A Estratégia na História
Teorias e ferramentas estratégicas explicadas a partir dos fatos históricos do século XX
Autoria: Leonardo Silveira Conke
RESUMO
As organizações, quando vistas como sistemas abertos, têm uma relação de
interdependência com o seu ambiente, pois interagem com os sistemas econômico, social,
cultural, político, tecnológico etc., importando conhecimento e recursos e proporcionam
produtos e serviços. Assim, a configuração das condições do ambiente ajuda a explicar as
decisões e escolhas organizacionais, refletidas nas Teorias e Ferramentas Estratégicas
utilizadas. Desta maneira, neste ensaio, apresenta-se a relação entre a história geral e a
evolução do pensamento estratégico, ou seja, como fatos históricos relevantes influenciaram a
criação, o desenvolvimento, a implementação ou a consolidação de Teorias e Ferramentas
estratégicas. O século XX foi dividido em quatro períodos, cujos acontecimentos são
significantes, do ponto de vista histórico e estratégico. No primeiro período (1900-1939)
apresenta-se a maneira como a situação econômica, o Racionalismo e a 1ª Guerra Mundial
formaram os estrategistas generalistas da época; no segundo período, mostra-se como a
enorme transformação trazida pela 2ª Guerra Mundial culminou no desenvolvimento do
campo da estratégia formal e na consolidação do administrador profissional; no terceiro
período, têm-se as consultorias e as Teorias Organizacionais ambientais, que ditam as bases
estratégicas das organizações, preocupadas com a escassez de capital e a competitividade; por
fim, no quarto período, a 3ª Revolução Industrial traz à tona as discussões sobre recursos
essenciais, conhecimento, estratégia na prática e sustentabilidade socioambiental.
INTRODUÇÃO
As organizações, quando vistas como sistemas abertos devem a sua sobrevivência
continuada a um relacionamento apropriado, interativo e interdependente com o seu ambiente.
A organização pode se adaptar ao ambiente no qual está inserida, bem como influenciar
fortemente a natureza do mesmo, tornando os limites dessa relação bastante permeáveis. A
organização depende do sistema social, econômico, cultural, político e técnico que compõem
o seu ambiente, pois importa conhecimento, tecnologia, recursos e suprimentos para seus
domínios e transforma-os, devolvendo ao ambiente produtos e serviços (EGRI e PINFIELD,
1998).
As interações entre ambiente e organização ocorrem de forma que as atividades
organizacionais refletem parte da configuração atual (ou esperada) do ambiente, o que não
significa uma passividade da organização perante as demandas do ambiente, e sim, uma forma
de equilibrar as intenções organizacionais às características ambientais. Da mesma forma,
decisões organizacionais (estratégicas, operacionais etc.) são tomadas (também) com o
objetivo de “resolver” problemas de equilíbrio entre o estado atual e o estado desejado pela
organização, deixando-a em posição mais adequada para responder às suas demandas internas
e externas.
As estratégias organizacionais também avaliam as capacidades internas e a condição
externa das empresas. Ansoff (1990) apresenta como uma das características da estratégia a
sua relação com o ambiente externo. Também mostra que, dentre as suas categorias de
decisões, aquelas chamadas de estratégicas “preocupam-se principalmente com problemas
externos do ambiente (p. 25)”. Assim, se forem observados os sistemas econômico, cultural,
social, demográfico, tecnológico etc. do ambiente geral no qual a organização está inserida, as
decisões estratégicas dessa organização serão mais facilmente entendidas, pois estas se
relacionam aos problemas trazidos por tais sistemas.
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O mesmo ocorre com as Teorias e Ferramentas Estratégicas desenvolvidas e utilizadas
ao longo do tempo. Dadas as condições ambientais de determinados momentos da história,
algumas teorias estratégicas surgiram (ou se expandiram), pois respondiam adequadamente
aos anseios das organizações naqueles períodos. As características econômicas, sociais,
políticas, culturais, tecnológicas etc. influenciaram na criação, implementação, proliferação
ou consolidação das Teorias e Ferramentas Estratégicas utilizadas pelas organizações.
Dessa forma, o objetivo neste artigo é mostrar como alguns acontecimentos históricos
(relacionados à economia, cultura, política, tecnologia etc.) influenciaram na criação,
implementação, expansão ou consolidação das principais Teorias e Ferramentas Estratégicas
do século XX. O artigo está dividido em quatro partes, que representam, intencionalmente,
períodos com fatos históricos marcantes e configurações estratégicas definidas.
