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Brasília DF 2023
Amanhã
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MINISTÉRIO DA SAÚDE
Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente
Departamento de Doenças Transmissíveis
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Brasília DF 2023
Amanhã
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2023 Ministério da Saúde.
Esta obra é disponibilizada nos termos da Licença Creative Commons – Atribuição – Não Comercial
– Compartilhamento pela mesma licença 4.0 Internacional. É permitida a reprodução parcial ou total
desta obra, desde que citada a fonte.
A coleção institucional do Ministério da Saúde pode ser acessada, na íntegra, na Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da
Saúde: bvsms.saude.gov.br.
Tiragem: 1ª edição – 2023 – versão eletrônica
Elaboração, distribuição e informações:
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente
Departamento de Doenças Transmissíveis
Coordenação-Geral de Zoonoses e Doenças
de Transmissão Vetorial
SRTVN, Quadra 701, Lote D, Edifício PO 700, 6º andar
CEP: 70719-040 – Brasília/DF
E-mail: cgzv@saude.gov.br
Site: www.saude.gov.br/svs
Coordenação-Geral:
Alda Maria da Cruz – DEDT/SVSA/MS
Ethel Leonor Noia Maciel – SVSA/MS
Francisco Edilson Ferreira de Lima Júnior
– CGZV/DEDT/SVSA/MS
Organização:
Barbara Nunes Pontes – Faculdade de Ciências Médicas/Unicamp
Mayara Maia Lima – CGZV/DEDT/SVSA/MS
Milton Martins de Lima Neto – CGZV/DEDT/SVSA/MS
Rafaella Albuquerque e Silva – CGZV/DEDT/SVSA/MS
Swamy Lima Palmeira – CGZV/DEDT/SVSA/MS
Veruska Maia da Costa – CGZV/DEDT/SVSA/MS
Revisão técnica:
Cássio Ricardo Ribeiro – DEDT/SVSA/MS
Diagramação:
Sabrina Lopes – Editorial Nucom/SVSA
Normalização:
Delano de Aquino Silva – Editora MS/CGDI
Revisão textual:
Samantha Nascimento – Revisão Nucom/SVSA
Os depoimentos dos colaboradores que constam nesta publicação são de inteira responsabilidade da Coordenação-Geral
de Vigilância de Zoonoses e Doenças de Transmissão Vetorial (CGZV/DEDT/SVSA).
Ficha Catalográfica
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente. Departamento de Vigilância de Doenças
Transmissíveis.
Um amanhã sem Chagas [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente,
Departamento de Doenças Transmissíveis. – Brasília : Ministério da Saúde, 2023.
64 p. : il.
Modo de acesso: World Wide Web: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/amanha_sem_chagas.pdf
ISBN 978-65-5993-442-3
1. Doença de Chagas. 2. Agravos à saúde. 3. Controle de doenças transmissíveis. I. Título.
CDU 616.937
Catalogação na fonte – Coordenação-Geral de Documentação e Informação – Editora MS – OS 2023/0110
Título para indexação:
A tomorrow without Chagas disease
Sumário
APRESENTAÇÃO
7
O AMANHÃ “SEM” TRANSMISSÃO VETORIAL DA DOENÇA DE CHAGAS
O AMANHÃ “SEM” TRANSMISSÃO ORAL DA DOENÇA DE CHAGAS
17
O AMANHÃ “SEM” TRANSMISSÃO VERTICAL DA DOENÇA DE CHAGAS
UNIVERSALIZAÇÃO DO CUIDADO E PROMOÇÃO DA SAÚDE
EQUIPE TÉCNICA
61
49
25
33
O AMANHÃ “SEM” CHAGAS PARA AS PESSOAS AFETADAS PELA DOENÇA
O AMANHÃ “SEM” CHAGAS PARA VIGILÂNCIA EM SAÚDE
11
41
Apresentação
Com grande importância epidemiológica mundial, a doença de Chagas
é caracterizada como uma doença tropical negligenciada, a qual acomete
populações vulneráveis devido ao contexto socioeconômico de pobreza,
tornando-se uma questão desafiadora para a garantia dos princípios
constitucionais do Sistema Único de Saúde (SUS).
A infecção por Trypanosoma cruzi (T. cruzi ) é endêmica em 21 países das
Américas, afetando aproximadamente 6-7 milhões de pessoas, particularmente
na América Latina, com 30 mil novos casos por ano, resultando em uma média
de 14 mil mortes por ano e 8 mil crianças recém-nascidas infectadas durante
a gravidez.
No Brasil, assume proporções significativas com elevada carga de
morbimortalidade. Atualmente, estima-se a existência de pelo menos um
milhão de pessoas infectadas por T. cruzi, sendo uma das quatro maiores
causas de mortes por doenças infecciosas e parasitárias no País, o que a insere
necessariamente em agendas estratégicas globais e nacionais.
A partir da pergunta: ‘O que você vê necessário para alcançarmos
um Brasil “sem” a doença de Chagas no futuro?’, o presente livreto
contou com a contribuição de pesquisadores/as e profissionais da saúde que
trabalham no SUS, implicados/as pela causa, além de pessoas afetadas pela
doença, com reflexões sobre desafios e perspectivas para a sensibilização de
gestores/as e população; fortalecimento da vigilância integrada à atenção à
saúde, visando à redução da incidência dos casos novos, mas sem perder de
perspectiva a atenção e cuidado integral a todas as pessoas acometidas pela
doença tanto na fase aguda quanto na crônica, principalmente nos territórios
da atenção primária à saúde e nos contextos familiar e comunitário.
7
O Ministério da Saúde está atento e traz, a partir deste livreto, perspectivas
centrais para avançar coletivamente junto a estados e municípios nos esforços
necessários para reconstituir o papel do Estado brasileiro com vistas a
estruturar uma efetiva resposta nacional à doença de Chagas, com base em
evidências científicas, alinhadas às necessidades das pessoas acometidas
pela doença.
Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente
Departamento de Doenças Transmissíveis
Coordenação-Geral de Vigilância de Zoonoses
e Doenças de Transmissão Vetorial
8
Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente|MS
“
O Brasil foi pioneiro, entre outros, na descoberta da doença de Chagas,
com seus estudos biomédicos e psicossociais, na comunicação da doença
e seus impactos humanos e sociais, na validação de instrumentos de
intervenção para a detecção precoce de casos ou no controle das vias de
transmissão, na criação das primeiras associações de pessoas afetadas pela
doença e da organização delas numa Federação Internacional. Ao mesmo
tempo, enfrenta agora desafios absolutamente novos para a humanidade:
i) a quarta grande revolução tecnológica, a digital; ii) a mudança climática
e a redução de espaços naturais; iii) o envelhecimento da população, com
mais pessoas idosas que jovens. A coinfecção e comorbidade, por exemplo,
são desafios, mas também oportunidades para incrementar a detecção
precoce, isto é, identificar todas as oportunidades de integração sistemática.
É essencial reunir todos os conhecimentos, promover
o trabalho em rede, mobilizar os recursos disponíveis
(humanos, instrumentais e econômicos...) e convidar os
atores que ainda não foram convidados. De fato, como
aconteceu na pandemia da covid-19, uma convocação
nacional ou chamado para uma força tarefa de cooperação,
incluindo a sociedade civil, conformando grupos de
trabalho/comitês, empoderando e corresponsabilizando,
é uma das chaves do sucesso.
O Brasil, um País aberto às novidades, poderá incorporar mais facilmente
tecnologias da informação e bioengenharia, desde os aplicativos de
identificação de vetores ao prontuário digital, passando pela telemedicina.
