Books by Thiago Venturott
Aurora é uma das poucas divindades femininas que figuram no Rig Veda, mas ocupa uma posição de de... more Aurora é uma das poucas divindades femininas que figuram no Rig Veda, mas ocupa uma posição de destaque. São vinte hinos a ela dedicados, reunidos pela primeira vez em português nesta coleção. Muitos deles exibem imagens
sofisticadas e elevada qualidade poética. A Aurora védica (Uṣas), cognata da deusa grega Eos e da latina Aurora no universo indo-europeu, tem como principais características a feminilidade e a generosidade. Descrita em geral como uma jovem de traços sensuais, ela corporifica a primeira luz da manhã que afasta as trevas de sua irmã Noite e anuncia o ritual matutino, no qual o fogo é atiçado e a riqueza é generosamente distribuída entre os participantes do sacrifício. Sua ação, porém, não é só benéfica; ao raiar a cada novo dia, ela marca a passagem do tempo e a fugacidade da vida humana, em contraste frontal com a vida eterna dos deuses. A presente tradução busca preservar as estruturas retóricas e técnicas poéticas dos bardos, com suas repetições e seus paralelismos carregados de sentido. Cada hino é seguido de um comentário detalhado, que visa sublinhar estratégias poéticas nem sempre evidentes à primeira leitura. Um apêndice reúne de forma sinóptica os principais temas e a fraseologia dos hinos, tão importantes para a compreensão da poesia oral do Rig Veda.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
"Na busca pela poesia e pelo mito indo-europeus, temos que nos basear em fontes de caráter muito ... more "Na busca pela poesia e pelo mito indo-europeus, temos que nos basear em fontes de caráter muito diverso e de datação muito variada, de hinos e textos ritualísticos do segundo milênio a.C. a canções e lendas populares registradas no século XIX d.C. Seria possível pensar que nada sólido jamais poderia ser construído a partir de materiais tão diversos. […] No entanto, a partir de dados de antiguidade tão desigual, esses estudiosos são capazes de erigir estruturas inabaláveis. A razão é simples. Embora as línguas passem por mudanças enormes em períodos de dois ou três milênios e, para um observador casual, se transformem ao ponto de se tornarem irreconhecíveis, pode ser que elas também preservem muitos traços fortemente arcaicos.
Se havia uma língua indo-europeia, a consequência é que havia um povo que a falava: não um povo no sentido de uma nação, pois pode ser que ele nunca tenha formado uma unidade política, e não um povo em qualquer sentido racial, pois pode ser que ele tenha sido geneticamente misto como qualquer população moderna que se define pela língua. […] Os indo-europeus eram um povo no sentido de uma comunidade linguística.”
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Conference Organization by Thiago Venturott
by Riccardo Ginevra, Erica Fratellini, Elia J . Weber, Lucrezia Carnesale, Virna Fagiolo, Beatrice Grieco, Tomoki Kitazumi, Thiago Venturott, Edoardo Nardi, Santiago Real Besteiro, Leo Rennert, Witold Tokarski, and Sander van Hes This is the Book of Abstracts submitted by the speakers of the 7th Indo-European Research Colloqu... more This is the Book of Abstracts submitted by the speakers of the 7th Indo-European Research Colloquium, which took place on April 26-28, 2023, at the UCSC Milan and on Microsoft Teams.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Talks by Thiago Venturott
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Uploads
Books by Thiago Venturott
sofisticadas e elevada qualidade poética. A Aurora védica (Uṣas), cognata da deusa grega Eos e da latina Aurora no universo indo-europeu, tem como principais características a feminilidade e a generosidade. Descrita em geral como uma jovem de traços sensuais, ela corporifica a primeira luz da manhã que afasta as trevas de sua irmã Noite e anuncia o ritual matutino, no qual o fogo é atiçado e a riqueza é generosamente distribuída entre os participantes do sacrifício. Sua ação, porém, não é só benéfica; ao raiar a cada novo dia, ela marca a passagem do tempo e a fugacidade da vida humana, em contraste frontal com a vida eterna dos deuses. A presente tradução busca preservar as estruturas retóricas e técnicas poéticas dos bardos, com suas repetições e seus paralelismos carregados de sentido. Cada hino é seguido de um comentário detalhado, que visa sublinhar estratégias poéticas nem sempre evidentes à primeira leitura. Um apêndice reúne de forma sinóptica os principais temas e a fraseologia dos hinos, tão importantes para a compreensão da poesia oral do Rig Veda.
Se havia uma língua indo-europeia, a consequência é que havia um povo que a falava: não um povo no sentido de uma nação, pois pode ser que ele nunca tenha formado uma unidade política, e não um povo em qualquer sentido racial, pois pode ser que ele tenha sido geneticamente misto como qualquer população moderna que se define pela língua. […] Os indo-europeus eram um povo no sentido de uma comunidade linguística.”
Conference Organization by Thiago Venturott
Talks by Thiago Venturott
sofisticadas e elevada qualidade poética. A Aurora védica (Uṣas), cognata da deusa grega Eos e da latina Aurora no universo indo-europeu, tem como principais características a feminilidade e a generosidade. Descrita em geral como uma jovem de traços sensuais, ela corporifica a primeira luz da manhã que afasta as trevas de sua irmã Noite e anuncia o ritual matutino, no qual o fogo é atiçado e a riqueza é generosamente distribuída entre os participantes do sacrifício. Sua ação, porém, não é só benéfica; ao raiar a cada novo dia, ela marca a passagem do tempo e a fugacidade da vida humana, em contraste frontal com a vida eterna dos deuses. A presente tradução busca preservar as estruturas retóricas e técnicas poéticas dos bardos, com suas repetições e seus paralelismos carregados de sentido. Cada hino é seguido de um comentário detalhado, que visa sublinhar estratégias poéticas nem sempre evidentes à primeira leitura. Um apêndice reúne de forma sinóptica os principais temas e a fraseologia dos hinos, tão importantes para a compreensão da poesia oral do Rig Veda.
Se havia uma língua indo-europeia, a consequência é que havia um povo que a falava: não um povo no sentido de uma nação, pois pode ser que ele nunca tenha formado uma unidade política, e não um povo em qualquer sentido racial, pois pode ser que ele tenha sido geneticamente misto como qualquer população moderna que se define pela língua. […] Os indo-europeus eram um povo no sentido de uma comunidade linguística.”