A variável “história” é utilizada na área de administração de algumas maneiras
distintas. Entre elas, destaca-se a utilizada pela Teoria Geral da Administração, que reúne
pensadores e teorias com características idênticas nas suas escolas determinadas. Outra
abordagem refere-se às histórias dos homens de negócios e das próprias empresas, que gera o
interesse de diversos pesquisadores, por descrever como as organizações e os homens de
negócios se desenvolveram ao longo do tempo. A abordagem utilizada neste artigo, chamada
de “estratégia na história” – esta entendida como fatos históricos – ajuda a compreender a
evolução da atividade estratégica e ainda auxilia na explicação dos motivos que levaram à
adoção de certas técnicas de administração em determinadas épocas da história (LARSON,
1947).
1º Período (1900 – 1939): Estratégia ou administração científica?
A atividade estratégica do início do século XX resumia-se ao trabalho prático de
responsabilidade dos homens de negócio. Historicamente, é importante ressaltar o contexto
econômico, o Racionalismo e a 1ª Guerra Mundial, como fatores decisivos na formação dos
estrategistas. Nesse período, o pensamento estratégico “confundia-se” com as funções do
administrador, descritas pela Escola da Administração Clássica.
Inaugurado por Descartes no século XVII, o Racionalismo atingiu seu apogeu no
século XVIII, e foi aplicado às ciências naturais e às ciências sociais posteriormente. O campo
do trabalho, que devido ao advento das máquinas havia se tornado mais eficiente, ainda não
tinha sua organização e execução afetadas pelas ideias racionalistas. Isto só veio a acontecer
no início do século XX, com os chamados fundadores da Administração Científica – Taylor,
Fayol etc – (MOTTA, 1998). Nessa época, “o gerenciamento dos negócios passa a adquirir
um caráter técnico-científico (...) que com seus métodos procuravam obter um máximo de
rendimento produtivo por operário” (RESENDE, 2007, p. 148).
No campo da economia, o início do século XX ainda refletia as grandes mudanças
ocorridas na metade do século XIX, como a construção das estradas de ferro americanas e a 2ª
Revolução Industrial, que transformaram as relações comerciais. O acesso ao capital e ao
crédito permitiu os investimentos em larga escala em suprimentos e na produção, para atender
os mercados de massa (GHEMAWAT, 2002). Uma grande onda de inovações tecnológicas
possibilitou a transmissão de eletricidade para a iluminação das cidades e para suprir a
demanda de energia das indústrias, o que incentivou o crescimento, transformando a
economia de rural e agrária para industrial e urbana. Essas grandes corporações, com sua
variedade de atividades e trabalhando em larga escala, exigiam administradores qualificados,
que pudessem resolver diversos tipos de problemas de controle, organização etc (SEARS,
1956).
A 1ª Guerra Mundial também influenciou na atividade estratégica do período. A
guerra era, até então, o maior empreendimento conhecido pelo homem, e deveria ser
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organizada e administrada. A guerra em massa exigia a produção em massa, que também
deveria ser organizada e administrada (HOBSBAWN, 2008). A chamada “economia de
guerra” significava mobilizar todos os fatores de produção nacionais para maximizar sua
produtividade (RESENDE, 2007), pois tal nível de mobilização não poderia ser mantido sem
uma economia industrial e de alta produtividade, que produziu uma revolução na mão-de-obra
(HOBSBAWN, 2008).
A Guerra serviu também para acelerar o progresso tecnológico dos países beligerantes
(e.g. aeronáutica e computadores), bem como avanços técnicos de ferramentas de
administração. A demanda logística da Guerra intensificou o uso de estatísticas para previsão
de gastos e de demanda. As empresas de larga escala perceberam a necessidade de
coordenação entre departamentos, o que pressionou o uso de estatísticas na observação do
desempenho passado e na previsão da demanda futura. Nos anos posteriores à 1ª Guerra, a
ideia de orçamento também já tinha se espalhado para ajudar na previsão econômica e no
planejamento financeiro. A academia também demonstrou interesse em temas como
orçamento, técnicas de inventário, produção e controle do mercado, assuntos publicados em
periódicos da época. A Harvard Business School iniciou um curso em 1912, que visava
integrar os conhecimentos adquiridos em áreas funcionais como contabilidade, operações e
finanças, para dar ao aluno uma visão mais ampla sobre os problemas estratégicos
encontrados pelos executivos (CHANDLER E REDLICH, 1961).
A Guerra incentivou os países industriais a realizar fusões, as quais eram apoiadas
pelos governos, que pretendiam otimizar a utilização da matéria-prima, do capital e força de
trabalho (GRAS, 1936) 1. Entre 1925 e 1929, uma série de fusões em várias indústrias deu
início à competição de oligopólios. O mercado foi logo controlado por empresas integradas
verticalmente, construídas por meio de operações financeiras (FOSTER, 1985).
