Isabel Morujão
Holds a PhD in Portuguese Literature from the Faculty of Arts and Humanities of the University of Porto, with a thesis entitled “Behind the Grid. Monastic Feminine Poetry in Portugal – 17th and 18th centuries” (Lisbon: Imprensa Nacional - Casa da Moeda, 2013 [2005]). In the same Faculty she obtained a degree in Modern Languages and Literatures and the Master degree, with the thesis entitled “Roberto de Mesquita and the end-of-Century Aesthetics”.
Her favorite area of research is the feminine literature (monastic but not only) from the sixteenth to the eighteenth century.
Other areas of interest are:
- History of Portuguese Theater between the sixteenth and eighteenth centuries,
- Editing of manuscripts and the reprint of books from the 17th and 18th centuries,
- Feminine and masculine epistolography,
- History of the book and of reading in Portugal in the Modern Era,
- Travel Literature (she has given special attention to the narratives of pioneer air travels of the aviator Sarmento de Beires), and
- Questions related with the awareness of students and teachers of Basic and Secondary Education to the literary text in general.
The translation from French to Portuguese also has marked her activity in recent years.
É doutorada em Literatura Portuguesa pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, com a tese intitulada "Por trás da grade. Poesia Monástica Feminina em Portugal - sécs. XVI-XVIII" (Lisboa: Imprensa Nacional- Casa da Moeda, 2013 [2005]). Na mesma Faculdade obteve a licenciatura em Línguas e Literaturas Modernas e o grau de Mestre, com a tese intitulada Roberto de Mesquita e as Estéticas Fim-de-Século.
A sua área preferencial de investigação é a da literatura feminina (monástica e não só) dos sécs XVI-XVIII, mas interessa-se ainda pela História do Teatro Português entre os séculos XVI a XVIII, por edição de manuscritos e reedição de livros dos séculos XVII e XVIII, por epistolografia feminina e masculina, pela história do livro e da leitura em Portugal na Época Moderna, por Literatura de Viagens (onde destaca a atenção que lhe tem merecido as narrativas de viagens do aviador Sarmento de Beires) e pelas questões relacionadas com a sensibilização de alunos e professores do Ensino Básico e Secundário ao texto literário em geral. A tradução do Francês para Português tem também marcado a sua atividade nos últimos anos.
Her favorite area of research is the feminine literature (monastic but not only) from the sixteenth to the eighteenth century.
Other areas of interest are:
- History of Portuguese Theater between the sixteenth and eighteenth centuries,
- Editing of manuscripts and the reprint of books from the 17th and 18th centuries,
- Feminine and masculine epistolography,
- History of the book and of reading in Portugal in the Modern Era,
- Travel Literature (she has given special attention to the narratives of pioneer air travels of the aviator Sarmento de Beires), and
- Questions related with the awareness of students and teachers of Basic and Secondary Education to the literary text in general.
The translation from French to Portuguese also has marked her activity in recent years.
É doutorada em Literatura Portuguesa pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, com a tese intitulada "Por trás da grade. Poesia Monástica Feminina em Portugal - sécs. XVI-XVIII" (Lisboa: Imprensa Nacional- Casa da Moeda, 2013 [2005]). Na mesma Faculdade obteve a licenciatura em Línguas e Literaturas Modernas e o grau de Mestre, com a tese intitulada Roberto de Mesquita e as Estéticas Fim-de-Século.
A sua área preferencial de investigação é a da literatura feminina (monástica e não só) dos sécs XVI-XVIII, mas interessa-se ainda pela História do Teatro Português entre os séculos XVI a XVIII, por edição de manuscritos e reedição de livros dos séculos XVII e XVIII, por epistolografia feminina e masculina, pela história do livro e da leitura em Portugal na Época Moderna, por Literatura de Viagens (onde destaca a atenção que lhe tem merecido as narrativas de viagens do aviador Sarmento de Beires) e pelas questões relacionadas com a sensibilização de alunos e professores do Ensino Básico e Secundário ao texto literário em geral. A tradução do Francês para Português tem também marcado a sua atividade nos últimos anos.
less
InterestsView All (12)
Uploads
Papers by Isabel Morujão
Palavras-chave: Poesia hagiográfica; Escrita feminina; Violante do Céu; Poesia e identidade; Santidade.