O maior desafio, porém, não é técnico, mas humano. O diálogo entre os
pesquisadores, legisladores, tomadores de decisão, e os diferentes níveis de
atenção, incluindo o encaminhamento e retorno dos pacientes, começando
pela atenção primária, desde o médico até o agente comunitário de saúde.
Um amanhã sem Chagas
9
Detecção precoce e universal (mais do que diagnóstico rápido) e
acompanhamento integral dos afetados são grandes desafios para a maioria
das doenças crônicas. E quebrar o silêncio epidemiológico, com a inestimável
ajuda da recente implantação da notificação e vigilância dos afetados crônicos,
poderá permitir que os três níveis, municipal, estadual e Federal, trabalhem
de forma interativa, utilizando todo o potencial que o Sistema Único de
Saúde oferece.
O Brasil “tem tudo para dar certo”: conhecimento
(know-how), capacidade de implementação, inclusive de
desenhar e validar instrumentos e estratégias para enfrentar,
com os afetados, os desafios nunca antes enfrentados.
Algo muito importante para os cidadãos do País, mas
não só; também para os das Américas e do mundo todo.”
Pedro Albajar Viñas
Departamento de Controle de Doenças Tropicais Negligenciadas
Organização Mundial da Saúde
10
Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente|MS
O amanhã
“sem” transmissão
vetorial da doença
de Chagas
O Brasil possui 66 espécies de triatomíneos, todos capazes
de transmitir Trypanosoma cruzi, entretanto com capacidade
e competência vetorial distintas. Considerando os fatores
biológicos e ambientais relativos a essas diferenças, é que
foram construídos os processos de trabalho no âmbito
da vigilância entomológica. Há duas vertentes principais:
a vigilância ativa, em que há uma programação para
a pesquisa de triatomíneos na unidade domiciliar; e a
vigilância passiva (por participação popular), cujo ponto de
partida é o encontro de triatomíneos por moradores/as.
Ambas as vigilâncias são importantes e complementares,
mas é fundamental que seja realizada avaliação local
fundamentada nas rotinas de controle para a indicação
de qual metodologia deve ser adotada para alcançar os
objetivos de prevenção da doença.
A partir das atividades com foco na entomologia é possível
o cálculo de indicadores específicos como também aqueles
que traduzem processos operacionais e, consequentemente,
a mensuração do risco de transmissão nos territórios e da
cobertura das atividades relativas ao controle.
FIGURA 1 RECORRÊNCIA DO ENCONTRO ANUAL DE TRIATOMÍNEOS DE IMPORTÂNCIA
EPIDEMIOLÓGICA, POR MUNICÍPIO, BRASIL, 2015 A 2019
NO PERÍODO DE 2015 A 2019:
< 30% (1.664) dos municípios
relataram presença de triatomíneos.
< 35% a recorrência de aparecimento
pelo menos 3 anos do período.
< Ceará, Pernambuco, Piauí, Bahia e
Tocantins possuem o maior número
de municípios com recorrência de
aparecimento de triatomíneos.
< Taxa de infecção domiciliar nacional
Delimitação territorial
– Unidade da Federação
de 5%.
Não encontrado/Sem informação
20% (319/1.664) dos municípios
1 ano
2 anos
3 anos
4 anos
com presença de triatomíneos
possuem uma infestação
domiciliar acima de 10%.
5 anos
Fonte: Planilhas entomológicas enviadas pelas Secretarias Estaduais de Saúde.
Um amanhã sem Chagas
13
“
Para alcançarmos um Brasil “sem” a doença de Chagas
no futuro seria necessário: fortalecer as políticas de saúde pública para identificar
e tratar casos precocemente; melhorar a educação e a conscientização da
população sobre a doença e como evitar a infecção; implementar medidas
de controle vetorial e a eliminação de criadouros e/ou ambientes que
possibilitam a colonização por insetos transmissores; aumentar a aplicabilidade
de estratégias para que a população seja sensibilizada em reconhecer, coletar
e encaminhar o inseto vetor para os órgãos competentes; investir em pesquisa
para desenvolver novas ferramentas que auxiliem em vigilância, diagnóstico
e tratamento, além de estabelecer parcerias com organizações internacionais
e outros países para trocar conhecimentos e experiências.
A transmissão vetorial por Triatominae hoje apresenta alguns desafios como:
dificuldade em detectar e controlar os triatomíneos em todos os possíveis
ambientes no qual eles estão presentes – a diversidade desses insetos, cores
e aspectos biológicos, adaptação a diferentes habitats que permitem a muitos
destes triatomíneos viverem em áreas remotas e de difícil acesso, dificultando
encontrá-los e eliminá-los.
Existe a necessidade de aumentar e melhorar a sensibilização,
conscientização e educação sobre a doença de Chagas:
muitas pessoas ainda não sabem sobre a existência da doença de Chagas
ou como evitá-la. Vale ressaltar que a população que reconhece os insetos
vetores consequentemente auxilia na vigilância passiva.
O crescimento urbano e o desmatamento de áreas naturais podem afetar a
aparição de insetos vetores de várias maneiras. O crescimento urbano modifica
áreas, possibilitando a colonização de espécies que se adaptam ao ambiente,
aumentando a probabilidade de transmissão vetorial. Já o desmatamento pode
afetar fauna e a flora, e a criação de novas áreas agrícolas ou urbanas, pode
favorecer a entrada de espécies de insetos vetores que antes não estavam
presentes em uma determinada área. Além disso, pode alterar o clima local,
o que pode afetar a dinâmica das populações de insetos vetores.
14
Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente|MS
A tecnologia de comunicação, como aplicativos móveis e redes sociais,
pode ser usada para disseminar informações sobre prevenção e controle
de Triatominae para a população. A combinação de diferentes tecnologias,
como dados de sensores remotos, e dados coletados em campo, pode prover
informação mais precisa e completa sobre a presença e distribuição dessas
espécies. Um exemplo disso é o Inaturalist® (https://www.inaturalist.org/) que
hoje é alimentado pela sociedade e fornece dados importantes para monitorar
e compreender a distribuição das espécies de Triatominae.
”
Jader de Oliveira
Smithsonian Institution - Washington, D.C
Faculdade de Saúde Pública – USP – São Paulo
Um amanhã sem Chagas
15
“
A doença de Chagas apresenta diferentes cenários de ocorrência no Brasil,
com áreas notoriamente endêmicas e áreas anteriormente indenes ou com
ocorrência recente. Especificamente na região amazônica, mesmo sendo
reconhecida por apresentar ambientes favoráveis as doenças transmitidas
por vetores, observa-se áreas cujas populações, e até mesmo profissionais
de saúde, desconhecem o vetor e as formas de transmissão da doença.
Nesse contexto, é premente a elaboração de programa de prevenção e
controle da doença com indicadores e metas, adaptado à realidade local,
aprovado por colegiado competente e com ampla difusão para outras
esferas governamentais, com definições de papéis, responsabilidades
e fluxos, além da busca de parcerias com outras entidades e sociedade
civil. Além disso, é necessária a incorporação da temática nas pautas da saúde
e da educação, com a promoção de campanhas educativas por diferentes
meios, como em mídias digitais, televisivas e de rádio, incluindo aqui, as rádios
comunitárias, com esclarecimento sobre a transmissão da doença e medidas
preventivas. A educação formal deve também versar sobre a temática, com
a inserção nos planos pedagógicos escolares, sobretudo, em áreas rurais e
periféricas, por meio da transversalidade do tema saúde.
