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MANUAL DE
INOVAÇÃO, GESTÃO E DESENVOLVIMENTO
DE EDITORAS DE REVISTAS
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MANUAL DE
INOVAÇÃO, GESTÃO E DESENVOLVIMENTO
DE EDITORAS DE REVISTAS
Paulo Faustino
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FICHA TÉCNICA
Título: Manual de Inovação, Gestão e Desenvolvimento de Editoras de Revistas
Autor: Paulo Faustino
Design e Paginação: Formalpress/Carina Mota
Editora: mediaXXI Formalpress
Coleção: Coleção mediaXXI
Reservados todos os direitos de autor. Esta publicação não pode ser reproduzida, nem
transmitida, no todo ou em parte, por qualquer processo eletrónico, mecânico, fotocópia, gravação ou outros, sem prévia autorização da Editora e do Autor.
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1ª Edição
ISBN: 978-989-7290-40-4
Depósito Legal nº
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ÍNDICE
9
Prefácio
Capítulo I
11
Marketing e Comunicação nas Empresas de Imprensa
1.
Marketing e Comunicação e Práticas de Gestão de Imprensa
13
2.
Marketing e Comunicação através de Suportes Digitais
20
3.
Elaboração do Plano de Marketing para Jornais e Revistas
26
4. Gestão
da Marca e Canais de Distribuição de Jornais e Revistas
5. Marketing
de Audiências e Vendas de Publicidade nos
39
44
Media
Exercícios
49
Capítulo II
51
Comercialização de Serviços e Publicidade em Jornais e Revistas
1.
Estrutura Comercial do Mercado da Publicidade e Informação
53
de Publicidade, Centrais e Comunicação Social
59
e Aspetos Comportamentais e Psicológicos da Venda
66
4.
Venda de Publicidade em Meios Impressos e Meios Digitais
72
5.
Linguagem e Negociação da Compra e Venda de Publicidade
77
2. As Agências
3. Perfis
Exercícios
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Capítulo III
85
Internet e Meios Digitais Aplicados às Empresas de Imprensa
1. Internet,
Jornalismo Online e Produção de Conteúdos
87
Media Digitais e Características dos Leitores Online
94
3.
Modelo de Internet Adaptado ao Negócio dos Media Online
97
4.
Da Web Relacional à Web 2.0: Conceito e Modelo de Negócio
102
5.
Estratégias Digitais e Mercado Zero Aplicada à Imprensa
109
2. Os
Exercícios
118
Orientações para um Plano de Negócio e Marketing
121
Análise Aprofundada de Caso:
137
Uma Visão Integrada da Estratégia de Gestão de Marketing
Bibliografia e Referências Eletrónicas
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PREFÁCIO
Nos últimos 20 anos o setor dos media adquiriu uma grande importância, quer a nível
social, quer a nível económico. Empresas e mercados distintos emergiram, graças à comercialização dos media eletrónicos, tais como a rádio, a televisão, a Internet e a digitalização.
Devido à alteração evidente do comportamento de consumo dos media, os media clássicos, tais como jornais, revistas e livros, têm agora outras funções. A resposta de diferentes
grupos alvo de utilizadores e da seleção de produtos – bem como do setor da comunicação,
que deve ter em conta as necessidades dos grupos alvo na área da publicidade – assume,
por isso, um papel cada vez mais importante, no que diz respeito à discussão de estratégias
empresariais por parte das empresas de media.
Este Manual – circunscrito à área de Marketing dos Media em geral e Empresas de Imprensa em particular – tem, por isso, uma importância fulcral, não só na prática empresarial,
mas também em vários ciclos de formação da formação profissional e formação pós-profissional. Na atualidade, é inevitável que surja a procura de uma apresentação resumida das funções que o marketing desempenha no setor dos media – mais concretamente, neste caso, no
subsegmento da imprensa, e particularmente os suportes de revista. Já noutras circunstâncias
(Faustino, 2004, 2005, 2009 e 2010) tinha sido mostrado como é importante que exista uma
visão distinta para as empresas de media, uma visão especificamente dirigida para este setor,
como acontece, por exemplo, para o setor da economia empresarial e de gestão.
No marketing há uma série de princípios básicos, por exemplo, na área de estratégia de
marketing e de investigação de mercado. Estes princípios são independentes das condições
reais dos setores e submercados.
As semelhanças em que este método se baseia, presentes tanto na teoria como na prática, coexistem, contudo, com diferenças acentuadas em cada aplicação concreta – ou seja,
existem algumas divergências nas configurações concretas e específicas do setor, que devem
ser tidas em conta para que o planeamento do marketing de mercado faça sentido.
Nos diversos mercados do setor dos media, é possível encontrar características que
diferenciam acentuadamente o marketing dos media de outros segmentos de marketing –
mesmo que, dentro do setor mediático, seja possível encontrar mercados com características muito distintas entre si. Neste contexto complexo, este Manual relaciona a teoria e a
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prática dirigindo-se a formandos, estudantes, profissionais do setor de marketing que fazem
carreira em empresas de media – em particular no subsegmento da imprensa – e apresentando também, paralelamente, um bom apoio para especialistas da área da media com pouca
experiência em marketing, ou especialistas em marketing para quem o setor dos media é
ainda uma relativa novidade ao nível das abordagens empresariais em geral e práticas de
marketing em particular.
Paulo Faustino, PhD.
Oxford, 12 de Dezembro de 2009
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CAPÍTULO I
MARKETING E COMUNICAÇÃO
NAS EMPRESAS DE IMPRENSA
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INOVAÇÃO, GESTÃO E DESENVOLVIMENTO DE EDITORAS DE REVISTAS
1.
13
MARKETING E COMUNICAÇÃO
E PRÁTICAS DE GESTÃO DE
IMPRENSA
► Abordagem geral ao papel do marketing e da comunicação no mundo da imprensa;
► Introdução aos conceitos-chave do marketing, publicidade e comunicação, adaptados ao mundo específico da imprensa.
Quando os grandes conglomerados de media se tornaram maiores, no
início do século XXI (como no caso da fusão do Tribune Inc. com o Times
Mirror), a estrutura das sociedades que se fundiram mudou drasticamente.
Passaram a tomar posse de estações de televisão em muitos mercados onde
já possuíam jornais. De imediato, surgiram dúvidas sobre se tais empresas
deveriam abrir mão dos seus jornais ou estações de televisão, devido aos
limites legais de propriedade (Hollifield, Lacy, Sohn, Sylvie & Wicks, 2004).
Alguns executivos da área refutam as regras que proíbem a propriedade
de jornais e estações emissoras no mesmo mercado, argumentando que as
fontes de informação não são escassas, e que, para competir a nível global,
as empresas de media devem ser livres de crescer. Outros discordam,
defendendo que as regras de limitação da propriedade devem ser mantidas,
de forma a preservar a multiplicidade de vozes. Independentemente das
opiniões, muitas empresas de media familiares ou simplesmente pequenas
estão a desaparecer, face a regras e regulamentos que limitam fortemente a
sua estrutura.
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14
Marketing e Comunicação e Práticas de Gestão de Imprensa
O Papel das Pessoas: Estruturas Formais e Informais
Independentemente do tamanho das empresas de media, as pessoas estão sempre no seu centro, pois são elas que tomam decisões relativamente
às notícias e ao seu conteúdo. O sucesso global de uma empresa é o sucesso alcançado através das suas partes independentes, incluindo os gestores
de topo, departamentos de notícias, departamentos de programação, escritórios regionais, nacionais e internacionais.
Devemos ter em conta a forma como se integra a abordagem formal e
informal na estruturação global das empresas de media. A estrutura formal
define as tarefas, a comunicação e as relações de autoridade dentro da
organização, através de organogramas que definem a forma como as diferentes partes se relacionam. A estrutura informal analisa as formas de interação de gestores e subordinados dentro de determinada empresa, através da
observação das interações, do trabalho de equipa e do meio envolvente.
No que diz respeito à estrutura formal, quando se está a criar uma empresa de media, uma das questões básicas a ter em conta é a quantidade de
autoridade a ser distribuída ao longo da hierarquia organizacional. Quando
falamos de empresas multinacionais, nas quais existem diferenças culturais,
as decisões devem ser tomadas a nível local ou organizacional? As decisões
tomadas irão afetar diversas áreas da organização. Uma abordagem formal
implica que as decisões serão baseadas numa cadeia de comando cuidadosamente desenvolvida e uma divisão eficiente do trabalho.
Muitos investigadores estão interessados em estudar o modo como as cadeias de comando nas empresas de media funcionam em termos de conteúdo e qualidade. E constata-se que organizações muito grandes, com estilos
de gestão “top-down”, enfatizam frequentemente os lucros em detrimento da
qualidade, quando comparadas com jornais mais pequenos e independentes.
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INOVAÇÃO, GESTÃO E DESENVOLVIMENTO DE EDITORAS DE REVISTAS
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As estruturas formais retêm o poder de decisão numa só pessoa ou num
grupo muito pequeno, sendo as decisões difundidas através da hierarquia
da empresa. Este tipo de estratégia melhora a coordenação das atividades
organizacionais; no entanto, quando existem dificuldades de transmissão da
informação, a centralização e a burocratização vão provocar insatisfação no
pessoal e diminuição de inovação, enfraquecimento do desempenho geral
e aumento dos custos. Assim, a tendência em muitas empresas é para descentralizar o poder, direcionando a tomada de decisões e responsabilidade
para os níveis mais baixos, o que acaba por trazer benefícios ao melhorar a
comunicação interna.
De qualquer modo, uma unidade de comando é fundamental para certificar que um subordinado responde diretamente a um único superior, evitando
conflitos de autoridade. É necessário ter alguns cuidados na clara separação
das atividades e dos respetivos superiores responsáveis, de modo a simplificar todo o processo.
A divisão do trabalho é uma forma inteligente de utilizar as capacidades
específicas de quem trabalha numa empresa. Nas empresas de media em
particular, algumas tarefas requerem capacidades altamente desenvolvidas.
Outra das vantagens da divisão do trabalho é o desenvolvimento de capacidades que advêm da repetição da mesma tarefa. À medida que as pessoas
se tornam mais especializadas, a eficiência do trabalho aumenta, e o tempo
de realização da tarefa diminui. Contudo, é necessário ter em atenção o excesso de divisão do trabalho, pois poderá provocar fadiga, aborrecimento e
stress, tornando o processo ineficaz.
Por sua vez, a abordagem informal de uma organização assume que a
otimização da mesma depende da cooperação entre todos, da satisfação
dos trabalhadores e das competências interpessoais. Assim, é fundamental
coordenar as interações entre as abordagens formal e informal, de modo a
motivar e coordenar todos os subordinados. A preocupação com as relações
humanas é ainda mais importante quando se trata de organizações com intensa necessidade de trabalhar em equipa, como se verifica nas empresas
de media.
Marketing e Posicionamento
Numa área como a dos media, cuja matéria é o mundo exterior no seu
todo, o meio envolvente é muito importante, uma vez que ajuda a prever a
forma como as empresas globais vão interagir.
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16
Marketing e Comunicação e Práticas de Gestão de Imprensa
Interdependência do meio envolvente
nas empresas de media
Empresa
Dono
Presidente
Editor Chefe
Empregados
Comportamento
Normas Industriais
Performance económica
Clientes
Concorrência
Condições
do mercado
Condições
macroeconómicas
Normas Sociais
Fonte: Christoffer Rydland
Muitas das decisões relacionadas com as questões do marketing na imprensa, questões relacionadas com as pesquisas, métodos e informações
recolhidas, são comuns a todas as empresas de media.
Com a competitividade extrema da indústria dos media, o marketing e as
atividades de pesquisa têm-se tornado cada vez mais fundamentais na sua
gestão. O marketing é considerado “o processo de planeamento e execução da
concepção, do orçamento, da promoção e distribuição das ideias, benefícios
e serviços para criar intercâmbios que satisfaçam os objetivos individuais e
organizacionais” (AMA Board, 1985). Tudo gira à volta dos chamados quatro
P’s – product, pricing, placement, e promotion.
Os marketeers consideram que é o equilíbrio dos vários elementos do
marketing que atrai e satisfaz os seus clientes, segmentos de mercado alvo
primários. O conjunto de decisões feitas pelo marketeer é crucial para determinar o conteúdo da mensagem e a colocação exata dos suportes publicitários.
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O papel da publicidade, em conjunto com o marketing, é comunicar o valor
de uma marca, produto, serviço ou algo que os media têm para oferecer ao
segmento-alvo pretendido. Os grandes anunciantes usam promoções integradas de marcas (integrated brand promotions – IBP) e/ou comunicações
integradas de marketing (integrated marketing communications – IMC) no
planeamento promocional. As IBP consistem no uso coordenado de várias
ferramentas promocionais (como a publicidade) para construir e manter o
reconhecimento da marca, a sua identidade e a preferência do consumidor.
Quando os marketeers combinam concursos, websites, eventos patrocinados e publicidade em pontos de venda, isso é uma IBP. Por sua vez, uma IMC
consiste no uso de ferramentas promocionais de forma a criar um efeito de
comunicação sinérgica (O’Guinn, Allen & Semenik, 2003).
O crescimento da TV por Cabo e da Internet resultou na fragmentação das
audiências dos mass media. Esta fragmentação resultou na possibilidade de
se passar a ter em conta um vasto leque de opções de colocação da publicidade, incluindo os media tradicionais, não tradicionais e especializados. A
importância das IBP e das IMC aumentou, uma vez que os publicitários tiveram necessidade de definir e atrair segmentos mais pequenos e precisos de
consumidores que partilhavam as mesmas características.
audiência global
pequena
Jornais locais/regionais
Rádios locais/regionais
Revistas locais/regionais
Portais locais/regionais
Televisão Nacional, jornais e
revistas
Rádio nacional - programas
generalistas
Portais generalistas nacionais
geográfica
grande
cobertura
cobertura
Rádios locais/regionais programas específicos
Serviços de comunicação
móvel
geográfica
Revistas específicas
Imprensa económica e comercial
Rádio nacional - programas
específicos
Portais especializados
audiência diferenciada
Conhecer as audiências e a cobertura geográfica é essencial para os marketeers.
Fonte: Robert G. Picard
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18
Marketing e Comunicação e Práticas de Gestão de Imprensa
O posicionamento é outro elemento fundamental, uma vez que projeta
determinada marca para um lugar específico na mente do consumidor, em
relação a outras marcas. Uma marca é percebida em diferentes dimensões,
como a qualidade ou os valores sociais: assim sendo, os anunciantes posicionam o produto de modo a criar a imagem desejada na mente dos consumidores-alvo.
O conteúdo dos media é desenvolvido para atrair um público-alvo muito
específico, de tal maneira que, muitas vezes, anunciantes e gestores das
empresas definem o mesmo tipo de audiência para determinado período. Em
alternativa, o gestor pode aceitar a audiência atraída pelo conteúdo editorial
e posteriormente descobrir anunciantes interessados no mesmo público-alvo.
A Importância da Pesquisa
Para que as decisões relacionadas com o marketing sejam tomadas corretamente, os gestores devem responder às questões relacionadas com os
seus clientes. Nos media existem dois tipos de clientes: os consumidores e
os anunciantes. Os gestores usam muitas vezes pesquisas para perceber os
perfis dos consumidores, de modo a delinear o espaço e/ou tempo no qual
anunciar.
O processo de pesquisa no marketing é similar aos processos de pesquisa noutras áreas. Existem oito passos fundamentais no processo: a questão
de investigação, a revisão da pesquisa, o desenho primário da investigação,
o delinear da recolha de dados, o design da amostra, a recolha de dados
propriamente dita, o processamento e análise dos dados e o relatório escrito.
Todos os gestores de media devem entender a pesquisa de um ponto
de vista amplo, de forma a usá-la eficientemente. Para conduzir e avaliar a
pesquisa de forma eficaz, é importante conhecer os diferentes métodos de
pesquisa, assim como conceitos como “variáveis”, “fiabilidade” e “validade”.
Todos os gestores do ramo utilizam tipos de dados, fontes e técnicas de
pesquisa de diferentes maneiras. Os gestores devem compreender como é
que os publicitários usam os dados relativos a audiências e os conceitos dos
planos dos media, tais como índices, capacidade, frequência, CPMs e CPPs.
Compreender o modo como os publicitários e as agências de publicidade
usam estes conceitos ajuda os gestores a comprar espaço ou tempo de publicidade de forma mais eficaz.
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As categorias de pesquisa mais relevantes nos media são a primária,
secundária, associativa, exploratória, descritiva e causal. Os métodos de
pesquisa envolvem pesquisas relativas às audiências, ao posicionamento,
pesquisa formativa e pesquisa resumida. Quanto aos modelos de recolha de
dados disponíveis, estes incluem grupos focais, entrevistas aprofundadas,
levantamento de dados e experiências. Ao recolherem informação acerca do
consumo, os gestores dos media tomam decisões estratégicas mais informadas, e, consequentemente, negoceiam os veículos de publicidade de forma
mais eficiente com os publicitários.
O processo da investigação
Fenómeno como
realidade social
Missão: comercial,
auto-apresentado
Questionamento científico
Construção do questionamento através de teorias
e apresentação do estado
atual da investigação
Definição da tese central
Formulação de hipóteses
Concepção da
investigação:
Escolha do Método
Escolha da Medida
Escolha da Delineação da investigação
Formulação dos indicadores
Aumento dos dados
Análise de dados
Apresentação de resultados
Resumo dos
argumentos
Relatório, Publicação
Resumo
valorativo
Fonte: Brosius/Koschel 2003, p. 35
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20
Marketing e Comunicação e Práticas de Gestão de Imprensa
2.
MARKETING E COMUNICAÇÃO
ATRAVÉS DE SUPORTES DIGITAIS
Os suportes digitais como facilitadores da divulgação
de informação e do contato direto com os consumidores;
►
A importância da integração dos suportes digitais
como ferramentas de marketing e comunicação nos
dias de hoje.
►
A utilização do Marketing através de suportes digitais marca o início de
uma nova era, que fornece aos profissionais uma ferramenta poderosa para
otimizarem os negócios das suas empresas, independentemente do porte
ou do segmento. Hoje em dia, a Internet é interlocutora e tradutora entre
cada utilizador e o mundo inteiro, sendo mesmo considerada como um dos
fenómenos sociais com mais impacto dos últimos tempos. Contudo, não foi a
Internet que causou a grande mudança. Ela veio antes responder às ânsias e
necessidades previamente manifestadas pelos consumidores (Shane, 1999).
Crescimento da circulação digital de
títulos do grupo americano de media ABC
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Os suportes digitais permitem divulgar opiniões, sugestões e críticas no
imediato, e entrar facilmente em contato com os consumidores, sem necessidade de intermediários. Permitem tudo isto através de um simples “click”, um
blogue ou um vídeo no Youtube. Permitem, acima de tudo, um relacionamento direto com o mercado.
A Evolução do Marketing Digital
A importância crescente da Internet no quotidiano das pessoas é inquestionável. Cada vez mais gente tem acesso à web, que tem vindo a tornar-se
mais fiável e menos evasiva, fazendo com que as pessoas a usem com cada
vez mais confiança. O crescimento do uso de telemóveis também se enquadra aqui: à medida que os consumidores vão tendo mais acesso ao mobile
marketing, as empresas começam a interessar-se mais por esta forma de
comunicação.
No curto tempo de vida do marketing na Internet, o cenário tem vindo a
alterar-se. A “propaganda” dá lugar à publicidade, o marketing de interrupção
dá lugar ao marketing de relacionamento e de permissão, a forma substitui o
conteúdo e o marketing de massas passa ao contato direto com o indivíduo.
É importante distinguir entre marketing de interrupção e marketing de relacionamento e de permissão. O primeiro é o clássico, o que interrompe um
filme sem que tenha sido pedido; já o de permissão acontece quando uma
empresa pede autorização para passar publicidade num determinado momento. E é no contexto deste segundo caso que, no futuro digital, a comunicação deve ser desenvolvida.
A nova economia deve apostar no que realmente é
relevante e do interesse do consumidor: ver os próprios
consumidores como veículos. A Internet vai muito além dos
banners e dos flashs. A Internet responsável e lucrativa
passa pelo contato direto com o consumidor. É frequente,
ao acedermos a um site, ser-nos pedida autorização para
enviar publicidade para o nosso correio eletrónico. Muitas
vezes essa autorização é negada, mas, à medida que se
vai criando um vínculo com o site, é o próprio consumidor
que acaba por mostrar interesse em aceder à publicidade
em questão. Outras ferramentas para criar uma relação
com o consumidor passam por blogues, entre outras.
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Outra questão importante prende-se com a necessidade de aprender a
explorar cada vez mais as capacidades da Internet, que vai muito além de
um conjunto de páginas web. No presente e no futuro, mais do que alimentar
a Internet de forma individual, como se tem feito com a televisão, a rádio e as
revistas, é urgente extrapolar as suas capacidades e poder de utilização, de
forma interativa e integrada.
É neste contexto que as empresas de tecnologia e de publicidade se vão
aproximando cada vez mais. O universo do marketing está a mudar, e esta
parceria com a tecnologia ganha uma importância cada vez maior. A maior
parte das grandes empresas vai precisar de outras empresas, dedicadas à
criação de conceitos e conteúdos; no que diz respeito às pequenas e médias
empresas, têm vindo a aperceber-se da necessidade de desenvolver competências relacionadas com as novas tecnologias.
A Internet deve ser vista simultaneamente como o meio e o interlocutor
da mensagem. A interatividade passa a ocupar um lugar de destaque, ao
permitir relacionar vários pontos e optar pelos melhores meios para fazer
chegar a mensagem ao consumidor da forma mais eficiente. A Internet e a
interatividade estão a mudar os meios que eram tidos como certos até agora.
A utilização dos media como veículos de publicidade começa a ser repensada. Quando queremos atingir segmentos de mercado específicos, começa a
deixar de fazer sentido a utilização dos media tradicionais, muito abrangentes
e muito caros. É necessário rever a alocação de verbas nos diversos meios e
equilibrá-las de acordo com a sua capacidade de retorno.
Crescimento da publicidade
online nos EUA
Fonte: PriceWaterhouseCoopers LLP
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Mais do que criar uma versão digital das empresas, é necessário recriá-las digitalmente, desconstruindo e reconstruindo as suas propostas de valor,
visando todo um novo ambiente e envolvimento. Não é só o departamento de
marketing que tem de mudar, mas antes a empresa inteira. É preciso adotar
uma cultura digital, para sobreviver no mercado atual e ir de encontro às exigências e necessidades do consumidor.
Com o desenvolvimento de um Plano de Marketing Digital, é possível
às empresas posicionarem-se de forma correta na Internet, obtendo sucesso
nas suas estratégias de negócios. O Plano de Marketing Digital engloba o
planeamento de todas as ações de marketing e comunicação da empresa no
ambiente web, e deverá:
• Posicionar o site de forma eficiente no topo dos mecanismos de busca.
• Desenvolver ações de relacionamento com os clientes.
• Planear campanhas de comunicação digital com seu público-alvo.
• Transformar a empresa numa marca forte no ambiente web.
• Ampliar os negócios.
O Jornalismo na Era Digital
O boom digital vai mais além do Marketing.
Também a indústria jornalística tem sido afetada e sofrido mudanças. Hoje
começam a ser comuns os jornais que permitem aos leitores comentar notícias, fazer críticas, ou mesmo enviar fotografias e
filmes relativos a determinado assunto.
Os blogues são vistos muitas vezes como “inimigos” dos jornais, por conterem conteúdo de fraca
qualidade, fontes duvidosas e expressões plagiadas.
Mas a verdade é que os blogues são nada mais
nada menos que vozes de cidadãos, e podem ser
aliados no importante trabalho de informar a população sobre o que acontece no mundo e sobre o direito
de emitir opiniões ao mundo. Os jornais podem facilitar e até incitar à colocação de determinadas notí-
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cias em blogues, assim como pedir contribuições de blogues especializados
para determinada notícia. Poderá ser uma parceria útil e pedagógica para
todos, para além de contribuir para realçar a qualidade de bons blogues. Para
além disso, os blogues permitem aceder a outras visões e opiniões especializadas sobre determinada notícia, ajudando os leitores a terem uma visão
mais abrangente sobre o tema.
A Internet como Ferramenta Estratégica
A partir do momento em que as pessoas começaram a colaborar na criação e recriação de informações, a produtividade aumentou e surgiram muitas
ideias inovadoras. É esta colaboração que faz com que tanto as empresas
como a população em geral tirem cada vez mais partido da web. Hoje em dia,
entender o modo como a Internet funciona e saber como inserir uma empresa neste mundo é crucial para ser bem-sucedido. Para além consumidores
poderem contribuir diretamente para a otimização do negócio com opiniões
e contatos em tempo real, estar online permite entender em que nível se encontra determinada empresa em comparação com outras. Num motor de busca, por exemplo, uma marca bem posicionada é automaticamente valorizada.
Hoje, através da Internet, pode desenvolver-se uma campanha a nível
mundial sem custos muito elevados, podendo até pelo caminho aceder-se
a informações muito úteis sobre os consumidores (como, por exemplo, as
zonas de onde vieram os acessos ao site). A Internet é rica em dados que
facilitam planos de ação, pesquisa e levantamento de dados.
A partir do momento em que as empresas entenderam a força que algumas iniciativas (como o Youtube) têm junto do consumidor, passaram a tê-las
em conta nas suas campanhas. Algumas empresas foram ainda mais longe,
integrando vários media e levando àquilo que o mercado de hoje pede: convergência e diversidade de comunicação. As ações que utilizam a Internet
são baratas o suficiente para serem pagas pelos clientes, sendo soluções eficientes para empresas de todos
os portes.
Os suportes digitais permitem um aumento exponencial das ofertas à disposição do consumidor, pelo que
se torna fundamental arranjar formas de liderar no momento em que os consumidores procuram determinado
produto.
