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2022, Seminário Permanente de Estudos Pós-coloniais do CECS
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Ecos de Moçambique: Um século de José Craveirinha
No contexto da pós-memória, especificamente para aqueles que só indiretamente contactaram pela via da transmissão da memória familiar com o passado colonial, a poesia de José Craveirinha enuncia-se como um legado ético e cívico de estudar e de olhar para dentro do corpo do património de uma nação a partir das suas várias dimensões quer temporais, quer socioculturais e históricas. Por conseguinte, este texto pretende ser uma forma de diálogo com a sua obra como uma poética da dignidade e da justiça histórica para futuras gerações.
Via Atlântica, 2002
Scripta, 2003
Em alguns depoimentos seus, observamos muitas referências ao Brasil. Antes mesmo de começarmos esta entrevista, o senhor, ainda que em tom de brincadeira, disse que devia ter nascido no Brasil. Gostaríamos de entender um pouco dessa importância do Brasil na sua vida. R.: O Brasil teve uma influência muito grande na população suburbana daqui. Uma influência que ia desde o futebol. Posso dizer até que eu joguei bola com jogadores brasileiros, por exemplo, o Fausto e o inventor da bicicleta. Vocês sabem quem foi? P.: O Leônidas da Silva? R.: Exatamente. Quer dizer que é tão brasileira quanto eu. Mas conhecíamos outras coisas do Brasil. Recebíamos as revistas O Cruzeiro e, mais tarde, a Manchete, e as reportagens ajudavam a imaginar como era a vida no Brasil. Aqui, a cidade que se chamava Lourenço Marques, naquela época, era dividida. Até aqui, era a cidade de cimento, daqui para ali, era a cidade de caniço, com hábitos completamente diferentes. A população dali era sem recursos, mais pobre, iam à cidade de cimento trabalhar e voltavam. Nessa vida simples, havia muitas festas, casamentos e, sempre, futebol. Tenho um amigo que era mais conhecido como Brandão, o nome de um futebolista brasileiro, do que pelo próprio nome dele. Surgiu por aqui uma revista em que aparecia o Brandão e ele ficou Brandão. Era assim que o chamavam, até as pessoas da família. P.: Além do futebol, havia outros aspectos do Brasil que eram conhecidos aqui. R.: Também na área da literatura. Na escola, éramos obrigados a passar por um João de Deus, Dom Dinis etc., os clássicos de lá. Mas chegava uma certa altura em que nos libertávamos e então enveredávamos para uma literatura "errada": Graciliano Ramos e por aí afora. Tínhamos nossas preferências e, na nossa escolha, pendíamos desde o Alencar... A nossa literatura tinha reflexos da literatura brasileira. Então, quando chegou o Jorge Amado, estávamos em casa. Jorge Amado nos marcou muito porque aquela maneira de expor as histórias fazia pensar em muitas situações que existiam aqui. Ele tinha aqui um público.
ZITO MACARIO JULIO & MARTINS JC-MAPERA, 2022
O objectivo deste artigo é analisar a visão do poeta em relação ao tipo de cidadão que procura descrever na nação que ficciona no seu imaginário, num mundo em que a ambivalência cria um “agudo desconforto que sentimos quando somos incapazes de ler adequadamente a situação e optar entre acções alternativas” (Bauman, 1999). Esta realidade Pós-moderna faz desmoronar todas as verdades estruturantes da Modernidade sólida, transformando a sociedade num espaço em que gravitam instabilidades e contrariedades do ser em relação ao mundo; oscilando entre os extremos (bem/ mal; paz/guerra). Dito pelo óbvio, notamos políticos globais defendendo a paz através da guerra; prometendo justiça através da prática da injustiça, lutando pela igualdade através da desigualdade. O homem não consegue jamais ordenar o mundo; estando cada vez mais difícil para encontrar opções adequadas para a manutenção da segurança dos mais fracos. No poema em estudo, o poeta está consciente do caos social que corrompe o cidadão que imagina na nação artificial e teme aquilo que Mapera (2022) chamou “Crises do sentimento e a violência simbólica”, uma espécie de vício do mundo contemporâneo. Em “não nasci apenas eu/ nem tu nem outro.../ mas irmão.// Mas/ tenho amor para dar às mãos-cheias” (Craveirinha, 1999), o amor encerra a totalidade humana como quisito de cidadania na nação futurista. Todavia, a exposição em tom onírico, denota preocupação do poeta numa sociedade em que a razão é constantemente corroída pelo individualismo. Logo, o cidadão da nação de Craveirinha não é indiferente à realidade Pós-moderna, pois está mais comprometido com a violação dos direitos humanos, em agressões entre grupos armados e etnias civis, na desinstitucionalização do serviço público, promovendo a antidemocracia e a corrupção, levando nações inteiras à pobreza e à desigualdade extremas. Palavras-chave: Modernidade, Ambivalência, Cidadão, Nação, José Craveirinha.
2020
O presente trabalho tem como objetivo analisar as principais dificuldades de aprendizagem na leitura e na escrita encontrada nos anos iniciais do ensino fundamental. Encontrar as causas e consequências dessas dificuldades, um método a construir mecanismo que possam superá-las e atender as reais necessidades dos alunos. Através desta pesquisa, pretende-se mostrar as dificuldades de aprendizagem na leitura e na escrita, os recursos que podem ser utilizados para solucionar uma condição que enfrenta com relação a essas dificuldades. Portanto, a missão da escola é oferecer aos alunos objetivos para que eles aprendam e possibilitar aos mesmos, atuar criticamente em seu meio social. Mas, nem sempre as escolas conseguem alcançar uma educação de qualidade onde todos possam crescer e associar novos conhecimentos, pois há alunos com aptidões diferentes. Cada criança é única, a dificuldade de aprendizagem está relacionada a individualidade, portanto, há vários níveis de aprendizagem numa mesma turma. Cabe ao professor descobrir Clínica-Faculdade Venda Nova do Imigrante (FAVENI); Graduada em Licenciatura plena em Pedagogia-Instituição Superior de Educação de Personalizada (ISEP).
Via Atlântica, 2006
O PRESENTE ARTIGO BUSCA DESVELAR O VÍNCULO ENTRE A ESCRITA NARRATIVA E A ESCRITA POÉTICA DO MOÇAMBICANO JOSÉ CRAVEIRINHA (1922-2003), MOSTRANDO QUE, TAL COMO SEUS POEMAS POSSUEM UMA FORTE CARGA NARRATIVA, SEUS CONTOS E CRÓNICAS APRESENTAM TAMBÉM UMA VERTENTE POÉTICA FUNDAMENTAL, MARCADA PELAS POÉTICAS ORAIS DO SUL DE MOÇAMBIQUE, AO MESMO TEMPO QUE PELO REGISTRO CULTO.
Laços e Desenlaces na Literatura, 2019
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2016
Premiazione a Roma, Accademia Nazionale dei Lincei, Palazzo Corsini, 10 novembre 2023
Revista de Historia de la Psicología, 2023
Concepts, Methodologies, Tools, and Applications, 2013
Journal of Computer Assisted Learning
37th IEEE Power Electronics Specialists Conference, 2006
Dirección General Marítima, 2000
Stem Cells Translational Medicine
Journal of Micromechanics and Microengineering, 2002
Haematologica, 2014
Physical Review E, 2008
Zenodo (CERN European Organization for Nuclear Research), 2019
The Science of the total environment, 2017
Geophysical Research Letters, 1993