PCP - Planejamento e Controle de Produção
Profº Marcos Paulo Rosa
Introdução
Vivemos numa sociedade de organizações. O mundo moderno é constituído de
organizações. Isso significa que nascemos em organizações, crescemos em organizações,
aprendemos em organizações, fazemos esportes e lazer em organizações, trabalhamos em
organizações e até para morrermos dependemos delas. Quase tudo – se não tudo – é
projetado, criado, produzido e distribuído por organizações. Elas são tão numerosas e
diversificadas que quase não percebemos sua presença: indústrias, comércio, escolas e
universidades, empresas financeiras, clubes, repartições públicas, empresas estatais, exército,
igreja, hospitais etc. Na prática, as organizações existem para produzirem alguma coisa e
disponibilizá-la para a sociedade. A produção é o objetivo fundamental de toda e qualquer
organizações.
A Empresa
As empresas também são organizações. São organizações sociais por que são
compostas de pessoas que trabalham em conjunto. Numa melhor definição diria que as
empresas são organizações sociais que utilizam recursos e competências específicos para
atingir determinados objetivos. Os objetivos podem ser lucros ou determinadas necessidades
da sociedade (empresas sem fins lucrativos).
Classificação Quanto à Propriedade
Empresas estatais: são de propriedade dos Estados. Constituem o chamado setor
público e seu objetivo é o bem-estar social;
Empresas privadas: são de propriedade de particulares. Fazem da iniciativa
privada e constituem o chamado setor privado. Seu principal objetivo é o lucro;
Empresas mistas: são as sociedades por ações de participação pública e privada,
simultaneamente. Geralmente, a União, o Estado ou o município são os sócios
majoritários, detendo a maioria das ações e, portanto, o controle acionário e
administrativo.
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Classificação Quanto ao Tamanho
Empresas grandes: são aquelas de grande porte e de enorme volume de recursos
(instalação, capital e empregados). Possuem mais de 500 colaboradores;
Empresas médias: são aquelas de porte intermediário e de volume razoável de
recursos. Possuem entre 50 e 500 colaboradores;
Empresas pequenas: são empresas com baixo volume de recursos. Possuem
poucos colaboradores, até 50. Nesta categoria é comum o proprietário ser o gestor
do negócio e absorvendo diversas funções. Nele se concentra todas as decisões da
empresa, chamada de gestão centralizada. As empresas pequenas ainda podem
ser menores, tendo até 10 colaboradores e sendo chamadas de microempresas ou
ainda empresas individuais, quando possui apenas um membro.
Classificação Quanto ao Tipo de Produção
Empresas primárias ou extrativas: são aquelas que desenvolvem atividades
extrativistas, como agrícolas, pastoris, de pesca, de mineração, de prospecção e
extração de petróleo, as salinas etc. São chamados de matérias primas os
resultados de sua produção;
Empresas secundárias ou de transformação: são aquelas que processam as
matérias primas e as transformam em produtos acabados. Produzem bens,
produtos tangíveis ou manufaturados.
Empresas terciárias ou prestadoras de serviços: são aquelas que executam ou
prestam serviços especializados. Incluem-se os serviços realizados por profissionais
liberais (advogados, contabilistas, engenheiros, médicos, dentistas, consultores e
etc).
Mercadorias e Serviços
Bem ou mercadoria é um produto físico e tangível. Algo que se pode ver, manipular e
usar. Os bens podem ser destinados para consumo ou para a produção de outros bens.
Os bens de consumo são destinados ao mercado consumidor, são comercializados pelo
comércio, pelas lojas, pelos supermercados etc. Podem ser classificados como duráveis ou
perecíveis.
a) Duráveis: são produtos que tem uma existência relativamente longa, como:
automóveis, eletrodomésticos, roupas commodities etc.;
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b) Perecíveis: produtos com durabilidade relativamente curta, como:
hortifrutigranjeiros, laticínios com prazo curto de utilização, a maioria dos
alimentos, coleções de produtos de moda com temáticas específicas e etc.;
Quando os produtos são destinados para a produção de outros bens ou serviços, são
chamados de bens de produção. Quando os bens de produção integram o patrimônio da
empresa, chama-se bens de capital.
Sistemas de Produção
As empresas são compreendidas como sistemas. Um sistema pode ser definido como
um conjunto de partes inter-relacionadas que existem para atingir um determinado objetivo.
