Trata-se de refletir sobre o apagamento do nome das filósofas na narrativa canônica da Filosofia ... more Trata-se de refletir sobre o apagamento do nome das filósofas na narrativa canônica da Filosofia do século XVII. Essa opressão de gênero faz parte de um conjunto mais amplo de opressões derivadas da organização do capitalismo naquele momento. A chamada “querela das mulheres” (querelle des femmes), debate entre feministas e misóginos iniciado no século XV, mas reforçado no XVII, evidencia as opressões de gênero, mas deve ser posto em relação com a violência colonial que caracterizou o século XVII. A resistência contra essas violências pode ser justamente uma filosofia da violência, tal como pensada pela filósofa Elsa Dorlin.
Resumo: Leibniz define a liberdade do homem através de três características fundamentais: a conti... more Resumo: Leibniz define a liberdade do homem através de três características fundamentais: a contingência, a espontaneidade e a inteligência. Trata-se de pensar cada uma dessas características e de mostrar por que a inteligência, ou a capacidade do pensamento de voltar-se sobre si mesmo na reflexão, constitui, nas palavras de Leibniz, a "alma" da liberdade. Palavras-chave: liberdade; contingência; necessidade; espontaneidade; vontade; reflexão. Abstract: Leibniz defines freedom through three main ideas: contingence, spontaneity and intelligence. Considering each one of these ideas, it becomes clear that intelligence (as the ability of thoght tu turn over itself in reflection), in Leibniz's words, is the sol of freedom. Adão pecou livremente? Se respondermos que sim, então sua queda não era prevista-digamos mais: não era nem prevista nem preordenada por Deus. Se "não" for a resposta-isto é, se Deus previu e preordenou esse acontecimento na criação do mundo-, en...
Neste relato, tenho a difícil e honrosa tarefa de me colocar ao lado de grandes mulheres, profess... more Neste relato, tenho a difícil e honrosa tarefa de me colocar ao lado de grandes mulheres, professoras do Departamento de Filosofia da Universidade de São Paulo, recuperando muito brevemente aspectos de minha trajetória pessoal.
O estilo “científico” deste texto leva Gerhardta conjeturar que fosse destinado à publicação nos ... more O estilo “científico” deste texto leva Gerhardta conjeturar que fosse destinado à publicação nos Acta Eruditorum de Leipzig, o que não aconteceu. O texto foi provavelmente escrito, segundo Couturat, entre 1679-1680, e resume as reflexões do filósofo sobre a característica, às quais Leibniz se dedicou bastante entre os anos de 1677 e 1680. O texto revela a conexão entre o projeto da característica, a enciclopédia e o cálculo lógico, apresentando as grandes linhas do projeto de língua universal e racional. A característica universal aqui proposta deveria ser uma característica numérica: os números são escolhidos por sua função expressiva e porque são os caracteres de uso mais fácil e universal, garantindo a exatidão de um cálculo racional. Vale observar ainda o entusiasmo e o otimismo de Leibniz, neste texto, em relação à realização do projeto da língua racional.
Sou um corpo em meio a outros corpos. Descartes afirma isso na Sexta Meditação quando inicia a an... more Sou um corpo em meio a outros corpos. Descartes afirma isso na Sexta Meditação quando inicia a análise da sensação, visando demonstrar a existência dos corpos. O que são os outros corpos do ponto de vista de um sujeito de conhecimento? Aparentemente, o filósofo jamais pôde contemplar o aspecto político dessa consideração – sou um corpo em meio a outros corpos. A Sexta Meditação demonstra a distinção radical entre alma e corpo e a união de fato entre alma e corpo no ser humano. Elisabeth da Boêmia, interlocutora de Descartes, é a primeira a apontar a contradição na letra da Sexta Meditação, do ponto de vista da interação entre alma e corpo. Elisabeth sugere que é mais fácil conceber a alma como material do que supor a influência real entre duas substâncias radicalmente distintas. Elisabeth teria uma concepção material da alma? O que o diálogo epistolar entre Elisabeth e Descartes mostra é a presença do corpo nas reflexões de Elisabeth, presença do corpo físico e do corp...
It is about thinking as a traditional question in the History of Western Philosophy reappearsas a... more It is about thinking as a traditional question in the History of Western Philosophy reappearsas a problem in gender studies: identity. The way in which Philosophy constituted, since Descartes, thesubject and the subject's identity implies the exclusion of other possible subjects, who becomedehumanized and considered as the “Other”. To think about this relationship between a subject andmany others excluded from this place, we have recovered some reflections by J. Butler, A. Mbembe,Paul Preciado, G. Spivak and Denise Ferreira da Silva.