Considerando a geografia da saúde, deve-se aprofundar o tema nos cursos
de formação na área de saúde, com atualizações contínuas de profissionais,
para suspeição e identificação de casos, reduzindo a subnotificação e
melhorando a assistência ao paciente. É preciso ainda, estímulo à produção
técnico-científica com fomentação a pesquisas.
Logo, o alcance de um Brasil sem a doença de Chagas somente será possível
com incremento da temática nas ações governamentais e programáticas, com a
inclusão de diversos setores da sociedade, sensibilizando gestores e a população
na adoção de medidas sistemáticas de prevenção e controle da doença.
”
Erica Cristina da Silva Chagas
Departamento de Vigilância Ambiental e Controle de Doenças,
Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Dra. Rosemary
Costa Pinto (FVS-RCP)
16
Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente|MS
O amanhã “sem”
transmissão oral da
doença de Chagas
A transmissão oral da doença de Chagas ocorre pelo
consumo de alimentos contaminados por T. cruzi.
Nos últimos 10 anos (2012 a 2021), foram notificados no
Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan),
um total de 38.987 casos suspeitos de doença de Chagas
aguda, dos quais 2.809 (7%) foram confirmados quanto
à doença. Do total de casos, 2.263 (80,3%) foram por
transmissão oral.
TABELA 1 PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO DE CASOS DE DOENÇA DE CHAGAS
AGUDA POR TRANSMISSÃO ORAL, BRASIL, 2012 A 2021
Variável
Casos de doença de Chagas aguda
por transmissão oral
n.o
%
Masculino
1.221
51,83
Feminino
1.042
48,17
Parda
1.858
82,98
Branca
207
9,25
18
0,80
100
4,47
Amarela
7
0,31
Ignorado
49
2,19
Média
DP
33,07
20,09
Sexo (n=2.263)
Raça/cor (n=2.239)
Indígena
Preta
Idade
Fonte: Sinan – Sistema de informação de agravos de notificação.
Dados preliminares, sujeitos à alteração. Nota: Dados por ano de notificação
Um amanhã sem Chagas
19
FIGURA 2 MUNICÍPIOS COM REGISTRO DE TRANSMISSÃO ORAL
DA DOENÇA DE CHAGAS. BRASIL, 2012 A 2021
Delimitação territorial: Unidade da Federação
Município com registro de transmissão oral
Fonte: Sinan. Dados preliminares, sujeitos à alteração.
Nota: dados por ano de notificação. Utilizado município provável de infecção e, para os registros em branco
e ignorado, foi considerado município de residência.
20
Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente|MS
“
A Região Norte do Brasil atualmente é um dos focos de atenção para
infecção descoberta por Carlos Chagas, devido principalmente à problemática
da transmissão por via oral envolvendo alimentos contaminados com o parasita,
justificada por precárias condições de armazenamento e manipulação desses
alimentos, tendo, como resultado, a crescente incidência de casos agudos da
doença, com maior concentração no estado do Pará. Os obstáculos a serem
vencidos são inúmeros; um
dos principais desafios é implementar
melhor as políticas públicas no que tange à manipulação
de alimentos, com ações perpetuadas e factíveis de serem executadas
por gestores, população e equipes de saúde. ‘Culpa-se’ o fruto do açaí, o qual
aquece a economia da região, porém outros alimentos estão envolvidos na
transmissão e precisam do branqueamento, mas atualmente contamos com
branqueamento somente com foco no fruto do açaí.
A transmissão oral e, em menor frequência a vetorial, são resultantes também
de ações de desmatamento da floresta Amazônica, aproximando cada vez
mais triatomíneos vetores da população. Diante disso, tal fato é agravado por
inúmeros focos de queimada. É necessário estabelecer calendários
de ações anuais com equipes de saúde, governantes e
sociedade civil organizada para elaboração de políticas de
proteção ambiental. São necessários recursos humanos da saúde
qualificados e motivados para trabalhar com o indivíduo afetado, por meio de
políticas de incentivo de forma a consolidar equipes para este fim.
Há necessidade de intensificar o apoio a pesquisadores da região, em parcerias
de programas de pós-graduação com instituições nacionais e internacionais
em busca de recursos tecnológicos para melhorar evidências de tratamento
farmacológico com melhor segurança e eficácia na fase aguda, bem como de
marcadores de prognóstico, no intuito de minimizar a cronificação dos casos
e para desenvolvimento de diagnóstico rápido na fase aguda, especialmente
em áreas de difícil acesso. Além disso, há necessidade de ampliar canais de
Um amanhã sem Chagas
21
comunicação entre a atenção básica e instituições de ensino e pesquisa e/ou
de assistência referenciada com estabelecimento de redes de atenção. Quanto
aos crônicos com sequelas da doença propriamente dita, há urgência de
planejamento de políticas de atenção na alta complexidade, pois se tomando
como base o número crescente de casos agudos, projetam-se muitos
cardiopatas que necessitarão dessa atenção, como exemplo transplante
cardíaco, com a necessidade de fortalecimento dessa política na região.
Resumindo, muito são os obstáculos a serem vencidos para sonharmos em ter
um Brasil sem a doença de Chagas.
”
Dilma do Socorro Moraes de Souza
Fundação Pública Estadual Hospital de Clínicas
Gaspar Vianna – FHCGV
22
Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente|MS
“
O estado do Pará tem papel crucial na vigilância epidemiológica
da doença de Chagas Aguda no Brasil pela transmissão oral relacionada a
ingestão açaí contaminado, o que tem acarretado, anualmente, em um número
elevado de casos agudos da doença e hoje sabemos que a doença de Chagas
aguda é endêmica para região.
Apesar dos constantes esforços para implantação de ações como o Plano
Estadual de Intensificação das Ações de Controle da doença de Chagas e
Protocolo de ações para áreas de risco de transmissão de T. cruzi na região
amazônica, frutos de parceria serviço-academia, ainda permanecem desafios
que se impõem hoje para o fortalecimento da vigilância epidemiológica:
< Implementação de mecanismos efetivos e de vigilância epidemiológica
para as especificidades da região amazônica.
< Fortalecimento da vigilância sanitária na cadeia de extração, produção e
comercialização do açaí e congêneres.
< Legislação federal com diretrizes para pasteurização do açaí e congêneres
dentro e fora do Brasil.
< Realização de diagnóstico oportuno e tratamento precoce efetivos.
< Acompanhamento clínico de casos agudos e crônicos de maneira eficiente.
< Incentivo ao ensino das doenças endêmicas no currículo escolar.
Ednei Charles da Cruz Amador
Secretaria de Estado de Saúde do Pará – Sespa
Um amanhã sem Chagas
23
O amanhã “sem”
transmissão
vertical da doença
de Chagas
Atualmente a infecção congênita da doença de Chagas
pode ser vista como um dos maiores desafios no País.
Estimativas de prevalência indicaram 34.629 gestantes com
a infecção por T. cruzi no País (prevalência de 1,1%) e uma
média de 589 crianças nascendo com infecção congênita
(taxa de transmissão 1,7%), em 2010. Essa estimativa
assemelha-se à realizada pela Opas/OMS, de 571 casos
ao ano de infecção congênita no Brasil para o período.
Nos últimos 10 anos (2012 a 2021), segundo dados do
Sinan, foram notificadas 39 gestantes confirmadas para
fase aguda. Nesse período, foram registrados 10 casos de
transmissão vertical (7 do sexo feminino e 6 com residência
no estado de São Paulo).