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É importante não esquecer a máxima de que o consumidor deve estar no
início e no fim de todo o processo. Hoje já são lançados produtos semiacabados através da Internet, para que seja o consumidor a acabá-los e personalizá-los. As ferramentas de personalização e a possibilidade de interferir
diretamente em determinado produto leva a que o consumidor tenha maior
confiança e acabe por revelar maior fidelidade a determinada marca.
Outra das questões fulcrais é a da renovação diária dos suportes digitais.
Mais uma vez o consumidor pode ajudar, já que em muitos casos também
é do seu interesse ter um acesso mais rápido, fácil e seguro a determinado
serviço ou produto. Mesmo em empresas que não funcionem única e exclusivamente através da Internet, a utilização desta despoleta a difusão da marca
e o crescimento de segmentos de mercado específicos.
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Marketing e Comunicação e Práticas de Gestão de Imprensa
3.
ELABORAÇÃO DO PLANO DE
MARKETING PARA JORNAIS E
REVISTAS
Como definir a estratégia e o plano de marketing de jornais e revistas;
►
Em que é que consiste a estratégia e os vários
passos de um plano de marketing específico
para este sector;
►
Os diferentes tipos de estratégias e a sua
aplicabilidade.
►
Jornais e revistas, como produtos comerciais que são, estão expostos às
forças da oferta e da procura, o que faz com que seja necessário estabelecer
uma estratégia e um plano de ação para que possam entrar e/ou permanecer
no mercado com êxito.
Para definir uma estratégia, é necessário antes de mais definir a posição
atual no mercado. Tenhamos em conta uma metodologia que se aplique a jornais e a revistas. Iglesias e Verdeja (1988) propõem uma série de perguntas
para definir a posição de determinada publicação:
• Quais são os pontos fortes e os pontos fracos da nossa organização?
• Qual é a nossa concorrência?
• Quais são os pontos fortes e fracos da nossa concorrência?
• Que características ideológicas, políticas ou de outro tipo são aplicadas
nesta publicação?
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• Que características ideológicas, políticas ou de outro tipo são apresentadas pela nossa concorrência?
• É uma publicação nacional, regional ou local?
• Qual é a nossa periodicidade e a da nossa concorrência?
• Qual é a nossa audiência e quais são as suas necessidades informativas?
• Quais são os diferentes segmentos ou grupos demográficos do nosso
mercado potencial?
• Quais são os nossos recursos ou limitações relativamente a capital, equipamento e mão-de-obra?
Apesar de as respostas a algumas destas perguntas poderem parecer
fáceis, o que importa reter é a necessidade de criar, antes de qualquer outra
coisa, uma boa base de informações essenciais.
Necessidades de informação para um
planeamento estratégico
Tendências
de lazer
Valores
Venda
Redação
Mercado da
informação
Mercado de
trabalho
Pessoal
Comercialização
da publicidade
Legislação
Empresas
de media
Política
Técnica
Mercado de
capitais
Comércio
mundial
Desenvolvimento
económico global
Finanças
Investigação
Taxas de
câmbio
Tendências
tecnológicas
Divisão internacional
do trabalho
Ciência
Fonte: Breyer-Mayländer 2004b, p.93
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A Análise SWOT
Um instrumento muito útil para definir a posição de uma empresa no mercado é a análise SWOT (Strengths, Weaknesses, Opportunities, Threats).
Esta análise consiste na avaliação das forças e fraquezas das empresas,
assim como das oportunidades e ameaças decorrentes do meio envolvente.
O objetivo é dotar a empresa de recursos e capacidades adequadas às procuras observadas no mercado.
Enquanto os pontos fortes e fracos podem ser medidos numa auditoria interna ou externa, por exemplo, por meio de benchmarking, as oportunidades
e ameaças decorrem de desenvolvimentos tecnológicos, alterações demográficas, ou alterações de legislação, por exemplo.
Exemplo de uma grelha de análise SWOT:
1. Forças (Quais?)
Respostas (Como)
3. Oportunidades (Quais?)
Respostas (Como)
2. Fraquezas (Quais?)
Respostas (Como)
4. Ameaças (Quais?)
Respostas (Como)
Fonte: Elaboração Própria
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Após o preenchimento da grelha, devem seguir-se as perguntas:
a) Como utilizamos cada força?
b) Como podemos reduzir ou eliminar a fraqueza?
c) Como podemos explorar cada oportunidade?
d) Como podemos defender-nos de cada ameaça?
Ciclo de Vida do Produto
O ciclo de vida de um produto também pode constituir um conceito importante para definir uma estratégia de marketing. As fases são:
1 – Lançamento: exige mais comunicação, incluindo publicidade informativa – dar a conhecer o tipo de temas que aborda.
2 – Crescimento: o objetivo é consolidar (fidelizar) e criar condições para
crescer, o que pode significar “roubar” leitores à concorrência. Publicidade
mais persuasiva (ex: comparativa).
3 – Maturidade: pode-se continuar com publicidade persuasiva para intensificar a utilização ou captar novos segmentos – também se faz publicidade para recordar as virtudes do produto.
4 – Declínio: ou encerramento, suspensão ou relançamento (neste caso é
determinante transmitir que se trata de um projeto novo...).
As estratégias a adotar variam, naturalmente, com a fase em que a
empresa/o produto se encontram.
Estratégias adotadas na fase do crescimento:
a) Aumentar a qualidade: enriquecer o produto com novas funcionalidades, etc.
b) Estratégia de comunicação: realçar os pontos fortes do produto
(liderança, diferença face à concorrência).
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c) Procura de novos segmentos: através do lançamento de novos serviços, etc.
d) Estratégia de reposicionamento: não é necessário para atingir a maturidade para se reposicionar – identificar novas necessidades.
Estratégias adotadas na maturidade:
a) Nesta fase existem três possibilidades: crescimento ligeiro, diminuição,
estabilidade).
b) Estratégia focada no produto: saber adaptar o produto evolução das
necessidades e perfil dos consumidores.
c) Adaptação do produto, design e ambos: procurar elementos gráficos e
design mais atrativo.
d) Introduzir mudanças: o risco mudanças das lentas é que podem demonstrar pouca confiança e das bruscas descaracterizar o produto – estas
exigem mais comunicação.
e) Focadas no mercado: procura de novos clientes através da análise dos
diferentes grupos que compõem o mercado. Aumentar os subprodutos.
Fases do ciclo de vida do produto
Características
Aparecimento
Crescimento
Maturidade
Declínio
Escassa
Aumenta
Consolida-se
Desce
Alto
Menos alto
Reduz-se
Aumenta
Escassa
Aumenta
Consolida-se
Desce
Altos
Descem
Mais baixos
Aumenta
Perdas
Crescentes
Consolida-se
Baixa
Produtos
Pouco conhecido
Progressão
aceitável
Atrativo
Perde
atratividade
Distribuição
Muitas anomalias
Grande esforço
Intensivo
Seletiva
Grande esforço
Atenua-se
Seletiva
Seletiva
Elevada
Atenua-se
Desce
Baixa
Venda de
exemplares
% de exemplares
não vendidos
Publicidade
Custos Unitários
Benefícios
Promoção
Investigação em
marketing
Fonte: Elaboração Própria
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O passo seguinte deve ser a definição de até onde se quer ir e do que é
que a publicação quer ser. Para além disso, é necessário analisar e predizer
indicadores económicos e outros que afetam a situação económica, o mercado e, mais especificamente, a publicação em questão.
Objetivos de empresa nas empresas de media
Sociedade e Grupos
individuais (ex. Igreja)
Economia da Publicidade
Receptores
Gestão dos media através
do olhar dos decentores
de ações na empresa
Sócios
Investidores
Proprietários
Política e
Administração
Trabalhadores e as
suas famílias
Anunciantes
Valores:
Objectivos bem ordenados
Finalidade da Empresa
Princípios da Empresa
Identidade da Empresa
(identidade corporativa)
Intermediários de
Marketing agências
Ciência
Empresas na perspectiva
económica e publicitária
Objectivos mais elevados da Empresa:
Poder publicitário
Maximização dos Ganhos
Avanço na Inovação
Objectivos segundo áreas funcionais: Marketing, Oferta,
Financiamento, Produção
Fonte: Elaboração Própria
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Análise do mercado
Mercados de
compra e venda
Mercado em geral:
• O volume do mercado
atual.
• O volume do mercado
futuro.
Públicos-alvo:
• Estrutura dos
públicos-alvo
• Expetativas
• Satisfação do cliente
• Mudanças do público
Público-alvo sub-final:
• Fazedores de opinião
Estratégia de
compra e venda:
Concorrente
Número de
concorrentes:
Ambiente
Ambiente
económico:
• Números,
Estratégias
• Mercados de
capitais
• Forças, Fraquezas
• Conjuntura
Estrutura da atividade:
Ambiente ecológico:
• Quota de mercado
• Energia
• Grupos
estratégicos
• Proteção do
ambiente
Empresas
Finanças:
• Números do
sucesso
• Perda de
contribuições
Pessoal:
• Qualificações
• Cooperação
• Intensidade da
concorrência
Ambiente
tecnológico:
• Inovações
Ambiente político:
• Estrutura de mercado
• Política
económica
• Mudanças do fornecedor
• Legislação
Organização:
• Orientação
para o marketing
Preparação das
atividades:
• Capacidade
Fonte: Joas 1990, p.69
Uma vez analisados estes dados, pode-se dar início à elaboração do plano estratégico de marketing. Este deve contemplar uma série de decisões a
tomar no presente, com o objetivo de alcançar certos resultados no futuro.
Também deve ficar definida a duração do plano.
Em linhas gerais, um plano estratégico é composto por (Iglesias & Verdeja, 1988):
A. Introdução – explicação resumida do plano proposto.
B. Objeto e finalidade da empresa editora – descrição breve e clara dos
objetivos que a empresa pretende alcançar.
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Situação atual da empresa no mercado
• A empresa e o produto que elabora:
O que é que somos e o que é que não somos;
Como é a publicação no seu todo e por secções;
Imagem externa da empresa e do jornal ou revista;
Condicionamentos e limitações humanas, económicas, técnicas e
materiais.
• Investigação do mercado:
Mudanças demográficas;
Mudanças de estilo e modo de vida;
Resultados de sondagens sobre os leitores;
Resultados de sondagens a leitores e subscritores que tenham deixado de comprar o jornal ou revista.
• Informação retrospetiva e projeções do mercado:
De natureza microeconómica (situação da economia local e regional, situação da concorrência, desenvolvimento de novas indústrias, etc.);
De natureza macroeconómica (situação da economia nacional
e internacional, custo e disponibilidade do papel de impressão,
situação das relações sócio-laborais, etc.);
Possíveis oportunidades jornalísticas e comerciais no mercado.
• Análise da gestão de circulação e publicidade:
Circulação – por subscrição, por venda em quiosque, promoção,
preços das subscrições e dos exemplares de venda em quiosque;
Publicidade (em espaços e em dinheiro): de âmbito nacional, publicidade local e regional, publicidade institucional, promoção, taxas
de publicidade.
C. Objetivos e metas – determinar os objetivos e perceber quantitativamente as metas que se desejam alcançar, a curto e a longo prazo.
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• Melhoras relativas ao conteúdo e apresentação formal da publicação;
• Objetivos e metas da circulação;
• Objetivos e metas da publicidade;
• Previsão da tesouraria;
• Objetivos e vendas em relação aos benefícios;
• Planos de investimentos e financiamentos.
D. Estratégia que se pretende seguir – definição das linhas gerais do plano para alcançar os objetivos e metas propostos.
E. Programas de ação – fase mais importante do plano.
• O que é que se vai fazer nos diferentes setores;
• Quem é que o vai fazer e a que níveis;
• Quando é que se vai fazer;
• Como é que se vai fazer (no caso de ser possível determinar com
antecipação);
• Quanto vai custar.
F. Sistemas de controlo – tratam de critérios e elementos de medida, que
permitam perceber até que ponto estão a ser alcançadas as metas fixas.
G. Conclusões – resumo do plano estratégico elaborado.
É muito importante que o plano estratégico seja realista e muito concreto
na definição das fontes de lucro. Caso contrário, corre-se o risco de perder
eficácia económica.
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Circulação
Máximo, não óptima
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Publicidade
Preços inflexíveis
Rendimento
Redução de dívida
Custos
Margem Bruta
Desvalorizações
Itens financeiros
Lucro
Custos laborais excessivos
Propriedade excessiva
Má gestão financeira
Esquemas de partilha de lucros
Dividendos
Fundos
liquidez excessiva
Investimentos
Investimentos excessivos
Uma definição vaga de fontes de lucro pode gerar baixa eficácia económica.
Fonte: Christoffer Rydland
Para conseguir alcançar os objetivos propostos, é necessário que seja
desenvolvida toda uma ação específica a que chamamos estratégia. As estratégias tratam de desenvolver vantagens competitivas sustentáveis em produtos, mercados, recursos ou capacidades, que sejam percebidas como tal
por potenciais clientes e que permitam alcançar os objetivos previstos.
Mediante estratégias adequadas é possível descobrir posições nas
quais uma companhia pode defender-se melhor das ameaças dos rivais,
de possíveis substitutos, de novos concorrentes e do poder dos fornecedores e clientes. Nem todos os setores oferecem as mesmas condições para
alcançar vantagens que perdurem, uma vez que estas tendem a ser maiores
em setores caracterizados por ativos duradouros, irreversíveis e específicos,
como acontece com a imprensa diária relativamente a setores que requerem
ativos menores, como a imprensa gratuita ou as revistas. Além disso, é mais
fácil manter as vantagens nos setores que evoluem gradualmente do que
naqueles que sofrem alterações fortes na tecnologia, no enquadramento
legal ou nas procuras de mercado.
Apesar de existirem várias estratégias desenvolvidas no mercado dos jornais e revistas, vamo-nos centrar em dois tipos: as estratégias de expansão,
que se baseiam em objetivos de crescimento, e as estratégias competitivas,
centradas na atuação face à concorrência.
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Estratégias de Expansão
Os grupos editoriais desenvolvem uma série de estratégias cujo objetivo fundamental é o seu crescimento no seu mercado atual, ou em novos
segmentos que consideram de interesse. Algumas das principais estratégias
de expansão são o aumento da penetração do grupo editorial no mercado, a
estratégia de novos produtos, a estratégia de desenvolvimento de mercado e
as alianças e associações.
Aumentar a penetração de determinado grupo editorial no mercado consiste em tentar aumentar a participação dos cabeçalhos nos mercados em
que se atua atualmente, utilizando todos os recursos de marketing. Neste
sentido, ocupar a liderança é o objetivo a alcançar por algumas publicações
dentro do seu segmento. Outras publicações, de dimensão média ou pequena, irão centrar-se em aumentar o seu volume de negócio e os respetivos lucros. Neste mercado, a posição de líder é bastante apreciada. As publicações
mais pequenas usam-na para assegurar o seu papel face à concorrência. Os
grupos editoriais, por sua vez, procuram ser líderes a nível global ou relativamente a determinado segmento. Alguns especialistas afirmam, no entanto,
que a não-procura da liderança pode ser também utilizada como estratégia,
por fazer valer outros valores. Existem ainda alguns grupos que investem
muito pouco em campanhas publicitárias, mas o prejuízo correspondente no
final acaba por não se revelar significativo.
A estratégia de novos produtos leva também, muitas vezes, ao crescimento. Podemos ter em conta três tipos de estratégia neste campo: o lançamento
de títulos próprios que surgem da detecção de uma lacuna no mercado; o
lançamento de publicações de êxito noutros países; e a aquisição de publicações que já estejam a funcionar no mercado.
Dentro deste tipo de estratégias é habitual que os grupos editoriais se
configurem centrados numa ou várias "famílias de revistas segmentadas".
Normalmente há uma primeira publicação mais generalista que dá origem a
todas as outras. O controlo de todo o segmento através de uma família de
revistas é bastante útil para evitar a entrada de novos concorrentes.
Já no caso da estratégia de desenvolvimento de mercado, o objetivo é
crescer em novos segmentos, diferentes dos atuais, ou comercializar a publicação noutras áreas geográficas. A internacionalização pode ser uma estratégia de desenvolvimento de mercado, apesar de não ser tão praticada.
As alianças e associações, ou seja, a união de forças com outras publicações ou grupos que não sejam concorrência direta, é uma tendência que co-
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meça a ser utilizada para muitos fins. Podem ser feitas com fins publicitários,
criando ações conjuntas em função de campanhas concretas e anunciantes
específicos; também podem ser utilizadas para se aceder a novos mercados.
Estratégias Competitivas
Quanto às estratégias competitivas, encontramos quatro tipos: estratégia
do líder, estratégia do desafiador, estratégia do seguidor e estratégia do especialista (Kotler, 2000).
A estratégia do líder é levada a
cabo pelo líder de cada mercado
ou segmento, que deve atuar em
várias frentes. O líder deve encontrar formas de expandir a procura
total do mercado e deve proteger
(ou tentar aumentar) a sua quota
de mercado, sendo que deve ter,
como ponto de partida, a utilização de todos os instrumentos de marketing
para criar ações defensivas ou ofensivas face aos ataques da concorrência.
Neste último caso, uma possibilidade é utilizar a estratégia de pré-defesa,
lançando um ataque à concorrência antes que esta faça o seu, ou a estratégia de se atacar a si mesmo de forma a diminuir o impacto do ataque da
concorrência.
Os líderes contam com uma série de ameaças que podem fazer oscilar
a sua posição no mercado. Com o tempo, a marca pode começar a ser vista como desatualizada ao aparecerem rivais mais dinâmicos. Também pode
acontecer que os custos de produção disparem e os lucros se ressintam. No
caso dos grandes grupos editoriais, o desenvolvimento de um novo produto é
lento e complexo, o que pode ser bastante prejudicial.
A estratégia do desafiador resume-se a tentar destronar o líder, para o que
são utilizadas estratégias ofensivas. As mais utilizadas no mercado das publicações são o ataque frontal ao líder e o ataque de falhas. No primeiro caso,
desafia-se o líder através de diferentes técnicas de marketing, como um bom
produto para atrair o público, investimentos promocionais ou de publicidade
e redução de preço. No entanto, muitas vezes, o que acaba por acontecer é
que não se ataca o líder do mercado global, mas o líder de segmentos mais
específicos. No caso dos ataques de falhas, não se atacam os pontos fortes
do líder, mas os que não são bem servidos pelo mesmo. Este ataque pode ser
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geográfico ou referente a segmentos que não são bem atendidos pelo líder.
Há vezes em que as publicações líderes fazem determinados movimentos de
reposicionamento, que fazem com que certos espaços fiquem vazios. Nesse
momento, ocupar o espaço vazio pode ser uma estratégia interessante.
Já a estratégia do seguidor trata-se de uma estratégia de imitação, que
pode vir a ser tão rentável como uma estratégia inovadora. É muito provável
que algumas publicações-cópia de determinado produto, ainda que não obtenham a liderança, consigam lucros interessantes.
Por sua vez, a estratégia do especialista em nichos é uma das mais habituais no mercado, especialmente no que diz respeito às revistas. É desenvolvida tanto por pequenos grupos e editoras independentes como por grupos
médios e grandes. Existem nichos em que várias publicações convivem sem
problemas, assim como nichos em que, com apenas uma publicação, o mercado está lotado. A principal vantagem desta estratégia é que a concorrência
raramente terá a tentação de entrar num mercado pequeno que esteja bem
coberto. Nos pequenos nichos, ganha aquele que chegar primeiro e que desempenhe bem o seu trabalho. É difícil que os grandes editoriais queiram
entrar nestes pequenos nichos, por duas razões: a adaptação por partes dos
grandes grupos a revistas com volumes de negócios reduzidos é difícil; e a
elaboração destes produtos requer um toque artesanal, ao qual os grandes
grupos não estão acostumados. Para além disso, a sua estrutura comercial
não está habituada a trabalhar e a negociar com os pequenos anunciantes,
clássicos destes setores. O maior inconveniente da especialização é a possibilidade do setor em que se trabalha entrar em crise.
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4.
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GESTÃO DA MARCA E CANAIS DE
DISTRIBUIÇÃO DE JORNAIS
E REVISTAS
► A definição, importância e poder da marca e as vantagens de uma boa gestão da mesma;
Os canais de distribuição como fatores principais no
sucesso dos jornais e revistas. Os diferentes canais de
distribuição e a sua função.
►
A Marca
Como em outros produtos de grande consumo, a marca de um jornal ou
revista representa um dos seus principais ativos. As marcas são configuradas
em duas dimensões (Montero Rodríguez, 2005): por um lado, são portadoras
de um significado profundo, relacionado com os valores e percepções que
transmitem ao seu público-alvo; por outro, têm uma dimensão gráfica externa
(o nome, símbolo e logótipo) que permitem ao consumidor fazer a diferenciação entre a marca e as suas concorrentes.
O poder de uma marca está na sua capacidade de influenciar o comportamento de
compra, ou seja, na forma como faz com que a
venda se realize.
No caso dos jornais e das revistas podemos constatar que, entre alguns
jornais diários, as capas tratam exatamente dos mesmos temas, no seu
interior encontram-se as mesmas secções, e que em todos eles aparecem
praticamente as mesmas notícias. No entanto, embora a essência seja muito
parecida, existem algumas diferenças de fundo, intencionais e fomentadas,
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que provocam percepções diferentes no público. Assim, percebemos que a
marca serve para diferenciar produtos concorrentes, com uma série de valores
que procuram atrair determinados segmentos de público. As marcas que conseguem esta diferenciação estão em posição de subir a outro nível, que passa
por converter a sua publicação numa marca de referência. E posteriormente,
o que muito poucas marcas conseguem, tornar-se numa marca de culto.
As marcas de referência procuram alcançar um prestígio que as eleve acima do nível médio. Fatores que contribuem para configurar uma marca como
“de referência” são, por exemplo, a sua antiguidade ou o seu prestígio mundial. Algumas publicações convertem-se em marcas de referência por realizarem uma série de atividades que transcendem as puramente informativas,
e que lhes concede grande prestígio. Outra característica das publicações
de referência é o fato dos seus trabalhos jornalísticos serem considerados
fontes, quer por outros meios de comunicação quer por líderes de opinião.
Contudo, existem grandes publicações que são referência no seu setor,
mas nunca alcançam a categoria de marcas de culto. As marcas de culto fazem
parte da própria cultura e da forma de vida da sociedade. Desenvolveram um
marketing que originou um mundo próprio, que só partilham com aqueles que
integram os valores da marca na sua própria personalidade. Estes valores
podem ir desde o espírito de rebeldia ao estatuto social. A estes ingredientes
é necessário juntar uma certa componente de lenda.
Relativamente aos aspetos visuais da marca em jornais e revistas, estes
baseiam-se, na maioria dos casos, no nome da publicação, no tipo de letra
empregue e nas cores utilizadas. São muito poucas as que utilizam como
complemento algum tipo de logótipo visual.
Pode dizer-se que o elemento externo mais importante da marca é o
nome, porque, a longo prazo, uma marca não é mais do que um nome, e a
curto prazo precisa de uma ideia única, ou um conceito novo para sobreviver,
mas que com o tempo desaparece.
Existe uma série de regras normalmente utilizadas para batizar um produto: que seja uma palavra que chame a atenção, de fácil pronunciação,
evocadora, que evite duplos significados, credível e que seja um nome curto
e simples. No caso dos jornais diários prevalecem nomes com o nome próprio
do produto, conceitos jornalísticos, alusões geográficas e o posicionamento
procurado. Já relativamente às revistas encontram-se nomes alusivos à descrição temática, nomes simbólicos ou sugestivos, definições do público-alvo,
a utilização de superlativos, nomes estrangeiros, siglas e relacionados com
determinado objetivo.
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Tanto os nomes dos jornais como os das revistas são normalmente acompanhados de um slogan que complementa e define o significado da publicação, ou proporciona uma informação adicional da mesma. Existem algumas linhas mestras que guiam a procura de um subtítulo, como possibilitar
a utilização do genérico, a definição dos conteúdos, o acréscimo de valor, o
público-alvo e a explicação do posicionamento.
A extensão da marca é uma estratégia que já foi utilizada em alguns casos dentro deste setor específico. Partindo do prestígio e conhecimento de
marca, há editoras que apostam em transportar essa mesma marca (com
algumas variações) para uma nova publicação ou número especial. Procura-se, com isto, o efeito contágio dos valores já conquistados pela publicação
original. As novas publicações que utilizam determinada marca podem beneficiar de duas maneiras: conseguir de forma quase instantânea a boa imagem
da revista original, e por outro lado, conseguir atrair leitores da primeira que
vejam na segunda uma revista complementar.
Outra modalidade de extensão da marca é através da criação de números
extra de venda em separado, logicamente com a mesma marca. Esta é uma
estratégia muito utilizada por alguns dos grandes grupos editoriais, pois permite expor mais informação relevante para o público-alvo, com menor risco
que o lançamento de uma nova publicação.
Contudo, é necessária prudência para não confundir nunca a individualidade de cada publicação. Ao trabalhar as marcas de forma incorreta, a segunda
pode diluir a força da primeira e fazer com que se desperdicem recursos.
Vendas e Canais de Distribuição
A estratégia de vendas é extremamente importante no marketing de jornais e revistas. As publicações dirigidas ao grande público têm geralmente
no quiosque o seu principal canal de venda, ainda que por vezes seja combinado com outras formas como a subscrição, as vendas em bloco, a inclusão
como presente em programas de fidelização e outros sistemas de venda alternativos. No que diz respeito a publicações com públicos mais especializados, opta-se muitas vezes pela subscrição como canal principal, que também
pode ser combinada com outros sistemas.