Leibniz considerava que a prova ontologica ou a prova a priori da existencia de Deus,produzida po... more Leibniz considerava que a prova ontologica ou a prova a priori da existencia de Deus,produzida por Padre Anselmo e por Descartes, apresentava uma lacuna, e esse vazio na provapoderia ser preenchido com o desenvolvimento do projeto da Caracteristica Universal – comoafirma em uma carta de 1678 a Elisabeth. Esta lingua formal seria isenta da ambiguidade da linguanatural e formada por caracteres que exprimiriam as proprias perfeicoes de Deus. Em seu Discursosobre a teologia natural dos chineses, Leibniz demonstra um profundo respeito pela antiguidade dadoutrina dos chineses sobre o Li, principio da vida, e pelos caracteres de Fohi. Sabemos que Leibniz refletiu sobre os caracteres chineses a fim de elaborar seu projeto de Caracteristica Universal. Epossivel estabelecer uma relacao expressiva entre os caracteres chineses e a natureza do Li, analogaa relacao expressiva que existe entre a natureza do Deus cristao e a linguagem formal que o filosofopretendia elaborar? Que analogias podemos t...
O que e o corpo em Leibniz? Para conferir substancialidade aos corpos, Leibniz dialoga com a filo... more O que e o corpo em Leibniz? Para conferir substancialidade aos corpos, Leibniz dialoga com a filosofia de Descartes para critica-la. A extensao e seus modos (o movimento e a figura) nao definem substâncias, mas fenomenos perceptivos. A substância se define como acao e unidade. A nocao de forca exprime a capacidade de acao. A nocao de organismo ou maquina da natureza garante a unidade dos corpos.
A imaginação é um sentido interno que reúne as impressões dos sentidos externos, afirma Leibniz e... more A imaginação é um sentido interno que reúne as impressões dos sentidos externos, afirma Leibniz em uma carta à rainha Sophie Charlotte. Esta é uma das únicas definições da imaginação formulada explicitamente por Leibniz. Não temos as cartas escritas por SophieCharlotte, o que é uma marca do silenciamento imposto às mulheres ao longo de séculos, por isso propomos um exercício de imaginação para reconstituir a importância desse diálogo. Outras raras ocorrências do termo “imaginação” em textos de Leibniz mostram a importância que o filósofo atribui ao poder de criação da imaginação. Seria possível sugerir a partir de uma relação entre memória e imaginação um sentido político para a criação imaginativa?
O corpo orgânico é concebido como uma unidade e pode ser pensado como substância corpórea. A rel... more O corpo orgânico é concebido como uma unidade e pode ser pensado como substância corpórea. A relação entre alma e corpo não é apenas uma relação de harmonia preestabelecida entre uma mônada dominante e infinitas mônadas, mas também um vínculo substancial entre mônadas. A união substancial e a harmonia preestabelecida são duas explicações possíveis e compatíveis a respeito do mesmo. Embora a explicação do “vínculo” só compareça na correspondência entre Leibniz e Des Bosses, as grandes teses a respeito do corpo já estavam dadas na filosofia de Leibniz desde 1686.
International Journal of Transitional Justice, 2015
People affected by the Brazilian civil–military dictatorship (1964–1985) often resist acknowledgi... more People affected by the Brazilian civil–military dictatorship (1964–1985) often resist acknowledging their own victimhood. This essay looks into possible reasons for this reluctance to self-identify as a victim. Towards that end, a philosophical analysis of what is known as ‘scapegoat theory’ is undertaken. According to this theory, victims must be regarded as absolutely blameless, thus being defined exclusively as objects upon which violence is perpetrated. Consequently, victims do not recognize themselves as either subjects or free political agents, ones able to demand their rights within the public sphere. In this sense, to revisit the theme of human rights and how it relates to democracy may clear a potential path for reflection on what an actual ‘victim’ might be.