FIGURA 3 MUNICÍPIOS COM REGISTRO DE DOENÇA DE CHAGAS AGUDA EM
GESTANTES E CASOS POR TRANSMISSÃO VERTICAL, 2012 A 2021, BRASIL
Municípios com registro de casos agudos por transmissão vertical
Municípios com registro de casos agudos em gestantes
Delimitação territorial: Unidade da Federação
Delimitação territorial: Município
Fonte: Sinan. Dados preliminares, sujeitos à alteração.
Nota: dados por ano de notificação e município de residência.
Um amanhã sem Chagas
27
“
Existem muitas intervenções que podem ser realizadas para prevenir
a transmissão da doença de Chagas de mães para filhos/as. Possivelmente,
a estratégia mais eficaz é diagnosticar e tratar mulheres em idade fértil antes
de engravidar. Evidências científicas mostram que o tratamento de mulheres
com doença de Chagas antes da gravidez interrompe completamente a
transmissão de T. cruzi para seus/suas filhos/as. Todavia, esta medida é muito
difícil de aplicar no contexto atual, uma vez que o acesso ao diagnóstico, bem
como ao tratamento em todas as Regiões do País, continua a ser um grande
desafio. Levando em consideração essa limitação, o que se recomenda é
aproveitar o momento da gravidez para realizar atividades de prevenção, já
que praticamente todas as mulheres entram em contato com o sistema de
saúde nesse momento para o pré-natal.
Um outro fator a ser considerado é que os fármacos disponíveis para o
tratamento etiológico têm contraindicações durante a gravidez. Por esta
razão, as medidas recomendadas baseiam-se em diagnosticar as mães
infectadas durante a gravidez e deferir o tratamento para depois do parto.
Para isso, recomenda-se incluir as sorologias para a doença de Chagas junto
aos testes que são preconizados durante a gravidez para poder descartar
outras infecções. Uma vez identificadas as mães com a infecção, podem
ser implementadas estratégias de diagnóstico precoce para as respectivas
crianças recém-nascidas. Esta intervenção não impede a transmissão como tal,
mas permite identificar possíveis novos casos durante o primeiro ano de vida e
oferecer-lhes tratamento específico.
O tratamento nesta fase da vida está associado a uma elevada taxa de cura
próxima dos 100% e a uma excelente tolerância clínica, uma vez que as
crianças apresentam muito menos efeitos secundários do que os adultos. Uma
das desvantagens dessa intervenção é que para confirmar o diagnóstico dos
recém-nascidos podemos precisar de até 9 meses de acompanhamento. Esse
fato pode significar perda de seguimento de muitas crianças nascidas de mães
com a doença, limitando a conclusão do diagnóstico.
28
Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente|MS
Portanto, interromper a transmissão vertical é um objetivo
alcançável com uma boa otimização dos recursos existentes.
Para o futuro, precisaremos de novos estudos epidemiológicos e incorporar
indicadores que nos ajudem a entender esse desafio. Novas
estratégias,
como a avaliação das mais recentes técnicas diagnósticas,
associada à incorporação de agentes comunitários, ajudando
a minimizar as perdas de seguimento, aumentando o número
de pessoas diagnosticadas e tratadas. Afinal, um adulto com
doença de Chagas era uma criança não tratada.”
Israel Molina Romero
Instituto René Rachou – Fiocruz/MG
Um amanhã sem Chagas
29
“
Uma das formas de perpetuação da doença de Chagas
é a transmissão do protozoário Trypanosoma cruzi durante a gestação ou
o parto. A ação prioritária para prevenir tal transmissão consiste na testagem
em gestantes ou mesmo em mulheres em idade fértil. A partir dos casos
confirmados destas mulheres, os testes em bebês podem e devem ser
realizados após o nascimento para confirmar ou descartar a doença. Diante
de um caso positivo, o mesmo deverá ser tratado, já que é sabido que a cura
em menores de um ano de idade pode chegar a 100%. A partir do diagnóstico
sorológico em gestantes, podem ser traçadas ações voltadas para busca
ativa de todos/as os/as outros/as filhos/as que por ventura essas mulheres
possam ter.
Tanto a oferta de testes para detecção precoce da doença como profissionais
de saúde capacitados e preparados para monitorar e realizar o tratamento são
pontos importantes na prevenção a longo prazo da doença.
A doença de Chagas é uma doença negligenciada, tem ainda elevado número
de pessoas infectadas como foi comprovado em um estudo realizado junto a
gestantes no estado de Goiás pelo IDP-APAE1: esta doença ocupou o terceiro
lugar nas doenças mais detectadas nos testes pré-natais. Estados como Goiás
e Mato Grosso do Sul realizam a testagem para doença de Chagas em seus
exames pré-natais, e se tornaram verdadeiros carros-chefes no monitoramento
das mães e de seus conceptos e consequentemente nos programas de
Chagas estaduais. Filhos/as de mulheres com doença de Chagas poderão
permanecer na invisibilidade se não houver ações locais e permanentes que
atuem no sentido de monitorar e realizar a testagem desses potenciais casos.
As ações devem visar a identificação com vistas à redução dos casos ou
mesmo eliminação desse tipo de transmissão.
30
Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente|MS
As equipes de saúde devem atuar em uma forma integrada
onde ações de vigilância e assistência estejam sempre
sintonizadas em um único sentido que é o bem-estar na
sua plenitude de cada pessoa com a doença.”
Liliane da Rocha Siriano
Coordenação Estadual de Zoonoses-GO
Hospital das Clínicas da UFG-GO
Um amanhã sem Chagas
31
Universalização
do cuidado e
promoção da saúde
A doença de Chagas insere-se no grupo de doenças tropicais
negligenciadas da Organização Mundial da Saúde (OMS) e
do Ministério da Saúde do Brasil (MS), apresentando elevada
prevalência e expressiva carga de morbimortalidade.
Com objetivo de demonstrar as áreas de maior potencial de
morbimortalidade da doença em sua fase crônica, associada
a um cenário de limitações de acesso aos serviços de
saúde, implicando em baixa suspeição e detecção de casos
crônicos e na qualidade de vida das pessoas acometidas
pela doença, foi elaborado Índice de Vulnerabilidade para
Doença de Chagas Crônica. O valor do índice pode variar no
intervalo entre 0 e 1 – quanto mais próximo de 1, maior a
vulnerabilidade para DCC.
O índice agrega-se a partir de três subíndices, denominados:
a) Chagas: indicadores epidemiológicos diretamente
relacionados à fase crônica; b) Sentinelas: indicadores
relacionados a doenças/agravos decorrentes da evolução
da doença de Chagas; c) Acesso: indicadores relacionados
ao acesso aos serviços de saúde.
FIGURA 4 DISTRIBUIÇÃO DO ÍNDICE DE VULNERABILIDADE PARA DOENÇA
DE CHAGAS CRÔNICA POR UNIDADE DA FEDERAÇÃO E DF
Índice DCC – UF
Acesse o Boletim
Epidemiológico – 2022
Fonte: CGZV/DEDT/SVSA.
Um amanhã sem Chagas
35
“
Há diferentes questões que justificam a persistência da doença
de Chagas no Brasil. Além de falhas por limitações de evidências científicas e
tensões do mercado para incorporação de novas tecnologias para controle,
destaco a necessidade de superação de falhas da saúde pública para o efetivo
controle no SUS.