No caso da distribuição em quiosques e outros pontos de venda física,
o custo para as editoras chega a atingir entre 30% e 40% do preço de capa.
O custo será tanto menor quanto maior for o preço da revista, o seu volume
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de vendas e a sua periodicidade. Para além disso, é necessário ter em conta
que o custo de distribuição de segunda a sábado é superior ao de domingo.
O processo de distribuição consta de dois agentes principais: a distribuidora e o ponto de venda, sendo que a distribuidora serve de intermediária
entre a editora e o ponto de venda. No caso de se tratar de uma publicação
com distribuição a nível nacional, esta tem de passar por uma distribuidora
nacional, que posteriormente a reparte pelas diferentes distribuidoras locais.
DISTRIBUIDORA
NACIONAL
EDITORA
RETALHISTA
GRÁFICA
GROSSISTA
Fluxo de Produto
Vendas, Distribuição, Merchandising e Informação
Fonte: Elaboração Própria
A distribuição perfeita seria aquela em que o número de devoluções fosse
igual a zero e nenhum ponto de venda estivesse esgotado, mas isso ainda
não passa de uma utopia. O principal obstáculo a uma distribuição ótima está
relacionado com a fidelidade do comprador ao ponto de venda e ao título que
adquire. Existem quatro tipos de compradores tendo em conta a publicação,
o lugar e a frequência com que adquirem o exemplar:
• Os compradores fiéis-regulares;
• Os fiéis-irregulares, que compram sempre a mesma publicação mas nem
sempre no mesmo ponto de venda;
• Os infiéis-regulares que compram de maneira intermitente mas sempre
a mesma publicação;
• Os infiéis-irregulares, que compram esporadicamente e em pontos de
venda diferentes.
Outros obstáculos para uma distribuição ótima estão relacionados com
as circunstâncias climáticas, os deslocamentos em épocas festivas ou nas
férias, os acontecimentos imprevistos ou especiais, entre outros.
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Para além do cálculo aproximado da tiragem, a estratégia de distribuição
deve determinar a forma como são distribuídos os exemplares pelos diferentes pontos de venda existentes. Para isso devem ser tomadas duas decisões
fulcrais: uma de seleção e outra de ajuste. A primeira decisão passa por
determinar em que pontos de venda se colocam os exemplares, e a quantidade de exemplares que a atribuir a cada ponto de venda. A segunda faz parte
da estratégia desenvolvida por alguns grupos editoriais e visa a otimização
permanente da distribuição, o que é aconselhável, uma vez que a procura
não é estática mas sim dinâmica.
No caso das subscrições, são mais utilizadas nos segmentos especializados, e muitas vezes chegam a ser o canal de distribuição exclusivo. As
subscrições permitem que se possa cobrar adiantadamente, que a taxa
de produtos não vendidos seja muito mais limitada e que os anunciantes
façam uma melhor aproximação aos cálculos de divulgação antes que se
façam públicos pelos organismos de verificação da divulgação, entre outras
vantagens. Contudo, quase todos os grupos editoriais criticam os correios
como um obstáculo ao desenvolvimento deste canal de distribuição, que
também se traduz numa menor presença da marca nas ruas e num maior
esforço por parte da empresa para fidelizar os consumidores. Daí que nas
campanhas desenvolvidas em publicações que utilizam este canal de distribuição, as duas maiores preocupações sejam a captação de subscritores e a
criação de uma política de fidelização.
Já as vendas em bloco consistem em chegar a acordo com um só cliente
(instituição, associação ou empresa) que contrata uma determinada subscrição coletiva para, posteriormente, reparti-la entre as pessoas que são do
seu interesse. Normalmente, as empresas que recorrem às vendas em bloco
procuram utilizar as subscrições como presente de fidelização para os bons
clientes ou para os seus executivos, sendo que, no caso das associações,
estas recorrem mais a este meio para prestar um serviço aos seus associados. Numa compra em bloco, o normal é que o preço baixe consideravelmente, quando comparado com subscrições habituais. O ponto-chave desta
estratégia está num rastreio do mercado, em busca de clientes que possam
estar interessados neste tipo de compra, como instituições ou organismos
públicos, empresas ou outras entidades que agrupem indivíduos que possam
estar interessados em conteúdos específicos.
Podemos ainda falar de outros sistemas de distribuição, como a distribuição em comércios especializados, a distribuição pública e gratuita em caixas
de correio, a entrega em mão, por exemplo de jornais gratuitos, o vending e
os sistemas mistos de quiosque e suplemento.
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Marketing e Comunicação e Práticas de Gestão de Imprensa
5.
MARKETING DE AUDIÊNCIAS E
VENDA DE PUBLICIDADE NOS
MEDIA
O papel fundamental do estudo das audiências
para o sucesso do negócio e o ciclo de vida da
venda de publicidade nos media;
►
► Aspetos
centrais e cenário atual.
A publicação é um setor bastante interessante, especialmente à luz da
concorrência feroz na esfera global, tornando-se por isso numa das características mais visíveis de uma sociedade capitalista.
Do ponto de vista prático, o papel da publicidade é simples: transmitir uma
mensagem cuja intenção é persuadir os consumidores a comprar determinado produto ou serviço (Moses & Pulverness, 1996). Contudo, como o público-alvo de um anúncio em geral tem pouco interesse intrínseco pelo conteúdo
dessa mensagem, os anunciantes têm de ser cada vez mais inovadores. Na
verdade, a primeira intenção de um anúncio é chamar e manter a atenção do
público-alvo, o que se tem mostrado cada vez mais difícil de alcançar.
No setor dos media, as receitas publicitárias são uma das principais fontes
de rendimento, chegando por vezes a representar 100% do total obtido por rádios e televisões e mais de 50% do obtido por jornais e revistas, desempenhando assim um papel fundamental na estabilidade económica dos mass media.
Hoje, para além de ser necessário avaliar a situação atual e as perspetivas para o futuro, é preciso descobrir o que é que prende o público e as
consequências das suas opções. Para que esta análise seja o mais realista
possível, é necessário ter em conta os novos meios de comunicação emergentes, principalmente a Internet, e o seu impacto social e económico.
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INOVAÇÃO, GESTÃO E DESENVOLVIMENTO DE EDITORAS DE REVISTAS
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Peso da publicidade vs. subscrições
e vendas simples no EUA
Fonte: PWC Financial Survey for MPA, 2005
O conceito de segmentação de mercado é fundamental. Diz-nos que
para a maioria dos produtos existentes, certos indivíduos serão mais possivelmente potenciais consumidores do que outros e por isso, a publicidade
poderá tornar-se mais eficaz quando estes são isolados. A ascensão meteórica da segmentação de mercado tem levado ao aumento dos estudos de
mercado destinados a identificar e caracterizar grupos-alvo de consumidores.
Alternativas de base da
fragmentação do mercado
Cobertura do
mercado
Diferenciação
do programa de
marketing
Total
Parcial
Indiferenciada
Marketing
indiferenciado
Marketing concentrado
indiferenciado
Diferenciada
Marketing diferenciado
Marketing seletivo
diferenciado
Fonte: Becker 2002, p.237
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Marketing e Comunicação e Práticas de Gestão de Imprensa
Como a televisão se revelou bastante eficiente na transmissão de mensagens para o mercado de massas, outros veículos como a imprensa e a rádio
tiveram de se tornar mais especializados e dirigir-se a um público mais específico para sobreviver. A queda mais acentuada verificou-se nas revistas, que
em alguns casos deixaram de existir, não por falta de leitores, mas por terem
sido abandonadas pelos grandes anunciantes.
Mais recentemente, o fenómeno da fragmentação deu-se na televisão,
com o crescimento da televisão por cabo e o aumento exponencial de canais.
Do ponto de vista de um anunciante, a televisão deixou de ser só mais um
meio para o público de massas, passando a ser utilizada para focalizar
segmentos específicos de mercado.
Um dos problemas mais antigos é a saturação dos consumidores face à
publicidade; contudo, a publicidade é uma peça fundamental para o sucesso
de um produto ou serviço. Para que a barreira da saturação vigente seja
ultrapassada, é necessário criar anúncios mais atraentes e ousados, para
chamar e manter a atenção dos consumidores, para que a mensagem seja
transmitida.
Em sintonia com a saturação, temos hoje o problema da expansão do
número de canais de comunicação, uma “faca de dois gumes”, sendo necessária a aquisição rápida de melhores instrumentos que permitam compreender o valor dos diferentes media e assim combater a parte problemática da
questão.
É curioso ver como a publicidade desempenhou um papel crucial na difusão e crescimento dos meios de comunicação, ao mesmo tempo que se foi
tornando numa fonte de rendimento essencial para esses meios.
A participação da publicidade nos media manteve-se relativamente inalterada durante décadas. No entanto, sempre que surgia um novo meio de
comunicação, os media anteriores sofriam quebras consideráveis. Com o
advento das tendências mais atuais como a Internet, o ciclo repete-se.
Assim, o novo mundo dos meios de comunicação está estritamente ligado
à publicidade. O crescimento exponencial que se tem observado no setor faz
com que não só surjam frequentemente novos meios de comunicação, como
se instalem no quotidiano das populações de forma permanente e quase vital.
Como sempre, mas mais ainda nos nossos dias, o marketing de audiências é tremendamente importante para examinar as características demográficas, geográficas e psicográficas da audiência-alvo atual e potencial.
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INOVAÇÃO, GESTÃO E DESENVOLVIMENTO DE EDITORAS DE REVISTAS
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Os gestores dos meios de comunicação devem conhecer a forma como
os agentes de publicidade utilizam o marketing de audiências, para desenvolverem caminhos eficazes na venda de tempo ou espaços de publicidade.
O marketing de audiências é utilizado para decidir como será gasto determinado orçamento publicitário, quanto é gasto pela concorrência, quantas
pessoas da audiência verão o anúncio, quando e como colocar o anúncio
de forma a captar a atenção da audiência, e que meio de comunicação será
utilizado.
Eficácia dos diferentes media nos
processos de publicidade e compra
Atenção
Interesse
Melhor servidos
pela rádio e pela
televisão
Decisão
Melhor servidos por
jornais, revistas e
marketing direto
Lealdade
Melhor servida por
marketing direto,
online, sms
Fonte: Robert G. Picard.
Os gestores dos media podem por vezes realizar um primeiro estudo
relativo à audiência. Os tipos de pesquisa utilizados neste sentido incluem
estudos de circulação, do leitor e de publicidade. Os estudos de circulação
revelam a quota de mercado do jornal em questão e as áreas de potencial
crescimento da circulação. Os estudos relacionados com o leitor descrevem
o tipo de população que vive na zona-alvo, quem lê jornais, as secções por
que mais se interessam e os benefícios que obtêm por ler determinada publicação. Por último, os estudos relacionados com a publicidade revelam os
meios de comunicação a ser utilizados, o tempo e o espaço preferencial para
a difusão da publicidade.
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Marketing e Comunicação e Práticas de Gestão de Imprensa
Estudo de Caso
O sucesso da revista Amelia mostra que nem sempre as verdades desta
indústria são sagradas. Os criadores da revista tomaram algumas decisões
em relação às quais muitas pessoas se mostraram céticas. Por exemplo, a
indústria defendia que:
• Uma revista para mulheres de 30 anos não resultaria; as mulheres desta
faixa etária estariam demasiado envolvidas com as suas famílias e com a sua
carreira para terem tempo para ler.
• As pessoas não iriam comprar uma revista bimensal porque não seriam
capazes de acompanhar este género de periodicidade. Não existiam revistas
com esta periodicidade.
• Não havia nenhuma forma de fazer com que uma revista lançada em
Abril, Setembro e Janeiro funcionasse.
O que correu melhor no lançamento desta revista foi o facto de os editores
terem sido extremamente cautelosos quanto às estimativas de circulação da
revista Amelia e à sua potencial publicidade. Isso significou entrar num número de acordos anuais que, em certos casos, resultaram em receitas mais
baixas.
O sucesso de Amelia deveu-se a diversas razões, sendo as mais importantes uma boa ideia editorial e um editor-chefe com pretensões de tornar as
suas ideias realidade. O timing também foi importante. A revista foi uma lufada de ar fresco no mercado sueco, na altura bastante estático. O tom único
da revista foi decisivo, mas a cooperação intensiva e pouco usual entre as
várias divisões do grupo envolvidas com a revista também foi bastante importante. Tudo isto contribuiu positivamente para o sucesso. Todas as divisões
(de gestão, editorial, financeira, técnica, de marketing e publicidade) fizeram
juntas um excelente trabalho.
Posteriormente começou a ser desenvolvida a marca Amelia e foram criados alguns números únicos e edições especiais, que resultaram em números
de vendas bastante bons. Nesta categoria incluíra-se: “Amelia Noivas e Casamentos”, “Amelia à espera de Bebé” e “Natal de Amelia”.
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Questões:
1. Encontra algum paralelo deste caso no mercado português? Se sim,
qual? Se não, qual pensa ser a explicação?
2. Utilize os dados disponíveis para elaborar um quadro de análise SWOT
correspondente à fase de lançamento da revista.
Exercícios
1. Nos finais de 2004, a revista Hola!, líder de segmento de revistas cor-de-rosa em Espanha, teve de defender a sua posição face ao lançamento
da revista Gala. A editora de Gala criou uma joint-venture para lançar a revista em Espanha e competir no mercado de publicações cor-de-rosa de alta
gama, com um tratamento dos temas sem escândalos e com um estilo humano e amável. Tratava-se de um posicionamento liderado em Espanha pela
revista Hola!. Imagine qual terá sido a estratégia utilizada pela revista Gala e
qual a defesa da revista Hola!
2. De que forma anunciaria um filme como O estranho caso de Benjamin Button? Identifique a audiência-alvo e o tipo de programas de televisão,
programas de rádio, revistas e jornais que utilizaria de forma a atingir essa
audiência eficazmente.
3. Questione-se sobre as questões que se seguem e posteriormente discuta-as em grupo, não esquecendo que as respostas devem variar de acordo
com o produto.
A – Se quisesse comprar um produto dos media particular (p. ex. um vídeo
ou um jornal) e o seu fornecedor local estivesse esgotado, o que faria?
a) Estabelecia um acordo com o fornecedor.
b) Procurava o produto noutro local.
c) Comprava um produto alternativo.
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Marketing e Comunicação e Práticas de Gestão de Imprensa
B – Qual das seguintes coisas o atrai a comprar um jornal que normalmente não compra:
a) O impacto visual da capa.
b) A fotografia da capa.
c) Detalhes de algum artigo / características especiais.
d) Presentes ou ofertas ocasionais.
4. Escolha um jornal local, um jornal nacional e uma revista semanal, e recorte artigos de cada um deles que pense ilustrarem os critérios geográficos,
pessoais e de interesse específico. Explique a sua escolha.
5. Imagine que era necessário realizar um estudo de mercado relativamente às audiências dos media e à sua opinião sobre publicidade. Quais seriam as vantagens de utilizar questionários, em comparação com entrevistas
estruturadas:
A. Para o publicitário?
B. Para os inquiridos?
6. Suponha que está a pensar lançar uma revista de viagens e pretende
conhecer melhor o mercado. Recorra ao site da Associação Portuguesa para
o Controlo da Tiragem e Circulação para responder às seguintes questões:
quais são os principais atores do segmento? Como tem evoluído o setor?
7. Partindo do mesmo pressuposto da pergunta anterior, visite o site da
Marktest. Estude os produtos e serviços disponíveis. Se só tivesse orçamento para pagar um deles, qual escolheria? Discuta a sua resposta em grupo.
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CAPÍTULO II
COMERCIALIZAÇÃO DE SERVIÇOS E
PUBLICIDADE EM JORNAIS E REVISTAS
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INOVAÇÃO, GESTÃO E DESENVOLVIMENTO DE EDITORAS DE REVISTAS
1.
53
ESTRUTURA COMERCIAL DO
MERCADO DA PUBLICIDADE
E INFORMAÇÃO
O clima, cenário e os momentos em que a
publicidade e a informação se cruzam;
►
As diferentes fases do processo de comercialização, a distribuição e os novos desafios.
►
Uma boa comercialização é imprescindível para que uma revista e outros
projetos editoriais cheguem ao seu público leitor.
O papel das vendas e da distribuição é decisivo para o êxito destes produtos, implicando a escolha dos intermediários e das funções que realizam, as
várias possibilidades estratégicas e as complexas relações que se estabelecem entre os elementos integrantes do canal de distribuição.
A dimensão física dos canais de distribuição é também um aspeto fundamental, pois permite pôr os produtos à disposição dos consumidores no momento, lugar e forma adequados, para além de melhorar o posicionamento da
empresa face aos seus competidores.
A venda é uma das principais atividades de marketing nas empresas, pelo
que a sua organização e gestão são essenciais para o cumprimento dos objetivos estratégicos.
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Comercialização de Serviços e Publicidade em Jornais e Revistas
Atores e mercados da
economia dos media
Mercados
dos media
Empresas de
media
Mercados para
bens das redações
Consumidores de
media e de bens
de consumo
Mercados da Publicidade
Produtores e
detentores de
direitos
Mercados
de bens de
consumo
Produtores de
bens de consumo
Mercados
de bens
publicitários
Produtores e
agências de
publicidade
Fonte: Pethig 2003, p. 144
O processo comercial tem as seguintes fases:
• Procura de potenciais clientes;
• Identificação do potencial cliente;
• Apresentação do produto/serviço;
• Informação adicional;
• Realização da venda;
• Serviço pós-venda.
Quando analisamos a comercialização, devemos ter em conta outros fatores, que não estão dentro da empresa mas que afetam o seu êxito. Estes
fatores são:
• Descontos;
• Devoluções;
• Portes;
• Intermediários;
• Perigos e oportunidades do setor.
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Pode definir-se o canal de distribuição como a empresa envolvida no processo de fazer com que um produto esteja disponível para uso ou consumo.
Tendo em conta a sua natureza, podemos diferenciar os seguintes canais:
• Quiosques e lojas de revistas;
• Grandes armazéns;
• Hipermercados (ou grandes superfícies);
• Livrarias;
• Cadeias de livrarias;
• Outros.
As uniões entre editores e canais de venda para fazer ações conjuntas de
marketing têm vindo a intensificar-se nos últimos anos. A esta união dá-se o
nome de trade-marketing, que pode ser definido como o conjunto de ações
que se realizam no ponto de venda para favorecer o escoamento do produto
comercializado.
Podemos considerar como vantagens do trade-marketing o conhecimento
do cliente, a sua maior satisfação e a corresponsabilidade. As ações podem
passar por folhetos, boletins e revistas, flyers, compra de espaços, expositores, decorações, materiais de PLV, móveis, co-advertising, descontos, promoções, materiais para novidades e merchandising.
Por sua vez, a distribuição física inclui todas as atividades relacionadas
com o movimento dos produtos, desde o final do fabrico até ao consumidor.
Estas atividades compreendem o transporte, armazenamento, manuseamento, controlo de inventários, localização de armazéns, processamento de pedidos e devoluções, previsão de mercado e serviço de apoio ao consumidor.
O objetivo da distribuição física é proporcionar
um bom serviço ao cliente a um preço razoável.
O nível de serviço ao cliente pode determinar-se
em função dos dias transcorridos desde o pedido
até à recepção da mercadoria. A cada nível de
serviço corresponde um nível de custo diferente.
Os componentes de um sistema de distribuição podem classificar-se em cinco grandes grupos:
• Localização de meios;
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Comercialização de Serviços e Publicidade em Jornais e Revistas
• Capacidade de transporte;
• Concessão de inventários;
• Fluxo de comunicações;
• Estandardização física.
A crise como Oportunidade
Não é possível esquecer que os media atravessam neste momento uma
das maiores crises das últimas décadas. A difusão de jornais diminui, a televisão nunca viu shares de audiências tão reduzidos, os investimentos publicitários decrescem e prevê-se que continuem nesse sentido até 2010. É importante relembrar que esta é uma fase não só de problemas, mas também de
oportunidades que é fundamental aproveitar (Pérez-Latre, 2009).
Vendas a
Retalho
Produto Interno:
Bruto
Vendas
publicitárias
As vendas publicitárias estão ligadas às condições económicas globais.
Fonte: Robert G. Picard
Um dos melhores exemplos do aproveitamento destas novas oportunidades é a Google. Acaba de lançar com êxito novos produtos, lidera o ranking
de valorização de marcas e é um lugar de passagem obrigatória para os
anunciantes na rede. A Google não dá sinais de reduzir a sua relevância e
continua a inovar, distanciando assim a sua concorrência.
As ideias vão continuar a navegar na Net, que hoje se configura como um
espaço privilegiado para a difusão de modas e marcas, com possibilidades
sem precedentes para a mobilização e participação dos usuários. Contudo,
paradoxalmente, a fiabilidade da Internet é constantemente posta em causa
devido à diversidade de material publicado, que de certa forma se acaba por
igualar só pelo simples facto de aparecer na Net.
Os chamados “velhos media” atravessam não só uma mudança de ciclo
como também uma verdadeira transformação. A crise dos jornais intensifica-se,
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as revistas perdem relevância com setores inteiros
“contra a parede”, a televisão terrestre perde cada vez
mais público e as audiências são lideradas por valores
à volta dos 18%, a poucos meses de um apagão
analógico que não parece entusiasmar o setor.
Por seu lado, a imprensa tinha posto toda a sua esperança na Net, mas
ao apostar num modelo gratuito não consegue gerar o mesmo volume de
anúncios publicitários que gerava o papel: a rentabilidade continua a parecer
um sonho longínquo. De todas as formas, a crise respeitará os meios
imprescindíveis pela sua qualidade, como é o caso do jornal “The Economist”.
Publicidade nas Redes Sociais, Telemóveis e Internet
Focos incessantes de inovação e criação de conteúdos, como o Facebook,
Twitter, MySpace, Flickr, YouTube, criam comunidades devido à sua
aproximação à vida das pessoas. Com informação sem precedentes sobre
o estilo de vida dos seus usuários, as redes sociais têm cativado o interesse
do mercado publicitário. As audiências são massivas, mas os investimentos
publicitários continuam abaixo do seu potencial, provavelmente porque estas
redes incidem sobre a vida pessoal e invadem território que alguns usuários
querem livre de exploração comercial. São frequentemente um verdadeiro
fenómeno, mas, no entanto, não são um negócio. Nestas redes, entender a
relação é mais importante do que a tecnologia. O seu êxito vai continuar e
começa a surgir uma tendência para a especialização dos seus conteúdos,
em paralelo com uma crescente procura de modelos de negócio que rentabilizem audiências multimilionárias.
A chamada “geração 3G” abarca também ela um
caráter omnipresente e é essa característica que a
converte num sonho para os anunciantes. A publicidade continua a não ser muito bem recebida; mas
num meio que nos acompanha constantemente, os
anúncios estão destinados a continuar a sua escalada.
Já a Internet goza de boa saúde publicitária e rapidamente se vai converter no terceiro meio publicitário, atrás apenas da televisão e dos jornais.
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Comercialização de Serviços e Publicidade em Jornais e Revistas
Uma mudança no mapa dos media:
EU-15 Media share 1994-2007
Media
1994
2007
Mudança
Jornais
37.8
32.6
-5.2
Revistas
17
14.8
-2.2
TV
27.8
31.6
3.8
Rádio
4.3
5.2
0.9
Outdoor
4.6
6.2
1.6
Internet
-
8.7
8.7
Fonte: Francisco J. Pérez-Latre
As experiências de processos e formatos vão continuar, pelo que é cada
vez mais necessário melhorar a qualidade da medição de audiências. Mas
só em poucos casos é que o investimento publicitário na Internet alcança
os 10% (face aos 45% da televisão, por exemplo), e o modelo online não
será suficiente para superar as carências dos meios tradicionais. Contudo, a
tendência para uma maior colaboração e criação de conteúdos pelos usuários
garante o futuro imediato.
Fenómenos como Cristiano Ronaldo, Rafael Nadal e Barak Obama,
voltam a sublinhar que os famosos e os eventos nunca são interrupção; grandes acontecimentos televisivos são crescentemente aproveitados para fins
publicitários cada vez mais rentáveis.
Num ambiente de crescente mobilidade e abundância de substitutos dos
meios tradicionais, o público deixou de esperar sentado pelos meios, como
demonstram o YouTube e o MySpace. Este paradigma emergente já é e continuará a ser uma fonte de inovações, e à medida que as tecnologias como os
DVR avançam, vai ser cada vez mais fácil de aceder a estes meios.
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2.
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AS AGÊNCIAS DE PUBLICIDADE,
CENTRAIS E COMUNICAÇÃO
SOCIAL
O panorama geral da publicidade como negócio
ao longo das últimas décadas;
►
O papel da publicidade, das centrais e da comunicação social e os obstáculos atuais.
►
Panorama Geral da Publicidade
As agências de publicidade consistem em negócios de prestação de serviços cuja prosperidade é diretamente determinada pela prosperidade dos
seus clientes, os anunciantes (Jones, 2003). Invariavelmente, os grandes
anunciantes utilizam diversas agências, sendo cada uma delas responsável
por marcas diferentes. Este facto facilita a comparação, por parte dos anunciantes, do desempenho das agências, fator que contribui para a natureza
altamente competitiva do negócio publicitário.
Os anos 80 e 90 assistiram ao nascimento de vários conglomerados de
agências. Tais fusões deram-se com o propósito de gerar uma economia de
escala, tendo em vista proteger as receitas das agências dos problemas de
mercado. Esta foi uma resposta tardia para a falta de crescimento da publicidade nos anos 70. Mas mais importante que isso é o facto de estas fusões
terem consistido numa tentativa de gerar receita adicional, como resposta à
pressão causada pelo declínio da faturação das agências.