Cada parte do sistema pode ser um órgão, um departamento ou um subsistema. Um sistema é
constituído por vários subsistemas. Os sistemas podem ser classificados como:
a) Sistema fechado: chamado também de sistema mecânico funciona dentro de
relações predeterminadas de causa e efeito (modo determinístico) e mantêm um
intercâmbio também predeterminados com o ambiente. Todo sistema possui
entradas e saídas. No determinado sistema, as entradas produzem determinadas
saídas conforme a alimentação. São conhecidas e de pequena quantidade, como
os mecanismos tecnológicos;
b) Sistema aberto: chamado também de sistema orgânico funciona dentro das
relações de causa e efeito desconhecidas e indeterminadas (de modo
probabilístico) e mantêm um intercambio intenso, complexo e indeterminado com
o ambiente. Nos sistemas abertos, existe uma infinidade de entradas e saídas não
muito bem conhecidas e indeterminadas, o que provoca a complexidade e a
dificuldade de mapear o sistema.
Entradas
Empresas
Saídas
Retroação
Figura 1 – A empresa como um sistema aberto.
Na realidade as empresas são sistemas aberto com constante intercambio com os
ambientes. As empresas importam recursos do ambiente através de suas entradas, processam
e transformam esses recursos e exportam o resultado desse processamento e transformação
de volta ao ambiente por meio de suas saídas.
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Cada sistema é constituído de várias partes, isto é, de vários subsistemas. Uma
indústria (empresa secundária) que se dedica à produção de tecidos. Seu sistema de produção
poderia ser entendido como um sistema constituído dos seguintes subsistemas (ou seções):
Almoxarifado
Preparação
Depósito
Fiação
Tecelagem
Tinturaria
Acabamento
Expedição
Figura 2 – Os subsistemas do sistema de produção de uma empresa de manufatura têxtil.
Cada subsistema tem as suas entradas e saídas, de tal modo que as saídas de um
subsistema constituem as entradas do subsistema seguinte, e assim por diante. Existe uma
interdependência entre os diversos subsistemas, fazendo com que cada um dependa do outro
para poder funcionar.
Da mesma forma, há também uma interdependência entre os diversos sistemas. A
empresa depende de vários fornecedores para garantir as suas entradas e depende dos
clientes e consumidores para garantir as suas saídas.
Entradas
Saídas
Empresa
Fornecedores
Clientes ou
Consumidores
Figura 3 – A empresa e suas interdependências.
Na realidade, o sistema empresarial pode ser mais em detalhado se incluirmos nele o
almoxarifado de materiais e matérias-primas, o subsistema de produção e o depósito de
produtos acabados, da seguinte maneira:
Empresa
Entradas
Fornecedores
Almoxarifado
de Materiais
Subsistema
de Produção
Depósito de
Produtos
Acabados
Saídas
Clientes ou
Consumidores
Figura 4 – O almoxarifado, o subsistema de produção e o depósito.
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Passaremos a focar em produção. Existem três tipos de sistemas de produção: sob
encomenda, em lotes e contínua. Vejamos cada um destes sistemas:
Produção Sob Encomenda
A produção sob encomenda é o sistema utilizado pela empresa que produz somente
após ter recebido um pedido ou encomenda de seus produtos. Após o contrato ou a
encomenda de um determinado produto é que a empresa vai produzi-lo. Em primeiro lugar, o
produto ou serviço é oferecido para a cotação do cliente – como o orçamento preliminar ou a
cotação para a concorrência pública ou particular – é então utilizado para se fazer uma análise
mais detalhada do trabalho a ser realizado. Essa análise do trabalho envolve:
Uma lista ou relação de todos os materiais necessários para fazer o trabalho
encomendado;
Uma relação completa do trabalho a ser realizado, dividida em números de horas
para cada tipo de trabalho especializado;
Um plano detalhado de sequencia cronológica, indicando quando cada tipo de
mão de obra deverá trabalhar e quando cada tipo de material deverá estar
disponível para ser utilizado.