Um passo inicial é reconhecer e dimensionar a existência da doença, incluindo
necessidades. Sem isto, haverá dificuldade para inserção da doença em
agendas, demandando esforços de inteligência epidemiológica. É fundamental
evidenciar não apenas casos na fase aguda, mas também na fase crônica,
e complicações clínicas e psicossociais. Daí a importância de fortalecer a
vigilância em saúde nos territórios da atenção primária, com capacidade de
investigação da transmissão vetorial-oral, e análise de óbitos associados à
doença. Indicadores-chave devem ser pactuados, monitorados e avaliados,
com metas claras para qualificação de políticas públicas. Entretanto, é
importante reconhecer também as pessoas sob risco em territórios endêmicos.
Traz a necessidade de abordagem ampliada, com olhar para monitoramento
de animais reservatórios e impactos ambientais, além da vigilância de
triatomíneos. A perspectiva da Saúde Única (One Health) abre-se como
orientadora para controle.
Como proxy de desigualdade e iniquidade, a doença de Chagas requer
superar pobreza por ações intersetoriais, como saúde e
educação, com justiça social. O processo de determinação da doença
em contextos de vulnerabilidade deve incluir dimensões individuais, sociais e
programáticas, próprias das interfaces na rede de atenção.
Além da prevenção de novos casos agudos, as pessoas já acometidas devem
ser reconhecidas, necessitando atenção integral no SUS. Fundamental ter
meios e fluxos necessários para operacionalização de ações nos territórios
da atenção primária à saúde, em consonância à média e alta complexidade.
36
Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente|MS
Ampliar o acesso à saúde é fundamental, superando barreiras,
garantindo diagnóstico, tratamento e longitudinalidade do
cuidado. A eliminação da transmissão vertical por T. cruzi ocupa agendas
transnacionais, demandando ações integradas (HIV/aids, sífilis, hepatites virais).
Trazer em perspectiva à sociedade realidades sobre a doença demanda
informação e comunicação qualificadas, inserindo-se ações de educação
popular, ambiental e permanente. O alcance da participação social pelo
empoderamento de pessoas acometidas e superação do estigma/medo
da morte, é foco. Engajamento e protagonismo de lideranças possibilitam
efetivar o papel do controle social. Para um país continental como o Brasil,
operacionalizar estas ações requer priorização estratégica já validada,
contextualizada às diversas realidades epidemiológicas e operacionais.
”
Alberto Novaes Ramos Jr
Departamento de Saúde Comunitária & Programa
de Pós-graduação em Saúde Pública
Faculdade de Medicina - Universidade Federal
do Ceará
Um amanhã sem Chagas
37
“
É fato que a doença de Chagas se constitui como evento de expressiva
complexidade, portanto, exige intervenções complexas nos âmbitos individual
e coletivo. Esta afirmativa sustenta-se em múltiplos aspectos, o primeiro deles
refere-se a diferentes modos de transmissão do parasita (Trypanosoma cruzi),
fato que demanda dos serviços de saúde a adoção do modelo de Vigilância
em Saúde a partir dos territórios estratégicos de atuação da Atenção Primária.
Um segundo fator, refere-se à expressão do evento agudo, porém, com uma
carga ainda maior de adoecimento e morte considerando-se a sua potencial
cronicidade. Como condição crônica, exige das Redes de Atenção à Saúde
um processo articulado de gestão de Linhas de Cuidado a partir da lógica da
integralidade da atenção.
Por fim, o fato de ser reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS)
como uma Doença Tropical Negligenciada, revela a sua estreita relação com
sociedades estruturadas a partir da lógica do acúmulo de capital, condição
Superar a fome, contextos
precários de moradia, trabalho e renda, baixa escolaridade
e barreiras de acesso a serviços de saúde de qualidade
torna-se uma necessidade urgente para um futuro sem
doença de Chagas no Brasil.
geradora de grandes iniquidades sociais.
Talvez estejamos em um momento bastante propício para responder
à questão geradora deste livreto: O que é necessário para alcançarmos um Brasil
“sem” a doença de Chagas no futuro? É inaceitável não aprender com a crise
sanitária causada pela covid-19. Uma das principais lições se remete à verdade
incontestável de que a saúde humana e a animal são interdependentes e se
encontram condicionadas pelo ambiente no qual coexistem. Ambientes em
conexão direta, ainda que geograficamente distantes, dado o intenso processo
de globalização reforça a perspectiva da Saúde Única. Seus fundamentos,
compostos pela comunicação, coordenação, colaboração e complementação
entre a saúde humana, animal e ambiental, devem influenciar a construção de
políticas e o desenvolvimento de ações de enfrentamento da doença de Chagas.
38
Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente|MS
Segundo a OMS, esta abordagem remete-se a um enfoque que permite
instrumentalizar o desenho e aplicação de programas, realizar investigações,
construir políticas e marcos legais, nos quais vários setores se comunicam e
colaboram para obter melhores resultados na Saúde Pública. Por fim, superar
a doença de Chagas como problema de saúde pública, passa por promover
autonomia e protagonismos das pessoas acometidas ou sob risco. Superar
doença de Chagas é, portanto, promover resiliência, com o necessário
fortalecimento do Sistema Único de Saúde.
”
Eliana Amorim de Souza
Instituto Multidisciplinar em Saúde – UFBA
Vitória da Conquista/Bahia
Um amanhã sem Chagas
39
O amanhã “sem”
Chagas para as
pessoas afetadas
pela doença
O controle social é crucial para garantia dos princípios
e diretrizes do SUS. É crescente o fortalecimento
dos Movimentos Sociais em doença de Chagas, com
mobilização ampliada e empoderamento para a garantia
de direitos fundamentais, como o de acesso à saúde. Essas
organizações já constituídas fazem parte da Federação
Internacional de Associações de Pessoas Afetadas
pela doença de Chagas (Findechagas), que engloba
representações de países endêmicos e não endêmicos.
Em nosso País, movimentos sociais em doença de Chagas
também atuaram junto a outros movimentos que lutam
para o enfrentamento de doenças tropicais negligenciadas,
para constituir, em 2016, o Fórum Social Brasileiro para
Enfrentamento de Doenças Infecciosas e Doenças
Negligenciadas*. Esses movimentos ampliam o escopo
de suas ações e mostram o quanto é necessário constituir
agendas integradas no SUS.
*Acesso à Carta Aberta do 7º Encontro Brasileiro de Movimentos Sociais
de Luta Contra Doenças Infecciosas e Negligenciadas (Fórum DTNS 2022):
https://mailchi.mp/cf0eb1d04704/carta-frum-2022
FIGURA 5 DISTRIBUIÇÃO MUNDIAL DE ASSOCIAÇÕES DE PESSOAS AFETADAS
PELA DOENÇA DE CHAGAS
Fonte: Findechagas.
Um amanhã sem Chagas
43
“
Uma cidade parece pequena se comparada a um país,
mas é na minha, na sua cidade, que se começa a ser feliz.
E felicidade é ter vida digna, lazer, trabalho, salário, amor, respeito, saúde.
E saúde é ter acesso, ter remédio, ter tratamento e não ter enfermidades
como a doença de Chagas, que atinge no Brasil aproximadamente 1 milhão
e meio de pessoas. Para alcançarmos este objetivo, é necessário que
cada um possa fazer a sua parte: a cidade, o estado, o país e a população,
participando e tendo seus direitos garantidos. Em que precisamos avançar
para assegurar um futuro melhor, sem doença de Chagas? É fundamental
controlar a contaminação, potencializar o sistema de saúde que inclua
todas as pessoas, diagnosticar e fornecer tratamento, ampliar profissionais
que possam detectar rapidamente as situações de risco e prevenir agravos
e fortalecer o Sistema Único de Saúde-SUS, conforme seus princípios:
universal, integral, de equidade, descentralizado e de participação popular.
