in the Indicative II mode it is a circumstantial element that function as topic. Unlike the Avá-Canoeiro variety of the Araguaia River, the Av.C-T developed a focus particle tõ, which marks both the S / A arguments, as well as adverbial and predicate expressions, always occurring in the first position of the sentence.
http://periodicos.unb.br/index.php/ling/article/view/27187
Revista Brasileira de Linguística Antropológica, 2019
Resumo: Ideofones em línguas indígenas brasileiras têm sido tema pouco explorado nos estudos ling... more Resumo: Ideofones em línguas indígenas brasileiras têm sido tema pouco explorado nos estudos linguísticos. Kamaiurá (2015) identificou em um único relato, proferido por Kayani Kamayurá sobre a origem do Kwarýp, 50 ideofones. Neste artigo, aprofundamos a análise dos ideofones encontrados no relato de Kayani Kamayurá, dividindo-os em dois conjuntos semânticos principais: (a) ideofones imitativos ou onomatopeicos e (b) ideofones que expressam simbolismo sonoro sinestésico, inspirados em Kaufman (1994:66). Além da análise semântica de ideofones em Kamayurá, apresentamos observações sobre suas respectivas formas fonológicas e morfológicas, e sobre as combinações de ideofones em enunciados.
Abstract: Ideophones in Brazilian indigenous languages have been little explored in linguistic studies. Kamaiurá (2015) identified in a single report by Kayani Kamayurá about the origin of Kwarýp, 50 ideophones. In this paper, we deepen the analysis of the ideophones found in Kayani Kamayurá's report by dividing them into two main semantic sets: (a) imitative or onomatopoeic ideophones and (b) ideophones expressing kinesthetic sound symbolism, inspired by Kaufman (1994:66). In addition to the semantic analysis of ideophones in Kamayurá, we present observations on their respective phonological and morphological forms, and on the combination of ideophones in utterances.
International Congress of Phonetic Sciences Full Papers, 2019
Sound Comparisons hosts over 90,000 individual
word recordings and 50,000 narrow phonetic
transcr... more Sound Comparisons hosts over 90,000 individual
word recordings and 50,000 narrow phonetic
transcriptions from 600 language varieties from
eleven language families around the world. This
resource is designed to serve researchers in
phonetics, phonology and related fields.
Transcriptions follow new initiatives for
standardisation in usage of the IPA and Unicode. At
soundcomparisons.com, users can explore the
transcription datasets by phonetically-informed
search and filtering, customise selections of
languages and words, download any targeted data
subset (sound files and transcriptions) and cite it
through a custom URL. We present sample research
applications based on our extensive coverage of
regional and sociolinguistic variation within major
languages, and also of endangered languages, for
which Sound Comparisons provides a rapid first
documentation of their diversity in phonetics. The
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where speakers can instantaneously hear and
compare the phonetic diversity and relationships of
their native languages.
Resumo: Tratamos neste artigo da expressão do prefixo de caso argumentativo na língua Avá-Canoeir... more Resumo: Tratamos neste artigo da expressão do prefixo de caso argumentativo na língua Avá-Canoeiro do Tocantins (família Tupí-Guaraní), à luz das análises fundamentais de Rodrigues (1981, 1996 e 2001) sobre os prefixos casuais da língua Tupinambá. Damos sequência à análise de Borges (2006) sobre a expressão do caso argumentativo em Avá-Canoeiro, com base em dados recentes da variedade diatópica do Avá-Canoeiro do Tocantins. Argumentamos em favor da produtividade da flexão de caso nessa língua, com ênfase no caso argumentativo. Discutimos também a redução dos contextos fonológicos de ocorrência do alomorfe-a, o que consideramos prenúncios de sua perda na fala das próximas gerações.