Os maiores conglomerados são todos internacionais e são maioritariamente constituídos por empresas abertas. As empresas que compõem os
grupos globais são administradas separadamente e portanto, teoricamente,
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Comercialização de Serviços e Publicidade em Jornais e Revistas
operam competindo entre si. Mas, à exceção do Japão, é praticamente impossível que os clientes de uma agência pertencente a um grupo conglomerado permitam que outras agências desse mesmo grupo tratem de negócios
dos concorrentes. Esta situação tende a permanecer, e na verdade, pode
até piorar, na medida em que os conglomerados continuam a adquirir novas
agências e a expandir geograficamente a sua área de atuação.
Atores de processo de comercialização
das empresas de media
Empresas de media
Comercialização
Tipo de vendedor
Agências de publicidade
(Criação de media)
Clientes de
publicidade
Fonte: Bellieno Consulting in: Karle 2006, p.61
Todas estas organizações têm identidades e culturas fortes, cuidadosa
e ciosamente preservadas. No entanto, paradoxalmente, apresentam mais
parecenças do que diferenças na organização, nos procedimentos de planeamento e nas orientações profissionais.
Para além deste tipo de grandes agências, existe um número muito maior de
pequenas agências em todo o mundo. Estas realizam frequentemente um trabalho tão eficaz e tão admirável quanto as grandes. Contudo, as grandes agências possuem mais recursos e maior poder de alcance em relação aos clientes.
O principal problema com o qual as agências se deparam atualmente
incide sobre o crescimento lento, devido à natureza normalmente estática
dos mercados de bens de consumo, aliado à pressão descendente sobre a
receita empresarial, por faturação em milhões de dólares. As grandes agências devem, portanto, demonstrar que a publicidade pode, de facto, ter uma
influência muito mais significativa nas marcas dos seus clientes. Para além
disso, devem demonstrar que são capazes de desenvolver sistemas novos
que possam auxiliar a conquista de folhas de serviço melhores, com mais
sucessos e menos fracassos.
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Força de concorrência e as suas
implicações na área das agências
Concorrentes potenciais
Ameaça através de
Agências de new
corners
Força de negociação
do meio de publicidade
independentemente do
media em questão
Concorrentes na mesma área
Rivalidade de Fornecedores
estabelecidos
Fornecedor
Força de negociação
das empresas de
anunciantes
Consumidor
agências de networking
Ameaça através da
deliberação das
empresas
Concorrentes potenciais
Fonte: Posselt/Türk 2001, p.153
Podemos considerar cinco elementos centrais na administração das agências de publicidade:
• Estratégia;
• Operações;
• Cultura;
• Trabalho;
• Recompensas.
As agências que se destacam e têm sucesso são as que pautam o seu
negócio pela aplicação rotineira mas altamente competente desses princípios
básicos, uma vez que, desta forma, conseguem combater melhor as pressões e as prioridades conflituosas adjacentes ao negócio.
Seja qual for o tipo de agência, de publicidade, relações públicas, promoção de vendas, marketing direto, a responsabilidade da administração é
inegável quando a meta é a comunicação integrada.
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Comercialização de Serviços e Publicidade em Jornais e Revistas
Comunicação Integrada
Historicamente, muitas agências fizeram com que o trabalho se desviasse
para a publicidade com os chamados serviços de “segunda linha”, tais como
as relações públicas, o marketing direto, promoção de vendas e material de
suporte/acompanhamento, garantindo a retaguarda. A dominância da publicidade deve-se não só ao facto de se tratar da função de origem das agências,
mas também por razões económicas, porque, dentro dos vários serviços de
comunicação incluídos num plano integrado, revela-se o de trabalho menos
intensivo. Se se combinarem os baixos níveis relativos ao trabalho com as
simpáticas taxas de receita daí provenientes, constata-se que o resultado é
uma margem de lucro muito favorável. Resumindo: é o serviço mais proveitoso.
No entanto, a centralização não contempla os interesses dos maiores
clientes, os quais acreditam que a comunicação integrada fortalece a sua
capacidade de competir no mercado. Para além disso, os clientes acreditam
ainda que a maioria das agências não está comprometida com o fornecimento eficaz de serviços integrados, o que faz com que prefiram ser os próprios
a fazer a integração e trabalhar com provedores diferentes.
Campos possíveis de ações do
marketing de editores integradas
Redação
- Investimento em discursos/conferências
- Atividades de moderador
- Investimento em Simpósios
- Eventos diversos
- Desenvolvimento partilhado de novos conceitos
de produto para media
impressos ou online
- Construção de possibilidades de diálogo com o
cliente (Fóruns, Blogs)
Departamento de
Publicidade
- Compra personalizada
através de serviços externos
- Planeamento de temas
- Prospectos de atividades
diversas
- Direct-mail
- Temas especiais e ações
(ex. Evento de desporto)
- Aconselhamento de clientes privados ou de clientes
de empresa
Departamento de
distribuição e vendas
- Publicidade para Assinaturas
- Participação em feiras
- Compra personalizada
- Aconselhamento do
Cliente no sector das
assinaturas
- Concorrência de compra na venda de retalho
Fonte: Elaboração Própria
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INOVAÇÃO, GESTÃO E DESENVOLVIMENTO DE EDITORAS DE REVISTAS
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Ao mesmo tempo que as agências reconhecem o que os seus clientes
desejam, atualmente estão a passar das remunerações baseadas em comissões para as remunerações em honorários. Como as verbas dos media
baixaram e as expectativas por parte dos clientes não, as agências veem-se
obrigadas a adotar cada vez mais taxas de serviços em que a remuneração
se baseia no número total de horas para realizar o trabalho. Consequentemente, muitas agências estão agora a oferecer serviços integrados, ao passo
que no passado eram indiferentes ou muito resistentes a essa ideia.
A Importância da Criatividade
A característica que os clientes julgam ser a mais valiosa nas agências
de publicidade é a sua capacidade de imaginar coisas: novos produtos, personalidades de marcas, extensões de marcas, ideias de publicidade, novas
maneiras de alcançar as pessoas e novas estratégias.
Podemos ficar a conhecer os processos utilizados, as metodologias, os
sistemas de avaliação e os muitos sucessos, podemos ficar a saber o que
é que as agências fazem antes de ter uma ideia e o que elas fazem depois,
mas nunca se conseguirá saber como é que se teve a ideia. Na criação de
um trabalho de arte não existe nenhum problema a ser resolvido, mas no
pensamento científico e na criação de publicidade, existe – ou um problema
a ser resolvido, ou uma tarefa a ser realizada. Quem trabalha em agências de
publicidade muitas vezes gostaria de ter mais liberdade. No entanto, é essa
falta de liberdade, condicionada através do briefing, que acaba por fornecer o
estímulo para a invenção. Assim, a função do briefing não passa apenas por
garantir a relevância, mas também incentivar o raciocínio original.
Por estas razões, existe uma grande necessidade de ser claro e exato
relativamente às funções a desempenhar.
O Plano de Comunicação
Aumentar as vendas não é uma função direta da publicidade. A sua função
direta é conseguir mudanças de atitudes e comportamentos, que por hipótese
irão aumentar as vendas. A essência da atividade publicitária é, então, pôr as
pessoas em contacto com determinados produtos e serviços. O público e
os produtos entram em relação através dos media, seguindo os princípios
próprios da comunicação persuasiva.
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Uma revista desconhecida para o leitor é uma revista que o consumidor
não irá procurar e que dificilmente chegará a adquirir.
Uma editora dispõe de diversas ferramentas de comunicação através das
quais se relaciona com o mercado. Este conjunto de técnicas vão permitir
criar uma atitude positiva relativamente à revista, e conseguir que as pessoas
que compõem o público-alvo da empresa acabem por adotar o produto em
questão.
A comunicação integrada de marketing tem como objetivo desenvolver
um programa de comunicação no qual diferentes atividades foram estrategicamente definidas para contribuir de uma forma sinérgica para o alcance dos
objetivos de marketing, através de uma só mensagem. Para que tal aconteça,
consideram-se todas as fontes de contato com o público-alvo, canais úteis na
sua transmissão.
Para que a comunicação com a audiência-alvo seja adequada, é necessário compreender o modo como se desenvolve o processo de comunicação,
no qual intervêm os seguintes elementos: emissor, codificação, mensagem,
meio, interpretação, recetor, resposta, realimentação e ruído.
Devem ainda ser considerados os seguintes aspetos:
• A audiência destinatária da comunicação;
• Os efeitos que devem ser provocados;
• A mensagem de marketing;
• Os canais de comunicação;
• O apresentador da mensagem.
A atividade de comunicação de uma empresa deve ser planificada e seguir os seguintes passos:
• Determinação do público-alvo;
• Fixação dos objetivos da comunicação;
• Desenho da estratégia de comunicação;
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INOVAÇÃO, GESTÃO E DESENVOLVIMENTO DE EDITORAS DE REVISTAS
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• Decisões sobre o mix de comunicação;
• Pressuposto da comunicação;
• Execução e controlo.
Forte integração
do cliente
Marketing para o
cliente habitual
Marketing one to one
Fraca integração
do cliente
Opções estratégicas do desenvolvimento
personalizado do mercado
Desenvolvimento do mercado
estandardização
Marketing relacional
Fraca interação
com o cliente
Forte interação
com o cliente
Fonte: Hildebrand 1997, p.41
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3.
PERFIS E ASPECTOS COMPORTAMENTAIS E PSICOLÓGICOS
DA VENDA
O estudo do mercado dos consumidores de produtos e serviços;
►
Fatores comportamentais, culturais, situacionais
e psicológicos como antecedentes da compra. O
processo de decisão de compra.
►
Para uma editora, conhecer o comportamento do consumidor como leitor
de revistas é fundamental, uma vez que esta é a base para as atividades de
marketing. Torna-se imprescindível compreender as atuações de qualquer
consumidor e este deve estar presente em cada uma das decisões de um
projeto editorial.
Dentro do mercado de consumidores de produtos e serviços, algumas
perguntas devem ser elaboradas para que se possa identificar corretamente
qual a ação de marketing a adotar.
• Quem são os consumidores?
• Onde estão?
• O que pensam?
• Como se sentem?
• O que compram?
• Quando compram?
• Por que compram?
• Como compram?
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Deve ter-se em consideração que as pessoas estão mais ou menos dispostas a consumir, dependendo de outros fatores:
• Económicos;
• Tecnológicos;
• Políticos;
• Culturais.
Esta pode ser considerada uma abordagem preliminar dos aspetos psicológicos de compra, consumo e uso, que estão diretamente vinculados às
características e comportamentos do consumidor. Devemos portanto analisar
o processo que leva à decisão de compra.
As pessoas estão motivadas para adquirir determinados produtos, não
apenas pela necessidade, mas também pela oportunidade, moda, status,
vantagens e pelas próprias expectativas de vida, pelo que estes fatores irão
interferir diretamente na:
• Escolha do produto;
• Escolha da marca;
• Escolha do revendedor;
• Momento da compra;
• Quantidade da compra.
Os 4 P’s
Os fatores que estimulam a compra são os chamados 4 P’s do marketing:
Produto, Preço, Praça (local) e Promoção.
Por sua vez, os fatores que influenciam o comportamento dos consumidores podem ser:
• Culturais – cultura, subcultura (judeus, orientais, artesãos), classe social.
• Sociais – grupos de referência, família, papéis e posições sociais.
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• Pessoais – idade, ciclo de vida, ocupação, condições económicas, estilo
de vida, personalidade, autoconceito.
• Psicológicos – motivação, percepção, aprendizagem, crenças, atitudes.
Deve ainda ser feita uma análise dos consumidores pelo ciclo de vida. No
quadro que se segue estão descritos os quatro pilares fundamentais deste
tipo de análise.
Atividades
Interesses
Opiniões
(conceitos)
Demografia
Profissão (mais
que uma),
hobbies, eventos
sociais, férias,
entretenimento,
comunidade,
compras,
desportos, etc.
Família, lar,
trabalho,
recriação, moda,
alimentação,
media,
realizações.
Autocrítica,
assuntos pessoais,
política, negócios,
economia,
educação,
produtos, futuro,
cultura.
Idade, educação,
renda, ocupação,
tamanho da
família, morada,
tamanho do local
onde vive.
Fonte: Elaboração Própria
Segundo alguns estudos e pesquisas realizados ao longo dos anos, foram
identificados oito estilos de vida que foram os mais observados no comportamento das pessoas, pelo que as estratégias de marketing devem ser
apropriadas para cada um desses estilos. São eles:
1. Modernizadores (alta renda);
2. Satisfeitos (maduros, práticos);
3. Crédulos (conservadores e previsíveis);
4. Realizadores (status e sucesso – estrelas);
5. Batalhadores (padrões e estilos próprios);
6. Experimentadores (consumistas);
7. Criadores (rotineiros, práticos e metódicos);
8. Lutadores (sem poder de compra, mas que são leais às marcas).
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Já no que diz respeito à personalidade e ao autoconceito dos consumidores, pode dizer-se que se baseiam nos seguintes traços de comportamento:
• Autoconfiança;
• Filiação;
• Domínio;
• Agressividade;
• Autonomia;
• Estabilidade emocional;
• Mudança;
• Realização;
• Deferência;
• Ordem;
• Respeito;
• Adaptação;
• Sociabilidade;
• Criatividade.
• Defesa;
O processo de decisão de compra também está dependente de algumas
características bastante específicas. Alguns consumidores, na faixa etária entre os 13 e os 25 anos de idade, estão dispostos a comprar pelo menos 40%
dos ténis da moda e ainda influenciam outros 10% por meio da propaganda
boca a boca. A questão que se coloca referente ao processo de decisão de
compra é: o que é que leva as pessoas a comprar?
Consumidores-chave
A decisão de compra está nas mãos de alguns tipos de consumidores, que
agem segundo a sua personalidade, os seus valores e as suas referências.
A estes “consumidores-chave” podemos defini-los segundo 5 estilos específicos.
A. Iniciador – aquele que sugere e tem ideias;
B. Influenciador – o líder que leva um grupo à tomada de decisão;
C. Decisor – geralmente são os pais, responsáveis por determinado grupo;
D. Comprador – aquele que age segundo as suas motivações;
E. Usuário – aquele que consome (nem sempre compra).
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O processo de compra fundamenta-se numa sequência que podemos dividir em cinco fases ou procedimentos – reconhecimento do problema, busca
de informações, avaliação de alternativas, decisão de compra e comportamento pós-compra – que se passa a descrever:
Processo de Compra:
RECONHECIMENTO DO PROBLEMA
O estado real em que o indivíduo se encontra face ao estado
desejado com base nas suas expectativas, desejos e sonhos.
Inicialmente há um estímulo interno, que será também influenciado por estímulos externos advindos da propaganda, segundo
status, conforto e vantagens.
BUSCA DE INFORMAÇÕES
Num primeiro instante o indivíduo não está atento, mas depois passa a interessar-se e a preocupar-se e quer mais detalhes (Serve? Funciona? Ajuda? Melhora? Facilita?). Procura
respostas no seu meio social e comercial e na opinião pública.
AVALIAÇÃO DE ALTERNATIVAS
Uma vez interessado, o indivíduo parte para a fase da escolha, com base nas comparações e alternativas, quando procura
vantagens, benefícios, atributos, aplicabilidade, crenças, marcas, até à avaliação final.
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DECISÃO DE COMPRA
A decisão de compra é pessoal e individual, quando um indivíduo escolhe um produto no meio de um grupo, tendo, no
entanto, em conta a opinião dos outros. De qualquer modo, a
intenção é o principal fator, podendo sempre ser abalada por
fatores imprevistos (salário, doença, crise) e o medo do risco.
COMPORTAMENTO PÓS-COMPRA
Este é o chamado momento pós-venda, em que é necessário
saber se as expectativas foram atingidas ou não. Lidando com a
verdade e a resposta positiva é possível saber quando é que o
consumidor/usuário voltará a comprar e divulgar.
Fonte: Elaboração Própria
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Comercialização de Serviços e Publicidade em Jornais e Revistas
4.
VENDA DE PUBLICIDADE EM
MEIOS IMPRESSOS E MEIOS
DIGITAIS
As diferenças existentes entre a venda de publicidade em meios impressos e meios digitais;
►
►A
necessidade de adaptar a publicidade
aos dois tipos de meios na situação atual e as
novas ferramentas.
O Mix de Comunicação
Para informar, persuadir e recordar os consumidores, o responsável de
marketing tem à sua disposição diversos instrumentos:
• Venda pessoal;
• Publicidade;
• Promoção de vendas;
• Relações públicas;
• Patrocínios;
• Marketing direto;
• Internet.
É necessário combiná-los, ou seja, fazer um mix de comunicação. Convém gerir e coordenar todos estes instrumentos como um todo integrado, e
não como se fossem elementos desconexos e independentes.
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A venda pessoal pode-se definir como o processo interpessoal durante o qual o vendedor descobre e satisfaz as
necessidades do cliente, e que está baseado num benefício
mútuo, sustentável a largo prazo.
Esta é uma forma de comunicação em que o papel do
vendedor deve centrar-se em descobrir e satisfazer as necessidades do cliente, ou seja, orientada para o cliente.
O meio para conseguir este fim é o estabelecimento de relações sustentáveis entre vendedor e cliente, respondendo a uma orientação de marketing
de relações.
O vendedor atual:
• Transforma-se no diretor da oferta de valor para o cliente;
• Converte-se num defensor do cliente;
• Converte-se num importante recurso para a empresa, nas suas políticas e estratégias para o desenvolvimento de produtos.
A comunicação interna tem tanta ou mais importância do que a externa.
O departamento de Marketing deve dar a conhecer à sua rede comercial
cada uma das suas ações, assim como facilitar-lhes ferramentas para a sua
formação em relação ao produto.
A publicidade é um processo de comunicação que, de um modo impessoal, remunerado e controlado, utiliza os meios de comunicação massiva
para dar a conhecer um bem, serviço, ideia ou instituição.
O seu principal objetivo é dar informação que, com a ajuda da persuasão,
desperte uma atitude favorável face aos bens e serviços da empresa, e finalmente provoque a sua compra.
A publicidade induz mudanças de conduta, de opinião ou de atitude por
parte do consumidor, atuando sobre as variáveis internas que influenciam o
seu comportamento: a percepção, a aprendizagem, a motivação, as atitudes
e a personalidade.
Para evitar erros na comunicação e minimizar o ruído é importante seguir
um método ordenado: estratégia publicitária, briefing, estratégia criativa e estratégia de difusão.
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Os meios publicitários são:
• Diários;
• Suplementos;
• Revistas;
• Imprensa gratuita;
• Rádio;
• Cinema;
• Televisão;
• Publicidade exterior;
• Publicidade no ponto de venda;
• Internet.
A promoção de vendas define-se como um conjunto de incentivos, geralmente a curto prazo, desenhados para estimular rapidamente a compra
de determinados produtos ou serviços pelos consumidores ou comerciantes.
As suas características são:
• Rentabilidade;
• Curto prazo;
• Incentivo descontínuo no tempo, na forma e na natureza;
• Aumento das vendas.
Os objetivos mais habituais da promoção de vendas são: incrementar as
vendas, incrementar a prova do produto, incrementar a repetição da compra,
incrementar a lealdade, introduzir novos usos do produto, criar interesse e
notoriedade, gerar interesse relativamente ao preço e discriminar os usuários.
As relações públicas englobam um conjunto de atividades de caráter
variado para que a empresa crie ou mantenha uma relação com os diversos
públicos, de forma a promover uma imagem favorável dos produtos e da organização no seu todo.
Têm as seguintes características:
• Procuram criar um clima de confiança face à organização;
• Complementam outras formas de comunicação;
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• São dirigidos a vários grupos do meio empresarial;
• Enquadram-se no âmbito institucional.
As atividades de relação com a imprensa têm como finalidade fundamental a difusão por parte dos meios de comunicação social de notícias favoráveis sobre a empresa e os seus produtos. Tem como principal inconveniente
a possibilidade de que a notícia saia do controlo da empresa, mas, em contrapartida, a sua difusão não acarreta custos.
Através do patrocínio, a empresa dá suporte económico a uma atividade
alheia à empresa, com a intenção de associar a sua imagem corporativa às
pessoas ou acontecimentos patrocinados.
Caracteriza-se por:
• Financiar total ou parcialmente uma atividade;
• A atividade ser externa à empresa;
• Não se realizar com fins altruístas.
O marketing direto é um sistema interativo de comunicação que utiliza
um ou mais meios, com intenção de criar e explorar uma relação direta entre
uma empresa e o seu público objetivo, sejam eles clientes, potenciais clientes, canais de distribuição ou outras pessoas de interesse, gerando tanto
respostas mensuráveis como transações em qualquer ponto.
Vantagens do Marketing Direto:
• Público objetivo e preciso;
• Criar clientes ao mesmo tempo que vende;
• Permitir uma mensuração clara dos resultados de cada ação;
• Criar e manter uma base de dados;
• Facilitar o controlo da estratégia comercial;
• Permitir a realização de táticas e estratégias sigilosas, unicamente
visíveis para os seus destinatários.
As funções mais habituais são:
• Venda à distância / Correio eletrónico;
• Criação de tráfico ao prescritor ou ao ponto de venda;
• Apoio ao lançamento de novos produtos;
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• Gerar contatos e qualificar os mesmos;
• Aumentar a lealdade dos clientes.
O marketing direto usa ainda diversos meios como televisão, revistas, jornais, rádio e exterior; meios eletrónicos (SMS, MMS, web, e-mailing…), correio (mailing) e telefone (Telemarketing).
A Internet é atualmente o meio que oferece níveis de interatividade e
personalização mais elevados para a comunicação direta. Neste meio, é o
próprio cliente que decide quando e como acede às informações e aos serviços, tendo portanto um papel bastante mais ativo face ao papel passivo que
tradicionalmente foi desenvolvendo ao expor-se a outros meios.
Esta grande variedade de instrumentos permite uma série de abordagens,
como se pode ver abaixo.
As diferenças de combinação dependerão do orçamento disponível, dos
recursos existentes, da criatividade dos marketeers, etc.
Abordagens de estrutruta
diferente do marketing mix
Abordagens com
3 instrumentos
Abordagens com
4 instrumentos
Abordagens com
5 instrumentos
Oferta
Produto
Produto
Comunicação
Preço
Preço
Distribuição
Comunicação
Comunicação
Distribuição
Disponibilidade
Venda
Fonte: Elaboração Própria
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5.
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LINGUAGEM E NEGOCIAÇÃO
DA COMPRA E VENDA DE
PUBLICIDADE
► As diferenças existentes entre a venda de publicidade em meios impressos e meios digitais;
A necessidade de adaptar a publicidade aos
dois tipos de meios na situação atual e as novas
ferramentas.
►
Na melhor publicidade, os públicos, o meio envolvente, a linguagem e
a cultura popular são objeto de uma investigação minuciosa. O processo
de identificação e seleção do público-alvo recebe em marketing o nome de
segmentação, e deve-se ao facto de ser necessário dirigir as mensagens
a pessoas concretas. Não é a mesma coisa falar para crianças, jovens, ou
pessoas de idade, a pessoas com níveis de educação diferentes ou que se
encontrem em lugares geográficos distintos (Francisco J. Pérez-Latre).
Fortini-Campbell (2001) diz que as práticas excelentes de marketing e
publicidade sublinham a “conexão pessoal” com os públicos: “Convém repetir: cada venda é uma venda pessoal. O êxito dos anunciantes e profissionais da publicidade só é alcançado quando se
contribui com uma ideia, solução ou produto que
melhore ou torne mais fácil a vida dos consumidores pessoalmente. Para o alcançar é necessário
saber duas coisas: quem são verdadeiramente os
clientes, e como veem o mundo”. Por isso, alguns
autores consideram que os tradicionais “4 P’s” do
marketing deveriam acolher mais um: a Personalização.
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Ir ao encontro das pessoas e estabelecer relações de valor acrescentado
é fundamental nas estratégias de comunicação. A atenção às diferenças no
seio do público é uma manifestação de respeito dos especialistas de comunicação face às suas audiências. Um dos erros mais vulgares é haver uma
centralização nas ideias ou no produto da comunicação, deixando de parte o
público em si.
Para comunicar corretamente é necessário escutar o público e entender
os sinais que este envia. A investigação sobre o público, as tendências e o
próprio âmbito de atividade tem que ser uma tarefa habitual na comunicação,
tal como já o é nas melhores agências de publicidade. Neste caso específico,
a Internet é uma grande oportunidade, que brinda à tecnologia e permite um
conhecimento mais amplo e mais profundo das audiências.
Outra das questões de sobrevivência para as marcas relativamente à publicidade comercial é a repetição. No entanto, convém recordar que a curva de
resposta à repetição é descendente, ou seja, alcança-se um “pico de saturação” na comunicação da mensagem, a seguir ao qual a repetição pode tornar-se contraproducente. Os melhores profissionais da publicidade hoje sabem
que se trata de alcançar o equilíbrio, sem repetir demasiado, porque desse
modo as mensagens irritam, nem repetir pouco, porque neste caso as mensagens são esquecidas. Neste sentido, a comunicação publicitária é análoga à
educação, que tradicionalmente precisa repetir as ideias de modo equilibrado.
As melhores marcas são fiéis a determinados valores,
mas também é preciso alcançar uma comunicação original
e que revele a novidade. Resumindo: é necessário procurar novas formas de dizer a mesma coisa.
Outra das questões importantes na comunicação das melhores ideias é
acentuar aspetos positivos. A publicidade normalmente é alegre e otimista e
não se centra nos aspetos negativos ou controversos.
Neste contexto, não se pode esquecer a importância do humor e do tom
descontraído na comunicação, que a publicidade se esforça por conseguir.
Da mesma maneira que se torna difícil acompanhar pessoas tristes e zangadas, as marcas e instituições captam a atenção do público quando são
capazes de comunicar com sentido de humor e alegria, o que acaba por ser
fonte de eficácia.