O contexto histórico descrito acima ajuda na compreensão do tipo de “estrategista”
existente na época. De acordo com Tedlow et al. (2003), os executivos dessa época eram
generalistas, entendendo um pouco de cada área, pois estavam assumindo grandes empresas e
instituindo estruturas burocráticas. Além disso, um bom administrador seria alguém que
planejasse cuidadosamente seus passos, que organizasse e coordenasse racionalmente as
atividades de seus subordinados e soubesse comandar e controlar as atividades (MOTTA,
1998). Para Barnard (1938), as atividades dos executivos relacionam-se à manutenção das
operações das organizações, e à continuidade das mesmas, o que poderia ser conseguido por
meio da coordenação formal. Tanto que a forma organizacional dominante do período era a
funcional, uma estrutura centralizada, vertical e integrada, que servia para gerenciar
funcionários com tarefas altamente especializadas (Miles et al., 1997). Assim, observa-se que
as ideias racionalistas, as ferramentas de guerra desenvolvidas e a situação econômica do
período ajudaram na formação dos estrategistas dessa época.
A expansão econômica posterior à 1ª Guerra Mundial foi ainda mais intensa nos EUA,
que passaram de maior devedor mundial para maior credor e, em 1929, eram responsáveis por
42% da produção industrial mundial. Entretanto, os salários não acompanharam o aumento da
produção, e esta não conseguiu ser consumida internamente, gerando uma grande estocagem.
Ao mesmo tempo, a intensa atividade econômica deu impulso à especulação financeira. Como
o número de pessoas era muito grande face ao consumo, deu-se início a uma crise que
explodiu em 24 de outubro, com uma grande venda de ações sem compradores, o que fez os
preços despencarem, abalando toda a sociedade norte-americana2. Após a crise de 1930, o
governo norte-americano sentiu a necessidade de intervir no planejamento econômico do país,
de modo a alterar a situação devastadora da época. O New Deal estimulou a economia e, em
dez anos (1930-1940), os EUA voltavam aos patamares de 1929 (VICENTINO, 1997).
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2º Período (1939 – 1960): A consolidação do planejamento estratégico e dos
administradores profissionais.
Alguns anos depois, em 1939, começaria a 2ª Guerra Mundial, a qual foi um grande
desafio para o pensamento estratégico, pois a necessidade de se acumular recursos escassos
exigiu uma evolução nas técnicas de gerenciamento, como a programação linear, a análise
quantitativa etc. (GHEMAWAT, 2002).
O impacto que a 2ª Guerra Mundial provocou na estratégia é refletido no alinhamento
da Harvard Business School aos objetivos do governo norte-americano. Para os EUA terem
sucesso na Guerra, era necessário também, formar um grupo de elite de líderes e experts
militares (e de negócios) que pudessem servir como parceiros estratégicos das forças armadas.
A escola ofereceu disciplinas chamadas de “A Mobilização da Indústria e; Os Problemas
Econômicos da Defesa Nacional”, em um curso de guerra específico, que tinha como seu
propósito ajudar a suprir a necessidade de homens treinados em gerenciamento e
administração de empresas, e acelerar a sua contribuição aos esforços da defesa nacional. Os
responsáveis pelo programa de Treinamento de Guerra de Harvard reconheceram a
necessidade de simular o impacto da guerra na sociedade e a ameaça que esta impunha à
nação, e lançaram um programa destinado a treinar experientes executivos de negócios sobre
como adaptar as atividades empresariais em tempos de guerra. O curso proporcionava uma
visão holística da função de gestão alinhada com uma abordagem pragmática e orientada para
resultados, e tinha como objetivo capacitar os gestores, para que fossem eficazes e eficientes
na implementação de qualquer estratégia sob quaisquer condições, por meio do domínio
completo dos processos de produção, do conhecimento financeiro e das estruturas
organizacionais (STEVENS, 2001).
A 2ª Guerra deixou um saldo devastador: um custo material superior a um bilhão de
dólares, e um mundo arrasado e dividido entre capitalistas e socialistas. Os EUA despontaram
como um Estado superior a qualquer outro em recursos materiais, financeiros e tecnológicos,
acabando a guerra com quase dois terços da produção industrial do mundo (VICENTINO,
1997; HOBSBAWN, 2008). Essa destruição causada pela 2ª Guerra levou a uma demanda
excessiva, pois recuperar-se da guerra era a prioridade esmagadora dos países europeus
(HOBSBAWN, 2008). Isso forçou as empresas dos EUA a se expandirem e pensarem no
mercado internacional (GHEMAWAT, 2002). Mais ainda, a 2ª Guerra incentivou o
crescimento vertiginoso da indústria americana, não só pela demanda de mercado, mas
também pela necessidade da criação de novas tecnologias, que mudaram o processo de
produção dos bens – e.g. indústria da aviação, do refinamento de petróleo e avanços do rádio
(CHANDLER, 1994).