Abstract: In this article we deal with the expression of the argumentative case prefix in Avá-Canoeiro of Tocantins (Tupi-Guaraní family), in the light of Rodrigues fundamental analysis of the expression of this grammatical category in the Tupinambá language (1981 , 1996 and 2001). We follow the analysis by Borges (2006) on the expression of the argumentative case in Avá-Canoeiro, based on recent data from the diatopic variety of Avá-Canoeiro of Tocantins. We argue in favor of the productivity of the argumentative case in that language, and we also discuss the reduction of phonological contexts triggering its-a allomorph, which we consider a sign of its lost in the speech of the next generations.
Karirí (Cariri) é uma pequena família linguística sul-americana localizada no nordeste do Brasil,... more Karirí (Cariri) é uma pequena família linguística sul-americana localizada no nordeste do Brasil, cujas línguas não são mais faladas. Para duas destas, Kipeá e Dzubukuá, há um razoável número de documentos publicados no final do século XVII (Mamiani 1698 e 1699) e início do século XVIII (Nantes 1709); e para duas outras, Sabuyá e Karirí Pedra Branca (Kamurú), há somente pequenas listas de palavras publicadas no século XIX (Martius 1867). Provavelmente outras línguas desta mesma família morreram sem terem sido documentadas, já que vários povos indígenas foram mencionados em documentos no século XVII tendo, desde então, desaparecido, como é o caso dos Morití e Payayá, que foram descritos como tendo os mesmo costumes e crenças dos Karirí (Leite 1945:273, 277). Há por volta de 1000 remanescentes dos Karirí no município de Mirandela, no estado da Bahia, mas eles agora falam somente português, apesar de algumas pessoas dentre eles ainda conseguirem recordar palavras isoladas de sua língua anterior .
Neste artigo apresentamos um esboço gramatical da língua Asuriní do Trocará, também conhecida com... more Neste artigo apresentamos um esboço gramatical da língua Asuriní do Trocará, também conhecida como Asuriní do Tocantins. Trata-se de uma língua pertencente ao subramo IV da família Tupí-Guaraní, segundo a classificação interna dessa família por Rodrigues (1984-1985). A língua Asuriní é falada como primeira língua por um pequeno grupo com idade acima de 55 anos e apenas os filhos e netos de algumas dessas pessoas a aprenderam quando crianças. A população Asuriní é de aproximadamente 500 indivíduos2, sendo que apenas uma centena deles tem conhecimento suficiente da língua para entendê-la, mas apenas uma pequena parte a usa com fluência em situações de fala quotidiana. Linguisticamente o Asuriní é uma das línguas Tupí-Guaraní das mais conservadoras, principalmente em termos gramaticais. Das mudanças fonológicas que sofreu em sua história linguística, algumas são compartilhadas com o Parakanã, língua da qual começou a se diferenciar há não mais que 150 anos, outras são compartilhadas com essa língua e com o Tembé e com o Guajajára – desnasalização vocálica – e, outras, com o Parakanã e o Tapirapé – como a redução de seis vogais orais para cinco. No esboço que segue, apresentamos informações sobre aspectos da fonologia, da morfologia, da morfossintaxe, da sintaxe e do léxico Asuriní. Os dados que serviram de base para este esboço foram coletados ao longo dos últimos 14 anos por pesquisadores do Laboratório de Línguas Indígenas da Universidade de Brasília e encontram-se todos organizados no banco de dados dessa língua que faz parte do acervo linguístico deste laboratório.