Nas campanhas de comunicação, que requerem uma necessidade de
síntese e condensação da mensagem fulcral, a clareza é um dos objetivos fundamentais, uma vez que não pode existir empatia ou relação com a
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audiência se não se compreende o que é que se quer dizer. Neste sentido,
a preocupação pelas audiências leva os publicitários a esforçarem-se pela
clareza. Portanto, é necessário fundamentalmente ser preciso e claro para
não deixar que a mensagem se perca.
Interessa ainda realçar que a melhor publicidade não procura uma a clareza e a brevidade de forma superficial, mas precisamente para alcançar a
compreensão por parte do público. Quem elabora os anúncios está consciente da falta de tempo para comunicar tudo o que é necessário explicar. Nas
campanhas tradicionais de imagem de marca em televisão, é extremamente
necessário planear mensagens para tempos que vão de 15 a 20 segundos,
e que quase nunca superam o meio minuto. Também as mensagens valiosas
podem ser transmitidas com brevidade e simplicidade. Quase tudo pode
ser dito em menos palavras, a seleção das palavras mais adequadas exige
um esforço árduo para suprimir o supérfluo, de forma a alcançar uma apresentação elegante e depurada. Esta é a tarefa do copy publicitário.
Os planos de comunicação movem-se em margens de tempo, e é preciso
investigar, planificar e executar num contexto complexo onde há uma enorme diversidade de meios e públicos. O que acontece atualmente é que as
campanhas são permanentes. Não há datas no calendário. As ações neste
terreno requerem uma seleção de meios e modos de comunicação que permitam transmitir a mensagem e chegar ao público com eficácia, pelo que a
planificação deve ser cuidadosa. A estratégia serve para marcar o caminho
e parte de uma clara compreensão dos problemas típicos de cada situação.
O pensamento de qualidade deve preceder a ação. Quando temos uma
mensagem e elegemos um público objetivo, é necessário eleger os meios
mais adequados para chegar até ele, e desenhar uma estratégia bem pensada. Isto é ainda mais necessário num ambiente de media, caracterizado pela
rapidez. Internet, telemóveis e correio eletrónico modificaram por completo o
cenário da comunicação.
A velocidade é a chave: no entanto, não se pode prescindir da precisão
e da reflexão. A reflexão é o ponto de partida para desenhar o caminho e a
meta. Sem uma meta claramente definida, o mais provável é não se chegar a
lugar nenhum. Trata-se de desenhar um mapa de vários caminhos e estabelecer objetivos. A mentalidade estratégica é relevante para orquestrar todos
os esforços e ações de comunicação. Facilitar, descobrir talentos e lançá-los
à opinião pública.
Pode dizer-se que as melhores campanhas publicitárias são uma apresentação real de uma grande ideia que se executou com brilhantismo e pre-
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cisão, de modo que toca verdadeiramente a audiência e põe em prática a
estratégia de comunicação.
Na execução publicitária presta-se especial atenção ao desenho e ao layout.
Com a finalização do desenho, pode explicar-se como é que o diretor de arte ou o
responsável pela execução da campanha
e os designers gráficos escolhem e organizam os elementos artísticos de um anúncio.
Selecionam um estilo, ou seja, uma maneira de expressar pensamentos ou imagens, optando por determinados conteúdos que se combinam de uma forma original. O layout, por sua vez, é uma
estrutura completa e ordenada dos elementos esquemáticos de um anúncio:
ilustrações, cabeçalho, parágrafos, textos, slogan, logótipo. O layout é, no
fundo, o âmbito natural dos elementos não-verbais e simbólicos.
As críticas à falta de eficácia da publicidade são antigas e fundamentadas:
uma parte significativa das mensagens publicitárias não repercutem positivamente as vendas dos anunciantes, pelo que os anunciantes não parecem
dispostos a continuar a perder percentagens tão altas.
Meios como a Internet, que facilitam respostas imediatas das audiências,
estão a pôr em risco alguns dos planos tradicionais e acentuam a procura da
eficácia nos meios convencionais. Os anunciantes de produtos de consumo
massivo, que pela natureza dos seus produtos recorrem a meios com grandes audiências, questionam a razão pela qual não conseguem alcançar em
televisão, rádio e meios impressos os resultados que alcançam através de
meios interativos.
O conhecimento dos meios supõe a capacidade de conversar nas suas
diversas linguagens, tal como procura fazer a publicidade nos seus diferentes
formatos. A compreensão autêntica da linguagem dos meios implica uma mudança de atitude e percepção daqueles que participam no diálogo, em sociedades que, como a nossa, se caracterizam pela abertura e pela possibilidade
de aceder com rapidez à informação.
A linguagem dos meios também se caracteriza, sobretudo na vertente
publicitária, pela utilização de símbolos e ícones. Alguns ícones conseguem
mesmo abrir caminho na cultura popular e permitem a marcas, empresas e
instituições comunicar os valores que propagam e influenciar aquilo que os
investigadores da opinião pública definem como o “framing” de pessoas e
instituições.
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A indústria da publicidade procura hoje a forma de evitar esse framing da
sua atividade, buscando de maneira ativa a presença em espaços de entretenimento. As estratégias de “product placement” e patrocínio são também
momentos significativos da presença de conteúdos publicitários na ficção e
no entretenimento. No product placement, as marcam fazem parte integrante
do guião ou das imagens de um filme e séries de televisão com mais êxito.
Cada vez mais têm surgido novas estratégias de difusão de vídeos online,
que permitem que algumas campanhas suscitem interesse nas audiências da
Internet, navegando através de sites especializados ou do correio eletrónico
dos usuários, que transmitem uns aos outros esses conteúdos.
Por todas estas razões, a necessidade de mudança da indústria publicitária, provocada pelo desenvolvimento tecnológico, é cada vez mais forte e
fulcral.
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Estudo de Caso
No final de 2003, desenvolveu-se pela primeira vez em Espanha uma
campanha baseada numa revista como suporte prescritor. Concretamente,
tratava-se da revista Cosmopolitan, editada por G+J, sendo este o suporte
eleito pela Procter & Gamble para promover o champô Head & Shoulders.
Foi uma campanha de grande intensidade que foi difundida na televisão, no
exterior, na Internet e em pontos de venda.
Tratava-se de uma campanha mundial desenvolvida em 15 países. Depois de uma investigação, a Procter selecionou a Cosmopolitan por ser o suporte mais viável que permitia à H&S beneficiar da imagem jovem e sugestiva
da revista.
A ação teve início em Setembro, com uma campanha de intriga subordinada ao lema “Um novo segredo para ter o cabelo mais bonito”, na qual se
referiam os principais motivos da queda de cabelo. Na Cosmopolitan fazia-se
publicidade apelando a que se consultasse a web para se conseguir uma
amostra, e incluía-se ainda uma publireportagem ao mesmo tempo que se
emitiam spots na televisão, e banners e links na página web da revista.
Em Outubro o segredo foi revelado: o champô. Na revista apareceu uma
ampla publireportagem, para além de páginas de publicidade, uma delas com
saqueta de amostra. Também foram usados spots nas principais cadeias de
televisão, publicidade exterior, banners e links na web e publicidade nos
pontos de venda, nos quais a revista recomendava diretamente o uso deste
champô. A campanha manteve-se em Novembro e Dezembro.
Questões:
1. Que é que identifica como pontos mais fortes e mais fracos desta campanha?
2. Este caso passou-se em 2003. Se fosse hoje, que outros meios/canais/
estratégias utilizaria e como?
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Exercícios Práticos
1. Imagine-se responsável pelo Marketing da revista Exame. Que tipo de
eventos aceitaria/procuraria patrocinar? Fundamente a sua resposta.
2. Suponha que dirige uma revista cuja maioria de leitores é conservadora
e previsível. Que tipo de anunciantes procuraria atrair?
3. Tendo em conta a marca Pizza Hut, quais acha que poderiam ser os
aspetos fundamentais de uma campanha para jovens e de uma campanha
para crianças?
4. Indique 5 produtos e 5 serviços que publicitaria na revista Cosmopolitan. Explique porquê.
5. Em grupo, analise um jornal de circulação nacional e discuta quais são
os anúncios mais eficazes/ interessantes e porquê.
6. Consulte o site da Magazine Publishers of America. Dentro do “Advertising & PIB”, escolha a secção “Case Studies”. Explore a secção e escolha
um estudo de caso que ache particularmente inspirador para apresentar ao
grupo.
Proposta:
Ainda no site da Magazine Publishers of America, clique em Consumer
Marketing, depois em “Single Copy Retail” e por fim em “Best Practices”. Explore os sites dos premiados e tente perceber o porquê das distinções.
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CAPÍTULO III
INTERNET E MEIOS DIGITAIS APLICADOS
ÀS EMPRESAS DE IMPRENSA
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1.
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INTERNET, JORNALISMO ONLINE
E PRODUÇÃO DE CONTEÚDOS
MULTIMÉDIA
►
Características da informação online;
►
Especificidades do tratamento da informação online.
A realidade atual é inegável: existe um número cada vez maior de jornais
e de meios de comunicação que arriscam criar edições online.
No início de 1995, existiam aproximadamente 100 jornais online; no início de 1996 este número aumentou para 750, e no início do ano seguinte o
número já rondava os 1115. Os jornais dos EUA representam 60% dos jornais
online, os de outros países de língua inglesa representam 11,7%, de outros
países da União Europeia 17,4% e os do resto do mundo não chegam aos
11,2%. O fenómeno também se registou nas revistas (Pérez Luque & Perea,
1999).
O facto de se recorrer cada vez mais à Internet no mundo do jornalismo
está intimamente relacionado com a necessidade de uma saída estratégica
da situação presente do mercado.
Relativamente às razões que levaram à exploração da Internet por parte
da indústria jornalística, podem diferenciar-se fatores internos e fatores externos. Contudo, por trás de todos eles existe uma preocupação fundamental:
as constantes mudanças tecnológicas.
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Tendências no uso dos media:
nº de horas anuais por pessoa
Exemplo: Revistas (a azul) e Internet (a verde)
Fonte: Veronis Suhler
Os fatores externos estão relacionados com o próprio mercado. Atualmente, a indústria jornalística tem vindo a pôr as suas esperanças nos meios online como resposta estratégica às transformações que se têm vindo a produzir
no mercado. Estas transformações têm vindo a repercutir-se negativamente
nos jornais, uma vez que os colocaram perante um panorama pouco favorável, e que passamos a caracterizar:
• Incremento de custos associados com a produção e a distribuição dos
jornais; a aparição deste novo meio aconteceu quando o preço do papel
estava a alcançar as suas cotas mais altas;
• Perda de leitores, especialmente de jovens que tinham perdido o hábito
de ler jornais tradicionais;
• Fuga da publicidade para outros meios, especialmente para a televisão;
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• A Internet passou a ser um meio cada vez mais competente.
Os jornais são também empresas que procuram a rentabilidade do produto que põem à venda todos os dias nos quiosques. Tendo em conta esta ideia,
podemos apontar algumas razões que ajudam a compreender a necessidade
dos jornais estarem presentes na Internet:
• Incrementar gradualmente as receitas mediante a nova venda de um
produto já existente, com ou sem serviços de valor acrescentado;
• Promover o produto com base na criação de amostras/réplicas online;
• Ganhar experiência na criação de publicações online.
Posteriormente, os jornais ganharam consciência de que era necessário
sair da situação estagnada em que se encontravam. Por esta razão, não é
estranho que tenham sido os meios de comunicação impressos os primeiros
a decidir dar o passo de criar um serviço informativo online, e fizeram-no
baseados numa série de concepções sobre a Internet:
• Suprime as tradicionais restrições de espaço, permitindo cobrir os fatos
noticiosos com uma maior profundidade e que a informação de contexto
possa ser muito mais extensa;
• Facilita as capacidades de arquivo, o qual, juntamente com ferramentas
que permitem uma busca rápida e útil, pode ser oferecido à audiência;
• Permite a atualização contínua (pode alcançar-se praticamente o ritmo
informativo da rádio) e um maior grau de personalização. Para além disso,
permite que sejam os usuários a escolher as notícias e os pontos de vista
que preferem escolher no seu jornal eletrónico;
• Os leitores, redatores e editores podem interagir mais diretamente que
nunca. Os jornais de sucesso serão aqueles que oferecerem secções de
feedback, permitindo, desta forma, que se ouça a voz da audiência na
cobertura das notícias;
• O texto pode ser colocado juntamente com o áudio e com o vídeo, de
forma a alcançar-se uma comunicação mais completa;
• As histórias narradas são enriquecidas graças à possibilidade de serem
conectadas com outros sites relacionados com o mesmo tema;
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• Oferecem a oportunidade de pôr à disposição dos usuários, não só informação, mas também entretenimento.
Se a imprensa viu na Internet a saída de uma situação crítica, foi porque
intuiu as possibilidades que eram oferecidas através deste novo meio. No
entanto, não é suficiente intuir: é necessário que os jornalistas, e comunicadores em geral, conheçam com profundidade as características e possibilidades do meio e os serviços a que dá acesso, assim como a diferente forma de
estruturação e apresentação estética que estabelece. Para conhecer e obter
o benefício máximo destas oportunidades é preciso analisar o que é a informação online, o principal conteúdo dos serviços informativos online.
As características principais da informação online são quatro: personalização, informação documentada, atualização permanente e capacidade para
processar dados em tempo real.
Personalização
A informação online é uma informação que responde aos gostos e
interesses da audiência. No momento de oferecer conteúdos personalizados,
devem estabelecer-se dois passos: determinar os conteúdos que correspondam ao perfil do usuário; e apresentar a informação personalizada.
Com o fim de determinar as informações que interessam a cada um dos
seus usuários, os serviços informativos online que oferecem conteúdos personalizados devem recorrer a uma das três estratégias que se seguem:
1. Questionários
Consiste em estabelecer uma página de registo na primeira ligação realizada pelo usuário ao serviço informativo em questão. Hoje em dia pode falar-se de dois tipos de questionários. De um lado, aqueles que pretendem atuar
unicamente como controlo de número de acessos ao jornal, exigindo apenas
o preenchimento dos espaços com o nome de acesso e uma palavra-chave.
Do outro, aqueles que perguntam especificamente os temas ou secções prediletas do leitor. Entre estes últimos pode ser feita a distinção entre os serviços informativos de subscrição e os serviços informativos que respondem ao
tipo “daily me”.
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2. Seguimento dos passos do usuário enquanto
navega através do serviço informativo
Esta informação é utilizada num momento posterior, de
forma a propor à audiência receber aqueles conteúdos que
são única e exclusivamente do seu interesse.
3. Agentes inteligentes – modalidades mais populares:
a) Apresentar um menu com as informações que correspondem à seleção
feita pelo usuário. Uma variante desta possibilidade consiste em enviar
ao usuário a informação que solicitou, recolhendo-a de diferentes meios
de comunicação, e não unicamente as notícias elaboradas pelo serviço
informativo.
b) Utilizar as tecnologias PUSH, as quais remetem para o disco duro do
computador do usuário a informação que solicitou na sua primeira ligação
ao serviço informativo online. Esta nova tecnologia permite, para além
disso, atualizar constantemente os conteúdos que são enviados ao leitor.
Seja qual for o modo eleito, o facto é que os serviços informativos online
dão lugar a um novo modelo de informação que se caracteriza, por um
lado, por oferecer informação personalizada para cada leitor com bases
documentais e de aprofundamento por temas; e por outro, por apresentar
conteúdos informativos selecionados, hierarquizados e analisados, para que
mantenham o leitor conectado com a globalidade dos temas e com o que
acontece diariamente no seu país e no mundo.
No momento de analisar as consequências que podem advir do facto de
se oferecer este tipo de conteúdos, faz-se de imediato referência ao empobrecimento informativo que pode provocar. Contudo, isso não irá acontecer
se se levar a cabo de forma eficaz o “gatekeeping” misto. Apesar de ser o
usuário quem seleciona os temas sobre os quais pretende estar informado,
continua a ser o meio de comunicação quem analisa e elabora a informação
relativa a esses assuntos. No fundo, mantêm-se os esquemas tradicionais de
seleção e tratamento da informação, mas com duas vantagens:
1. O leitor-usuário passa a ter um papel ativo na seleção e prioridades de conteúdos, graças à multidirecionalidade atualizada e contínua da comunicação;
2. Evita-se a saturação de mensagens sem interesse para o usuário e a descontextualização dos conteúdos e das notícias que o público recebe diariamente.
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Informação Documentada
Os serviços informativos online não têm as limitações tradicionais de tempo e espaço da rádio, televisão e imprensa para introduzir o contexto das
informações. No que diz respeito ao espaço, ainda que se esteja num interface (o ecrã do computador), não há limites no que refere às possibilidades de
armazenamento, envio de informação e acesso às bases de dados do jornal,
com o que se pode pôr ao alcance do usuário informação contextualizada.
No momento de documentar as suas informações, os jornais online podem optar por várias possibilidades:
1. Links para o arquivo do jornal;
2. Redigir artigos em profundidade que permitam perceber a notícia em
todo o seu alcance, sendo que as páginas que os contenham podem ser
extensas e hierarquizadas como se desejar;
3. Links para bases de dados de contexto criadas especialmente para a
ocasião (ex.: Electronic Telegraph);
4. Links para as bases de dados existentes na Net. O trabalho dos meios
consistiria em oferecer aos usuários um guia elaborado e simplificado,
extenso e exaustivo, da informação que podem encontrar acerca de cada
tema ou campo de conhecimento noticioso;
5. Links para toda a informação multimédia disponível.
Atualização Permanente
Graças à tecnologia digital e aos serviços informativos multimédia online,
os conteúdos podem ser atualizados com uma periodicidade muito mais
flexível, que vai depender sempre da organização da redação do meio eletrónico. Alguns exemplos são o The Wall Street Journal (atualizações hora a
hora), The New York Times (3 vezes por dia) e a CNN (sem ritmo de atualização estabelecido).
Esta potencialidade apresenta, sem dúvida, consequências positivas muito interessantes. Por um lado, há a possibilidade de corrigir erros que se
tenham cometido na redação da notícia assim que são detetados. Por outro
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lado, permite ao leitor um seguimento adequado da atualidade informativa,
uma vez que está mais bem informado.
No entanto, o estabelecimento de um ritmo informativo ainda é um
problema: com que frequência se deve atualizar a informação? Como é que
o usuário irá reconhecer que determinada informação foi renovada? Deve
atualizar-se todo o serviço informativo ou somente as informações que forem
pertinentes? Estas são algumas das questões que se têm vindo a colocar
relativamente a este problema.
Alguns meios têm demonstrado o receio de que, ao aplicar esta oportunidade que a informação online proporciona, a concorrência (tanto a impressa
como a online), chegue a plagiar os seus conteúdos, ou que as vendas da
própria edição impressa se vejam consideravelmente reduzidas.
Capacidade para Processar Dados em Tempo Real
O computador servidor, a partir do momento em que se difunde o serviço
informativo online, processa instantaneamente as decisões dos usuários no
momento de escolher uma ou outra página. O usuário percebe somente o
resultado da sua eleição e não o procedimento de elaboração e transmissão da informação online. Estes encadeamentos permitem a conexão com o
computador-servidor no qual se encontra a informação pedida pelo usuário,
assim como o envio instantâneo da mesma ao computador a partir do qual
se fez o pedido.
As aplicações desta característica nos serviços online são inumeráveis.
Entre as mais significativas encontram-se:
• Buscas de dados personalizados;
• Cálculos de investimentos em bolsa;
• Gráficos de resultados de desportos em tempo real;
• Entretenimento.
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2.
OS MEDIA DIGITAIS E
CARACTERÍSTICAS DOS LEITORES
ONLINE
A transição do sistema analógico para o digital na produção jornalística
representou uma verdadeira revolução, cujo impacto se fez, e ainda se faz,
sentir em todos os setores.
A par dos media impressos, a edição nos meios eletrónicos transformava-se em proporções equivalentes. As emissoras de rádio, que até então utilizavam sistemas de rolo analógico, passaram a dispor de CD’s, que posteriormente foram substituídos pelos arquivos Midi. Atualmente, a existência
dos arquivos MP3 permitiu que a difusão sonora se torne cada vez mais
abrangente.
Diante deste panorama, as redações das emissoras de rádio reorganizaram
a produção da sua grelha, primeiro com os Midis, que possibilitaram a edição
sonora automática em aplicativos específicos, e atualmente com o MP3, que
tem vindo a ganhar terreno graças ao seu considerável grau de compactação,
mas que tem levantado algumas polémicas devido aos direitos de autor dos
artistas.
No que diz respeito à televisão, a transformação também tem acontecido
de uma forma bastante rápida. As antigas ilhas de edição de imagem linear
foram substituídas, na sua maioria, por ilhas não-lineares (imagem linear são
os processos de produção e edição analógicas; imagens não-lineares traduzem-se no sistema digital imagético, com imagens vetoriais e não-vetoriais).
Assim, as produções de televisão foram transferidas de imagens analógicas
(VHS, Betamax, etc.) para imagens digitais (DVD e MPEG2) da HDTV (televisão de alta definição) com transmissão digital e televisão digital (ADTV).
No caso específico da televisão, diversos aspetos técnicos demonstram
que a interação entre sistemas de difusão e recepção interferem na qualidade
dos media eletrónicos.
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Não adianta ter um sistema de recepção digital que disponibilize uma
quantidade enorme de pixéis se, em contrapartida, a difusão é apenas analógica. O mesmo raciocínio aplica-se a todos os media.
A qualidade na recepção de imagens e sons (sistema sonoro digital Dolby,
entre outros) através de um sistema de difusão equivalente é inegável, mas
independentemente da qualidade, a televisão digital dispõe de uma capacidade de transmissão de dados surpreendentes e, para além disso, possibilita, mais do que a analógica, a manutenção dessa mesma qualidade tanto por
fibras óticas como por satélites.
Nos media impressos, a revolução começou quando a edição, que abarca
o processo de seleção, padronização, multiplicação e veiculação, começou
a sofrer transformações sem precedentes e, de um procedimento artesanal,
se tornou eletrónico.
Antes da explosão eletrónica, era preciso um número considerável de profissionais para executar um projeto editorial impresso com qualidade. Agora,
no entanto, a evolução trouxe rapidez na execução, qualidade estética e economia de recursos, tempo e dinheiro.
Características dos Leitores Online
Um estudo realizado pelo Poynter Institute em 2007 revelou que, hoje em
dia, a maior percentagem de texto lido pela população era lido online, e que os
leitores liam até 77% daquilo que escolhiam ler. Para além disso, quase dois terços dos leitores online, uma vez escolhido determinado artigo, liam o texto todo.
Podem ser considerados dois tipos de leitores: os metódicos e os
scanning. Os primeiros tendem a ler tudo até ao fim, leem tudo visualizando
duas páginas impressas, releem algumas partes do material e usam a tecla
dropdown para encontrar notícias. Por sua vez, os leitores que utilizam o método scanning exploram páginas, cabeçalhos e outros elementos visuais, sem
ler muito o texto; leem parte da notícia, saltam para fotografias e outros elementos e procuram listas de notícias de forma a clicar numa específica a ler.
Aproximadamente 75% dos leitores de jornais impressos tendem a ser
metódicos. No meio online, 50% dos leitores online utilizam mais o método scanning, sendo que a diferença entre a quantidade lida por estes e
pelos restantes 50% não é significativa.
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O mesmo estudo revelou ainda que os leitores online olham em primeiro
lugar para as barras de navegação e para outros elementos que considerem
dispositivos direcionais. Para além disso, as fotografias coloridas recebem
mais atenção; no caso das fotografias a preto e branco, estas receberam menos 20% da atenção esperada, tendo em conta o que estava disponível para
ser visto. No que toca à dimensão das mesmas, as mais pequenas tiveram
relativamente menos atenção.
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3.
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MODELO DE INTERNET ADAPTADO
AO NEGÓCIO DOS MEDIA
ONLINE
A partilha digital tem sido vista como uma ameaça às receitas. Contudo,
alguns especialistas afirmam que esta pode ser uma oportunidade para aumentar o tráfego dos sites dos media, reforçando ao mesmo tempo a marca
e a reputação de conteúdos de qualidade.
Social Media Marketing
Mais do que uma ameaça, as novas formas de expressão proporcionadas pela Internet, mais concretamente pelos sites das redes sociais, poderão transformar-se numa oportunidade para os media encontrarem uma nova
relevância junto das suas audiências (Marcela, 2009).
Veja-se o exemplo do Twitter, o mais recente fenómeno das redes sociais
(Pérez-Latre, 2009):
• 14 milhões de utilizadores, 99 milhões de visitas em Março 2009;
• Duplica o volume de tráfico todos os meses;
• Só 29 empregados;
• Aposta na simplicidade: mensagens de texto em tempo real;
• Impacto na cultura e comunicações.
O exemplo mais cabal, no entanto, é sem dúvida o Facebook, a maior
rede social do momento:
• 200 milhões de utilizadores em Abril de 2009;
• “Our business is advertising”;
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• Informação sem precedentes sobre estilos de vida;
• Questões de privacidade;
• Foco de atenção.
O Facebook tem milhões de utilizadores, com
uma média etária entre os 18 e os 26 anos, inteligentes, com poder de compra e conhecedores da
Internet. Um mundo de possibilidades que os marketeers não podem ignorar (Holzner, 2009). É possível aceder a informações
preciosas sobre estilos de vida, para além de acompanhar todos os passos
dos utilizadores (desde que nos aceitem na sua rede). Há que esquecer os
métodos tradicionais, que não funcionam aqui. No Facebook são os utilizadores que mandam. E agora que os consumidores podem dar o seu feedback,
convém ouvi-los.