De acordo com Chandler e Redlich (1961), as novas estruturas e a administração
moderna de empresas começaram nos EUA, com a dispersão geográfica das firmas, que
foram obrigadas a fazer a divisão entre matriz e filiais para atender à nova demanda mundial.
Esse novo tipo de empresa foi denominado por Chandler de multi-function e multi-product
(vários produtos e várias funções). “Como novas linhas foram criadas em empresas
individuais, não era mais possível lidar com o processo de compras, produção e marketing
com o mesmo tipo de forma organizacional centralizada e departamentalizada” (Chandler e
Redlich, 1961, p. 12) 3. As empresas possuíam know-how maior do que o utilizado para seu
negócio principal, sendo obrigadas a utilizá-lo em outros produtos e mercados. Essas forças
resultaram nessa nova forma organizacional, a divisional, que possibilitou às empresas
atenderem a mercados relacionados com produtos e serviços diferenciados (Miles et al.,
1997).
Após a 2ª Guerra, houve uma reestruturação e reforma do capitalismo além de um
avanço na globalização e internacionalização da economia, o que multiplicou a capacidade
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produtiva mundial, tornando possível uma divisão de trabalho internacional mais elaborada e
sofisticada. O comércio entre os países também foi maior, tanto nas exportações quanto nas
importações de bens (HOBSBAWN, 2008). As organizações produtivas também expandiram
suas atividades. O termo “empresa multinacional”, definido por J. Maisonrouge (da IBM),
referia-se à empresa (ou grupo de empresas) cujas atividades são concebidas, organizadas e
conduzidas em escala mundial, e foi bastante utilizado para descrever os conglomerados
monopolistas na década de 1950 (RESENDE, 2007). Em 1950, as filiais das empresas
multinacionais americanas eram de aproximadamente 7,5 mil; em 1966, esse número
aumentou para mais de 23 mil. No início da década de 1980, três quartos das exportações e
mais da metade das importações dos EUA eram de empresas transnacionais americanas.
Empresas de outros países também foram expandidas: a alemã Hoechst estabeleceu-se em 45
países, com 117 fábricas depois de 1950 (HOBSBAWN, 2008).
Como as empresas cresceram em proporções exorbitantes, ficou praticamente
impossível para os donos do capital acompanhar de perto a condução das atividades de suas
filiais. A diversificação e as mudanças tecnológicas aumentaram a complexidade das
situações estratégicas (GHEMAWAT, 2002). De um lado, mais e mais pessoas estavam sendo
envolvidas no processo de tomada de decisão; de outro, aqueles que detinham a autoridade
final e que realmente decidiam estavam se afastando das operações do dia-a-dia das
organizações. Consequentemente, uma das mudanças que ocorreu na administração foi a
introdução de um nível de gerência intermediário, que representava, perante os outros
funcionários, a equipe dos altos executivos, agora somente responsável pela decisão das
grandes metas (CHANDLER E REDLICH, 1961). Os gerentes começaram a se
profissionalizar e tornaram-se trabalhadores em período integral, tomando todas as decisões
estratégicas (CHANDLER, 1994).
A 2ª Guerra também incentivou a formalização do planejamento estratégico para
direcionar as decisões gerenciais. Segundo Drucker (1998), a gestão não significava um
comportamento passivo e adaptativo, e sim, uma ação intencional que buscava os resultados
desejados. Ele notou que a teoria econômica entendia que os mercados não poderiam ser
controlados pelos empreendedores ou pelas organizações. Porém, na era das multi-divisons,
administrar implicava na responsabilidade de tentar moldar o ambiente econômico, para
planejar, implementar e consolidar mudanças no próprio ambiente e assim garantir a liberdade
de agir das empresas. Essa ideia tornou-se o foco da estratégia de negócios da época, onde as
empresas, por meio do planejamento estratégico formal, poderiam exercer algum tipo de
controle sobre o ambiente.
No final dos anos 50, o professor Kenneth Andrews argumentou que cada
organização, cada unidade da organização e até mesmo cada indivíduo, deveria ter um
conjunto definido de propósitos ou objetivos que o fizessem seguir em uma direção escolhida
deliberadamente. Já no início dos anos 60, essa fase do estudo do planejamento estratégico
moderno continuou com o trabalho de Andrews, Christensen, Learned e outros da Harvard
Business School, e culminou no desenvolvimento do conceito de estratégia corporativa. O
conceito de estratégia surgiu da necessidade de ajudar o praticante, traduzindo o caos de
eventos e decisões que ele deveria tomar por dia em algo organizado que posicionasse a
empresa em relação ao seu ambiente. Como resultado, os primeiros trabalhos sobre a
formulação da estratégia eram orientados para o processo, traduzindo o paradigma de
Learned, Andrews, Christensen e Guth, em uma série de passos lógicos, genéricos e analíticos
(PORTER, 1983). O campo da estratégia começava a se firmar e, de acordo com um estudo
feito pelo Instituto de Pesquisa Stanford, em 1963, a maioria das grandes empresas norteamericanas já tinha um departamento de planejamento formal (GHEMAWAT, 2002).