O caso mais simples de produção sob encomenda é o da oficina ou da produção
unitária. É o sistema no qual a produção é feita por unidades ou por pequenas quantidades,
cada produto a seu tempo, sendo modificado à medida que o trabalho é realizado. O processo
produtivo é pouco padronizado e automatizado. A produção unitária requer habilidades
manuais dos trabalhadores, envolvendo o que se chama de operação de mão de obra
intensiva, isto é, muita mão de obra e muita atividade artesanal. Ex.: navios, aviões, construção
civil, confecções sob medida, vestidos de noiva e etc.
Produção em Lotes
A produção em lotes é o sistema de produção utilizado por empresas que produzem
uma quantidade limitada de um produto de cada vez. Essa quantidade limitada é denominada
lote de produção. Cada lote de produção é dimensionado para entender a um determinado
volume de vendas previsto para um determinado período de tempo. Terminado um lote de
produção, a empresa inicia imediatamente a produção de outro lote, e assim por diante. Cada
lote recebe um código de identificação. Esse tipo de produção é utilizado por uma infinidade
de indústrias, como têxteis, de cerâmica, de motores elétricos etc.
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Produção Contínua
A produção contínua é o sistema de produção utilizado por empresas que produzem
um determinado produto, sem mudanças, por um longo período de tempo. O ritmo de
produção é acelerado e as operações são executadas sem interrupção. Como o produto é
sempre o mesmo ao longo do tempo, o processo de produção não sofre mudanças e pode ser
aperfeiçoado continuamente. É o caso das indústrias fabricantes de automóveis, papel e
celulose, cimento, eletrodomésticos e etc. Observa-se ainda na indústria têxtil a linha
commodities e na produção têxtil.
Os Três Sistemas de Produção – Entradas e Saídas
Sistemas de Produção
Produção Sob
Encomenda
Produção em Lotes
Produção Contínua
Almoxarifado de
Matérias Primas
Substistema de
Produção
Nenhum estoque
prévio. O estoque é
planejado após
receber o pedido.
Produção planejada
somente após receber
o pedido ou a
encomenda.
Estoque planejado
em função de cada
lote de produção.
Estoque planejado
em função de cada
lote de produção.
Produção planejada em
função de cada lote de
produção.
Estoque planejado e
programado com
antecipação.
Depósito de Produtos
Acabados
Não há necessidade de
estoque, pois o
produto é entregue
imediatamente após
ter sido produzido.
Estoque planejado em
função de cada lote de
produção.
Estoque planejado e
programado com
antecipação.
Figura 5 – Sistemas de Entradas e Saídas da produção.
Os Três Sistemas de Produção e suas Características
Sistemas de Produção
Produção Sob
Encomenda
(produção unitária ou
oficina)
Produção em Lotes
Produção Contínua
Tecnologia Utilizada
Habilidade manual ou operação de
ferramentas. Artesanato. Pouca
padronização e automatização.
Mão de obra intensiva e
especializada.
Máquinas agrupadas em baterias
do mesmo tipo (seções ou
departamentos). Mão de obra
intensiva e barata, utilizada com
regularidade.
Processamento contínuo através
de máquinas especializadas e
padronizadas, dispostas
linearmente. Padronização e
automação. Tecnologia intensiva,
pessoal especializado.
Resultado da Produção
Produção em unidades. Pouca
previsibilidade dos resultados e
incerteza quanto a sequencia das
operações.
Produção em lotes e em
quantidade conforme cada lote.
Razoável previsibilidade dos
resultados. Certeza quanto à
sequencia das operações.
Produção contínua e em grande
quantidade. Forte previsibilidade
dos resultados. Certeza absoluta
quanto à sequencia das operações.
Figura 6 – Características dos Sistemas de Produção.
Fatores de Produção e Recursos Materiais
Todo processo produtivo depende de três fatores de produção: natureza, capital e
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trabalho, que são integrados por um quarto fator denominado empresa. A natureza fornece os
insumos necessários, as matérias primas, a energia etc. O capital fornece o dinheiro necessário
para comprar os insumos e pagar os empregados. O trabalho é realizado pela mão de obra que
transforma, por meio de operações manuais ou de máquinas e equipamentos, os insumos em
produtos acabados ou serviços prestados. E a empresa, como fator integrador, garante que a
integração dos três fatores de produção seja a mais lucrativa possível.
Natureza
Capital
Empresa
Trabalho
Figura 7 – Os 4 fatores de produção.