Neste trabalho analisamos expressões do fenômeno de correferencialidade na família linguística Tu... more Neste trabalho analisamos expressões do fenômeno de correferencialidade na família linguística Tupí-Guaraní (cf. Rodrigues 1985), tendo como objeto de estudo as línguas: Guaraní Nhandeva e Mbyá (sub-ramo I), Tupinambá (sub-ramo III), Asuriní do Tocantins, Parakanã e Tenetehára (subramo IV), Araweté (sub-ramo V), Kamaiurá (sub-ramo VII), e Zo’é e Wayampí (sub-ramo VIII), levando em consideração a literatura existente sobre correferência alternada e função alternada (cf. Foley e Van Valin 1984; Dixon 1994, Stirling 1993). Em Tupí-Guaraní, o sistema de referência alternada foi descrito como sendo uma das características das línguas mais conservadoras desta família (cf. Rodrigues e Cabral 2005), bem como línguas que fazem uso de prefixos pessoais correferenciais advindos das protoformas (PTG): -wi(t), e- e o-, respectivamente 1ªp.s., 2ªp.s. e 3ªp. (Cabral 2003). Este trabalho integra um estudo maior que, pela primeira vez, focaliza o fenômeno da correferência associado ao alinhamento.
Este trabalho contrasta o fenômeno da correferencialiade em três línguas Tupí-Guaraní, o Kamaiurá... more Este trabalho contrasta o fenômeno da correferencialiade em três línguas Tupí-Guaraní, o Kamaiurá o Asuriní do Tocantins e o Ñandeva. O primeiro foi classificado como único membro pertencente ao subramo VII da família, o segundo no subramo IV, ao lado do Parakanã, Tapirapé, Suruí, Tembé, Guajajára, Turiwára e Avá-Canoeiro, e o terceiro no subramo I ao lado do Guaraní Antigo, do Guaraní Paraguaio, do Mbyá, do Kaiwá, do Xtá, do Guaiaki e do Chiriguano (Rodrigues 1984-1985).
Neste trabalho analisamos aspectos do sistema de correferência em três línguas Tupí-Guaraní, cada... more Neste trabalho analisamos aspectos do sistema de correferência em três línguas Tupí-Guaraní, cada uma pertencente a um subgrupo distinto dessa família linguística (cf. Rodrigues (1985) - o Asuriní do Tocantins do subgrupo IV, o Araweté do subgrupo V e o Zo'é do subgrupo VIII. Uma das características das línguas Tupí-Guaraní é o seu sistema de correferência alternada ou switch-reference[1] (cf. Folley and Van Valin, 1984), que torna essa família única dentro do tronco Tupí (Jensen 1990, 1999, Silva 1999, Cabral e Rodrigues 2005, Solano 2010, Rodrigues e Cabral 2010, entre outros). De acordo com a literatura sobre o assunto, as línguas Tupí-Guaraní mais conservadoras mantêm um sistema de marcação de correferência vigente no âmbito da oração e entre orações, em que o sujeito da oração principal é o pivô da correferência. Neste estudo discutiremos alguns problemas dessa análise, propondo-lhe reajustes que podem explicar de forma mais adequada os princípios que regem o sistema de correferência Tupí-Guaraní. [1]. Correferência é a igualdade de identidade entre os elementos da cadeia do discurso que codificam o agente de um verbo transitivo, o sujeito de um verbo intransitivo, o possuidor em uma construção genitiva, e o complemento de uma posposição.
Neste estudo examinamos as diferentes manifestações de correferencialidade na língua Asuriní do T... more Neste estudo examinamos as diferentes manifestações de correferencialidade na língua Asuriní do Tocantins, também conhecida como Asuriní do Trocará, falada por um grupo de 450 indivíduos que vivem na Terra Indígena Trocará, situada a 18 quilômetros da cidade de Tucuruí, estado do Pará. A língua Asuriní do Tocantins pertence ao sub-ramo IV da família Tupí-Guaraní (Rodrigues 1985) e é considerada uma das línguas mais conservadoras da família (Cabral 2006). O sistema de correferencialidade dessa família tem sido descrito como um sistema orientado pelo sujeito da oração principal (Rodrigues e Cabral 2005), de forma que a correferência é marcada de acordo com a igualdade ou não do referente de um determinante X com o referente do sujeito da oração principal.