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3º Período (1961 – 1984): A estratégia dominada pelas consultorias e pelo ambiente.
Nos anos 1960 houve a continuação do período pós-guerra, de prosperidade e
recuperação, e a evolução paralela da moderna empresa de negócios. Assim, a fim de
continuar com retornos altos, comuns no pós-guerra, a terceira geração de gerentes
profissionais que se formava, se apoiava em duas grandes estratégias: uma de aperfeiçoar os
produtos e processos; e a outra de diversificar, de entrar em mercados ainda não explorados
que pudessem dar altos retornos, mesmo que não relacionados aos negócios da empresa
(CHANDLER, 1994). Desta maneira, em 1969, as fusões tinham se tornado uma “mania”
entre as grandes corporações. Durante esse período, algumas empresas se dedicaram a obter o
controle de outras menores, formando conglomerados enormes (FOSTER, 1985). A pesquisa
acadêmica do período se concentrava em temas como crescimento, expansão, aquisição,
diversificação e controle dos conglomerados (BOWMAN et al., 2002). Essa onda de fusões
intensificou a ruptura no estilo de administração, dividindo mais ainda os donos do capital dos
profissionais da administração, pois muitas compras eram realizadas sem que o proprietário
tivesse o devido conhecimento sobre a indústria adquirida. No que concerne à estrutura
organizacional, o movimento da padronização para a customização continuou no final dos
anos 60 e 70, quando as firmas adotaram formas organizacionais mistas, como a matriz, que
permitiu o foco duplo, em segmentos de mercados e clientes estáveis e emergentes (MILES et
al., 1997). A administração começou a utilizar muito mais a estatística para medir o
desempenho e o retorno. Mintzberg et al. (2000) caracterizam a década de 70 com a escola de
planejamento, e mostram que “as mensagens centrais dessa escola sintonizavam perfeitamente
com toda a tendência em ensino da Administração e com a prática empresarial e
governamental: procedimento formal, treinamento formal, análise formal, muitos números
(p.44)”. Uma análise do retorno financeiro dessa onda de fusões mostrou que ele não foi
maior do que se as empresas se limitassem à expansão dos seus mercados de origem
(FOSTER, 1985). Além disso, os conglomerados e a diversificação não-relacionada, famosos
e largamente utilizados nos anos 1960, foram alvos de ataques teóricos da academia e de
restrições governamentais nos anos 1970 (GUTH, 1980).
O período de crescimento do pós-guerra foi trocado pelo de intensa competição, pois,
com a restauração da saúde econômica das indústrias europeias, grandes competidores
voltaram ao mercado internacional, causando o excesso de capacidade. Na academia,
iniciaram-se as discussões sobre como alinhar as forças e fraquezas da empresa com as
oportunidades e ameaças do mercado. Esse modelo, conhecido como análise SWOT, foi um
grande avanço no sentido de relacionar competição e pensamento estratégico (GHEMAWAT,
2002). Guth (1976) afirma que ele e seus colegas (Katz, Learned, Ansoff, Newman e Logan)
concordavam que as tarefas básicas dos estrategistas da época envolviam: (a) a avaliação das
condições do ambiente e tendências nas oportunidades e ameaças; (b) a determinação das
forças e fraquezas competitivas para atuarem com determinados produtos e mercados, entre
outras opções.