Saúde é um bem precioso, que não pode ser tratado como mercadoria.
Saúde é um direito! Que a partir de 2023 pessoas adoeçam menos, vivam
mais e com qualidade de vida. Este seria um dos legados a Carlos Chagas,
que há 114 anos indicou com competência ímpar os caminhos a percorrer.
Portanto torna-se imperativo trilhar esta estrada de vez: profissionais,
cientistas, usuários/as, associações da sociedade civil, conselhos de direitos,
gestores das políticas públicas, parlamentares. Juntos somos mais fortes!
A história é testemunha deste feito.
Ana Maria de Arruda Camargo
Hospital de Clínicas – Unicamp
44
Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente|MS
”
“
A doença de Chagas, como qualquer mal para o nosso corpo físico,
é inevitável a inexistência, mas nós podemos ser maiores que todos os
sintomas provocados e buscarmos com sabedoria formas para amenizar
e eliminá-la, a exemplo da criação de vacinas a favor da prevenção, além
do acompanhamento da população com a doença.
”
Amélia Bispo
Associação dos Portadores de doença de Chagas – Bahia
“Existem três coisas muito importantes para um Brasil sem doença
de Chagas no futuro: descoberta, por meio de exames de teste rápido,
visibilidade as pessoas com doença de Chagas e tratamento, com
medicamentos eficientes e acessíveis, em relação ao preço. Precisamos de
mais cuidado, compreensão e visibilidade, pois a doença existe, e há muitos
casos no Brasil. Muitas dessas pessoas vivem com a doença e não sabem.
”
Sou sertaneja, sou da pobreza, e sei como é difícil conviver com a doença.
Josefa de Oliveira
Associação Rio Chagas
Um amanhã sem Chagas
45
“
Fui contaminada pelo barbeiro e descobri em 1985. Desde então, só tenho
a agradecer: primeiramente a Deus, e em segundo os médicos e assistentes
sociais da Unicamp, que me acompanham e me acolhem até hoje com amor,
dedicação e atenção. Para mim, para termos um Brasil sem essa doença,
nós temos que lutar. Tanto os pacientes quanto os profissionais. Os pacientes
devem acompanhar o hospital, seguindo o tratamento corretamente, e
o hospital deve acompanhar os pacientes, sempre estudando, para que
tenhamos um remédio que acabe com a doença de Chagas. Para isso,
precisamos, além de pedir a Deus, nos unir. Hoje, só tenho a agradecer àqueles
que me acompanham, pois tenho essa doença, mas sou bem tratada.
”
Julia Maria Pereira
Associação dos Portadores de Doença de Chagas de Campinas e Região (Accamp)
“Uma das ações primordiais para construirmos um Brasil sem doença de
Chagas no futuro seria a divulgação massiva sobre essa questão em mídias,
na grande imprensa: rádio, jornais, internet, entre outros. Para possibilitar esse
amplo movimento de informatização e conscientização acessível, devemos
recorrer a órgãos de saúde, como o Ministério da Saúde, para fornecer verba
que viabilize nosso alcance à população e, principalmente, aos focos de poder:
”
a prefeitura, o governo, o Estado. Estes são capazes de promover a mudança.
Alcy Amado José
Associação dos Portadores de Doença de Chagas de Campinas e Região (Accamp)
“Para alcançarmos um Brasil sem doença de Chagas no futuro, precisamos
de vigilâncias sanitárias que façam seu papel de fiscalização e de políticas
públicas voltadas para a prevenção de doenças de Chagas, com a participação
das esferas Federal, estadual e municipal.
Rita Pereira Trindade
Pró-Associação de Chagas do Pará
46
Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente|MS
”
“
Que os governantes se lembrem de que existem doenças negligenciadas.
”
Joanda Gomes de Araújo
Associação dos Portadores de Doença de Chagas e Insuficiência Cardíaca
de Pernambuco
“A doença de Chagas tem que ser discutida, informada e publicizada,
para a população em todos os espaços públicos e privados para não
ser discriminada.
”
Maria Barbosa – Assistente Social
Associação dos Chagásicos da Grande São Paulo – ACHAGRASP
“Instituir informações; educação e comunicação como ferramenta, conseguir
acesso universal sem barreiras, atenção integral, sair da invisibilidade. Que
tenhamos um espaço urgente, e nos ajudem a mobilizar e ter voluntários
e parentes para lutar por nossos direitos de pessoas afetadas por esta
enfermidade. Conseguir acesso universal sem barreiras e atenção integral
em todas as fases nos centros de saúde, atendimento com psicólogo e
social, e que os profissionais de saúde médicos façam o pedido de exames
de sorologia para Chagas, pois muitas pessoas que moravam em zonas
endêmicas, não sabem que tem a doença. Instituir informações, educação e
comunicação como ferramenta necessária para enriquecer o conhecimento
sobre a enfermidade e combater a indiferença, garantindo o direito das
pessoas que têm a Chagas a uma vida com qualidades, e vamos sensibilizar
a opinião pública.
”
Aparecida Benedita Francisco dos Santos
Associação dos Chagásicos da Grande São Paulo – ACHAGRASP
Um amanhã sem Chagas
47
“
Precisamos de controle do barbeiro, que é o transmissor da doença
de Chagas, para que não aumente o número de pessoas contaminadas.
E atenção para aquelas que já estão contaminadas, principalmente onde
ainda há muitas pessoas doentes.
”
Emídio Matias de Brito
Associação dos Chagásicos da Grande São Paulo – ACHAGRASP
“Com relação ao que acho sobre a doença de Chagas, é preciso investir
em pesquisas e descobrir medicamentos que eliminem o parasita
(Trypanosoma cruzi) do organismo do paciente. Divulgar através dos órgãos
públicos, através de panfletos informativos, orientando como se prevenir,
para não contrair a doença de Chagas.
”
Lourival Lopes de Oliveira
Associação dos Chagásicos da Grande São Paulo – ACHAGRASP
“Investimento dos governantes em pesquisas e divulgação em massa nas
redes sociais.”
Juscelino Santos Nascimento
Associação dos Chagásicos da Grande São Paulo – ACHAGRASP
48
Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente|MS
O amanhã
“sem” Chagas
para Vigilância
em Saúde
“
Para almejarmos um amanhã “sem” Chagas, é importante
considerar a necessidade de sensibilização de gestores e equipes de saúde,
superando a atual visão de que a doença foi eliminada em nosso País.
É preciso desenvolver e aprimorar inteligência epidemiológica, considerando
o cenário atual e avaliar os determinantes e condicionantes para a ocorrência
de novos casos de doença de Chagas (DC), além de definições das medidas
de associação e impacto para priorização das intervenções mais efetivas, com
metas estabelecidas.
Ressalta-se a necessidade de recomposição de recursos, principalmente
de pessoal, em áreas prioritárias, com estruturação de ações integradas
de vigilância, bem como o cuidado e atenção a pessoas e comunidades
acometidas pela DC, com desenvolvimento de tecnologias em saúde mais
eficazes e custo-efetivas. Neste propósito, necessitamos debater em conjunto
e estreitar a comunicação com demais setores, de forma a unir forças às redes
de atenção primária e especializada.