Em vês de fatores de produção, preferimos, contudo, tratar dos recursos empresariais
que lhes correspondem. Um recurso é um meio pelo qual a empresa produz algo. As empresas
são dotadas de recursos para poderem funcionar adequadamente. Os recursos empresariais
são os seguintes:
Recursos materiais ou físicos: correspondem, grosso modo, ao fator de produção
que os economistas denominam natureza. Os recursos materiais ou físicos são os
prédios e edifícios, as máquinas e os equipamentos, as instalações, as ferramentas,
as matérias primas, enfim, todos os insumos físicos que ingressam no processo
produtivo. Nas indústrias, constituem as fábricas e tudo o que nelas estiver
contido. Nas empresas de serviços, constituem os prédios, as instalações, as
máquinas, os equipamentos etc;
Recursos financeiros: correspondem, grosso modo, ao fator de produção
denominado capital. Os recursos financeiros correspondem ao capital e abrangem
as receitas, as contas a receber, o faturamento, o dinheiro em bancos e em caixa,
os investimentos, enfim, qualquer forma de dinheiro ou crédito que a empresa
possua;
Recursos humanos: correspondem, grosso modo, ao fator de produção
denominado trabalho, com a diferença de que englobam todas as pessoas que
trabalham na empresa em todos os níveis hierárquicos, desde o proprietário até o
operário (chão de fábrica);
Recursos mercadológicos: não tem correspondência com nenhum fator de
produção apontado pelos economistas. Os recursos mercadológicos geralmente
estão fora da empresa – são os clientes, os consumidores, os usuários dos
produtos ou serviços da empresa. Para abordá-los, a empresa utiliza propaganda,
promoção, canais de distribuição, equipes de vendas e uma parafernália de meios.
Recursos administrativos: correspondem, grosso modo, ao fator de produção
integrador, denominado empresa.
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Capital Financeiro e Capital Econômico
Ambos fazem parte do patrimônio da empresa. Boa parte dos recursos financeiros é
disponibilizada por meio do capital de giro necessário para garantir as operações da empresa,
quase sempre os recursos materiais fazem parte do ativo imobilizado. Assim, os recursos
financeiros formam o capital financeiro da empresa, enquanto os recursos materiais – como
prédios, edifícios, barracões, máquinas, equipamentos, veículos e etc. – formam os capital
econômico da empresa. Ambos são avaliados pela moeda corrente do país.
Abordagem Clássica da Administração
A abordagem clássica se divide em:
Teoria da Administração Científica com o americano Frederick Winslow Taylor;
Teoria Clássica com o europeu Henry Fayol.
Partiram de pontos distintos com a preocupação de aumentar a eficiência na empresa.
Seus postulados dominaram aproximadamente as quatro primeiras décadas do século XX no
panorama administrativo das organizações.
A origem da Abordagem Clássica da Administração está nas conseqüências geradas
pela revolução industrial, basicamente no crescimento acelerado e desorganizado das
empresas, exigindo uma substituição do empirismo e da improvisação, e a necessidade de
aumentar a eficiência e competência das organizações no sentido de obter melhor rendimento
possível dos seus recursos e fazer face à concorrência e competição que se avolumavam entre
as empresas.
Administração Científica
Principais vultos: F. W. Taylor (1856-1915), Carl Barth (1860-1939), Henry L. Gantt (1861-1919),
Harrington Emerson (1853-1931), Frank Gilbreth (1868-1924) e Lilian Gilbreth (1878-1961).
O engenheiro Frederick Winslow Taylor (1856-1915), é o fundador da Administração Científica
nasceu em Filadélfia, nos Estados Unidos.
Ênfase: Chão de Fábrica – Tarefas;
Enfoque: Produção;
Seu trabalho se deu no chão de fábrica junto ao operariado, voltado para a sua tarefa.
Preocupou-se exclusivamente com as técnicas de racionalização do trabalho do operário
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através do estudo dos tempos e movimentos (Motion-time Study). Taylor começou por baixo,
efetuando um paciente trabalho de análise das tarefas de cada operário, decompondo seus
movimentos e processos de trabalho, aperfeiçoando-os e racionalizando-os gradativamente.
Taylor verificou que um operário médio produzia menos do que era potencialmente
capaz com o equipamento disponível. Conclui-se que o operário não produzia mais, pois seu
colega também não produzia. Daí surgiu à necessidade de criar condições de pagar mais ao
operário que produz mais.