Os anos 70 foram caracterizados por uma combinação de estagnação e inflação. A
comunidade de negócios retornou aos métodos conservadores de gerenciamento, afastando-se
da diversificação e aproximando-se da disciplina dos sistemas de controle financeiros. Ao
mesmo tempo, havia a percepção que as empresas deveriam aumentar sua parcela de mercado
no seu negócio principal, e utilizar o fluxo de caixa desse negócio para impulsionar outros
produtos (BOWMAN et al., 2002). Nesse período, o planejamento estratégico foi
protagonizado pelas consultorias. Entre 1965 e 1966, o Boston Consulting Group (BCG)
desenvolve a sua versão da curva de experiência, que tentava explicar o preço e o
comportamento competitivo naqueles segmentos que estavam crescendo rapidamente. Em
meados dos anos 70, várias consultorias lançaram instrumentos para a análise de portfólio,
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entre elas o próprio BCG e a McKinsey. O BCG criou a matriz crescimento / participação,
que era derivada da curva da experiência e mostrava como as organizações deveriam
equilibrar e otimizar os seus investimentos, a fim de obter a maior participação de mercado
possível; a McKinsey, em 1968, primeiramente sugeriu à parceira General Electric (GE), que
dividisse a empresa em unidades estratégicas de negócios (UENs), ideia totalmente aceita pela
GE. Em seguida, em 1971, as duas lançaram a matriz dos “nove blocos”, que contemplava a
atratividade do mercado e posição competitiva, mais completa, segundo eles, do que a do
BCG, que seria insuficiente para medir as suas prioridades, pois era baseada somente em duas
medidas de desempenho (GHEMAWAT, 2002). Outra ferramenta de análise desenvolvida na
época – mais especificamente em 1972 no Instituto de Marketing da Harvard Business
School, por Sidney Scoeffer – foi o PIMS (Profit Impact of Market Strategies). O PIMS
procurava responder quais os fatores que influenciavam na lucratividade da organização e
como se relacionavam entre si. Mais ainda, o PIMS tentava relacionar a variação no retorno
no investimento com a variação da estratégia e das condições de mercado (BOWMAN et al,
2002).
Contudo, a análise de portfólio só começou a ser amplamente utilizada após a crise do
petróleo de 1973, (GHEMAWAT, 2002) – o preço do produto quadruplicou em 1973 e
triplicou de novo no fim da década de 1970 (HOBSBAWN, 2008) – o que forçou as empresas
a descartarem e / ou repensarem os seus planos de longo prazo. Com muitos competidores no
mercado, e com os recursos cada vez mais escassos, só investimentos com retorno garantido
deveriam ser feitos. O pensamento estratégico nesse período se resumia a selecionar
“vencedores” e “perdedores”, definir prioridades e otimizar os gastos. Com a falta de capital e
os mercados em recessão, a análise de portfólio tornou-se um desculpa para os empresários se
livrarem de negócios sem futuro e investirem nas “estrelas”. Uma pesquisa realizada pela
Fortune 500 indicou que 45% das empresas estavam utilizando algum tipo de análise de
portfólio, em 1979 (GHEMAWAT, 2002).
A crise do petróleo prejudicou as atividades de uma grande quantidade de empresas. O
fato de um problema “externo” e “incontrolável”, afetar as operações das organizações
chamou a atenção dos teóricos para a variável ambiental na análise organizacional. Nessa
época, surgiram diversas teorias que buscavam descrever a interação entre as demandas do
ambiente e os objetivos organizacionais. Algumas delas funcionavam como base estratégica
para a atuação das organizações. Entre as mais destacadas, está a Ecologia Populacional das
Organizações, de 1977 trazia conceitos como seleção natural e adaptação para o campo da
administração, tratando a competitividade como dependente do mercado, e mostrando como
este “selecionava” os vencedores e os perdedores (ver HANNAN e FREEMAN, 2005;
ALDRICH E PFEFFER, 1976). Outras Teorias ambientais dessa época são a Teoria da
Dependência de Recursos e a Teoria Institucional. Na primeira, afirmava-se que uma
organização não era capaz de produzir todos os recursos e serviços necessários à sua
sobrevivência, o que a obrigava a interagir com as outras organizações do seu ambiente
(ALDRICH E PFEFFER, 1976). A Teoria Institucional contribui com a percepção da
influência social e cultural dos ambientes nas organizações, estudando a relação entre
exigências ambientais como as normas, valores, regras e crenças da sociedade, e as formas
organizacionais correspondentes, derivadas da conformidade das mesmas à essas demandas
(HATCH, 1997; DIMAGGIO E POWELL, 1983).
Com a escassez de capital, a análise da competição por custos, iniciada nos anos 60
com a curva de experiência, retomou sua importância nos anos 70, trazendo, porém, alguns
elementos distintos da sua primeira abordagem. As empresas deveriam dividir suas operações
em tarefas e processos (com seus respectivos custos) e identificar os principais condutores de
custo, isto é, atividades que tinham influência direta no custo total. A sofisticação na análise
dos custos da empresa foi acompanhada pelo aumento da importância dos consumidores na
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análise competitiva. Além da competição por custos, a competição por diferenciação ganhava
espaço, confirmando as estratégias genéricas de Porter (GHEMAWAT, 2002). O mesmo
Porter que, em 1985, lançaria o livro Vantagem Competitiva (ver PORTER, 1989), cujo foco
principal era analisar o custo e a diferenciação por meio de uma cadeia de valor, que remetia à
cadeia de valor desenvolvida pela McKinsey em 1980 (GHEMAWAT, 2002).