Abstract: The Parnaso Lusitano de Divinos e Humanos Versos (Lisbon: Miguel Rodrigues,1733), from the 17th century Dominican author Soror Violante do Céu, presents itself as an anthology of a hagiographic character, where, alongside poems to several saints celebrated by the liturgical calendar, a Dominican hagiographic anthology stands out. This paper is about a reading of these poetic texts as an expression of a Dominican identity, both individual and collective.
Keywords:Hagiographic poetry; Female writing; Violante do Céu; Poetry and identity; Holiness.
Traduttore, traditore, diz o aforismo italiano. O tradutor é um traidor. O tradutor de Novarina, no entanto, não corre o risco de cair no erro que Walter Benjamin apontava ao modo como se pensa o ato de traduzir em termos de equivalência. Afirmava o ensaísta alemão que "o erro fundamental do tradutor é petrificar o estado em que se encontra por acaso a sua própria língua, em vez de a submeter à impulsão violenta que vem de uma linguagem estrangeira". "As nossas versões, mesmo as melhores, partem de um falso princípio: pretendem germanizar o sânscrito, o grego, o inglês, em vez de sanscritizar o alemão, de o helenizar, de o anglicizar". Ora, Novarina escreve em francês, mas o universo da sua escrita para teatro vai para além dessa sua língua materna, que submete, quase laboratorialmente, a experimentações e contorcionismos vários, explosões linguísticas com que procura romper com o universo esgotado do que se diz e rediz desde sempre.
Palavras-chave: Poesia hagiográfica; Escrita feminina; Violante do Céu; Poesia e identidade; Santidade.
Abstract: The Parnaso Lusitano de Divinos e Humanos Versos (Lisbon: Miguel Rodrigues,1733), from the 17th century Dominican author Soror Violante do Céu, presents itself as an anthology of a hagiographic character, where, alongside poems to several saints celebrated by the liturgical calendar, a Dominican hagiographic anthology stands out. This paper is about a reading of these poetic texts as an expression of a Dominican identity, both individual and collective.
Keywords:Hagiographic poetry; Female writing; Violante do Céu; Poetry and identity; Holiness.
Traduttore, traditore, diz o aforismo italiano. O tradutor é um traidor. O tradutor de Novarina, no entanto, não corre o risco de cair no erro que Walter Benjamin apontava ao modo como se pensa o ato de traduzir em termos de equivalência. Afirmava o ensaísta alemão que "o erro fundamental do tradutor é petrificar o estado em que se encontra por acaso a sua própria língua, em vez de a submeter à impulsão violenta que vem de uma linguagem estrangeira". "As nossas versões, mesmo as melhores, partem de um falso princípio: pretendem germanizar o sânscrito, o grego, o inglês, em vez de sanscritizar o alemão, de o helenizar, de o anglicizar". Ora, Novarina escreve em francês, mas o universo da sua escrita para teatro vai para além dessa sua língua materna, que submete, quase laboratorialmente, a experimentações e contorcionismos vários, explosões linguísticas com que procura romper com o universo esgotado do que se diz e rediz desde sempre.
ABSTRACT
Based on Sarmento de Beires’ narrative about the journey by air, which, in 1924, first linked Portugal to Macau in a pioneering raid of world aviation,
we seek to assess the significance of this daring achievement in the context of international aviation and Portugal’s relationship with the Portuguese colony residing in Macau, as well as the impact that such an undertaking had on the Portuguese people and political life in Lisbon.
A partir do conhecimento das três obras , analisam-se alguns aspectos particular-mente relevantes, sobretudo os que se referem à "inventio", que conduz o tema do quadro de referências profanas e pagãs para o plano do divino cristão ; e os que se referem à "elocutio", que, ao exibir uma tonalidade mais delicodoce, parece melhor adequar-se ao "ethos" de uma narradora que é Esposa de Cristo.
PALAVRAS-CHAVE: épica feminina; retórica cristã; retórica feminina; escrita monástica feminina.
ABSTRACT: This article reflects on the production of epic poetry in a feminine context, taking as corpus of analysis a singular example of this type of texts: the trilogy of Soror Maria de Mesquita Pimentel around the life of Christ (birth, miracles and passion) . Only the first of these three poems was published in 1639; the other two pieces remain unpublished until today, although its edition is currently being prepared by a team of researchers from Portuguese universities.