Geossociolinguística by Ariel P H E U L A D O C O U T O E Silva
Géolinguistique, 2015
Cet article offre un panorama des langues indigènes du Brésil classées d’après des critères génét... more Cet article offre un panorama des langues indigènes du Brésil classées d’après des critères génétiques en familles linguistiques distribuées selon des critères géographiques. Il s’agit de fournir une idée de l’état de vitalité de ces langues, tout en mettant l’accent sur l’importance des études dialectologiques, historiques, comparatives et sociolinguistiques des langues indigènes au Brésil. On présente par la suite le projet en cours « Atlas Linguistique sonore des langues indigènes du Brésil » (ASLIB) en soulignant certains de ses impacts, comme l’accès aux bases de données linguistiques des langues indigènes du Brésil qui privilégient une vision claire des variations linguistiques synchroniques et diachroniques, des frontières entre langues et dialectes, des emprunts entre langues génétiquement apparentées ou non, des emprunts entre ces langues d´une part et entre elles et le portugais et l’espagnol de l´autre, sans oublier les emprunts dans le sens inverse.
This article provides an overview of indigenous languages of Brazil classified according to genetic criteria into linguistic families distributed on a geographical basis. The paper provides an idea of the state of vitality of languages, while emphasizing the importance of dialectological studies, historical, comparative and sociolinguistic indigenous languages in Brazil. The current project "Digital Atlas of Brazil's indigenous languages" (ALSLIB) is presented here to highlight some of its impacts, such as access to language databases of indigenous languages of Brazil which offer a clear vision of synchronic and diachronic linguistic variations, languages and dialects borders, borrowing between languages genetically related or not, loans between these languages one the one hand and between them and Portuguese and Spanish of the other, not to mention the loans in the reverse side.
Este trabalho versa sobre a variedade do Português brasileiro falada na comunidade Asuriní do Toc... more Este trabalho versa sobre a variedade do Português brasileiro falada na comunidade Asuriní do Tocantins, constituída por 492 falantes (Aquino 2010) que vivem na Terra Indígena do Trocará, no estado do Pará. Na história de aproximadamente 60 anos de contato definitivo dos Asuriní com os não índios, têm coexistido entre eles a língua Asuriní e a língua portuguesa. Somente nos últimos anos a escola da aldeia do Trocará, a partir dos esforços dos professores Asuriní e do apoio de projetos institucionais, começou a dedicar-se à alfabetização em língua Asuriní e ao ensino dessa língua e de aspectos da cultura tradicional, tanto na disciplina Língua Asuriní, quanto em outras atividades realizadas na escola, mas de natureza extra-curricular. O Português e o Asuriní coexistem nas comunidades Asuriní porque algumas famílias não deixaram de transmitir a língua nativa para as novas gerações. No Relatório Síntese (2006), Cabral distingue seis níveis de proficiência da língua Asuriní, concluindo que os fatores faixa etária e procedência familiar são os carros-chefes para variantes mais ou menos conservadoras da língua Asuriní. Considerando essa distinção, dirigimos nossa atenção, neste trabalho, para as possíveis interinfluências entre a língua Asuriní e a língua portuguesa nesta comunidade. Antes de entrarmos no assunto de interesse, deixamos claro que, em contextos lingüísticos como os vividos pelos Asuriní, não se pode falar da existência seja de bilinguismo, seja de mistura de línguas. Podemos, entretanto, falar de um contexto linguístico heterogêneo em que são observadas interferências nas duas línguas. Analisamos, então, neste trabalho a variedade do Português falada por índios Asuriní representantes de cinco faixas etárias, com vistas à identificação de influências da variedade de Português falada na região que circunscreve a TI do Trocará.
Este trabalho apresenta os resultados de uma análise da língua portuguesa falada pelos Asuriní do... more Este trabalho apresenta os resultados de uma análise da língua portuguesa falada pelos Asuriní do Tocantins, povo Tupí-Guaraní que habita a Terra Indígena do Trocará, estado do Pará. Focalizaremos aspectos da fala desses índios, os quais revelam significante variação de níveis de proficiência da língua falada através de diferentes faixas etárias. A análise foi desenvolvida à luz do Método Variacional (Labov, 1983) e considerou as variáveis grau de letramento, gênero informal e fala não monitorada.