Taylor escreve um livro: Shop Management, cuja essência é:
O objetivo de uma boa administração é pagar salários altos e ter baixos custos
unitários de produção;
Para realizar esse objetivo, a Administração deve aplicar métodos científicos de
pesquisas e experimentação, a fim de formular princípios e estabelecer processos
padronizados que permitam o controle de operações fabris;
Os empregados devem ser cientificamente colocados em serviços ou postos em
que os materiais e as condições de trabalho sejam cientificamente selecionados,
para que as normas possam ser cumpridas;
Os empregados devem ser cientificamente adestrados para aperfeiçoar suas
aptidões e, portanto executar um serviço ou tarefa de modo que a produção
normal seja cumprida;
Uma atmosfera de cooperação deve ser cultivada entre a Administração e os
trabalhadores, para garantir a continuidade desse ambiente psicológico que
possibilite a aplicação dos princípios mencionados.
Numa Segunda fase do trabalho de Taylor ele concluiu que a racionalização do
trabalho do operário deveria ser acompanhado de uma estruturação geral da empresa. Esta
empresa padecia de três tipos de problemas:
1) Vadiagem sistemática por parte dos operários, que vem da época imemorial e
quase universalmente disseminado entre os trabalhadores. O sistema defeituoso
de administração. Os métodos empíricos ineficientes utilizados nas empresas;
2) Desconhecimento, pela gerência, das rotinas de trabalho e do tempo necessário
para sua realização;
3) Falta de uniformidade das técnicas ou métodos de trabalho;
Para sanar esses três problemas, idealizou o seu famoso sistema de Administração que
denominou Scientific Management (Gerência Científica, Organização Cientifica no Trabalho e
Organização Racional do Trabalho). Este trabalho é composto por 75% de análise e 25% de
bom senso.
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Taylor via a necessidade premente de aplicar métodos científicos à administração,
para garantir a consecução de seus objetivos de máxima produção a mínimo custo. Essa
tentativa de substituir métodos empíricos e rudimentares pelos métodos científicos em todos
os ofícios recebeu o nome de Organização Racional do Trabalho. (ORT). Os principais aspectos
da ORT são:
a) Seleção Cientifica do Trabalhador – O trabalhador deve desempenhar a tarefa
mais compatível com suas aptidões. A maestria da tarefa, resultado de muito
treino, é importante para o funcionário (que é valorizado) e para a empresa (que
aumenta sua produtividade);
b) Tempo padrão – O trabalhador deve atingir no mínimo a produção estabelecida
pela gerência. É muito importante contar com parâmetros de controle da
produtividade, porque o ser humano é naturalmente preguiçoso. Se o seu salário
estiver garantido, ele certamente produzirá o menos possível;
c) Plano de incentivo Salarial – A remuneração dos funcionários deve ser
proporcional ao número de unidades produzidas. Essa determinação se baseia no
conceito do Homoeconomicus, que considera as recompensas e sanções
financeiras as mais significativas para o trabalhador;
d) Trabalho em Conjunto – Os interesses dos funcionários (altos salários) e da
administração (baixo custo de produção) podem ser conciliados, através da busca
do maior grau de eficiência e produtividade. Quando o trabalhador produz muito,
sua remuneração aumenta e a produtividade da empresa também;
e) Gerentes planejam, Operários executam – O planejamento deve ser de
responsabilidade exclusiva da gerência, enquanto a execução cabe aos operários e
seus supervisores;
f)
Desenhos de cargos e tarefas – Com a Administração Cientifica, a preocupação
básica era a racionalidade do trabalho do operário e, consequentemente, o
desenho dos cargos mais simples e elementares. A ênfase sobre as tarefas a serem
executadas levou os engenheiros americanos a simplificarem os cargos no sentido
de obter o máximo de especialização de cada trabalhador;
g) Divisão do Trabalho especialização do operário – Uma tarefa deve ser dividida ao
maior número possível de subtarefas. Quanto menor e mais simples a tarefa,
maior será a habilidade do operário em desempenhá-la. Ao realizar um
movimento simples repetidas vezes, o funcionário ganha velocidade na sua
atividade, aumentando o número de unidades produzidas e elevando seu salário
de forma proporcional ao seu esforço;
h) Supervisão – Deve ser funcional, ou seja, especializada por áreas. A função básica