From the knowledge of the three works, we analyze some particularly relevant aspects, especially those that refer to "inventio", which leads to the theme of the framework of profane and pagan references to the divine Christian plan; and also those who refer to "elocutio," which, by displaying a more delicate tonality, seems better suited to the "ethos" of a narrator who is the Bride of Christ.
Abstract: Taking into consideration the place and role of the religious woman in the Portuguese cloistered world (in their relationship with the cultural status of the Portuguese woman, between the sixteenth and eighteenth centuries), this paper will seek to understand through various sources, the emergence of female monastic literature in Portugal, resulting from a structural tension between voice and silence. The perception (inside and outside the feminine monasteries) of its function, its origin, its means of affirmation and diffusion will allow to clarify the visibility of women in the field of literature and spirituality. Anyway, it must be recalled that the complexity, scope and diversity of female monastic literature will always make insufficient the findings presented here.
É a primeira vez que uma Universidade portuguesa publica um livro de poesia para assinalar o aniversário da sua fundação, com a significativa particularidade de os seus textos serem exclusivamente da autoria de poetas que, em algum momento do seu percurso de vida, cruzaram a sua história com a história da sua Universidade.
A modernidade e o espírito de abertura e de renovação das instituições do Ensino Superior avaliam-se também por estes significativos gestos, pelo que esta publicação só pode constituir um bom auspício para a Universidade do Porto, que celebra, neste ano de 2021, cento e dez anos de existência, na sua vocação de pensamento crítico, científico e humanista.
Bernardim Ribeiro, “Menina e Moça”
A viagem […] foi, de facto, um extraordinário feito de engenharia aeronáutica e de aviação pioneira, reconhecido internacionalmente. Em Portugal, durante os quase três meses que durou a travessia aérea, o país inteiro viveu suspenso das notícias que chegavam sobre o sucesso dos seus aviadores.
Enquanto narrativa da viagem do avião Pátria, no contexto do risco de uma travessia pioneira e sem apoios do Estado, este livro de Sarmento de Beires tem um interesse inegável para os entusiastas da aviação e para os que se interessam pelos acontecimentos portugueses nesta época nevrálgica da Primeira República. Mas a relevância da obra, escrita num registo testemunhal e com um recorte literário que não escapa ao leitor, alarga-se, naturalmente, a um público diversificado, pois narra uma aventura real, em que os heróis são de carne e osso e vivem inúmeras situações de alto risco.
É justamente sobre corpo e sentidos (particularmente o da visão) na prática cénica, sobre as suas (im)possibilidades de mediação através do figurino, sobre modelos e memórias que os habitam que os textos que a seguir se publicam nos falam, e cuja relevância nos dispensamos de enfatizar.
Notas: Anexos: Figurinus. O Corpo em Cena – Imagens: http://ilcml.com/wp-content/uploads/2019/06/Figurinus.-O-Corpo-em-Cena.pdf
Nº de páginas: 161
ISBN: 978-972-36-1703-0
Comissariado/Coordenação:
Isabel Morujão (Fac. Letras da UP / CITCEM)
Editor:
Universidade do Porto
O presente volume de testemunhos de antigos alunos do Prof. Doutor Rodrigo Sarmento de Beires (alguns dos quais viriam a ser, mais tarde, seus colegas na U.Porto ou em universidades estrangeiras) constitui um documento incontornável para a reconstituição da memória do que foi (como Professor, investigador, engenheiro, Vice-Reitor, colega e pessoa) o primeiro doutorado da Universidade do Porto.
Edição, Estudos e Notas de Isabel Morujão (Coordenação), Antónia Fialho Conde e Maria do Rosário Morujão.
Maria de Mesquita Pimentel terá nascido em 1586, em Évora, filha de Luís de Mesquita e de Domingas da Silva. Nasceu em contexto filipino e terá tido oportunidade de usufruir, em contexto familiar, do que restava ainda do prestígio cultural de Évora no final do século XVI; a esse usufruto não terá sido alheio o estatuto económico-social da família, que com facilidade estabeleceria laços com a conezia ou com a nobreza eborenses, presentes nos baptismos dos filhos.