Ademais, é fundamental fortalecer as ações estruturais ambientais, sociais e
econômicas, em uma perspectiva histórica, com ações centradas nas pessoas,
em uma visão coletiva sobre condições de vulnerabilidade para a doença,
dentro de uma perspectiva de linha de cuidado.
Acreditamos que a construção da linha do cuidado para a pessoa com DC,
coordenada pela APS, substanciará o cuidado integral, equânime e universal.
Além disto, fomentará maior sensibilização de profissionais de saúde quanto
à importância na identificação, tratamento e acompanhamento, levando em
consideração seu contexto clínico, social e cultural, gerenciando também as
comorbidades e promovendo saúde.
Além disto, confiamos que a implementação da vigilância de casos
crônicos dará subsídios para ações da vigilância estadual e municipal, pois
conseguirá demonstrar em números a realidade da doença, e aumentará
50
Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente|MS
a sensibilidade da vigilância para a detecção dos casos congênitos, com
vistas a identificação, por exemplo, de mulheres em idade fértil, gestantes
e respectivos filhos (as) com DC.
O Estado brasileiro é o espaço estratégico para fundamentar e articular estas
ações, desenvolvendo uma comunicação construtiva, em uma perspectiva
Interfederativa, substanciando a voz da pessoa com doença de Chagas e
sua comunidade. Nosso trabalho vai além da elaboração de normas, guias
e protocolos. Ecoamos a voz de uma população que luta por visibilidade,
garantia de dignidade e qualidade de vida, carregando sempre em nossas
falas a luta histórica do nosso povo. É por estas pessoas que seguiremos na
construção participativa da linha de cuidado para a pessoa com DC e nas
ações de prevenção da doença.
”
Milton Martins
Veruska Maia
Rafaella Albuquerque e Silva
Swamy Palmeira
Mayara Lima
Grupo Técnico de doença de Chagas
– CGZV/DEDT/SVSA
Um amanhã sem Chagas
51
“
Precisamos fortalecer a vigilância da doença de Chagas, dando visibilidade
às ações desenvolvidas em parceria com a comunidade. A educação em
saúde e a busca ativa em áreas endêmicas são ferramentas importantes
para a prevenção e controle de casos.
”
Rauane Rodrigues Teixeira
Gerência de Vigilância das Doenças Transmissíveis – GVDT/DVE
Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas Dra. Rosemary Costa Pinto
FVS-RCP/AM
“Implementar estratégias integradas e complementares das medidas de
prevenção, vigilância entomológica, diagnóstico e tratamento oportunos.
Além de incentivar pesquisas para produção de novos fármacos, métodos
diagnósticos e vacinas.
”
Ronildo Baiatone Alencar
Subgerência de Entomologia
Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas Dra. Rosemary Costa Pinto
FVS-RCP/AM
52
Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente|MS
“
Para alcançarmos um Brasil “sem” a doença de Chagas no futuro é necessário
que as ações nos territórios tenham legalidade, operacionalidade e
visibilidade, com vistas ao controle e eliminação desse importante problema
de saúde pública.
Para nos tornarmos livres da doença de Chagas precisamos nos “indignar”
com a invisibilidade das pessoas com essa doença. O setor saúde deve
buscar cada cidadão e cidadã com suspeita da doença, para oportunizar
acesso e cuidado integral.
Para um Brasil sem a doença de Chagas, devemos abraçar o conceito de
Saúde Única: Humana, Animal e Ambiental e trabalhar em prol da prevenção,
diagnóstico e tratamento, gerando saúde de maneira universal, integral
e equitativa.
”
Sandra Maria de Oliveira da Purificação
Coordenadora de Doenças Transmitidas por Vetores – SES/BA
Cristiane Medeiros Moraes de Carvalho
Área Técnica Grupo de Trabalho de Chagas – SES/BA
Filadélfia Marques de Oliveira
Estagiária – Área Técnica Grupo de Trabalho de Chagas – SES/BA
Manuela Sampaio Souza Santos
Área Técnica Grupo de Trabalho Entomologia – SES/BA
Um amanhã sem Chagas
53
“
Com a vacina, fazendo o teste rápido em todas as pessoas que forem
picadas pelos os barbeiros positivos, para detectar a presença do
Trypanosoma cruzi, e assim fazer o tratamento das pessoas infectadas
na fase aguda; ii. Acompanhamento de todas as pessoas com a doença
de Chagas seja em qualquer fase; iii. O controle de todas as espécies
de barbeiros em nosso Brasil.
”
Manoel Correia de Souza
Núcleo Regional de Saúde Centro-Leste/regional Itaberaba/BA
“Um futuro sem doença de Chagas dependerá da priorização política aliada
aos aspectos técnicos e, sobretudo o fortalecimento da esfera municipal.
Assim, subsidiará uma permanente e sustentável vigilância, com ampla
participação popular e respeito à cultura local.
”
Claudia Mendonça Bezerra
GT-Doença de Chagas – Cevet/Vovat/Sesa – CE
“Para transmissão congênita é imprescindível o fortalecimento da integração
entre vigilância e atenção primária para garantia de seguimento da criança
no primeiro ano de vida e otimização das estratégicas de prevenção
da doença.
”
Gizeli de Lima
Gerência de Vigilância das Doenças Transmissíveis
Diretoria de Vigilância Epidemiológica
Subsecretaria de Vigilância à Saúde – SES/DF
54
Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente|MS
“
Um requisito imprescindível para um Brasil sem a doença de Chagas é a
informação. A partir dela, a pessoa acometida poderá buscar orientações
para diagnóstico e tratamento, tornando-se o protagonista da sua vida/saúde,
assegurando assim o acesso à saúde por direito.
”
Liliane da Rocha Siriano
Coordenação Estadual de Zoonoses/GVEDT/SUVISA/SES/GO
Hospital das Clínicas da UFG/GO
“É necessário maior compromisso dos gestores para integrar as ações de
vigilância epidemiológica, entomológica, sanitária, ambiental e a atenção
primária visando ações de prevenção, diagnóstico e tratamento dos casos da
doença nos territórios.
”
Ana Cleide Mineu Costa
Secretaria de Estado da Saúde/SES/MA
Coordenadora do PCDCH/ Enfermeira Sanitarista/ Doutorado em Saúde Coletiva
“A melhora na assistência e conhecimento dos profissionais de saúde em
relação à doença de Chagas, com início nas universidades dando a devida
importância à vigilância, ao diagnóstico das doenças tropicais e formas de
prevenção desta doença.
”
Jéssica Klener Lemos dos Santos Nantes
Gerente Técnica de Doenças Endêmicas
Secretaria de Saúde do Estado do Mato Grosso do Sul
Um amanhã sem Chagas
55
“
Consciência da responsabilidade mútua na fomentação de ações eficazes
integradoras entre profissionais de saúde e a população na prevenção da
doença de Chagas.
”
Eder do Amaral Monteiro
Responsável Estadual pelo Controle da Doença de Chagas – CECDCh
Departamento de Controle de Doenças Transmissíveis por Vetores – DCDTV
Diretoria de Vigilância à Saúde/SESPA
“Acreditamos que ações conjuntas de promoção e prevenção à Saúde, a
integração entre as Vigilâncias, Atenção Primária e as ações dos Programas
de habitação são estratégias imprescindíveis no controle da doença, visando
alcançar o sonho de um Brasil “sem” a doença de Chagas.
”
Gênova Mª de Azevedo Oliveira
Área Técnica Estadual da Vigilância da Doença de Chagas DGVSAT/SEVSAP/SES/PE
“Doença de Chagas, antiga e silenciosa. No passado já com certificação no
território nacional. Na atualidade, os casos são conhecidos com sequelas,
necessitando de incentivo na vigilância, para conhecer, monitorar as áreas
risco, e intervir para prevenir.