O trabalho da obra de Marilena Chaui, em seu A nervura do real – volume ii, é espinosano no senti... more O trabalho da obra de Marilena Chaui, em seu A nervura do real – volume ii, é espinosano no sentido pleno do termo: como Espinosa, Marilena Chaui precisa desconstruir um discurso cristalizado e mostrar que a substância única espinosana gera, em uma complexa rede causal, seres singulares. Os seres singulares existem como efeitos da substância única e como efeitos da série infinita de causas da Natureza (naturada). A coisa singular é resultado, portanto, de uma dupla causalidade, e se não se pode dizer que tem uma existência necessária por sua essência, existe necessariamente pela causa.A questão da singularidade, porém, não me interessa apenas como via de acesso à filosofia de Espinosa e, por contraste, à filosofia de Leibniz. Interessa-me de maneira afetiva. O artigo narra, por isso, dois momentos de meu diálogo com Marilena Chaui acerca da singularidade
O texto examina a aparente oposição entre a afirmação da liberdade humana, fundamentada no princí... more O texto examina a aparente oposição entre a afirmação da liberdade humana, fundamentada no princípio da espontaneidade das substâncias, e a definição leibniziana de substância individual dada em termos lógicos, a saber, um sujeito cuja noção envolve, expressa ou virtualmente, todos os predicados.The text considers the so called opposition between the affirmation of the human freedom, based on the principle of the spontaneousness of the substances, and the leibnizian definition of individual substance given in logical terms, i.e., a subject whose notion comprehends all predicates in an explicit or implicit way
LACERDA, T.M. Leibniz e Espinosa: paixões na modernidade. In: ALVES, M.A., ed. Cognição, emoções ... more LACERDA, T.M. Leibniz e Espinosa: paixões na modernidade. In: ALVES, M.A., ed. Cognição, emoções e ação [online]. São Paulo: Cultura Acadêmica; UNIC& Centro de Logica, Epistemologia e Historia da Ciencia, 2019. pp. 75-90. CLE collection, vol. 84. ISBN: 978-85-7249-019-1. Available from: http://books.scielo.org/id/hcrqt/pdf/alves-9788572490191-08.pdf. https://doi.org/10.36311/2019.978-85-7249-019-1.p75-90.
Trata-se de refletir sobre o apagamento do nome das filósofas na narrativa canônica da Filosofia ... more Trata-se de refletir sobre o apagamento do nome das filósofas na narrativa canônica da Filosofia do século XVII. Essa opressão de gênero faz parte de um conjunto mais amplo de opressões derivadas da organização do capitalismo naquele momento. A chamada “querela das mulheres” (querelle des femmes), debate entre feministas e misóginos iniciado no século XV, mas reforçado no XVII, evidencia as opressões de gênero, mas deve ser posto em relação com a violência colonial que caracterizou o século XVII. A resistência contra essas violências pode ser justamente uma filosofia da violência, tal como pensada pela filósofa Elsa Dorlin.
Resumo: Leibniz define a liberdade do homem através de três características fundamentais: a conti... more Resumo: Leibniz define a liberdade do homem através de três características fundamentais: a contingência, a espontaneidade e a inteligência. Trata-se de pensar cada uma dessas características e de mostrar por que a inteligência, ou a capacidade do pensamento de voltar-se sobre si mesmo na reflexão, constitui, nas palavras de Leibniz, a "alma" da liberdade. Palavras-chave: liberdade; contingência; necessidade; espontaneidade; vontade; reflexão. Abstract: Leibniz defines freedom through three main ideas: contingence, spontaneity and intelligence. Considering each one of these ideas, it becomes clear that intelligence (as the ability of thoght tu turn over itself in reflection), in Leibniz's words, is the sol of freedom. Adão pecou livremente? Se respondermos que sim, então sua queda não era prevista-digamos mais: não era nem prevista nem preordenada por Deus. Se "não" for a resposta-isto é, se Deus previu e preordenou esse acontecimento na criação do mundo-, en...
Neste relato, tenho a difícil e honrosa tarefa de me colocar ao lado de grandes mulheres, profess... more Neste relato, tenho a difícil e honrosa tarefa de me colocar ao lado de grandes mulheres, professoras do Departamento de Filosofia da Universidade de São Paulo, recuperando muito brevemente aspectos de minha trajetória pessoal.
O estilo “científico” deste texto leva Gerhardta conjeturar que fosse destinado à publicação nos ... more O estilo “científico” deste texto leva Gerhardta conjeturar que fosse destinado à publicação nos Acta Eruditorum de Leipzig, o que não aconteceu. O texto foi provavelmente escrito, segundo Couturat, entre 1679-1680, e resume as reflexões do filósofo sobre a característica, às quais Leibniz se dedicou bastante entre os anos de 1677 e 1680. O texto revela a conexão entre o projeto da característica, a enciclopédia e o cálculo lógico, apresentando as grandes linhas do projeto de língua universal e racional. A característica universal aqui proposta deveria ser uma característica numérica: os números são escolhidos por sua função expressiva e porque são os caracteres de uso mais fácil e universal, garantindo a exatidão de um cálculo racional. Vale observar ainda o entusiasmo e o otimismo de Leibniz, neste texto, em relação à realização do projeto da língua racional.