do supervisor, como o próprio nome indica, é controlar o trabalho dos
funcionários, verificando o número de unidades produzidas e o cumprimento da
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produção padrão mínima. Aqui um operário tem vários supervisores de acordo
com a especialidade;
i)
Ênfase na Eficiência – Existe uma única maneira certa de executar uma tarefa (the
best way). Para descobri-la, a administração deve empreender um estudo de
tempos e métodos, decompondo os movimentos das tarefas executadas pelos
trabalhadores;
j)
Homoeconomicus – Toda pessoa é profundamente influenciada por recompensas
salariais, econômicas e materiais. Em outros termos, o homem procura trabalho
não porque goste dele, mas como um meio de ganhar a vida através do salário que
o trabalho proporciona. O homem é motivado a trabalhar pelo medo da fome e
pela necessidade de dinheiro para viver;
k) Condições de Trabalho – Taylor verificou que as condições do trabalho interferiam
nos resultados do trabalho. Adequação de instrumentos e ferramentas de trabalho
para minimizar esforço e perda de tempo na execução do trabalho;
l)
Arranjo físico das máquinas e equipamentos para racionalizar o fluxo da
produção;
m) Melhoria do ambiente físico de trabalho, diminuição do ruído, melhor ventilação
e iluminação;
n) Padronização – Aplicação de métodos científicos para obter a uniformidade e
reduzir custos Taylor através dos seus estudos preocupou-se com a padronização
dos métodos e processos de trabalho, máquinas e equipamentos, ferramentas e
instrumentos de trabalho, matérias primas e componentes, para eliminar o
desperdício e aumentar a eficiência;
o) Princípio da exceção – Por este principio, Taylor se preocupava somente com os
resultados que saiam dos padrões esperados, para corrigi-los. Assim, este princípio
é um sistema de informação que apresenta seus dados somente quando os
resultados efetivamente verificados na prática divergem ou se distanciam dos
resultados previstos em algum programa.
Os Seguidores das Idéias de Taylor
Harrington Emerson (1853-1931) – Um dos principais auxiliares de Taylor, Engenheiro,
popularizou a Administração Científica, desenvolveu os primeiros trabalhos sobre seleção e
treinamento de empregados. Idealizou 12 princípios para eficiência:
1) Traçar um plano objetivo e bem definido, de acordo com os ideais;
2) Estabelecer o predomínio do bom senso. Manter orientação e supervisão
competentes;
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3) Manter disciplina;
4) Manter honestidade nos acordos;
5) Manter registros precisos imediatos e adequados;
6) Fixar remuneração proporcional ao trabalho;
7) Fixar normas padronizadas para as condições do trabalho;
8) Fixar normas padronizadas para o trabalho;
9) Fixar normas padronizadas para as operações;
10) Estabelecer instruções precisas;
11) Fixar incentivos eficientes ao maior rendimento e à eficiência.
Henry Ford (1863-1947), Engenheiro, Fundou a Ford Motor Co. Revolucionou a
estratégia comercial da sua época. Fabricou o primeiro carro popular, Criou um plano de
vendas. Criou a assistência técnica de grande alcance. Repartiu, em 1914, parte do controle
acionário da empresa com os funcionários. Estabeleceu salário mínimo de US$ 5,00 por dia de
trabalho com jornada diária de 8 horas. Em 1926 empregava 150.000 pessoas e fabricava
2.000.000 de carros por ano. Produzia desde a matéria prima inicial ao produto final acabado.
Criou a distribuição através de agências próprias. Idealizou a linha de montagem, com
produção em série, padronizada e de custo mais baixo. Ford Adotou três princípios básicos:
1) Princípio da intensificação: Consiste em diminuir o tempo de produção com o
emprego imediato dos equipamentos e da matéria-prima e a rápida colocação do
produto no mercado;
2) Principio da economicidade: Consiste em reduzir ao mínimo o volume do estoque
da matéria-prima em transformação. Assim Ford conseguiu fabricar um trator ou
um automóvel, vende-lo e recebê-lo antes do vencimento da matéria prima
empregada na fabricação e do pagamento dos salários. Segundo Ford a velocidade
de fabricação deve ser rápida. O minério sai da mina sábado e entregue sob forma
de carro na terça-feira à tarde;
3) Principio de produtividade: Consiste em aumentar a capacidade de produção do
homem no mesmo período através da especialização da linha de montagem.