“Nos últimos 100 anos, a maneira de publicitar era empurrar conteúdo
para os mass media. Nos próximos 100 anos a informação não vai ser só
empurrada para as pessoas, vai ser partilhada entre os milhões de conexões
que essas pessoas têm. A publicidade vai mudar. Vai precisar de entrar nestas redes” (Mark Zuckerberg, Presidente do Facebook).
As regras são diferentes: não basta a forma, é preciso conteúdo. Em vez
de marketing de interrupção, há que tornar-se viral. E cuidado com o spam:
dá direito a expulsão.
Dito isto, as ferramentas que o Facebook põe ao dispor dos marketeers
são inúmeras, incluindo:
• Grupos: onde os membros podem juntar-se e discutir vários temas (neste caso, uma marca ou serviço);
• Páginas: são para as marcas o que os perfis são para as pessoas. Os
utilizadores não se tornam amigos de uma página, mas podem tornar-se
fãs;
• Eventos: são páginas criadas especificamente para situações ocasionais, como por exemplo uma promoção, um evento patrocinado ou um
almoço da empresa;
• Anúncios: são finalmente permitidos, e podem ser colocados em vários
sítios;
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• Estatísticas: é possível ver quantos cliques se obtiveram e que feedbacks se estão a receber;
• Mercado: funciona como uma secção de classificados, com a vantagem
de ser grátis e funcionar;
• “Radares”, votações e networks: permitem técnicas de marketing mais
avançadas;
• Aplicações: podem ser criadas pelos utilizadores e serem postas à disposição da rede, o que traz óbvios benefícios publicitários.
O Facebook é o sonho de qualquer marketeer que saiba usá-lo. O potencial é enorme e os dividendos também, desde que se conheçam as regras. A
maior parte dos utilizadores interessam-se pelo que lhes é oferecido – se lhe
for oferecido eficaz e corretamente.
É uma revolução publicitária. Ao contrário do passado, agora são os marketeers que têm de se integrar. O consumo passivo foi substituído pelo consumo ativo, expresso em fóruns e discutido entre milhões. Já não é a empresa
com o maior orçamento que ganha. É a criatividade que garante o sucesso.
Como Justin Smith, o editor do primeiro blogue dedicado ao Facebook,
diz, há que ser o mais autêntico possível. Dentro das redes sociais, ser de
confiança é a mensagem de marketing mais poderosa de todas. Há que encontrar maneiras de pôr o público-alvo em contato com verdadeiros fãs do
produto ou serviço que representamos. Esta é a principal mais-valia do marketing nas redes sociais – os contactos estão todos ali.
A questão que se coloca é: como podem os media usar o social networking em seu favor?
Existem já algumas parcerias relevantes, como o caso da estabelecida
entre a rede profissional LinkedIn e os sites do New York Times, da Business Week ou o da televisão CNBC, que disponibilizam conteúdos na
rede social profissional, algo que acaba por reverter a favor dos media. Esta
relação específica é importante, uma vez que permite ao público ter uma experiência mais personalizada, e consequentemente aumenta as capacidades
de segmentar relativamente aos termos publicitários. Para além disso, este
contato permite uma experiência mais relevante, o que proporciona o aumento das pageviews.
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Ao aproveitarem-se estas ligações entre redes sociais/profissionais com
os media, estão também a reforçar-se as capacidades de alguns títulos de
focar o target dos seus anúncios, com base nos atributos retirados dos perfis
existentes nas redes sociais.
Uma relação mais próxima entre os media tradicionais e as redes sociais
podem, portanto, aumentar consideravelmente o tráfego de todos, ao permitir conexões quer entre as pessoas, quer entre as pessoas e o conteúdo.
Um bom exemplo dos benefícios dessa proximidade é o caso do Facebook
com o New York Times, que deu origem à página do jornal na rede social;
ou da introdução da aplicação Widget, o NYT News Quis, que questiona semanalmente os leitores sobre as 5 principais notícias, ao mesmo tempo que
fornece links para as histórias correspondentes e hipóteses de estudo para
o questionário do dia seguinte; isto aumenta o envolvimento do utilizador do
Facebook e transforma-o num potencial leitor do site informativo. Noutros casos de parcerias deste género, os leitores têm acesso a fóruns de discussão,
blogues e outras áreas de comunidade, bem como a funcionalidades como
comentários ou posts em blogues.
A relação entre os media e os blogues também tem vindo a aumentar
cada vez mais, quanto mais não seja porque os últimos são considerados
por muitos “uma forma bastante democrática de jornalismo”. De acordo com
um estudo apresentado recentemente pela Universal McCann, 184 milhões
de utilizadores no mundo da Internet (77% dos utilizadores ativos a nível
mundial) começaram um blogue e 346 milhões de utilizadores leem blogues.
Mas poderá isto ser considerado uma ameaça ao papel dos media? Há
quem defenda que não, uma vez que permite que o trabalho que se produz
seja mais real e mais sintonizado com a comunidade.
Para além disso, muitas vezes os sites dos media permitem posts com
vídeos e fotografias que chegam a ser utilizados em jornais e telejornais, reforçando a ligação entre editor e público. Nos dias de hoje editar já não é só
informar, entreter, revelar e criar debate. É preciso ir mais longe, fornecendo
ferramentas à audiência.
A vitória dos novos meios tem feito surgir novas oportunidades de negócio
para os media, junto de uma audiência com apetência para este tipo de conteúdo, mas também do ponto de vista publicitário. O vídeo online é a mais recente
oportunidade, por exemplo, de obtenção de receita para os jornais, com os
anúncios “pre-roll” a serem os mais populares, seguido dos banners e de outros
anúncios colocados fora do video player. Para além disso, o vídeo é também o
suporte onde a publicidade local online tem registado maior crescimento.
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Contudo, um pormenor de grande importância neste tipo de suporte é
a menção da marca do media em questão no vídeo, para que, caso seja
passado no blogue de alguém, a marca esteja lá (e se for um bom blogger,
estabelece mesmo a ligação com o site do media).
As Possibilidades do Mobile
As possibilidades da Internet móvel e dos próprios
terminais também estão a captar a atenção dos media. À medida que os conteúdos e receitas do mobile crescem, os media de todo o mundo investem
em estratégias para este tipo de suporte, publicando
conteúdos adaptados, fazendo reportagens com recurso a terminais móveis e solicitando contributos dos
usuários através de telemóvel. À medida que a banda larga aumenta a sua penetração, permitindo uma
maior qualidade do ponto de vista do utilizador do vídeo online, a apetência
por este tipo de conteúdos junto da audiência tem vindo a aumentar, motivando jornais, televisões e rádios a apostarem em vídeo clips para acompanhar
conteúdos.
Este fenómeno particular veio acompanhado da criação de pequenos estúdios nas redações, e pelo surgimento dos chamados “backpack” ou “mojo
journalists”: repórteres vocacionados e totalmente equipados para pensarem
e produzirem peças de vídeo online.
Há já algumas chamadas de atenção para que os editores olhem para
o mobile como uma oportunidade de conquistar novas audiências, dado o
crescimento da penetração e da utilização de telemóveis 3G a nível mundial.
Contudo, este novo passo dos media em busca dos benefícios da Internet,
deve ser revestido de estratégias e adaptação aos novos ambientes que surgem mesmo dentro da Internet.
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4.
DA WEB RELACIONAL À WEB 2.0:
CONCEITOS E MODELOS DE
NEGÓCIO
►
O que é a Web 2.0.
► O poder atual da Web 2.0: o sucesso antes dos lucros, a evolução de novas ferramentas a grande velocidade, a confiança, os medos e a adaptação dos media;
► A necessidade de escolhas eficazes e bem adaptadas ao negócio para alcançar o sucesso.
O conceito Web 2.0 deve a sua origem a um brainstorming entre as equipas da O’Reilly Media e da MediaLive International em meados de 2004,
fortalecido pela primeira Web 2.0 Conference em Outubro do mesmo ano.
Com o objetivo de dar uma certa identidade teórica ao novo termo, O’Reilly
publicou em Setembro de 2005 aquela que é até hoje a principal referência
bibliográfica do conceito, o artigo What is Web 2.0. Design and Business Models for the Next Generation of Software.
Segundo o próprio O’Reilly, a caída do índice Nasdaq, em 2000, marcou
o início da transição da tecnologia da Web Relacional para a Web 2.0. A web
atual definitivamente não é igual à web que existia em 2000; as aplicações de
diferentes espécies e as capacidades de relação usuário-ferramenta, ao conviverem como convivem hoje em dia entre si, dão uma muito maior riqueza ao
mundo da Internet. Em 2000, eram poucas as aplicações que ofereciam espaços gratuitos de acesso, escrita e produção de conteúdos de valor acrescentado. A base de participação dos anteriores produtos era muito limitada.
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Hoje existe uma convivência entre as aplicações standard, com pouca
interatividade, e outras de escrita colaborativa. A web no seu conjunto começa a desenhar um novo cenário de conteúdos e meta-informação, em plena
transformação face aos princípios da Web 2.0.
Esta transformação possui algumas características técnicas particulares,
a que podemos chamar os sete princípios constitutivos das aplicações Web
2.0.
A Web como Plataforma
Até hoje, a indústria de software computacional enfrentava quase com exclusividade um modelo de negócio de pacotes com direitos de propriedade e
venda sob o regime de obsolescência planificada, pelo que quem os quisesse
utilizar deveria comprar os direitos de uso.
Nada indica que este modelo de comercialização se modifique a curto
prazo; no entanto, esta dinâmica começa a conviver com as aplicações Web
2.0, para benefício dos consumidores.
Novas empresas oferecem software gratuito, utilizando a web como plataforma, o que faz com que as suas ferramentas e os seus conteúdos existam
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na própria web e não no computador do usuário. O conceito de webtop, oposto ao de desktop, explica bem este fenómeno comercial.
O modelo de negócio da Web Relacional limitava-se
a um espaço de publicação de conteúdos corporativos e
de serviços, sem participação aberta nem gratuitidade em
conteúdos ou serviços de alta relevância. As comunidades
formavam-se fundamentalmente a partir da oferta de serviços, prescindindo de espaços para que os membros publicassem conteúdos.
Juntamente com a Wikipedia, o peer-to-peer da Napster foi uma das ferramentas que mais contribuiu para a transformação do modelo de conteúdos centralizados num novo modelo, em que os usuários se converteram em
servidores. Isto deixa nas mãos da comunidade todo o poder da ferramenta,
enquanto as empresas atuam unicamente como intermediários, oferecendo
um software criativo para interatuar.
Hoje fomos mais longe ainda, e as próprias ferramentas da Web 2.0 utilizam o seu servidor para armazenar a informação, fazendo com que o usuário, desde que ligado à net, possa ter sempre acesso à mesma. Outro exemplo paradigmático da web como plataforma é o YouTube.
Aproveitar a Inteligência Coletiva
Não constitui um conceito novo, uma vez que Berners-Lee já falava deste
princípio quando pensou e criou a web, no princípio da década de 90. Contudo, é evidente que a dinâmica da inteligência coletiva está a crescer nas
mãos da Web 2.0.
No ambiente Web 2.0 os usuários atuam da forma que desejarem: de
forma tradicional e passiva, navegando através dos conteúdos, ou de forma
ativa, criando e desenvolvendo conteúdos. Se, por um lado, a Wikipédia é um
bom exemplo da capacidade da Web 2.0, por outro é também um ícone no
que se refere aos problemas que daqui podem advir, quando situa ao mesmo
nível escritores amadores e profissionais. Num cenário de 5.3 milhões de
artigos, isto provoca algumas imprecisões conceptuais.
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A gestão das Bases de Dados como Competência Básica
O mais valioso nas aplicações Web 2.0 são os dados, já que em muitos
casos o software é um recurso aberto e de fácil implementação. Um bom
exemplo disso é a Amazon. Desde o seu princípio que esta empresa tem uma
política de enriquecimento de informação, em muitos casos gerados pelos
usuários. Hoje, a sua base de dados é muito mais potente do que os seus recursos originais. A administração dos dados da Amazon é a sua competência
básica e parte essencial da riqueza do serviço. Para além disso, possuir esta
informação-chave e usuários que a co-desenvolvem adiciona valor comercial
ao produto.
O Final do Ciclo das Atualizações de Versões de Software
Novas aplicações Web 2.0 têm vindo a ser desenvolvidas com o objetivo
de substituir estes produtos e ganhar clientes dispostos a produzir e atualizar
os dados em novas plataformas. Pela sua parte, o Google representa – com o
seu motor de busca e todos os seus serviços complementares – o modelo de
atualização diária do software sem custos para o usuário. É mesmo impensável, hoje, pensarmos num serviço destes com um custo de centenas de euros
e uma política eficaz de comunicação publicitária. A Google oferece serviços
novos e atuais de forma gratuita, sem atualizações desnecessárias nem incompatibilidades, e sem requerer espaço do disco duro do nosso computador.
Modelos de Programação Ligeira - Procura de Simplicidade
Esta noção consiste em substituir os desenhos ideais da arquitetura da informação, dos meta-dados e das interfaces gráficas por um pragmatismo que
promova a simplicidade e a fiabilidade para aplicações não centralizadas.
Entre outras coisas, pretende-se que as aplicações cresçam sem complicações para quem as está a desenvolver, de forma a que o usuário possa ver os
conteúdos na plataforma que deseje, e não quando quem está a desenvolver
(provedor) os disponibilize na sua plataforma própria.
A programação ligeira permite ainda lançar produtos com criatividade e
oferecer assim um maior valor acrescentado, com sinergias ausentes em produtos em separado. As aplicações web híbridas, denominadas mashups, são
um ponto de conexão entre funções diferentes, permitindo obter o melhor
de cada aplicação. Exemplo disso são as aplicações existentes à volta do
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Google Maps, que se tem tornado o centro de um ecossistema de milhares
de mashups que estão a construir uma nova “geoweb”, da qual se espera
um enorme crescimento a partir dos serviços que constituirão a Mobile Web.
Exemplo de uma busca no Google Maps:
Software Não Limitado a Um Só Dispositivo
A utilização dos produtos da Web 2.0 não se limita aos computadores. Os
telemóveis de terceira geração já começaram a ocupar parte do espaço até
agora só reservado aos primeiros.
Para além disso, etiquetar os conteúdos de aplicações Web para a sua
distribuição automática através de diferentes plataformas evita ter que navegar pelos sites originais, facilitando a tarefa de leitura dos conteúdos previamente selecionados pelo usuário. Produtos como o Google Reader facilitam
bastante esta tarefa.
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Experiências Enriquecedoras do Usuário
Quando a web era só conteúdo textual e gifs animados, apareceu o Flash
Macromedia para dar ao usuário uma experiência mais generosa a nível gráfico. Os seus botões, clips de filmes e programação Action Script promoviam
zonas ativas de interação. Hoje, com as aplicações da Web 2.0, isso já sabe a
pouco, e o mesmo acontece no que diz respeito a conteúdos dinâmicos. Uma
das maiores referências neste sentido é o jogo / mundo virtual Second Life.
Para além disso, não podemos deixar de referir os blogues, em que a
facilidade de criação, produtividade, possibilidade de indexação e visibilidade
daqueles que procuram justificam o êxito. Os blogues são fáceis de usar, têm
um baixo custo ou são gratuitos, são interativos, humanizam as organizações, são imediatos, diretos, podem ser consultados por jornalistas, não são
intrusivos, outorgam influência e autoridade, permitem chegar a audiências
que já abandonaram outros meios, reforçam a cultura da organização e ajudam em momentos de crises institucionais.
O desenvolvimento da Web 2.0 não é só tecnológico mas principalmente
de ordem social, uma vez que a Web 2.0 não inventa a colaboração entre as
pessoas, mas oferece antes uma enorme panóplia de possibilidades para
facilitar o intercâmbio e cooperação entre indivíduos.
A comunidade virtual pode ser comparada a um ecossistema de subculturas e grupos espontaneamente constituídos. Tendo como base esta ideia,
podemos constatar que um novo tipo de rede social se está a expandir nos
últimos tempos dentro do espaço cibernético, ao qual todo o mundo pode
aceder através do seu telefone, computador e outros dispositivos móveis.
Existe um certo encantamento perante o desenvolvimento da economia
móvel, que leva a questionar até que ponto é que estas novas tecnologias
emergentes apresentam novas oportunidades de negócio. Antes de mais é
necessário entender e avaliar o ambiente móvel, de modo a que posteriormente possamos analisar os modelos de negócios que as empresas usam, e
usam cada vez mais, para alcançar o seu mercado.
Os modelos de negócios móveis talvez sejam o aspeto menos entendido
desta nova economia. Se por um lado, o infinito potencial de crescimento do
m-commerce entusiasma a comunidade empresarial, por outro deixa-a confusa relativamente à forma de transformar este potencial em lucros.
Muitos especialistas estão ainda a tentar entender quem poderá lucrar
no panorama móvel emergente, uma vez que o m-business continua a estar
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numa fase experimental de modelo de negócio.
Uma das questões principais neste sentido é se, de facto, a mobilidade em
si é o negócio principal ou se é simplesmente um fator que permite o negócio,
pois se nalguns casos a mobilidade é uma coisa, noutros, é outra.
Para que determinado modelo de negócio seja realmente lucrativo, não é
só necessária inovação. Esta tem de estar aliada a uma oportunidade razoável de aumento da margem de lucro. Para que tal aconteça é preciso responder a três questões fundamentais: Como é que a nossa empresa pode lucrar
com determinada inovação? Que capacidades são necessárias para garantir
o lucro? Por quais inovações é que o consumidor está disposto a pagar?
Os modelos de negócio móveis devem ter em conta os seguintes fatores:
• Principais habilitadores: avanços em tecnologias de infraestrutura,
software e hardware;
• Fontes de inovação: novos conceitos e projetos de aplicações;
• Árbitros de sucesso: preferências do consumidor e dinâmica do mercado.
As inovações num modelo de negócio, para além de emocionantes só por
si, são significativas, principalmente porque permitem a criação de produtos adequados ao target. A relação entre um modelo de negócio, a evolução
de uma infraestrutura e simultaneamente a utilidade de uma aplicação, não
é simples. As preferências do consumidor, as capacidades corporativas e a
dinâmica do mercado tornam a mobilidade ainda mais complexa. Afinal, é a
dinâmica do mercado que vai determinar quais as inovações em produtos
móveis que irão ter sucesso comercial ou não.
Historicamente, nem sempre são os projetos de produtos mais elegantes, e tecnologicamente mais avançados, que chegam a dominar o mercado.
Basta que existam outras forças económicas, mais eficazes do ponto de vista
do fabrico e da resistência financeira, para que sejam estas últimas a ditar o
sucesso de determinado produto.
Mas, acima de tudo, é importante salientar o estado formativo e os resultados instáveis dos modelos de negócio neste campo. Assim como a
nova geração já chegou bem mais rápido que a anterior, a próxima geração
chegará também bastante mais rápido, pelo que é urgente crescer no sentido
das novas tecnologias, e mergulhar neste novo mundo, fundamental para o
sucesso dos negócios que queiram vingar.
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5.
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ESTRATÉGIAS DIGITAIS E
MERCADO ZERO APLICADA À
IMPRENSA
As estratégias de adaptação dos media face
à nova era;
►
►
Implicações da era digital no mundo da imprensa;
Estratégias que têm vindo a ser utilizadas, o
cenário da imprensa atual e o que se pensa fazer
no futuro.
►
Reposicionamento face à Internet
Há pouco tempo atrás, os editores tiveram de fazer escolhas difíceis com
a chegada dos media digitais. Alguns entraram agressivamente no mundo
dominado por start-ups de alta tecnologia. Empresas como Tribune Co., em
Chicago e The Washington Post Co. injetaram anualmente dezenas de milhares de dólares nos seus empreendimentos digitais. Mas a promessa de uma
recompensa – a validação dos seus modelos de negócios e um tremendo
reforço dos cofres pela oferta pública de ações – dissipou-se até antes da
quebra das empresas de alta tecnologia no ano 2000.
Outros tiveram uma atitude de espera. Procuraram uma variedade de táticas, sem a construção de uma estratégia abrangente e fixaram-se no conteúdo. Tudo com uma certa percepção de que o mundo da web não superaria os
media impressos tão cedo.
Hoje, atravessam-se momentos de novas escolhas e de comprometimento
total. Existem duas tendências que vão continuar a direcionar a procura dos
lucros: os grandes negócios irão contar todo o dinheiro e recursos empregues, e
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as operações pequenas e médias vão reduzir a quantidade de conteúdo aberto.
Entre as grandes empresas de media tradicionais, a tentação é grande
para incorporar ou desmontar os esforços online que, consistentemente,
fizeram com que se perdessem parte dos lucros corporativos. A tentativa de
procurar áreas de eficiência numa indústria imatura faz parte do ciclo dos
negócios, mas uma onda coletiva de retrocessos e cortes e uma atitude
descomprometida com novos media que já atingem 50% de penetração nos
Estados Unidos podem vir a tirar aos editores a hipótese de dominar este
novo cenário.
A maior parte das empresas informativas procurou, de alguma forma posicionar-se estrategicamente no cenário da informação digital, após o advento
da Internet. Os posicionamentos passaram, essencialmente, pela manutenção de um mercado consolidado, fruto das suas operações nos media tradicionais. Mas pode observar-se o medo da retração desse mercado, com
a gradual inclusão de leitores da geração do computador e dos videojogos,
assim como a irreversibilidade das tecnologias digitais como base para qualquer forma de comunicação humana. Posicionamentos muito similares a
estes também foram observados noutros segmentos de mercado, embora
com menos medos e uma maior funcionalidade nas escolhas feitas.
Especificamente, no caso das empresas informativas, essa realidade também colocou os editores e as respetivas redações em estado de alerta, na
procura de soluções que tanto podiam passar pela contratação de consultorias especializadas ou instituições académicas que têm vindo a desenvolver
modelos de negócios e estratégias específicas para enfrentar as transformações; como podiam passar por atitudes e ações resultantes de um conjunto
da percepção própria do ambiente, coesão de equipa, habilidades internas da
empresa e informações estruturadas dos especialistas.
O Problema do Financiamento
Os problemas do jornalismo norte-americano não passam tanto pelas
audiências ou pela própria credibilidade, mas antes pelas receitas. Esta
é uma das conclusões do estudo The State of the News Media 2009, um
trabalho do Project for Excellence in Journalism (PEJ), que retrata a realidade do panorama dos media nos Estados Unidos, no ano passado, dando
algumas pistas sobre o que possivelmente acontecerá no próximo ano.
O primeiro quadrimestre de 2009 foi desastroso para todas as categorias.
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Receitas publicitárias da indústria das revistas
Q1 2009 vs Q1 2008
Finanças
Tecnologia
Decoração de Casa
Automóvel
Viagens/Transportes
Retalho
Resposta Direta
Media
Vestuário
Higiene/Cosméticos
Comida
Medicamentos
Uma das questões que se coloca face a estes resultados é: que tipo de
medidas deverá o setor de imprensa empreender para converter a audiência e a credibilidade em receitas, de modo a suster as quebras que se têm
verificado no negócio do papel? Mais, será que o futuro passa por os jornais
enveredarem por edições única e exclusivamente web? Este estudo relembra que, apesar da aceleração da migração de audiências para o online, no
ano passado no mercado norte-americano, estas ainda mantêm uma relação
próxima com as marcas noticiosas, como os números recolhidos pelo PEJ
indicam: o número de americanos que consulta regularmente a Internet à
procura de notícias aumentou 19% nos últimos dois anos, tendo em 2008 o
tráfego dos 50 sites noticiosos mais consultados crescido em 27%.
Alguns diários utilizaram a estratégia de apostar cada vez mais no online e
menos no papel, pondo mesmo fim às suas edições em papel, durante alguns
dias da semana, de forma a poupar em custos de produção e de distribuição
na esperança de que isso não afete os custos na publicidade ou aliene as
audiências da edição em papel. Disso são exemplo o East Valley Tribune, o
Detroit Free Press ou o Detroit News, e o mais provável é que mais títulos
prossigam nesta linha.
Mais radical ainda, mas simultaneamente previsível, é o caso dos títulos
que extinguiram por completo as suas edições em papel, passando a ter
uma atividade exclusivamente online. É o caso, por exemplo, do Seattle Post
Intelligencer, título com mais de 146 anos de existência que, ao adotar esta
estratégia, eliminou no processo mais de 100 postos de trabalho.
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Outros títulos optaram por diminuir o número de páginas, fazendo com
que jornais “condensados” de leitura rápida começassem a surgir em diversos mercados. A questão que se coloca é: será esta uma estratégia vencedora? Os números apresentados pelo mesmo estudo parecem indicar que as
notícias da morte do papel são, ainda, exageradas, e que por isso não faz
sentido os jornais cortarem nas suas edições em papel e estarem apenas
disponíveis online. Os jornais de domingo e alguns dos títulos distribuídos
mais no final da semana continuam inundados de anúncios, e a publicidade
na imprensa ainda atinge preços elevados. Para além disso, as edições em
papel ainda trazem mais benefícios do que desvantagens.
No entanto, as receitas do setor da imprensa continuam a descer de forma
acentuada, não tendo a indústria conseguido suster as quebras de receita. As
perdas para concorrentes na área digital de classificados (áreas cujas receitas caíram para metade; há quem defenda que a médio prazo serão nulas), o
colapso na publicidade nos classificados de emprego, e problemas macroeconómicos como o crash no mercado imobiliário, as quebras na indústria
automóvel e processos de falência no retalho contribuíram para um ano de
2008 onde as receitas de publicidade registaram uma descida acentuada. Os
dados são elucidativos: se há 2 anos o setor da imprensa diária cativava 49,5
milhões de dólares em publicidade, no ano passado a receita ficou-se por 38
mil milhões de dólares, o que representa um declínio de 23%.