Sou um corpo em meio a outros corpos. Descartes afirma isso na Sexta Meditação quando inicia a an... more Sou um corpo em meio a outros corpos. Descartes afirma isso na Sexta Meditação quando inicia a análise da sensação, visando demonstrar a existência dos corpos. O que são os outros corpos do ponto de vista de um sujeito de conhecimento? Aparentemente, o filósofo jamais pôde contemplar o aspecto político dessa consideração – sou um corpo em meio a outros corpos. A Sexta Meditação demonstra a distinção radical entre alma e corpo e a união de fato entre alma e corpo no ser humano. Elisabeth da Boêmia, interlocutora de Descartes, é a primeira a apontar a contradição na letra da Sexta Meditação, do ponto de vista da interação entre alma e corpo. Elisabeth sugere que é mais fácil conceber a alma como material do que supor a influência real entre duas substâncias radicalmente distintas. Elisabeth teria uma concepção material da alma? O que o diálogo epistolar entre Elisabeth e Descartes mostra é a presença do corpo nas reflexões de Elisabeth, presença do corpo físico e do corp...
It is about thinking as a traditional question in the History of Western Philosophy reappearsas a... more It is about thinking as a traditional question in the History of Western Philosophy reappearsas a problem in gender studies: identity. The way in which Philosophy constituted, since Descartes, thesubject and the subject's identity implies the exclusion of other possible subjects, who becomedehumanized and considered as the “Other”. To think about this relationship between a subject andmany others excluded from this place, we have recovered some reflections by J. Butler, A. Mbembe,Paul Preciado, G. Spivak and Denise Ferreira da Silva.
Leibniz considerava que a prova ontologica ou a prova a priori da existencia de Deus,produzida po... more Leibniz considerava que a prova ontologica ou a prova a priori da existencia de Deus,produzida por Padre Anselmo e por Descartes, apresentava uma lacuna, e esse vazio na provapoderia ser preenchido com o desenvolvimento do projeto da Caracteristica Universal – comoafirma em uma carta de 1678 a Elisabeth. Esta lingua formal seria isenta da ambiguidade da linguanatural e formada por caracteres que exprimiriam as proprias perfeicoes de Deus. Em seu Discursosobre a teologia natural dos chineses, Leibniz demonstra um profundo respeito pela antiguidade dadoutrina dos chineses sobre o Li, principio da vida, e pelos caracteres de Fohi. Sabemos que Leibniz refletiu sobre os caracteres chineses a fim de elaborar seu projeto de Caracteristica Universal. Epossivel estabelecer uma relacao expressiva entre os caracteres chineses e a natureza do Li, analogaa relacao expressiva que existe entre a natureza do Deus cristao e a linguagem formal que o filosofopretendia elaborar? Que analogias podemos t...
O que e o corpo em Leibniz? Para conferir substancialidade aos corpos, Leibniz dialoga com a filo... more O que e o corpo em Leibniz? Para conferir substancialidade aos corpos, Leibniz dialoga com a filosofia de Descartes para critica-la. A extensao e seus modos (o movimento e a figura) nao definem substâncias, mas fenomenos perceptivos. A substância se define como acao e unidade. A nocao de forca exprime a capacidade de acao. A nocao de organismo ou maquina da natureza garante a unidade dos corpos.
A imaginação é um sentido interno que reúne as impressões dos sentidos externos, afirma Leibniz e... more A imaginação é um sentido interno que reúne as impressões dos sentidos externos, afirma Leibniz em uma carta à rainha Sophie Charlotte. Esta é uma das únicas definições da imaginação formulada explicitamente por Leibniz. Não temos as cartas escritas por SophieCharlotte, o que é uma marca do silenciamento imposto às mulheres ao longo de séculos, por isso propomos um exercício de imaginação para reconstituir a importância desse diálogo. Outras raras ocorrências do termo “imaginação” em textos de Leibniz mostram a importância que o filósofo atribui ao poder de criação da imaginação. Seria possível sugerir a partir de uma relação entre memória e imaginação um sentido político para a criação imaginativa?