Com a segunda crise do petróleo em 1979, começaram a surgir dúvidas sobre o
sucesso da curva de experiência e do portfólio. A inflação alta, a capacidade ociosa excessiva
e a crise, minimizaram o poder da curva de experiência das empresas. O próprio chefe da
McKinsey criticou o uso das ferramentas e técnicas “fechadas” e mecanicistas. Mintzberg et
al. (2000) também mostram que a matriz BCG e o PIMS não continuaram úteis, pois serviam
para grandes empresas com enorme quantidade de capital e eram “incapazes de distinguir
‘chegar lá’ de ‘estar lá’” (p. 80). Entretanto, a ascensão e queda da análise de portfólio
influenciaram os estudos seguintes sobre estratégia e competição, que focava a atratividade da
indústria e a posição competitiva (GHEMAWAT, 2002). A principal contribuição desse novo
foco nos estudos da estratégia foi, novamente, de Michael Porter com o livro Estratégia
Competitiva, de 1980, no qual trazia um novo modelo sobre a competição na indústria,
baseada na busca de valor pelos competidores, além de descrever suas cinco forças
competitivas e três estratégias genéricas (ver PORTER, 1986).
4º Período: (1985 – 2000 – 2009): A estratégia da prática, do conhecimento e do meio
ambiente.
Não se tem uma data exata sobre o início da 3ª Revolução Industrial, a chamada
revolução da informação. Contudo, admite-se o seu início junto com o impacto da
transmissão de microondas, o transistor, o circuito integrado, o computador e finalmente, a
Internet. Isso revela como pivôs das mudanças, as décadas de 40 e 50, com o impacto total
acontecendo posteriormente (GALAMBOS, 2005). Essa nova etapa produtiva passou a exigir
ainda mais investimento na pesquisa e na implementação tecnológica, cuja viabilização
passou a depender, principalmente, de grandes conglomerados empresariais, possuidores de
enorme volume de capital. Em tal situação, acentuaram-se (novamente) os processos de
fusões, aquisições e parcerias de empresas, exigindo, em contrapartida, grande retorno de
investimento, o que passou a ser, em parte, garantido por lucros obtidos nos amplos mercados
desprovidos de barreiras protecionistas (VICENTINO, 1997).
A transformação causada pela 3ª Revolução Industrial ainda revela uma nova
característica: a importância da tecnologia da informação. Como Galambos (2005) descreve,
“... a nova tecnologia se espalhou pelo mundo e continua a reverberar nas nações
desenvolvidas e em desenvolvimento. A nova revolução é baseada em novas
tecnologias da informação. As mudanças ocorridas são profundas, estão em
andamento e parecem irreversíveis. A tecnologia da informação (TI) mudou a
maneira de administrar as empresas de todos os setores e tamanhos. (...) foi nos
anos 90 que as sementes da TI plantadas nos anos 70 começaram a dar origem a
novos processos e produtos, aumentando a produção e estimulando a competição
econômica (p. 5).”
As rápidas mudanças de estrutura são acompanhadas por rápidas mudanças de
processos econômicos. A comunicação dentro das empresas, entre as empresas, e entre as
empresas e outras instituições (e indivíduos) públicas, privadas e não-lucrativas foi
transformada, aumentando as oportunidades e diminuindo as barreiras geográficas que
existiam na 2ª Revolução Industrial (GALAMBOS, 2005).
O novo panorama mundial teve reflexo no pensamento estratégico. No final dos anos
80 e no início dos anos 90, tanto os consultores como os acadêmicos se perguntavam como
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fazer para criar vantagens competitivas sustentáveis, num mundo onde os competidores não
são estáticos e não assistem passivamente aos movimentos de uma empresa. Assim, a ideia de
olhar a organização por meio de seus recursos, que era antiga, foi abordada novamente por
Birger Wernerfelt (GHEMAWAT, 2002). Para ele, o conceito tradicional de estratégia deve
abordar os recursos da empresa, ou melhor, sua posição competitiva derivada dos seus
recursos (ver WERNERFELT, 1984). Jay Barney, também contribui para um melhor
entendimento da Visão Baseada em Recursos (VBR) (ver BARNEY, 1991). Contudo, nos
anos 90, alguns estrategistas buscaram aprofundar o estudo da VBR, explicando como as
capacidades de uma determinada organização podem ser construídas e mantidas ao longo do
tempo, a fim de realizar atividades melhor que os concorrentes. Esta difere da VBR na medida
em que nessa os recursos são dados e naquela são desenvolvidos (GHEMAWAT, 2002).
Prahalad e Hamel (1998) abordaram essa nova visão, trazendo o conceito de competências
essenciais. O século mostra um avanço nas organizações em rede: o trabalhador do
conhecimento, as organizações de conhecimento e as estruturas flexíveis (BOWMAN et al.,
2002). Com a grande disponibilidade e facilidade de acesso à informação, o conhecimento
passa a ser o recurso fundamental da organização. Um dos trabalhos mais reconhecidos sobre
a criação, disseminação e utilização do conhecimento nas organizações é o realizado por
Nonaka e Takeuchi (1997).