A aposta no online também levanta questões relativamente a uma fórmula, que seja relevante para os anunciantes, para medir a audiência de um
meio que utiliza edições em papel e simultaneamente online. Isto porque, segundo o estudo do PEJ, “o standard online – visitantes únicos mensais – não
se compara em frequência ou intensidade da atenção com a média diária de
circulação do papel”. Por outro lado, ainda não há qualquer tipo de certezas
de que o online é ou será a salvação dos media tradicionais, uma vez que
se levantam questões relativas à eficiência dos banners e outros formatos,
e ainda dúvidas relativas ao facto dos preços da publicidade estarem a cair
devido à abundância de oferta online.
A este fenómeno de oferta junta-se uma procura em decréscimo por parte dos marketeers, consequência também do atual clima económico, tendo
levado a que o investimento começasse a registar quebras no mercado americano.
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Espiral dos anúncios / tiragem
Maior Tiragem
Tiragem menor
Maiores investimentos
no produto
Mais anúncios e
lucros de publicidade
Menos investimentos
no produto
Menos anúncios e
lucros de publicidade
Maior Tiragem
Tiragem menor
Fonte: Breyer/Mayländer/seeger 2004, p.19, segundo o modelo de Pürer/Raabe 1996, p.216
Atualmente, perante um cenário onde a publicidade online também regista descidas, seguindo uma tendência global de mercado, que novo modelo
de negócio poderá ser implementado? Ainda o mesmo estudo revela que
se cometeram alguns erros na forma como este ponto de contato com as
audiências tem sido explorado. Se o primeiro erro cometido foi a escolha de
um preço baixo nas edições em papel, um segundo erro poderá ter sido colocar o conteúdo dos websites, muito dele oriundo de grandes e caras redações, disponível gratuitamente. “Há uma esperança de que o Google e o
resto dos agregadores de notícias sejam persuadidos a pagar por aquilo que
estão a colher. Mas muitos acreditam agora que o génio do conteúdo gratuito
não poderá ser colocado de novo na garrafa”, comenta o estudo.
Projeções para o Futuro
No entanto, ultimamente têm surgido sinais positivos, como a capacidade
que tem sido demonstrada pelos meios para se adaptarem, a quebra de barreiras existentes entre as redações do papel e online, o reforço das equipas
de venda e a concentração em apanhar a próxima fonte de receita. Os media
têm demonstrado estar mais disponíveis para estabelecerem parcerias com
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outros operadores da indústria, como é o caso da parceria com o Yahoo, para
aumentar o volume e o target dos anúncios nacionais e para disponibilizar
notícias em terminais móveis ou downloads para formatos com o Amazon
Kindle, que poderão surgir como plataformas de notícias/publicidade que funcionem para os jornais.
Esta viragem para a entrega dos conteúdos em ambiente multiplataforma
é, de resto, uma das tendências emergentes. No online, as organizações de
media estão centradas não tanto em conseguir audiências mas mais em colocar os conteúdos noutras plataformas de distribuição. Esta é a nova postura
que começou pela disponibilização de conteúdos através de podcasts, feeds
RSS ou alertas por e-mail, apostando numa distribuição multiplataforma, mas
também na disponibilização de ferramentas que permitam às suas audiências partilhar os conteúdos na sua rede de conhecimentos.
Exemplo:
“Mixing Bowl” – uma revista nascida de uma rede social bem-sucedida.
A rentabilização de tudo isto é ainda, como já foi dito, uma incógnita. O
estudo do PEJ diz-nos que grande parte da discussão se tem centrado em
saber se os consumidores devem ou não fazer micropagamentos por conteúdos online, e também na possibilidade de organizações sem fins lucrativos
assumirem a propriedade da imprensa. O que acontece é que estas ideias
são bastante frágeis, pois a ideia de pagar pelos conteúdos online já foi tentada e rejeitada pelos utilizadores, e o financiamento por organizações não
lucrativas poderá fazer sentido em áreas como a saúde ou o jornalismo de
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investigação, mas é pouco provável que haja financiamento suficiente para
este tipo de modelo se transformar no modelo proprietário dos media.
O estudo revela ainda outras formas de financiamento mais promissoras.
A adoção de modelos de pagamento por cabo, no qual se agrega uma taxa
para os produtores de conteúdos à mensalidade de acesso à Internet, é uma
das possibilidades, bem como a criação de “enormes espaços de retalho”
inseridos nos sites noticiosos, permitindo a pesquisa de pequenos negócios
locais, ligando-os aos consumidores e possibilitando transações, sobre as
quais o site em questão receberia um montante. Outra das possibilidades
recai sobre a criação de produtos de subscrição dirigidos a audiências profissionais de elite; outra das opções ainda passa pelo estabelecimento de
formas de partilha de receita com agregadores de notícias como o Google.
As parcerias também têm ganho relevo nos últimos tempos, uma vez que
se reduzem os custos. As organizações noticiosas estão a começar a juntar
forças para permanecerem destacadas, dando mesmo o passo de se juntarem com instituições que antes encaravam como rivais, como é o caso do
acordo estabelecido entre a CBS Radio, a AOL e a Yahoo, que colocaram as
suas estações numa única plataforma.
A natureza viral da Internet está também a gerar fenómenos onde o poder da marca jornalística compete com o trabalho de jornalistas individuais.
Jornalistas que deixaram as suas sedes estão a arranjar financiamentos para
criar os seus próprios websites. Este movimento oferece a possibilidade de
relatos mais especializados no terreno, mas ao mesmo tempo requer que os
consumidores descriminem a informação, para além de que levanta questões
relativas à forma como as organizações noticiosas garantem a qualidade e a
fiabilidade da informação.
O prestígio alcançado por alguns meios de comunicação escritos pode
levá-los a tentar rentabilizar a sua marca mediante uma estratégia multimédia. Nalguns casos recorre-se a uma exploração direta por parte do grupo
editorial; noutros, opta-se pela cedência da marca em troca de determinada
contrapartida. Para além das estratégias já referidas superficialmente, algumas das possibilidades já utilizadas foram (Montero Rodríguez, 2005):
1. Distribuição de Informação através do Telemóvel
Com a filosofia de aproveitar todas as inovações tecnológicas existentes
para distribuir informação, existem já algumas iniciativas de venda de informação através do telemóvel. Em todos os casos, consistem num acordo entre as empresas informativas e uma operadora de telemóvel.
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Trata-se de informações de serviço, pequenas e pouco elaboradas, de
rápido consumo e de orientação eminentemente prática. Estes conteúdos
podem ser recebidos por voz, SMS, MMS ou correio eletrónico.
2.
Experiências na Rádio
Alguns grupos editoriais têm tentado converter-se em multimédia ao adquirirem cadeias de rádio e canais de televisão. Por exemplo, o Grupo Prisa,
em Espanha, tem empresas consolidadas no negócio da imprensa diária (El
País), das revistas (Progresa), da rádio (Cadena Ser) e da televisão (Canal+
e Sogecable-Digital+). Nesta estratégia de diversificação, o Grupo Prisa optou pelo lançamento de meios próprios (El País, Progresa e Canal+), pela
aquisição de alguns já existentes (Cadena Ser) e pela extensão da marca.
3.
Experiências na Televisão
Alguns meios de comunicação escrita também ensaiaram uma estratégia de extensão da marca para o negócio da televisão. Trata-se de canais
temáticos da televisão por cabo. Nalguns casos é o próprio grupo editorial
que explora diretamente o canal, noutros há uma concessão da marca a uma
empresa especializada em canais temáticos. Como exemplo de canais que
utilizam a marca de meios de comunicação escrita, pode referir-se a Playboy
Tv e o National Geographic Channel. Para além de aproveitar o prestígio da
marca de determinado jornal ou revista, uma das maiores vantagens face à
televisão é a segmentação, uma das principais chaves das revistas.
Os canais temáticos oferecem aos anunciantes uma maior eficácia devido
à possibilidade de segmentação por idade ou por afinidades do conteúdo,
para além de uma menor saturação. Para além disso, estes espectadores valorizam de forma positiva a integração de certas marcas publicitárias e determinados conteúdos, ou seja, aceitam bem a publicidade e mostram-se muito
mais recetivos à mesma.
As dúvidas primárias subsistem: terá a indústria capacidade de se reinventar? O estudo do PEJ afirma que “há crescentes dúvidas dentro do setor
sobre se a atual geração de responsáveis tem visão suficiente e arrojo para
reinventar a indústria. A reinvenção não vem, normalmente, de gestores que,
prudentemente, traçam o rumo, mas sim de indivíduos que assumem riscos,
tentam o impossível, vendo o que os outros não conseguem, imaginando o
que não está ali, e dando-lhe vida.”
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Estudo de Caso
O jornal Público iniciou a sua versão online em 1999. A rapidez da evolução dos meios digitais fez com que desde então fossem tomadas novas
iniciativas constantemente.
Em 2006,a reestruturação da versão online obrigou a grandes transformações, que passaram pela renovação gráfica e pelo acesso facilitado a serviços para assinantes e não-assinantes. Regressou também o acesso gratuito
à edição impressa na Internet, com exceção a colunas e artigos de opinião,
19 meses após o acesso ter sido limitado apenas a assinantes.
Esta abertura de portas foi vista pelo jornal não só como uma necessidade, mas também como uma capacidade, uma vez que atravessava um momento suficientemente bom para poder oferecer um conjunto de serviços exclusivos a assinantes e dar mais aos leitores que não eram assinantes. Esta
mudança de estratégia permitiu ao Público colocar-se na mesma situação de
outros jornais internacionais, como o The New York Times, onde apenas são
exclusivos para assinantes os textos de opinião.
Para que os assinantes não ficassem prejudicados relativamente aos não-assinantes, para além da opinião passaram a ter acesso a um novo modelo
de Público Digital, que permite ver as páginas tal como elas se apresentam
no papel, ao mesmo tempo que leem o texto em formato html, mais simples
e de navegação mais rápida. Para além disso, as fotografias publicadas no
jornal, bem como os anúncios, passaram a poder ser ampliados quando selecionados com o rato.
Foram também melhorados os serviços de pesquisa, permitindo a quem
estiver registado no site aceder a qualquer texto online desde Março de 2006,
ano de nascimento deste serviço. No caso dos textos da edição impressa,
são de livre acesso os que datem depois de Janeiro de 2005. No caso dos
não-assinantes, têm acesso aos títulos das notícias encontradas na pesquisa, com a possibilidade de comprar cada artigo pelo preço de 1€.
Esta reforma permitiu ainda criar uma maior interatividade com o leitor.
Todas as funções do site são explicadas através de uma espécie de visita
guiada, onde as regras são explicadas de forma clara, os comentários feitos
por assinantes têm publicação automática, e existe um conjunto de serviços
para todos os leitores.
O jornal passou a contar com um serviço de subscrição gratuita de newsletters, um novo canal de economia e ainda um serviço de alertas, oferecido
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também por sites internacionais como a BBC, que permite aos leitores receberem mensagens no seu computador quando surgem determinadas notícias
do seu interesse.
O objetivo do Público foi maximizar os meios existentes, fazer crescer as
receitas de publicidade e da venda de conteúdos, contrariar o decréscimo das
vendas do jornal em papel, e continuar a acompanhar a evolução da Internet.
Questões:
1. Que novas funcionalidades sugeriria hoje à equipa do Público online?
2. Faça um brainstorming sobre possíveis estratégias de lançamento do
jornal no mercado mobile.
Exercícios:
1. Tendo como ponto de partida o jornal “Público”, pesquise tanto a edição
impressa como a digital e faça uma lista das diferenças encontradas entre as
duas. Quais são as vantagens de cada uma?
2. Visite o site de uma revista à sua escolha. Que informação é que consegue reunir sobre o produto? Como consumidor, que outra informação gostaria
de receber?
3. Explore a página http://www.net101.com/reasons.html (“20 razões para
pôr o seu negócio na web”. Tente perceber quais delas terão estado na origem das versões online, por exemplo, das revistas Visão e Sábado.
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4. Ainda partindo da página anterior, imagina alguma situação/revista na
qual não faria sentido uma versão online? Se sim, qual?
5. Visite a página do New York Times no Facebook. Em grupo, discuta os
pontos fortes e fracos.
6. Suponha que está a construir um site para uma revista de desporto. Use
uma ferramenta como o Google para encontrar os sites de três boas revistas
de desporto. Como é que encontrou os sites? Que palavras-chave é que tornariam a pesquisa da sua revista mais fácil?
7. Pense em maneiras de promover uma revista de moda. Que sites ou
portais consideraria para colocar a sua publicidade? Porquê? Que outras maneiras poderiam ser boas para promover o seu tipo de negócio?
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ORIENTAÇÕES PARA UM
PLANO DE NEGÓCIOS
E MARKETING
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► Gestão
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e Plano de Negócios de uma Revista
A Importância de um Plano de Negócios
Quando se lança uma revista, existem três recursos que devem ser maximizados para assegurar o sucesso: dinheiro, estratégia e pessoas.
- O tempo é a variável que está sempre contra todos os esforços e a única
que resiste à manipulação de todos os recursos.
- Um Plano de Negócio deve apresentar uma descrição detalhada da otimização dos recursos disponíveis.
- Deve também ter em conta todas as condicionantes/obstáculos que surgem ao lançamento de uma revista.
O que é um Plano de Negócio
• Consiste numa representação escrita da estratégia de edição e das ferramentas que vão ser utilizadas.
• É um processo, não um destino.
• Desenvolver um plano de negócio de uma revista ou de um jornal pode
ser a maior forma de se aprender acerca do negócio de edição: a maioria
das pessoas tem competências numa área específica (editorial, circulação, publicidade, etc.).
• O desenvolvimento de um plano de negócio exige um conhecimento de
todas as áreas de uma revista.
• É o melhor documento de venda para captar possíveis investidores, parceiros ou patrocinadores.
• Mais importante: reúne importantes análises relativas ao mercado, ao
produto, e à concorrência num determinado local.
• O Plano de Negócio é, em certa medida, um documento que representa
a estratégia e ADN de uma editora.
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Orientações para um Plano de Negócios e Marketing
Um Plano de Negócio não deve ser:
• Pesado (muitas páginas com informação desnecessária).
• Permanente: vai ser alterado muitas vezes. É preciso não esquecer que
este é um processo, não um destino.
• Inflexível: deve ser reajustado em função da conjuntura e da redefinição
de estratégias.
Plano de Negócio – 1ª FASE:
▪ A Redação:
Três secções:
• Sumário Executivo: descrição das diversas fases do plano.
• Resumo da Estratégia: o que estamos a fazer e porque o estamos
a fazer.
• Resumo das Ferramentas: como vamos fazer e o que acontece se
alguma coisa corre mal.
▪ SeCção 1 – Sumário Executivo deverá conter:
• A essência do plano.
• O alcance e o destino do plano.
• Resumo do mercado, posicionamento da revista e concorrência
• Resumo financeiro (investimentos e retorno).
• Fatores de sucesso.
• Tarefas efetuadas (em constante atualização).
▪ SeCção 2 – Resumo da Estratégia
Conceito Editorial: O mundo não pode continuar a existir da forma como
o conhecemos sem a nossa revista.
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INOVAÇÃO, GESTÃO E DESENVOLVIMENTO DE EDITORAS DE REVISTAS
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• Missão Editorial: descrição clara e concisa dos objetivos e propósitos da revista.
• Características do Produto:
Secções;
Colunas;
Características;
• Características do Design:
O design da revista deve estar interligado com a sua missão;
• Fluxo Editorial, Planeamento
Mercado e Público-alvo
Descrição do Mercado
Perfil demográfico
Perfil psicológico
Perfil Competitivo
• Concorrência:
Quais as publicações que são concorrentes diretas da minha
revista?
Benefícios da concorrência.
• Posicionamento no Mercado
Depois de definido o público-alvo e depois de se ter descrito
quais os seus interesses, o posicionamento vem determinar de
que forma é que o podemos abordar.
Circulação – Como Chegamos aos Leitores?
É nesta fase que o know-how da editora é posto em causa.
Análise da rentabilidade da circulação.
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Orientações para um Plano de Negócios e Marketing
Qual é a estratégia de circulação?
Quiosque para captar assinantes;
Previsão do valor base;
Comparação do preço e da concorrência;
Composição da circulação.
Quais as estratégias utilizadas para garantir novos assinantes?
Newsletters, e-mails personalizados, ofertas, promoções.
Agências: e-mails personalizados, planos, catálogos...
Qual a estratégia promocional?
Como é que se passa a mensagem pelos diversos canais?
Como se faz a seleção dos meios de comunicação a investir?
Para exemplares únicos:
Distribuição correta;
Quiosques próprios;
Perfil competitivo.
Qualidades de circulação especiais para a nossa publicação
Publicidade
Perfil completo da concorrência (taxas, frequências, valor base,
CPM, etc...);
Identificação dos limites da nossa publicação;
Periodicidade;
Análise da indústria;
Qual o tipo de revista/jornal que estamos a preparar (missão editorial)?
O mercado e o público-alvo estão preparados para a minha revista?
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INOVAÇÃO, GESTÃO E DESENVOLVIMENTO DE EDITORAS DE REVISTAS
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Qual o perfil competitivo da minha concorrência?
Qual o tipo de leitor que procuramos?
Quais os tipos de publicidades que melhor servem os nossos
interesses?
▪ SeCção 3 – Resumo das Ferramentas
Vendas e Marketing
Direct mail;
Pesquisa;
Campanhas;
Eventos especiais;
Materiais de vendas;
Eventos anuais;
Merchandising;
Membros;
Reuniões e congressos;
Subscrições complementares.
Construção do media kit;
Gestão
Investir em pessoas;
Tende a ser uma área à qual é dada a máxima atenção no desenvolvimento do plano;
Definição das equipas para cada área específica:
- Editorial e design;
- Publicidade e marketing;
- Distribuição;
- Produção;
- Administração.
Proporcionar formação adequada a todos os trabalhadores, acentuando o seu compromisso com a empresa e a paixão pela revista/
jornal e fomentando o trabalho em equipa;
Criar um Conselho Consultivo.
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Orientações para um Plano de Negócios e Marketing
Operações
• Produto específico
Fluxo editorial;
Fotografia, arte e design;
Provas;
Impressão e produção específica;
Distribuição.
• Negócio específico
Administração, comercial e controlo interno;
Recursos humanos;
Relações públicas;
Despesas.
Oportunidades para o Produto:
Discutir o futuro da revista e as possíveis extensões dos seus serviços.
Demonstrar o potencial para originar oportunidades .
Demonstrar que o poder da nossa revista vai para além da versão
impressa.
Neste caso, é necessário incluir os custos adicionais no orçamento.
Lançamento do Plano e Características Financeiras:
Resumo do Plano;
Tempo;
Desdobramento dos recursos;
Eventos-chave;
Análise das finanças;
Orçamento necessário;
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INOVAÇÃO, GESTÃO E DESENVOLVIMENTO DE EDITORAS DE REVISTAS
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Total do montante exposto aos investidores;
Cenários de crise.
Plano de Negócio – 2ª FASE:
A elaboração da parte financeira deve considerar três aspetos importantes:
• Cenários
Devem ser devidos vários cenários em função de conjunturas mais
otimistas, pessimistas ou moderadas.
• Modelos
Devem ser explicados os modelos de elaboração dos cálculos; por
exemplo: discount cash flow.
• Demonstrações
A informação económica financeira deve ser passível de ser demonstrada.
Plano de Negócio – 3ª FASE:
O plano de negócios pode conter alguma informação complementar que
ajude a melhor entender o projeto de gestão empresarial e conteúdos da
revista, nomeadamente:
Informação sobre o mercado;
Gráficos ilustrativos de ideias;
Conceito e exemplos de design;
Gráficos da organização;
Quotas de produção;
Outros...
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Orientações para um Plano de Negócios e Marketing
► Gestão,
Marketing e Desenvolvimento de Revistas
Os Destinatários do Produto Editorial
• É necessário realizar estudos de mercado e conhecer o tipo de leitor
que vai ler e comprar o nosso produto.
Que gostos tem?
Qual é o seu poder de compra?
Onde compra?
Porque é que lê?
Com que periodicidade compra?
Qual o preço que está disposto a pagar?
• É muito importante saber quais são os motivos que fazem com que
o nosso leitor compre o nosso produto e não um produto concorrente.
Esquema de um Plano de Marketing
1ª faSe
1.
4.
Análise da
situação
externa
3.
3ª faSe
2ª faSe
5.
Decisões Estratégicas:
- Objectivos de Marketing
- Estratégias de Marketing
- Carteira de clientes
- Segmentação e posicionamento
- Marketing Mix
Planos de Ação
Diagnóstico
2.
Análise da
situação
interna
Fonte: Elaboração Própria
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INOVAÇÃO, GESTÃO E DESENVOLVIMENTO DE EDITORAS DE REVISTAS
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1ª Fase
- Descrição da situação externa e as possibilidades e potencialidades
internas que temos como empresa para podermos fazer um diagnóstico.
2ª Fase
- Definição dos objetivos a curto e longo prazo, quais as estratégias a
utilizar…
- … e análise da nossa carteira de clientes, qual a nossa segmentação
e posicionamento no mercado e elaboração do Marketing Mix (combinação dos elementos que compõe o nosso produto).
Composto pelos 4 P's:
Produto
Preço
Promoção
Distribuição (Placement)
3ª Fase
- Delimitação dos planos de ação, do investimento nos media, etc.
Política Comercial
• Aspetos a Ter em Conta:
- Determinação dos preços.
- Necessário ter em conta os preços praticados pela concorrência e
quais as ações de promoção que favorecem a sua política comercial.
• Distribuição e Pontos de Venda:
- Os canais de distribuição devem ser analisados minuciosamente.
- Os distribuidores levam a cabo estudos que lhes permitem avaliar
quais os pontos de venda (grandes superfícies, livrarias especializadas, quiosques, etc.) onde devem distribuir o nosso produto para
que chegue mais facilmente ao nosso público-alvo.
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Orientações para um Plano de Negócios e Marketing
- É preciso não esquecer:
Venda direta;
Venda a crédito;
Venda porta a porta;
Venda por subscrição;
Internet.
- Qual a relação que queremos manter com os leitores.
Política Promocional
Os meios de comunicação condicionam cada vez mais a promoção
dos nossos produtos.
Ter um lugar e um espaço para apresentar o nosso produto é essencial
para nos diferenciarmos da concorrência, num mercado editorial saturado.
Temos de saber selecionar qual a melhor forma de promoção para os
diversos produtos.
Uma boa relação com os media é imprescindível – são eles que dão
visibilidade ao nosso produto, junto do nosso público-alvo.
Esquema de um Projeto Editorial
• Definição do Projeto
Apresentação
Objetivos
Critérios
• Análise do Mercado
Delimitação do target
Lista de produtos
Identificação da concorrência
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INOVAÇÃO, GESTÃO E DESENVOLVIMENTO DE EDITORAS DE REVISTAS
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• Organização e Planificação
Definição do organigrama
Descrição das funções
Cronograma
• Análise Económica
Investimentos
Gastos de estruturas, pessoal …
Custos do projeto
Custos do produto
Impacto nos custos
Previsão de vendas
• Estratégias de Comunicação e Comerciais
Promoção
Difusão
Distribuição
• Previsão
Avaliação e Acompanhamento
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Orientações para um Plano de Negócios e Marketing
Por conseguinte:
Aspetos Centrais de um Projeto Editorial
Elementos a ter em conta durante a elaboração de um Plano de Negócio:
• O Conceito
Escreva a sua missão, num texto com, no máximo, 3 frases. Seja
claro e conciso para que a missão seja de fácil memorização.
• Conteúdos
Divida os conteúdos da revista por secções, colunas e artigos (não
esquecer a tabela de conteúdos por página e a carta do editor).
Para o plano de negócio, será necessário criar conteúdos específicos para quatro edições, com base na estrutura acima descrita.
Proporcione ao potencial investidor ideias e artigos para pelo menos dois meses da revista, para que ele tenha uma melhor ideia dos
seus objetivos.
• Carta do Editor
Poderá parecer prematuro, mas comece a delinear o que vai escrever. Não se esqueça de explicar os leitores os seus motivos e
faça-os sentir parte integrante da revista.
• Análise da Audiência
Depois de feita a pesquisa sobre o público-alvo, faça um resumo,
assim como um pequeno esquema demográfico e psicológico da
sua audiência.
• Análise da Concorrência
Examine os pontos de venda, analise as revistas de referência e
faça uma lista da concorrência. Dedique uma página para o seu
maior concorrente, com indicação da circulação, taxa de publicidade, conceitos e, principalmente, os seus pontos fracos.
Depois, enumere os seus concorrentes secundários, dedicando um
parágrafo a cada.
Depois de ter enumerado a sua concorrência, escreva um parágrafo conclusivo e resumido, que deverá encabeçar esta secção.
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INOVAÇÃO, GESTÃO E DESENVOLVIMENTO DE EDITORAS DE REVISTAS
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• Análise da Publicidade
Estabeleça relações com as marcas que investem nos seus concorrentes; tente captá-las para a sua revista.
Faça uma lista das marcas que gostaria que investissem na sua
revista.
• Análise da Circulação
Descreva a estratégia de distribuição, desde a gráfica até ao público-alvo.
É mais complexo do que parece e pode ser um processo bastante
dispendioso.
Determine qual a percentagem por exemplar, as vendas diretas e
as ofertas promocionais.
• Trabalhadores
Determine quantas pessoas serão necessárias para produzir a revista e quanto é que lhes irá pagar.
Pagar aos trabalhadores pode ser caro, mas lembre-se que a sua
revista pode "afundar-se" se não tiver profissionais suficientes a trabalharem nela.
• Orçamento
Este é o ponto mais complexo do seu plano: descreva todas as
despesas e receitas para os próximos quatro anos. Esta pode ser
a secção à qual os investidores prestam mais atenção, por isso é
necessário que esteja bem feita.