”
Maria Amélia de Oliveira Costa
Área Técnica Estadual da Vigilância da Doença de Chagas – SES-Piauí
56
Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente|MS
“
É necessário envolver e capacitar a população para que os barbeiros
encontrados sejam encaminhados para identificação e busca ativa por meio
dos postos de informação de triatomíneos mais próximos.
”
Michele Martha Weber Lima
Representante da Vigilância Entomológica – Sesa/PR
“Somente com a detecção precoce de casos, o acompanhamento das
pessoas acometidas e, sobretudo, a sustentabilidade das ações com
o envolvimento das comunidades e organizações da sociedade civil,
é que conseguiremos um Brasil livre da doença de Chagas.
”
Raquel Monteiro de Moraes
Representante da Vigilância Epidemiológica – Sesa/PR
“O melhor caminho é a prevenção. Melhorando as moradias rurais, aplicar
inseticidas e controlar os bancos de sangue, são alguns dos métodos de
prevenção contra a doença de Chagas.
”
José Maria Silva Nobre
Agevisa-RO
“Alcançaremos sim, com o empenho das forças dos trabalhos de saúde
integrados, e maior adição de recursos necessários, uma cobertura de
grande potencial para assistência às pessoas com adoecimento pela doença
de Chagas.
”
Alda Eunice Farias Lobato da Cunha
Secretaria Estadual de Saúde de Rondônia – Sesau/Lacen-RO
Um amanhã sem Chagas
57
“
A sensibilidade da gestão pública em manter a vigilância e a resposta
da rede de atenção em saúde de forma permanente para diminuirmos a
prevalência da doença de Chagas, oferecendo a estrutura necessária com
fluxos administrativos, recursos humanos com expertise e habilidades,
equipamentos e insumos para as atividades laboratoriais, de pesquisa,
controle químico de vetores e de atenção primária.
”
Cleonara Bedin
Centro de Vigilância em Saúde – SES/RS
“Uma população consciente provida de acesso fácil à informação, e assim
contribuindo no processo de promoção da saúde.”
Ana Paula Barros
Programa Estadual de Controle da Raiva, Leptospirose e Animais Peçonhentos/
Núcleo de Endemias/DVS-Secretaria de Estado da Saúde – Sergipe
“O desenvolvimento e a implementação de políticas públicas que adequem
ações conjuntas entre as vigilâncias, tendo como foco mais atividades
preventivas e de educação continuada em saúde, contribuiriam para
”
alcançar índices reais de diminuição da doença de Chagas no Brasil.
Karine Dantas Moura
Gerencia de Entomologia, Malacologia, Parasitologia e Zoonoses – Gezep
58
Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente|MS
“
Ações integradas de vigilância sanitária, ambiental, vetores e reservatórios
identificando áreas vulneráveis, delineando cenários com olhar nos fatores
determinantes e condicionantes de saúde individual/coletiva reorientando
a prevenção, o controle e a vigilância epidemiológica.
”
Rubens Antonio da Silva
Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo/Coordenadoria de Controle
de Doenças – Instituto Pasteur
“Precisamos orientar e sensibilizar a nossa população sobre os riscos da
ocorrência de triatomíneos dentro dos domicílios e principalmente buscar
apoio das comunidades nas ações de controle e educação em saúde.
”
Rogério Rios Coelho
Laboratório de Entomologia Médica do Estado do Tocantins
“A Educação é a chave para solução. Chagas: que o coração grande
signifique apenas aquele cheio de amor.”
Veruska Nogueira de Brito
Laboratório de Entomologia – SES-MT
Um amanhã sem Chagas
59
Equipe técnica
Colaboração:
Alberto Novaes Ramos Jr.
Alda Eunice Farias Lobato da Cunha
Ana Cleide Mineu Costa
Ana Maria de Arruda Camargo
Ana Paula Barros
Claudia Mendonça Bezerra
Cleonara Bedin
Cristiane Medeiros Moraes de Carvalho
Dilma do Socorro Moraes de Souza
Eder do Amaral Monteiro
Veruska Nogueira de Brito
Ednei Charles da Cruz Amador
Eliana Amorim de Souza
Erica Cristina da Silva Chagas
Filadélfia Marques de Oliveira
Gênova Mª de Azevedo Oliveira
Gizeli de Lima
Israel Molina Romero
Jader de Oliveira
Jéssica Klener Lemos dos Santos Nantes
José Maria Silva Nobre
Karine Dantas Moura
Liliane da Rocha Siriano
Manoel Correia de Souza
Manuela Sampaio Souza Santos
Maria Amélia de Oliveira Costa
Um amanhã sem Chagas
61
Michele Martha Weber Lima
Pedro Albajar Viñas
Raquel Monteiro de Moraes
Rauane Rodrigues Teixeira
Rogério Rios Coelho
Ronildo Baiatone Alencar
Rubens Antonio da Silva
Sandra Maria de Oliveira da Purificação
Veruska Nogueira de Brito
Representantes de Associações:
Alcy Amado José – Accamp
Amélia Bispo – Associação dos Portadores de doença de Chagas/Bahia
Aparecida Benedita Francisco dos Santos – ACHAGRASP
Emídio Matias de Brito – ACHAGRASP
Joanda Gomes de Araújo – Associação dos Portadores de Doença de Chagas
e Insuficiência Cardíaca de Pernambuco
Josefa de Oliveira – Associação Rio Chagas
Julia Maria Pereira – Accamp
Juscelino Santos Nascimento – ACHAGRASP
Lourival Lopes de Oliveira – ACHAGRASP
Maria Barbosa – ACHAGRASP
Rita Pereira Trindade – Pró-Associação de Chagas do Pará
62
Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente|MS
Fotografias:
Jader de Oliveira, Érica Cristina da Silva Chagas, Ednei Charles da Cruz Amador,
Dilma do Socorro Moraes de Souza, Israel Molina Romero, Liliane da Rocha
Siriano, Alberto Novaes Junior, Eliana Amorim de Souza, Ana Maria de Arruda
Camargo, Amélia Bispo, Josefa de Oliveira, Alcy Amado José, Rita Pereira
Trindade, Joanda Gomes de Araújo, Aparecida Benedita Francisco dos Santos,
Milton Martins de Lima Neto, Veruska Maia da Costa Brant, Swamy Lima Palmeira,
Mayara Maia Lima, Rafaella Albuquerque e Silva, Rauane Rodrigues Teixeira,
Ronildo Baiatone Alencar, Cristiane Cristiane Medeiros M. de Carvalho, Manuela
Sampaio Santos Souza, Filadélfia Marques de Oliveira, Sandra Maria de Oliveira
da Purificação, Manoel Correia de Souza, Claudia Mendonça Bezerra, Gizeli de
Lima, Ana Cleide Mineu Costa, Jéssica Klener Lemos dos Santos Nantes, Eder do
Amaral Monteiro, Gênova Mª de Azevedo Oliveira, Maria Amélia de Oliveira Costa,
Michele Martha Weber Lima, Raquel Monteiro de Moraes, José Maria Silva Nobre,
Alda Eunice Farias Lobato da Cunha, Cleonara Bedin, Ana Paula Barros, Karine
Dantas Moura, Rubens Antonio da Silva, Rogério Rios Coelho, Veruska Nogueira
de Brito e Pedro Albajar Viñas.
Um amanhã sem Chagas
63
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