Em um mundo de mudanças rápidas e descontínuas, o planejamento estratégico
começa a valorizar mais “a maneira como as coisas são feitas”, pois utilizar as capacidades
dinâmicas também implica em observar as rotinas e os padrões de prática corrente e
aprendizado. A pesquisa em estratégia como prática, ganha importância, como mostram os
trabalhos de Whittington (1996) e Johnson et al. (2007), por exemplo. Ainda, como resultado,
a pesquisa em áreas como gerenciamento de P&D, desenvolvimento de produtos e processos,
recursos humanos, etc. tendem a ser relevantes para a estratégia.
Outra tendência estratégica relevante para o fim do século XX e início do XXI é
preocupação com o meio ambiente. Desde 1972, da 1ª reunião da Organização das Nações
Unidas sobre o Meio Ambiente, as discussões sobre responsabilidade da sociedade na
preservação e manutenção da natureza vêm crescendo. Nos últimos anos, o debate sobre a
sustentabilidade socioambiental e os impactos das mudanças climáticas também fez parte da
agenda das organizações produtivas. As organizações começam a investir na utilização
eficiente dos recursos escassos da natureza, que garantem não apenas a sustentabilidade
organizacional e ambiental, mas sim, a própria sustentabilidade humana. Algumas propostas
de mudanças radicais já foram feitas, como o sistema econômico alternativo proposto no livro
Capitalismo Natural (HAWKEN et al., 1999). Essas discussões estão sendo reforçadas pelos
debates sobre mudanças climáticas e seus diversos impactos nas operações e na estratégia das
organizações (ver PORTER E REINHARDT, 2007). Senge et al. (2009) aborda os desafios da
sustentabilidade organizacional, indicando um rumo para as organizações sobreviverem às
mudanças na relação organização-ambiente natural. Assim, por meio da busca de formas
alternativas de energia, da eficiência na utilização dos recursos escassos, da pressão sóciogovernamental pelo controle das emissões de gases do efeito estufa, e de outras interações
empresa-meio ambiente, a preservação da natureza e dos recursos naturais ganha relevância
no planejamento estratégico.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Entender como fatos históricos podem influenciar na criação, no desenvolvimento, na
implementação e na aceitação de técnicas e ferramentas estratégicas diferentes, bem como no
pensamento estratégico dominante de um período depende, sobretudo, de uma descrição
detalhada de uma série de variáveis econômicas, sociais, culturais, políticas, tecnológicas etc.,
capazes de delinear o contexto histórico da época e identificar elementos úteis ao seu
9
alinhamento com as escolhas estratégicas feitas pelas organizações. Neste artigo, buscou-se
traçar uma breve história dos acontecimentos que marcaram o século XX, bem como das
repercussões que tiveram na evolução do pensamento estratégico e das práticas
organizacionais, a fim de facilitar o ensino e o entendimento dos movimentos estratégicos do
século.
Sabe-se, entretanto, a dificuldade de se abordar um período de tempo tão extenso,
principalmente relacionando-o às técnicas e teorias estratégicas. Além disso, neste artigo, não
se tentou ser exaustivo ao descrever todas as teorias ou ferramentas estratégicas, e sim,
procurou-se mostrar como a “história geral” (fatos históricos) explicam a criação,
implementação e proliferação desses conceitos.
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1996.
NOTAS
1
“(...) a ponto de no final da década [1920-1930], 50% dos capitais estarem nas mãos de não mais que 200
sociedades anônimas, enquanto os principais setores da econômicos encontravam-se controlados por gigantescos
trustes” (RESENDE, 2007, p. 202).
2
Em pouco tempo, 85 mil empresas faliram, quatro mil bancos fecharam e as demissões alcançaram 12 milhões
de trabalhadores (VICENTINO, 1997). Além disso, de acordo com Hobsbawn (2008), “a produção industrial
americana caiu cerca de um terço entre 1929 e 1931, e a alemã mais ou menos o mesmo” (p. 96) “numa época
que o comércio mundial caiu 60% em quatro anos (1929-1932) (p. 98)”.
3
Com a expansão das indústrias norte-americanas e a conquista de novos mercados, esse novo tipo de empresa
tornou-se também multi-division. Essa estrutura já havia sido implementada pela Du Pont, pela GM, pela Jersey
Standard Oil e pela Sears antes da 2ª Guerra. Porém, relativamente poucas outras grandes empresas seguiram o
exemplo destas quatro antes do boom econômico pós 2ª Guerra Mundial (Chandler e Redlich, 1961).
12