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Dinheiro Jogado Fora

2004, O Estado de São Paulo

SIMON SCHWARTZMAN Dinheiro jogado fora e o governo federal pretend e r-~ sejam u sado s para co mlJrar votos. Se a famímesmo gastar lia tem c ri ança um monte de pequena , mai s dinheiro coiorazão ainda pae ando p o nto ra dar uma ajuc letrôn ico cm da. Ninguém centenas de midiz que as apolhares de escosentadorias do Quando las pelo Brasil lNSS para o traexiste escola, afora, para veribalhador rura l ficar se as criansao uma es moe funciona ças do Bol s aIa, e é difícil enbem, as pais Família estão tender por que náodeixam um pequeno a uindo às aula s, vai ser um belísxílio para fa míde levar lias ca rent es simo negócio os filhos para quem emcom c rian ças • • placar o contranão pode ser visto. Mas não va i dar certo. to da mesma manei ra. E , se der, não vai servir paPor outro lado, e apesar ra nada. O BrasiJ tcm cerca de 100 mil escolas em áreas rurai s, onde estão a s crianças mais pobres do programa . Meta- S de dessas esco las tcm 20 alunos e m média e, possivel- mente, somente uma professora sacrificada, a lém de péssimas instalações; e 88 mil est udant es não vão aJém da quarta sérico Será que a prioridade é colocar relógios de ponto co ntrolados por Bras ília em cada uma delas? Não há nada d e e rrado no Programa Bolsa- Famíli a como política de renda mínima, desde que os cadastros sejam razoáveis e não de ta nto que se fala , os efeitos da Bolsa-Escola sobre a educação das c rianças são muito duvidosos e, provavelmen te, inexistentes, como mos tram Iodas as avaliaçõcs sérias que já consegui e ncontrar. Basta pensar um pouco para en tender. Mes mo e m famílias muito pobres, é muito raro que c rian ças entre 7 e 9 anos dei.xem de ir à escola po r causa de dinheiro. Quando existe escola, e ela fun ciona bem , os pais não deixam de levar os filh os, como mostram as estatís ticas: 98,3% das c rianças de 9 anos matriculadas ( Pnad de 2002). Aos 14 anos, a matrícula cai para 93 ,6%, mas aí, em muitos casos, a esco la só tem cu rsos até a quarta série, ou a crian ça j á a abandonou por dific uldades de aprender. E m 2001 , o lBGE pesquisou as razões de faltar à escola, e ntre os matriculados. No deci l de renda mai s baixo, só 3,5% disse ram qu e faltaram para trabalhar. Muito pio r é a falta ou greve de professores, II %. A principal causa é doença, 50%. Pode ser até possível obrigar essas c rianças a fica rem na escola para ganhar a bolsa, mas continuarào tão semi-ana lfabe ias quanto antes, se a escola não melhorar. A concl usão é clara: pa ra melhorar a educação é preciso melhorar a s escolas e torná-Ias mais dis poníveis, in teressantes e atraentes para a s c rianças e suas famílias. PoLíticas d e re nda mínim a são importantes cm s i mesm as, mas as tais "condicionalidades" precisam se r re pe nsadas, e o dinheiro do po nto eletrônico será muito mai s bem e m pregado se gasto no trans porte escolar, na contratação e em melhores salários de professores e em tanta s outra s co isas mais úteis. • Sinllm Se/I '4'(111;:1'11/11, stJCid/ogo, é direfOr-presidtlllfe dtJ I l/sl;f/lftJ de 1::5111- do .• do 7'robnllm ~ Sociedude (leIs) I-;·",u;/; s;mOIl @;e(";lIjbr