O P. Francisco da Fonseca coloca Maria de Mesquita Pimentel entre as eborenses que se distinguiram nas letras, ao lado de Ana Vaz, da Infanta D. Catarina, filha do Infante D. Duarte, de D. Leonor de Menezes, de D. Margarida de Noronha, freira na Anunciada e de Públia Hortênsia de Castro. Alguns destes nomes não podem ser dissociados da elite intelectual que se formara em torno da Casa de Bragança e de Vila Viçosa, com destaque para Diogo Sigeu, erudito que participou na educação do príncipe D. Teodósio. O seu prestígio fez com que as suas filhas, Luísa e Ângela Sigeu Velasco, fossem chamadas à Corte de D. Catarina, mulher de D. João III, onde acabariam por ficar, especialmente Luísa, ligadas à educação de D. Maria de Portugal, duquesa de Viseu, filha de D. Manuel.
O presente livro testemunha o elevado nível cultural e intelectual de Maria de Mesquita Pimentel, que vira apenas impressa a primeira parte da sua obra, em 1639.
Tendo permanecido manuscritas duas partes, dá-se assim a conhecer a primeira delas, referente aos Milagres de Cristo, cuja narrativa decorre ao longo de treze Cantos, respeitando os cânones presentes nas epopeias.
The explanation for this fact - still little understood by the history of Portuguese literature and culture - was the motivation and concern of this book, which runs through the dominant forms of poetry produced in the female monasteries, focusing on eight of the most representative women writers of the 16th to 18th centuries and the diversity of religious orders: Carmelites, poor Clares, Cistercians, Dominicans, Augustinians ... The articulation of the texts produced with the environments in which they circulated (between the convent community and the court society) made it possible to suspect networks, perceive functionalities and ponder textual dialogues, which make the feminine compositions fertile fields of various intertextualities.
In short, the author tried to understand the impulse of these women for writing, within the framework of a society and an organization of religious life that, paradoxically, called for silence and recollection.
Os primeiros sinais de visibilidade editorial do rosto feminino da escrita portuguesa foram dados pela produção literária originada nos mosteiros.
A explicação para este facto — ainda pouco consciencializado pela história da literatura e da cultura portuguesas — constituiu a motivação e a preocupação deste livro, que percorre tem e formas dominantes da poesia produzida nos mosteiros femininos, focalizando-se em oito das escritoras mais representativas dos séculos XVI a XVIII e da diversidade de ordens religiosas da época: carmelitas, clarissas, cistercienses, dominicanos, agostinhas... A articulação dos textos produzidos com os ambientes em que circularam (entre a comunidade conventual e a sociedade de corte) permitiu suspeitar redes, perceber funcionalidades e ponderar diálogos textuais, que fazem das composições femininos campos férteis de intertextualidades várias.
Em suma, procurou-se entender o impulso destas mulheres para a escrita, no quadro de uma sociedade e de uma organização de vida religiosa que, paradoxalmente, as vocacionava para o silêncio e para o recolhimento.
Estas perguntas têm sido feitas insistentemente por todos aqueles que se vêem confrontados com a escassez de dados sobre as relações estabelecidas pelas mulheres do passado com a escrita e com a leitura. Numa época marcada pela revalorização das contribuições femininas para a sociedade e para a cultura, na qual se questionam os motivos da exclusão das mulheres do discurso historiográfico, o silêncio dos historiadores sobre as escritoras portuguesas parecia impossível de romper.
Esta antologia resulta do esforço de pesquisa em busca da realidade improvável que parecia ser a existência de um número significativo de mulheres com papel activo no campo literário português dos séculos XV a XIX.
Is it possible to write a History of Portuguese Literature prior to 1900 that includes women? Or, to put it another way: is it possible to speak of writers before contemporary times?
These questions have been asked insistently by all those who are confronted with the scarcity of data on the relationships established by women of the past with writing and reading. At a time marked by the revaluation of women's contributions to society and culture, in which the reasons for the exclusion of women from historiographic discourse are questioned, the silence of historians about Portuguese writers seemed impossible to break.
This anthology results from the research effort in search of the improbable reality that seemed to be the existence of a significant number of women with an active role in the Portuguese literary field from the 15th to the 19th centuries.
Autor: Valère Novarina
Tradução, prefácio e notas: Isabel Morujão
Edição: Teatro Nacional São João e Edições Húmus, 2017
Título original: La Scène (2003)
Coleção Teatro Nacional São João - 19
É sob o promissor signo da viagem e do viajante que se inaugura este primeiro volume da Revista CEM / cultura, espaço & memória, que recolhe o contributo de vinte
artigos e diversas notícias.