Educação Escolar Indígena by Ariel P H E U L A D O C O U T O E Silva
Literatura by Ariel P H E U L A D O C O U T O E Silva
Cette monographie aborde la complexité des différentes scènes perverses trouvées au sein de la so... more Cette monographie aborde la complexité des différentes scènes perverses trouvées au sein de la société représentée dans le roman l'Homme qui ri (1869), de Victor Hugo.
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Teoria e Análise Linguística de Línguas Indígenas by Ariel P H E U L A D O C O U T O E Silva
The present dissertation describes aspects of the fonology, morphosyntax and syntax of Avá-Canoeiro, a language which belongs to the Tupí-Guaraní family, Tupi stock. We have focused exclusively on the variety Avá-Canoeiro do Tocantins, which is spoken in the north of Goiás state. In chapter 1, we present the description of the most conservative phonology of Avá Canoeiro do Tocantins. In chapter 2, we focus on the Avá-Canoeiro do Tocantins morphosyntax, showing the differences between nouns and verbs, arguments and predicates, as well as the main morphological features differentiating indicative I, indicative II, imperative and gerund moodes. We also describe personal, casual and relational inflection . In chapter 3 we describe certain aspects of the syntax of the Avá-Canoeiro do Tocantins, highlighting the difference between syntactic arguments, and arguments marked on the predicate core, seeking to describe how this language expresses semantic pivot, topic and focus categories.
Abstract This study deals with three elements of the Tocantins River variety os the Avá-Canoeiro language syntax (hereinafter Av.C-T) (Tupí-Guaraní family), namely the semantic pivot (SmP), topic and focus categories. We argue that in most Tupí-Guaraní family languages, the concept of semantic pivot is fundamental to understand switch reference, which in these languages depends on the interface between syntax and semantics. The topic in Avá-Canoeiro is expressed by the marking S / A arguments in sentences in the Indicative I mode, by means of personal prefixes; while in the Indicative II mode it is a circumstantial element that function as topic. Unlike the Avá-Canoeiro variety of the Araguaia River, the Av.C-T developed a focus particle tõ, which marks both the S / A arguments, as well as adverbial and predicate expressions, always occurring in the first position of the sentence.
http://periodicos.unb.br/index.php/ling/article/view/27187
Abstract: Ideophones in Brazilian indigenous languages have been little explored in linguistic studies. Kamaiurá (2015) identified in a single report by Kayani Kamayurá about the origin of Kwarýp, 50 ideophones. In this paper, we deepen the analysis of the ideophones found in Kayani Kamayurá's report by dividing them into two main semantic sets: (a) imitative or onomatopoeic ideophones and (b) ideophones expressing kinesthetic sound symbolism, inspired by Kaufman (1994:66). In addition to the semantic analysis of ideophones in Kamayurá, we present observations on their respective phonological and morphological forms, and on the combination of ideophones in utterances.
word recordings and 50,000 narrow phonetic
transcriptions from 600 language varieties from
eleven language families around the world. This
resource is designed to serve researchers in
phonetics, phonology and related fields.
Transcriptions follow new initiatives for
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subset (sound files and transcriptions) and cite it
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languages, and also of endangered languages, for
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documentation of their diversity in phonetics. The
multilingual interface and user-friendly, ‘hover-tohear’ maps likewise constitute an outreach tool,
where speakers can instantaneously hear and
compare the phonetic diversity and relationships of
their native languages.