Críticas
Taylor encontrou um ambiente totalmente desorganizado, desestruturado e tentou
por certa ordem na casa. Foi à primeira tentativa da Teoria da Administração. Foi um
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progresso. Entretanto, inúmeras críticas podem ser feitas à Administração Cientifica: o
mecanismo de sua abordagem, que lhe garante o nome de teoria da máquina, a
superespecialização que robotiza o operário, a visão microscópica do homem tomado
isoladamente e como apêndice da maquina industrial, a ausência de qualquer comprovação
cientifica de suas afirmações e princípios, a abordagem incompleta envolvendo apenas a
organização formal, a limitação do campo de aplicação à fábrica, omitindo o restante da vida
de uma empresa, a abordagem eminentemente prescritiva e normativa e tipicamente de
sistema fechado. Contudo, estas limitações e restrições não apagam o fato de que a
Administração Científica foi o primeiro passo na busca de uma teoria administrativa. É um
passo pioneiro e irreversível.
Lembre-se: Nesta teoria a motivação se dá na busca pelo
dinheiro e pelas recompensas salariais e materiais do trabalho.
Toda abordagem Clássica da Administração alicerçava-se nessa
teoria da motivação. É uma abordagem puramente tecnicista e
mecanicista.
Planejamento e Controle da Produção (PCP)
Para as organizações atingirem seus objetivos e aplicar adequadamente os recursos, as
empresas não funcionam ao acaso, nem funcionam de improviso. É necessário planejar
antecipadamente e controlar de forma adequada sua produção. Para isso o PCP existe, visando
aumentar a eficiência e a eficácia da empresa.
A eficiência ocorre quando utilizamos adequadamente os recursos empresariais,
enquanto a eficácia significa o alcance dos objetivos propostos pela empresa. Em suma, a
eficiência está ligada aos meios – métodos, normas, procedimentos e programas - e a eficácia
se relaciona aos fins – objetivos a serem alcançados.
Sistema Comparativo – Eficiência e Eficácia
Eficiência
Ênfase nos meios.
Preocupação com métodos e procedimentos.
Melhor aplicação dos recursos.
Executar corretamente uma tarefa.
Resolver problemas.
Jogar bem futebol.
Estudar muito e não faltar.
Eficácia
Ênfase nos fins.
Preocupação com resultados.
Melhor alcance dos objetivos.
Executar a tarefa que é importante.
Atingir objetivos.
Marcar gols.
Passar de ano.
Figura 8 – Comparativos de definições entre Eficiência e Eficácia.
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A eficiência da máquina (machine efficiency) é amplamente discutida na engenharia da
produção. No PCP ela pode ser definida pela equação:
E = Eficiência da máquina;
x = Uso real da máquina;
c = Capacidade da máquina.
A eficiência, entretanto, é apenas uma parte do sucesso das empresas. Deverá ter
sempre em mente que eficiência e a eficácia são os aspectos que devem conjuntamente
balizar o trabalho do PCP.
Exemplo: Uma pequena indústria de jeans adquiriu uma máquina de cós semi automática
capaz de exercer sua atividade nas 24h do dia sem intervalo. A empresa trabalha de segunda a
segunda com apenas um turno de 8h. Qual o percentual de eficiência da máquina de cós?
Resposta: A máquina de cós tem a eficiência de 33,3% de sua capacidade produtiva.
Conceito de PCP
O planejamento é a função administrativa que determina antecipadamente quais os
objetivos a serem atingidos e o que deve ser feito para atingi-los da melhor maneira possível.
O planejamento foca o futuro, sua importância reside nisto: sem o planejamento a empresa
fica perdida no caos.
Planejamento
O que se deve fazer
Quando fazer
Quem deve fazer
Como fazer
Objetivos a alcançar
Figura 9 – O planejamento e seus desdobramentos.
Por sua vez, o controle é a função administrativa que consiste em medir e corrigir o
desempenho para assegurar que os planos sejam executados da melhor maneira possível. A
tarefa do controle é verificar se tudo está sendo feito de acordo com o que foi planejado e
organizado, conforme as ordens dadas, para identificar os erros ou desvios, a fim de corrigi-los
e evitar sua repetição.