(...) A produção científica que aqui se reúne congrega investigadores seniores com a mais jovem investigação que se faz nos vários grupos de investigação do CITCEM. A larga adesão desses novos investigadores é, aliás, algo que cumpre registar com agrado, pois aqui publicam o resultado das suas pesquisas, depois de passado o crivo da revisão científica. E se a maior parte das aportações a esta revista provém de investigadores do CITCEM, é com o maior gosto que a CEM acolhe a participação, nas diversas secções previstas pelo seu programa editorial, de investigadores exteriores à Unidade, como Luís Adriano Carlos, Ana Paula Coutinho, Fátima Outeirinho, Elsa Pacheco, Ângela Domingues e Rosa Capelão.
Nº de páginas: 570
ISBN: 978-972-36-1216-5
(...) O volume que agora se apresenta é, em nossa opinião, um exemplo eloquente do que afirmamos. Reunindo estudos que foram sendo redigidos ao longo de vários anos, tendo comoobjecto alguns dos textos que remontam a um período que se situa entre os finais do século XII e o século XVI e que a literatura, enquanto disciplina, foi reclamando como seus, constitui como que uma janela aberta que permite observar, com diferentes matizes e focagens de vária incidência, o que terão sido esses textos na paisagem mais geral da História no seio da qual se diluem sem se dissolver.
(...)
Editores: Isabel Morujão, José Carlos Miranda, Luís Sá Fardilha, Zulmira C. Santos.
Nº de páginas: 229
ISBN: 972-97530-5-9
1577), princesa de Parma desde 1565, que aqui se publica, tem, como a maior parte da
Investigação, a sua raiz na petire histoire ...
Em 1990, em Nápoles - para onde foi levada grande parte dos arquivos dos Farnese
parmenses depois da sua aliança com os Bourbon -, pesquisando o que poderia restar, em
arquivos e bibliotecas, que pudesse ajudar a reconstituir a biografia dessa princesa como suporte e moldura do breve «memorial de vida" que, depois da sua morte, divulgou o Padre Sebastião de Morais, S. J., seu antigo confessor, vimo-nos confrontado, juntamente com a Doutora Maria de Lourdes Correia Fernandes, com a surpresa, que então nos pareceu impossível que traduzisse a realidade dos factos, de que, para além do que registara, em "Portogallo e Italia nel secolo XVI" (Napoli, 1914), o benemérito A. Pelizzari, nada mais havia ... Tudo o resto desaparecera, entre mudanças e incêndios ... Só a simpatia e boa vontade dos funcionários patenteando, diante da nossa incredulidade, as lacunas de livros e estantes, logrou convencer-nos ... E mesmo assim, haverá que pesquisar com mais vagares ...
[…] A continuação da investigação e os incentivos de um Colóquio-Seminário permitiram encontrar, como já ficou registado, novos documentos e apurar tanto a lição de alguns como precisar a sua cronologia e até atribuição.
Deste modo, decidimos tentar reunir o que, édito ou inédito, se revelasse de interesse para o nosso propósito e publicá-lo em edição provisória, como apoio a esse Colóquio-Seminário que o Centro Interuniversitário de História da Espiritualidade da Universidade do Porto realizou (28-29-30 de Maio de 1998) sobre a figura dessa pequenina senhora portuguesa que durante onze anos, e no meio de tantas angústias, foi mulher de um Alexandre Farnese.
Esta bibliografia cronológica da literatura monástica feminina em Portugal, constitui de algum modo um contributo para uma visão de conjunto – ou apenas para uma suspeição – do que terá sido o quadro de produção literária empreendida na vida monástica feminina em Portugal, durante os séculos XVII e XVIII, registando e seguindo o seu percurso editorial e determinando o momento, às vezes bem mais tardio, da sua edição.
Edição, Estudos e Notas de Isabel Morujão (Coordenação), Antónia Fialho Conde e Maria do Rosário Morujão.
Maria de Mesquita Pimentel terá nascido em 1586, em Évora, filha de Luís de Mesquita e de Domingas da Silva. Nasceu em contexto filipino e terá tido oportunidade de usufruir, em contexto familiar, do que restava ainda do prestígio cultural de Évora no final do século XVI; a esse usufruto não terá sido alheio o estatuto económico-social da família, que com facilidade estabeleceria laços com a conezia ou com a nobreza eborenses, presentes nos baptismos dos filhos.