Abstract: In this article we deal with the expression of the argumentative case prefix in Avá-Canoeiro of Tocantins (Tupi-Guaraní family), in the light of Rodrigues fundamental analysis of the expression of this grammatical category in the Tupinambá language (1981 , 1996 and 2001). We follow the analysis by Borges (2006) on the expression of the argumentative case in Avá-Canoeiro, based on recent data from the diatopic variety of Avá-Canoeiro of Tocantins. We argue in favor of the productivity of the argumentative case in that language, and we also discuss the reduction of phonological contexts triggering its-a allomorph, which we consider a sign of its lost in the speech of the next generations.
Geossociolinguística by Ariel P H E U L A D O C O U T O E Silva
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Abstract This study deals with three elements of the Tocantins River variety os the Avá-Canoeiro language syntax (hereinafter Av.C-T) (Tupí-Guaraní family), namely the semantic pivot (SmP), topic and focus categories. We argue that in most Tupí-Guaraní family languages, the concept of semantic pivot is fundamental to understand switch reference, which in these languages depends on the interface between syntax and semantics. The topic in Avá-Canoeiro is expressed by the marking S / A arguments in sentences in the Indicative I mode, by means of personal prefixes; while in the Indicative II mode it is a circumstantial element that function as topic. Unlike the Avá-Canoeiro variety of the Araguaia River, the Av.C-T developed a focus particle tõ, which marks both the S / A arguments, as well as adverbial and predicate expressions, always occurring in the first position of the sentence.
http://periodicos.unb.br/index.php/ling/article/view/27187
Abstract: Ideophones in Brazilian indigenous languages have been little explored in linguistic studies. Kamaiurá (2015) identified in a single report by Kayani Kamayurá about the origin of Kwarýp, 50 ideophones. In this paper, we deepen the analysis of the ideophones found in Kayani Kamayurá's report by dividing them into two main semantic sets: (a) imitative or onomatopoeic ideophones and (b) ideophones expressing kinesthetic sound symbolism, inspired by Kaufman (1994:66). In addition to the semantic analysis of ideophones in Kamayurá, we present observations on their respective phonological and morphological forms, and on the combination of ideophones in utterances.
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their native languages.
Abstract: In this article we deal with the expression of the argumentative case prefix in Avá-Canoeiro of Tocantins (Tupi-Guaraní family), in the light of Rodrigues fundamental analysis of the expression of this grammatical category in the Tupinambá language (1981 , 1996 and 2001). We follow the analysis by Borges (2006) on the expression of the argumentative case in Avá-Canoeiro, based on recent data from the diatopic variety of Avá-Canoeiro of Tocantins. We argue in favor of the productivity of the argumentative case in that language, and we also discuss the reduction of phonological contexts triggering its-a allomorph, which we consider a sign of its lost in the speech of the next generations.
This article provides an overview of indigenous languages of Brazil classified according to genetic criteria into linguistic families distributed on a geographical basis. The paper provides an idea of the state of vitality of languages, while emphasizing the importance of dialectological studies, historical, comparative and sociolinguistic indigenous languages in Brazil. The current project "Digital Atlas of Brazil's indigenous languages" (ALSLIB) is presented here to highlight some of its impacts, such as access to language databases of indigenous languages of Brazil which offer a clear vision of synchronic and diachronic linguistic variations, languages and dialects borders, borrowing between languages genetically related or not, loans between these languages one the one hand and between them and Portuguese and Spanish of the other, not to mention the loans in the reverse side.
falada na comunidade Asuriní do Tocantins1
, constituída por 492 falantes
(Aquino 2010) que vivem na Terra Indígena do Trocará, no estado do
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Asuriní com os não índios, têm coexistido entre eles a língua Asuriní
e a língua portuguesa. Somente nos últimos anos a escola da aldeia do
Trocará, a partir dos esforços dos professores Asuriní e do apoio de
projetos institucionais, começou a dedicar-se à alfabetização em língua
Asuriní e ao ensino dessa língua e de aspectos da cultura tradicional, tanto
na disciplina Língua Asuriní, quanto em outras atividades realizadas na
escola, mas de natureza extra-curricular.