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Medir desempenho: comparar com o planejado
Controle
Corrigir o desempenho: identificar erros e desvios
Figura 10 – O controle e seus desdobramentos.
O planejamento constitui a primeira etapa do processo administrativo, e o controle, a última.
Planejamento
Organização
Direção
Controle
Figura 11 – As quatro etapas do processo administrativo.
Ambas as definições apresentadas – de planejamento e de controle – são genéricas,
mas ilustram bem o seu significado. No caso específico da produção, o planejamento e
controle da produção (PCP) planeja e controla as atividades produtivas da empresa. Se a
empresa é produtora de bens ou mercadorias, o PCP planeja e controla a produção desses
bens ou mercadorias, cuidando das matérias primas necessárias, da quantidade de mão de
obra, das máquinas e dos equipamentos e do estoque de produtos acabados disponíveis no
tempo e no espaço, para a área de vendas efetuar as entregas aos clientes. Se a empresa é
produtora de serviços, o PCP planeja e controla a produção desses serviços, cuidando da
quantidade de mão de obra necessária, das máquinas e dos equipamentos, dos demais
recursos necessários, para a oferta dos serviços no tempo e no espaço, a fim de atender à
demanda dos clientes e usuários.
Finalidade e Funções do PCP
Para compreender a dupla finalidade, o PCP tem de planejar a produção e controlar
seu desempenho. De um lado, o PCP estabelece antecipadamente o que a empresa deverá
produzir – e consequentemente o que deverá dispor de matérias primas e materiais, de
pessoas, de máquina e equipamentos, nem como de estoques de produtos acabados para
suprir as vendas. De outro, o PCP monitora e controla o desempenho da produção em relação
ao que foi planejado, corrigindo eventuais desvios ou erros que possam surgir. O PCP atua
antes, durante e depois do processo produtivo. Antes, planejando o processo produtivo,
programando materiais, máquinas, pessoas e estoque. Durante e depois, controlando o
funcionamento do processo produtivo para mantê-lo de acordo com o que foi planejado.
Assim, o PCP assegura a obtenção da máxima eficiência e eficácia do processo de produção da
empresa.
Apostila do 1º Bimestre da disciplina de Planejamento e Controle de Produção
MATERIAL DE CUNHO DIDÁTICO – VENDA PROIBIDA
Ao desenvolver as suas funções, o PCP mantém uma rede de relações com as demais
áreas da empresa. Assim, as principais inter-relações do PCP com as demais áreas da empresa
são as seguintes:
Com a párea de engenharia industrial: o PCP programa o funcionamento de
máquinas e equipamentos e baseia-se em boletins de operações (BO) fornecidos
pela engenharia industrial. Por sua vez, a engenharia industrial programa a
paralisação de máquinas e equipamentos para manutenção e reparos;
Com a área de suprimentos e compras: o PCP programa materiais e matérias
primam que devem ser obtidos no mercado fornecedor pelo órgão de compras e
estocados pelo órgão de suprimentos. Assim, a área de suprimentos e compras
funciona com base naquilo que é planejado pelo PCP;
Com a área de recursos humanos: o PCP programa a atividade da mão de obra,
estabelecendo a quantidade de pessoas que devem trabalhar no processo de
produção. O recrutamento, a seleção e o treinamento do pessoal são atividades
estabelecidas em função do PCP;
Com a área financeira: o PCP se baseia nos cálculos financeiros fornecidos pela
área financeira para estabelecer os níveis de estoques de matérias primas e de
produtos acabados, alem dos lotes econômicos de produção;
Com área de vendas: o PCP se baseia na previsão de vendas fornecida pela área de
vendas, para elaborar o plano de produção da empresa e planejar a quantidade de
produtos acabados necessária para suprir as entregas aos clientes. À medida que a
previsão de vendas sofre alterações em função do comportamento do mercado, o
PCP altera também o plano de produção e os seus desdobramentos;
Com a área de produção: o PCP planeja e controla a atividade da área de
produção, o que significa que essa área funciona de acordo com o que é planejado
e programado pelo PCP.
Apostila do 1º Bimestre da disciplina de Planejamento e Controle de Produção
MATERIAL DE CUNHO DIDÁTICO – VENDA PROIBIDA