• Plano de Contingência
Faça um resumo de todo o plano. O seu investidor não vai querer
ler o plano todo.
Dê aos investidores as principais características e diretrizes de
cada secção, para que ele possa ter uma noção do seu projeto num
reduzido espaço de tempo.
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ANÁLISE APROFUNDADA DE UM CASO:
UMA VISÃO INTEGRADA
DA ESTRATÉGIA DE
GESTÃO E MARKETING
Empresa de Media: IMPRESA
Produto: Revista VISÃO
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INOVAÇÃO, GESTÃO E DESENVOLVIMENTO DE EDITORAS DE REVISTAS
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Introdução
No campo empresarial da Comunicação e dos Media, achou-se pertinente
escolher a VISÃO para estudo de caso. A escolha recai sobre esta revista
semanal portuguesa por ser atualmente um título muito exposto nas bancas e
conhecido por largos milhares de leitores da imprensa nacional, assumindo-se como líder neste segmento de mercado.
Tipo de Negócio
A Impresa – Sociedade Gestora de Participações Sociais, S.A. ("Impresa")
tem sede em Lisboa, na Rua Ribeiro Sanches, nº 65, foi constituída em 18
de Outubro de 1990 e tem como atividade principal a gestão de participações
sociais noutras sociedades.
O Grupo Impresa é constituído por produtos na área de media, nomeadamente através da difusão de programas de televisão e da edição de publicações (jornais e revistas) e de outros meios audiovisuais.
Historial
A VISÃO surge nas bancas a 24 Março de 1993, com Carlos Cáceres
Monteiro na direção, instituindo um semanário em forma de revista que é
atualmente a newsmagazine líder de mercado. A publicação aparece no seguimento da ligação da empresa suíça Edipresse à Projornal, uma sociedade
de jornalistas portugueses que até 1992 editava o semanário "O jornal". O
crescimento exponencial do número de assinantes coincidiu com a entrada
da Edipresse na Abril Controljornal (ACJ), em 1999. A revista foi então integrada no grupo das revistas Caras Turbo e Cosmopolitan, entre outras. Em
2002, a editora Abril vendeu a sua quota, passando a Impresa e a Edipresse
a deter partes iguais do grupo, que em 2003 mudou o nome para Edimpresa.
Nas bancas todas as quintas-feiras, a revista é hoje dirigida por Pedro
Camacho.
Atualmente, a VISÃO conta com diversas publicações satélite mais segmentadas, como a VISÃO História, a VISÃO Júnior, a VISÃO Estilo & Design,
a VISÃO Vida & Viagens e a Visão Link, todas em suporte impresso, mas com
periodicidades diferentes.
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Uma Visão Integrada da Estratégia de Gestão e Marketing
Recentemente foi lançado o suporte HTML, disponível a qualquer pessoa,
em qualquer parte do mundo, e em permanente atualização: http//aeiou.visao.pt. Esta página permite aceder não só às últimas publicações da revista
"mãe", como a arquivos de anteriores publicações e conteúdos das outras
revistas da família VISÃO.
A VISÃO posiciona-se como uma revista para leitores bem informados
com uma determinada abertura cultural. O objetivo primordial desta newsmagazine é, sem dúvida, proporcionar ao seu público-alvo inovações, modos
de pensamento e novos estilos de vida, em concordância com a atualidade e
com as mutações da sociedade. A proliferação e o sucesso das revistas devem-se, essencialmente, à sua capacidade de adaptação e flexibilidade face
aos consumidores e agentes publicitários. Outra das chaves do sucesso é a
preocupação com os interesses e necessidades dos leitores, estabelecendo
sempre uma boa relação com estes.
A revista identifica-se com os valores da democracia pluralista e solidária,
regendo o exercício da sua atividade através do cumprimento rigoroso das
normas éticas e deontológicas do jornalismo. Pretende também transparecer
independência do poder político, económico e de quaisquer outros grupos de
pressão. No entanto, é possível verificar uma tendência para ideias Centro-esquerda, que podem constatar-se nas opiniões dos cronistas e num certo
protecionismo dos jornalistas.
Perfil do Consumidor da Revista Visão
Classe Social
Sexo
Idade
30%
50%
42%
40%
30%
24%
25%
29%
49%
21%
20%
49%
51%
51%
8%
10%
20%
A/B
C1
C2
Ocupação/Profissão
Quad. Méd./ Sup.
3%
26%
Com./Serv./Adm.
13%
5%
Téc. Esp./Peq. Pro.
11%
8%
17%
17%
4%
0%
D
15-17
17%
17%
Masculino 15%
Feminino 10%
5%
0%
21%
17%
18-24
25-34
35-45
46-54
+ 54
Região
15%
Sul
13%
Int. Norte
16%
Lit. Centro
Trab. Qual./Esp.
Trab. N./Qua./Esp.
N Activos
Estud.
Domést.
14%
Lit. Norte
11%
Gd. Porto
31%
Gd. Lisboa
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
Fonte: Marketest (Jan-Mar 2007)
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INOVAÇÃO, GESTÃO E DESENVOLVIMENTO DE EDITORAS DE REVISTAS
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Em traços gerais, os leitores da revista Visão são maioritariamente do
sexo masculino (sexo feminino 49%) e pertencentes à faixa etária entre os
25 e os 34 anos.
As classes sociais predominantes são a alta e média-alta, não só devido
ao custo do produto, mas também aos conteúdos que oferece. São indivíduos ativos, inteligentes, com um perfil empreendedor, versáteis, que gostam
de acompanhar as informações globais. Têm um emprego estável, viajam
sempre que lhes é oportuno, e são maioritariamente casados e com família
constituída. Identificam-se com a revista e o prestígio da marca, vendo nela
um símbolo de cultura e atualização de uma determinada elite social.
Quanto à ocupação da maioria dos leitores, podemos aferir que 26% são
quadros médios ou superiores. Seguem-se dois grupos equiparados percentualmente (17%): o setor do comércio, serviços e administração e o segmento
estudantil.
Ao analisarmos a distribuição geográfica, verificamos que a maior fatia de
leitores pertence à região centro da Grande Lisboa, com 31%, seguindo-se
imediatamente a região litoral Centro, o Sul e o Litoral Norte, todos com percentagens entre os 14% e os 16%.
Grupo IMPRESA – EDIPRESSE e EDIMPRESA
Fonte: IMPRESA
Em Março de 1991, a ControlJornal, empresa de holding de todo o grupo
de comunicação social liderado por Francisco Pinto Balsemão, abre-se ao
exterior permitindo aos investidores uma abordagem económica no campo
da comunicação e publicações. Cria-se à data uma super holding, intitulada
IMPRESA, que concorre à atribuição dos primeiros canais de televisão privados. A SIC é lançada em Outubro de 1992, e ao fim de apenas 2 anos de
emissão, torna-se líder de audiências.
A IMPRESA é atualmente o maior grupo de media português, subdividindo-se em quatro grandes áreas de atuação: a IMPRESA jornais (Expresso,
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Uma Visão Integrada da Estratégia de Gestão e Marketing
Jornal da Região), a Edimpresa (editora de revistas (Visão, Caras, Casa
Cláudia) que surge em parceria com o grupo suíço Edipresse); o canal
televisivo SIC; e a Impresa Digital, que se dedica à parte da multimédia.
Organização Interna
No organograma que se segue encontramos a organização dos setores
dentro do Grupo Media IMPRESA.
100%
IMPRENSA
(SGPS)
Serviços Partilhados
TELEVISÃO
DIGITAL
100%
IMPRENSA Publishing, SA
IMPRENSA Serviços, Lda
100%
IMPRENSA.COM, SA
100%
OUTRAS
PARTICIPAÇÕES
100%
Publicidade e Projectos Especiais
100%
100%
Sojornal, SA
Expresso
3,57%
NP-Notícias Portugal
Produção Multimédia
Particip. 2,72% LUSA
100%
90,042%
Medipress, Lda
Autosport, Blitz e Volante,
Activa, Arquitectura e Construção, Caras, Caras
Decoração, Casa Cláudia,
Exame, Exame Informática,
FHM, Ideias, Jornal Letras,
Stuff, Telenovelas, TV Mais,
Visão, Visão História, Visão
Júnior, Visão Link, Visão
Vida e Viagens.
Aeiou, SA
65%
Investimentos Multimédia
51%
51%
7Graus
Site Olhares
100%
GMTS - Global
100%
Portal NetJovens
100%
100%
(em descontinuação)
50%
Gesco, Lda
Gestão de Conteúdos
Impresa Classificados, Lda
Impresa Turismo, Lda
Conteúdos Turismo e Lazer
51%
Infoportugal, SA
100%
Sistemas de informação
99,625%
Páginas Longas, Lda
Dialectus, Lda
85%
ADTECH, SA
65%
SIC Indoor, SA
Distribuição de
Publicações
48,8%
Vasp Premium,
Lda
Distribuição
Personalizada
10%
90%
90%
40%
Vasp TMK
Trade Marketing
DPS
10%
Digital Printing
Services
SDIM
Distribuição
Madeira
Sistemas de Comunicação
Multimédia
Publicidade Indoor
60%
Lisboa TV, SA
SIC Notícias
Lusa, SA
Agências Noticiosa
Vasp, Lda
TDN - Terra do Nunca, SA
Traduções, Legendagens
SurfPortugal
100%
Produção de Eventos
Espanha
Produção de Ficção Televisiva
90%
Courrier Internacional
Publisurf, Lda
Som Livre GDA, Lda
Gestão de Direitos
Autorais
Comfutebol, Lda
50%
99,625%
iPlay - Som e
Imagens, Lda
33,33%
ELSINOR, SL
Editora de Música
(em descontinuação)
Interjornal, Lda
Media Technology
Solutions, Lda
Serviços Técnicos
ACTING OUT, Lda
Produção de Eventos
20%
SIC On Line, Lda
Internet
Edimpresa.Com, Lda
Publicidade classificados
51%
SIC, SIC Radical, SIC Mulher e
SIC Internacional
Particip. 2,72% LUSA
50%
30,65%
60%
SIC, SA
Directórios de Internet
NJPT Internet, Lda
51%
(SGPS)
18,35%
Impresa Cross
Media, Lda
Produção de Eventos
e Conteúdos
Solo, SA
Dirnet, SA
NP-Notícias Portugal
100%
100%
Gestão de Conteúdos Digitais
Cosmopolitan
3,57%
100%
New Media, Lda
100%
100%
Office Share, Lda
Gestão de Imóveis
(SGPS)
Hearst Edimpresa, Lda
50%
100%
Soincom, SA
Media Zoom (IMPRENSA
Digital), Lda
100%
51%
SIC Filmes, Lda
Produção Telefilmes
10%
PTDP, SA
TDT - Televisão Digital Terrestre
3,57%
NP-Notícias Portugal
Particip. 2,72% LUSA
Dezembro 2008
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INOVAÇÃO, GESTÃO E DESENVOLVIMENTO DE EDITORAS DE REVISTAS
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Órgãos Sociais da Revista VISÃO
▪ Francisco Pinto Balsemão
Presidente do Conselho de Administração.
Licenciado em Direito.
▪ Luiz Vasconcellos
Vice-Presidente do Conselho de Administração da Impresa.
Licenciado em Engenharia Técnica Agrária.
▪ Francisco Maria Balsemão
Administrador da Impresa desde 2001 e membro da Comissão Executiva.
Administrador da SIC, Impresa Jornais, Sojornal e gerente da Impresa
Digital.
Licenciado em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores.
▪ Alexandre Vaz Pinto
Administrador Independente/ Presidente da Comissão de Auditoria.
Licenciado em Economia.
▪ António Pinto Barbosa
Administrador Independente/ Membro da Comissão de Auditoria.
Licenciado em Finança e Doutorado em Economia.
▪ Luísa Anacoreta Correia
Administradora Independente/ Membro da Comissão de Auditoria.
Licenciada em Administração e Gestão de Empresas e mestre em
Economia.
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Uma Visão Integrada da Estratégia de Gestão e Marketing
▪ José Pedro Aguiar-Branco
Presidente da Assembleia Geral.
Licenciado em Direito.
▪ José Manuel Durão
Secretário da Sociedade.
Licenciado em Direito.
Fatores Externos
Para melhor compreendermos as escolhas e opções que uma empresa
faz para o seu produto, é preciso avaliar a sua envolvente externa, de modo
a perceber de que forma esta influencia as decisões internas.
Envolvente Económica: a VISÃO está consciente das dificuldades da
conjuntura económica atual. Segundo informações do INE, o consumo individual por objetivo (compra de revistas, lazer), referente ao mês de Fevereiro
do presente ano diminuiu de 102,94 euros (Fevereiro 2008) para 100,47 euros, o que indica que o consumidor perdeu poder de compra neste campo,
dando prioridade à Educação, Saúde e Alimentação.
Ao nível comunitário tem-se verificado uma tendência para a aceleração
do crescimento dos preços, com a taxa de inflação a subir em muitos Estados-membros. Os estudos da Euroestat relativos a Fevereiro 2008 revelam
uma inflação homóloga de 3.2% para 3.3% na Zona Euro e uma estagnação
de UE27 (3.2).
O facto de a revista Visão se encontrar numa empresa média nacional, o
que lhe dá uma estabilidade financeira relevante, não significa que se demita
dos seus objetivos de venda e produção.
Envolvente Político-legal: esta envolvente deriva dos atos políticos do
estado, bem como das leis e decretos-lei. A Constituição da República Portuguesa afeta a regulamentação da empresa nos seguintes artigos:
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INOVAÇÃO, GESTÃO E DESENVOLVIMENTO DE EDITORAS DE REVISTAS
145
Artigo 37.º
(Liberdade de expressão e informação)
Artigo 38.º
(Liberdade de imprensa e meios de comunicação social)
Artigo 39.º
(Regulação da comunicação social)
No caso do Código Civil, da Lei de Imprensa e do Código de Processo
Penal:
Artigo 79.º
(Direito à imagem)
Artigo 80.º
(Direito à reserva sobre a intimidade da vida privada)
Artigo 81.º
(Limitação voluntária dos direitos de personalidades)
Artigo 484.º
(Ofensa do crédito ou do bom nome)
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Envolvente Cultural: esta envolvente refere-se às circunstâncias que derivam da cultura de um povo ou património. O que se verifica em Portugal é
a precariedade dos hábitos de leitura da maioria dos portugueses. A falta de
hábitos de leitura segmenta o mercado das revistas, assim como o dos livros
e outros documentos escritos. A revista VISÃO procura atingir mais públicos/
consumidores e procura ter uma distribuição nacional e internauta.
Envolvente Tecnológica: um dos fatores mais importantes na VISÃO é
a vertente flexível do produto; favorece a adaptação aos diversos formatos e
plataformas, sendo exemplo disso a plataforma HTML Visão. Também o formato impresso, ao nível das tintas, do papel e das práticas de reciclagem e
reutilização dos mesmos, procura acompanhar a tecnologia mais recente de
acordo com a situação financeira disponível para tais investimentos.
Envolvente Social: Esta envolvente deriva da sociedade ou comunidade
em que a marca/produto se insere. A VISÃO situa-se na área das comunicações sociais, nomeadamente a imprensa. É essencial para a sociedade,
na medida em que se trata de um produto com forte componente de serviço
prestado à sociedade de informação.
Mercado Concorrencial
Quando falamos em mercado concorrencial no segmento das newsmagazines, consideramos que a par da VISÃO, estão a revista Sábado e a Focus.
Seguidamente apresentam-se dois gráficos relativos à tiragem e à circulação das revistas anteriormente mencionadas, considerando o 6º bimestre de
2009, e a partir dos quais é possível consagrar quantitativamente a liderança
da VISÃO.
Tiragem
6º Bimestre 2009
Circulação
6º Bimestre 2009
102012
125478
VISÃO
SÁBADO
FOCUS
24000
74442
103333
24000
Fonte: APCT
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As três newsmagazines do mercado nacional enfrentam-se semanalmente nas bancas, mas é a VISÃO que se encontra mais consolidada no mercado, com longos anos de implantação. Ultrapassa a Sábado que, por sua vez,
se encontra à frente da Focus, quer nos números das tiragens, quer nos de
circulação.
A Sábado é a mais direta concorrente à VISÃO, sendo a mais aproximada
quer em termos qualitativos, quer em quantitativos. Apesar de ter surgido
mais tarde, a Sábado conseguiu ultrapassar de imediato as concorrentes Focus e Tempo, através de uma estratégia agressiva de marketing. A preocupação a nível gráfico e na escolha de novas abordagens temáticas projetou
a Sábado face às suas concorrentes diretas. Quanto à tiragem em 2009, os
dados da Sábado, apresentados no gráfico anterior, mostram 103333 exemplares face aos cerca de 125 mil da VISÃO.
A VISÃO soube aproveitar a oportunidade de se demarcar no segmento
de mercado onde atua, pelo simples facto de saber absorver as críticas do
público e deter uma visão futurista. Por outras palavras, a Visão tornou-se
líder de mercado pelo intuito inovador; ao ser fortemente criticada na década
de 90, por excesso de publicidade, soube reafirmar-se através da remodelação, deixando de ser tão conservadora e tão publicitária.
Um dos pontos fortes da revista foi, na última década, ter apresentado
as notícias da atualidade com rigor, qualidade e profissionalismo, fazendo
chegar aos consumidores os acontecimentos mais marcantes no nosso país,
desde a economia à literatura, passando pelo lazer, artigos de cariz mais
científico, novas tecnologias, investigações de universidades nacionais entre
muitas outras áreas. As fontes de informação de confiança e os profissionais
credíveis são outro ponto forte.
Já no campo da publicidade, a VISÃO associa-se a muitas ações culturais
através de patrocínios e/ou mecenatos. Os próprios anúncios são também
bem pensados, seja na imprensa, rádio, ou televisão. No patamar de promoção de imagem, podemos fazer referência à SIC e à SIC Notícias; a nível da
imprensa e rádio, salientamos a TSF, Público, DN e Expresso como canais
promocionais.
Em 2004 é lançada a VISÃO Júnior, uma revista com cerca de 36 páginas,
destinada a um público-alvo específico de crianças entre os 7 e os 12 anos.
Trata-se de uma revista que aborda temáticas da atualidade, sob os mesmos
moldes da VISÃO, tendo sempre como protagonistas os jovens.
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Em Março de 2007, a VISÃO assumiu uma nova mudança, mudando de
tamanho, papel, desenho gráfico, tipografia, conteúdos, logótipo, e inclusivamente estrutura interna. A este último nível, o primeiro passo foi uma alteração na chefia, e posteriormente um novo modelo editorial.
Para poder continuar a aprofundar a sua vocação mais característica, de
contar histórias do nosso país ou de qualquer outro ponto do planeta, a VISÃO reforçou a grande reportagem, o jornalismo de investigação, e a presença de melhores fotografias, considerando que este é um dos melhores
veículos de descrição de situações informativas.
O espaço dedicado às coisas boas da vida passou a fazer parte da VISÃO
SETE: um roteiro de espetáculos e tempos livres, com edições distintas para
as zonas Norte e Sul do País, que também tem sido sistematicamente melhorado do ponto de vista gráfico.
E porque a inovação é um fator-chave do desenvolvimento, a VISÃO.pt
surge na Internet. A VISAO ONLINE segue os mesmos parâmetros da "mãe",
sendo uma publicação de informação geral em suporte eletrónico, com o
objetivo principal de cobrir os mais importantes acontecimentos nacionais
e internacionais através de conteúdos multimédia, da imagem e de outras
soluções. Na VISAO ONLINE é possível encontrar vídeos, podcasts, galerias
de fotos e infografias que complementam a edição impressa. Foi também
inovador o facto de oferecer aos cibernautas, não só informação detalhada,
mas também um espaço de debate sobre temas da atualidade. Os fóruns,
promoções, newsletters e news alerts proporcionam um contato mais próximo com a revista. Os debates VISÃO, o comentário às notícias publicadas
ou qualquer outra área do site em que o leitor é chamado a participar com a
sua opinião, são espaços de discussão abertos a todos e visam aproximar
os utilizadores. Este foi um verdadeiro golpe de marketing, pois ao tornar o
ambiente online mais dinâmico e interativo, a VISÃO conseguiu um aumento
significativo de internautas, e consequentemente uma certa permanência na
liderança do setor português das newsmagazines.
Em consequência desta remodelação, a VISÃO.pt obteve em Março de
2007, uma subida de 41.78% do número de pageviewers, fechando o mês
com 659 811 páginas visitadas, e registando um aumento de 24%, no número
de visitas. Estes números permitem-nos aferir que, para além atrair um número maior de visitantes, a página levou os cibernautas a navegarem mais
tempo do que era habitual. De acordo com o relatório mensal da Netscope da
Marktest, o número de páginas visitadas durante a semana aumentou 25%,
e durante os fins-de-semana este crescimento alcançou os 32%. Em termos
sociodemográficos aferiu-se que foram as mulheres que, no mês em estudo,
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mais visitaram o site, atingindo 75% do tráfego total. Ainda a partir deste mesmo estudo foi possível aferir um aumento exponencial dos visitantes (123%),
pertencentes à faixa etária dos 25 aos 30 anos.
Por todas as razões explanadas anteriormente, e tenho em conta o
quadro que abaixo se segue, onde são evidenciados os números médios de
circulação bem como a audiência média de leitores (1º trimestre de 2007), é
possível concluir que a VISÃO é líder destacada no segmento das revistas de
informação geral, com mais de meio milhão de leitores.
Média de Circulação Paga*
92.748
Assinaturas*
41.071
Audiência Média**
647.000 Leitores (7,8%)
*Fonte: APCT Março 2007
**Fonte: Marktest Bareme Imprensa 1ª Vaga 2007 (Jan-Mar)
Como diz o consultor Floriano Ferreira Jr., é preciso ter sempre em conta
que "a pós-venda de hoje é a pré-venda de amanhã, e uma empresa cresce,
não só conquistando novos clientes, mas também e principalmente, retendo
os clientes já conquistados, e isso só é possível se eles estiverem satisfeitos"
(in A arte de fazer bons negócios, Butterfly Editora).
Análise SWOT
Através de uma análise SWOT da revista VISÃO, é possível definir estratégias para manter os pontos fortes, reduzir a intensidade dos pontos fracos,
aproveitar as oportunidades e criar uma proteção das ameaças.
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PONTOS FORTES
− Forte participação no mercado do grupo IMPRESA.
− Bom posicionamento da Edimpresa no setor das revistas.
− Qualidade informativa, boa configuração gráfica satisfazendo necessidades de um público-alvo diversificado exigente.
− Bom uso de canais de comunicação para publicação dos seus anúncios.
− Não existência de vínculo a grupos de pressão económico-políticos.
− Inovação, flexibilidade e atualidade.
PONTOS FRACOS
− O preço das revistas concorrentes.
− Não existência de um espaço na revista dedicado a assuntos relacionados
com interesses paralelos ao dos leitores, abranger áreas desportivas (golfe,
fórmula 1) a par da área central da economia.
OPORTUNIDADES
− Entrada em novas áreas de negócio, nomeadamente Web 2.0.
− Aposta mercado infanto-juvenil com VISÃO Júnior.
− Adquirir capital de novas empresas associadas a revistas.
− Ser marca da fiabilidade das notícias que circulam no papel, na net ou nos
telemóveis, na geração iPod.
− Face interesses do público-alvo, abranger novas temáticas que interessem aos já leitores (desporto; fórmula 1; golfe; futebol).
AMEAÇAS
− As concorrentes no segmento de mercado (Sábado, Focus).
− Emergência de novas revistas mesma estratégia.
− Forte adesão outras revistas em formato digital.
− Diminuição do número de tiragens e de circulação.
− Aumento dos custos publicações, gráfica, recursos humanos.
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Reflexão Final
Ainda com um longo percurso por percorrer, as newsmagazines portuguesas precisam de consolidar o universo de assinantes, para poderem conquistar a liberdade de fazer capa dos assuntos que consideram mais importantes,
e consequentemente promoverem da melhor maneira a imagem das próprias
revistas. O primordial para qualquer organização é cada vez mais formar o
seu capital intelectual, conseguindo extrair dos seus colaboradores e parceiros experiências, informações e ideias que deixem de ser apenas um conhecimento armazenado no cérebro de cada um, para passarem a ser informação disponível e compartilhada, criando a chamada "inteligência competitiva",
que, bem utilizada pode transformar-se em rentabilidade. A VISÃO poderá
manter a sua liderança se continuar a aproveitar o capital intelectual dos que
colaboram com a empresa, e ajustar as novas tecnologias à boa gestão de
notícias e informação, tendo em conta o seu público-alvo e acompanhando
sempre a evolução deste. As revistas integram rapidamente as mudanças
sociais, e por norma são pioneiras e precursoras da mudança, muito devido
ao facto de serem flexíveis e não se circunscreverem a áreas geográficas específicas, mas sim a nichos de mercado com tendências e interesses iguais.
Liderar de forma distinta é essencialmente não dar importância à colocação
massiva de imagens e light stories, apostando antes em temáticas sérias e
específicas. Liderar um segmento de mercado é assumir o lema de que "a
pós venda de hoje é a pré venda de amanhã", e que as necessidades dos
leitores têm de ser satisfeitas acompanhando sempre as novas tendências e
tecnologias.
Questões:
1. Em que fase do ciclo de vida se encontra a VISÃO? Fundamente a sua
resposta.
2. Em grupo, discuta e desenhe possíveis estratégias para contornar as
fraquezas e ameaças encontradas na análise SWOT.
3. Vá à página da Visão Online e procure responder às seguintes questões: a que funcionalidades é que o registo dá acesso? Que tipo de informação é pedida? O que poderá a empresa fazer com essa informação em
termos de marketing?
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BIBLIOGRAFIA E
REFERÊNCIAS
ELETRÓNICAS
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