O P. Francisco da Fonseca coloca Maria de Mesquita Pimentel entre as eborenses que se distinguiram nas letras, ao lado de Ana Vaz, da Infanta D. Catarina, filha do Infante D. Duarte, de D. Leonor de Menezes, de D. Margarida de Noronha, freira na Anunciada e de Públia Hortênsia de Castro. Alguns destes nomes não podem ser dissociados da elite intelectual que se formara em torno da Casa de Bragança e de Vila Viçosa, com destaque para Diogo Sigeu, erudito que participou na educação do príncipe D. Teodósio. O seu prestígio fez com que as suas filhas, Luísa e Ângela Sigeu Velasco, fossem chamadas à Corte de D. Catarina, mulher de D. João III, onde acabariam por ficar, especialmente Luísa, ligadas à educação de D. Maria de Portugal, duquesa de Viseu, filha de D. Manuel.
O presente livro testemunha o elevado nível cultural e intelectual de Maria de Mesquita Pimentel, que vira apenas impressa a primeira parte da sua obra, em 1639.
Tendo permanecido manuscritas duas partes, dá-se assim a conhecer a primeira delas, referente aos Milagres de Cristo, cuja narrativa decorre ao longo de treze Cantos, respeitando os cânones presentes nas epopeias.
É a primeira vez que uma Universidade portuguesa publica um livro de poesia para assinalar o aniversário da sua fundação, com a significativa particularidade de os seus textos serem exclusivamente da autoria de poetas que, em algum momento do seu percurso de vida, cruzaram a sua história com a história da sua Universidade.
A modernidade e o espírito de abertura e de renovação das instituições do Ensino Superior avaliam-se também por estes significativos gestos, pelo que esta publicação só pode constituir um bom auspício para a Universidade do Porto, que celebra, neste ano de 2021, cento e dez anos de existência, na sua vocação de pensamento crítico, científico e humanista.
[...]
Centrando o olhar sobre as árvores (uma atração que lhe vem de longa data), o autor reforça a unidade do objeto, fixando-o sempre em Lagos, que é, neste livro, ponte para outras viagens, em que o cenário ponteado pela figueira, amendoeira ou oliveira se torna metáfora de solidão, So.le.da.de. [...]
Trata-se da primeira novela sentimental da literatura portuguesa que, de acordo com críticos espanhóis de insuspeitado renome, supera em beleza literária e de enredo todas as novelas sentimentais hispânicas.
A viagem […] foi, de facto, um extraordinário feito de engenharia aeronáutica e de aviação pioneira, reconhecido internacionalmente. Em Portugal, durante os quase três meses que durou a travessia aérea, o país inteiro viveu suspenso das notícias que chegavam sobre o sucesso dos seus aviadores.
Enquanto narrativa da viagem do avião Pátria, no contexto do risco de uma travessia pioneira e sem apoios do Estado, este livro de Sarmento de Beires tem um interesse inegável para os entusiastas da aviação e para os que se interessam pelos acontecimentos portugueses nesta época nevrálgica da Primeira República. Mas a relevância da obra, escrita num registo testemunhal e com um recorte literário que não escapa ao leitor, alarga-se, naturalmente, a um público diversificado, pois narra uma aventura real, em que os heróis são de carne e osso e vivem inúmeras situações de alto risco.
descodificação do seu assunto. Versa a pequena peça sobre a vida da Princesa Joana de Portugal, que viveu reclusa e levando vida de monja no mosteiro de Jesus de Aveiro (da ordem de S. Domingos), entre 4 de agosto de 1472 e 12 de maio de 1490, ano da sua morte.
menos denotativa e preferencialmente conotativa no corpo do actor/personagem.
[…] De facto, entre as muitas lições que a semiologia nos ensina, a fundamental é
a de que tudo é investido e portador de sentido. O figurino, enquanto peça de roupa
do actor em cena, fala uma linguagem de sentido(s) e aos sentidos.
Artigo publicado online:
https://triplov.com/ana-hatherly-esperanca-e-desejo/
In: Revista Colóquio/Letras. Notas e Comentários, n.º 188, Jan. 2015,
p. 172-176.