O corpo orgânico é concebido como uma unidade e pode ser pensado como substância corpórea. A rel... more O corpo orgânico é concebido como uma unidade e pode ser pensado como substância corpórea. A relação entre alma e corpo não é apenas uma relação de harmonia preestabelecida entre uma mônada dominante e infinitas mônadas, mas também um vínculo substancial entre mônadas. A união substancial e a harmonia preestabelecida são duas explicações possíveis e compatíveis a respeito do mesmo. Embora a explicação do “vínculo” só compareça na correspondência entre Leibniz e Des Bosses, as grandes teses a respeito do corpo já estavam dadas na filosofia de Leibniz desde 1686.
International Journal of Transitional Justice, 2015
People affected by the Brazilian civil–military dictatorship (1964–1985) often resist acknowledgi... more People affected by the Brazilian civil–military dictatorship (1964–1985) often resist acknowledging their own victimhood. This essay looks into possible reasons for this reluctance to self-identify as a victim. Towards that end, a philosophical analysis of what is known as ‘scapegoat theory’ is undertaken. According to this theory, victims must be regarded as absolutely blameless, thus being defined exclusively as objects upon which violence is perpetrated. Consequently, victims do not recognize themselves as either subjects or free political agents, ones able to demand their rights within the public sphere. In this sense, to revisit the theme of human rights and how it relates to democracy may clear a potential path for reflection on what an actual ‘victim’ might be.
O trabalho da obra de Marilena Chaui, em seu A nervura do real – volume ii, é espinosano no senti... more O trabalho da obra de Marilena Chaui, em seu A nervura do real – volume ii, é espinosano no sentido pleno do termo: como Espinosa, Marilena Chaui precisa desconstruir um discurso cristalizado e mostrar que a substância única espinosana gera, em uma complexa rede causal, seres singulares. Os seres singulares existem como efeitos da substância única e como efeitos da série infinita de causas da Natureza (naturada). A coisa singular é resultado, portanto, de uma dupla causalidade, e se não se pode dizer que tem uma existência necessária por sua essência, existe necessariamente pela causa.A questão da singularidade, porém, não me interessa apenas como via de acesso à filosofia de Espinosa e, por contraste, à filosofia de Leibniz. Interessa-me de maneira afetiva. O artigo narra, por isso, dois momentos de meu diálogo com Marilena Chaui acerca da singularidade
O texto examina a aparente oposição entre a afirmação da liberdade humana, fundamentada no princí... more O texto examina a aparente oposição entre a afirmação da liberdade humana, fundamentada no princípio da espontaneidade das substâncias, e a definição leibniziana de substância individual dada em termos lógicos, a saber, um sujeito cuja noção envolve, expressa ou virtualmente, todos os predicados.The text considers the so called opposition between the affirmation of the human freedom, based on the principle of the spontaneousness of the substances, and the leibnizian definition of individual substance given in logical terms, i.e., a subject whose notion comprehends all predicates in an explicit or implicit way
LACERDA, T.M. Leibniz e Espinosa: paixões na modernidade. In: ALVES, M.A., ed. Cognição, emoções ... more LACERDA, T.M. Leibniz e Espinosa: paixões na modernidade. In: ALVES, M.A., ed. Cognição, emoções e ação [online]. São Paulo: Cultura Acadêmica; UNIC& Centro de Logica, Epistemologia e Historia da Ciencia, 2019. pp. 75-90. CLE collection, vol. 84. ISBN: 978-85-7249-019-1. Available from: http://books.scielo.org/id/hcrqt/pdf/alves-9788572490191-08.pdf. https://doi.org/10.36311/2019.978-85-7249-019-1.p75-90.
G. W. Leibniz (1646-1716) foi imortalizado por seu legado na matemática, na física e na filosofia... more G. W. Leibniz (1646-1716) foi imortalizado por seu legado na matemática, na física e na filosofia, sem contar seu pioneirismo na computação e suas diversas contribuições na estética, na teologia, na jurisprudência – área em que iniciou seus estudos – e nas ciências naturais. Este volume é uma amostra dessa diversidade. Dividido em duas partes, traz, na primeira, traduções inéditas em português de manuscritos de Leibniz; os temas abordados vão da lógica à metafísica, passando pela teoria do conhecimento, a filosofia da linguagem e a teologia. A segunda parte é dedicada a estudos sobre aspectos diversos do pensamento de Leibniz, que também espelham a pluralidade das disciplinas em que ele deixou suas digitais. Tanto as traduções quanto os ensaios que os leitores encontram neste volume são obras de pesquisadores brasileiros e estrangeiros dedicados à filosofia leibniziana, reunidos por iniciativa do Grupo de Trabalho Leibniz da Associação Nacional de Pós-Graduação em Filosofia (ANPOF).
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Papers by Tessa Lacerda