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Ensino de Soluções em uma Sala de Alunos Surdos

Palavras-Chave: soluções, surdos e química Introdução O objetivo desse trabalho é apresentar o relato de um trabalho de abordagem focada na percepção visual que foi desenvolvido em uma aula de química para alunos surdos. As atividades desenvolvidas se pautaram na temática: Soluções Químicas. A aula foi baseada em uma didática que facilitasse o processo de ensino e aprendizagem do aluno surdo, por isso, buscou-se uma metodologia envolvendo o uso imagens nas atividades. Essa ação facilitou inclusive o desempenho do professor em sala de aula, possibilitando melhor resultado na aprendizagem desses alunos. Outra técnica usada foi a de utilizar exemplos do cotidiano dos alunos para definir conceitos favorecendo as correlações entre o conteúdo e as vivências, propiciando a aprendizagem significativa. A aula teve a Libras como língua de instrução, cujos sinais contemplaram a terminologia específica da disciplina e do conteúdo. Em trabalho anterior, Silveira e Sousa (2011) desenvolveram e ap...

Divisão de Ensino de Química da Sociedade Brasileira de Química (ED/SBQ) Instituto de Química da Universidade Federal da Bahia (IQ/UFBA) Especificar a Área do trabalho ( EI) Ensino de Soluções em uma Sala de Alunos Surdos Eliamar Godoi (PQ); Laís H. Caixeta* (IC); Sinval Fernandes de Sousa (PG). * laishkaixeta@hotmail.com Universidade Federal de Uberlândia – Av. João Naves de Ávila, 2121- Uberlândia- MG Palavras-Chave: soluções, surdos e química Introdução O objetivo desse trabalho é apresentar o relato de um trabalho de abordagem focada na percepção visual que foi desenvolvido em uma aula de química para alunos surdos. As atividades desenvolvidas se pautaram na temática: Soluções Químicas. A aula foi baseada em uma didática que facilitasse o processo de ensino e aprendizagem do aluno surdo, por isso, buscou-se uma metodologia envolvendo o uso imagens nas atividades. Essa ação facilitou inclusive o desempenho do professor em sala de aula, possibilitando melhor resultado na aprendizagem desses alunos. Outra técnica usada foi a de utilizar exemplos do cotidiano dos alunos para definir conceitos favorecendo as correlações entre o conteúdo e as vivências, propiciando a aprendizagem significativa. A aula teve a Libras como língua de instrução, cujos sinais contemplaram a terminologia específica da disciplina e do conteúdo. Em trabalho anterior, Silveira e Sousa (2011) desenvolveram e apresentaram alguns sinais específicos da terminologia da química. O uso desses sinais na aula facilitou o trabalho do professor e potencializou a aprendizagem dos alunos surdos. Os alunos que participaram desta aula freqüentam o CAS (Cursinho Alternativo para Alunos Surdos), realizado pelo Centro de Ensino, Pesquisa, Extensão e Atendimento em Educação Especial (CEPAE), da Universidade Federal de Uberlândia. As atividades se pautaram em um trabalho de conteúdo baseado em imagens e no uso da Libras como língua de instrução, seguido de discussão em grupo e resolução de exercícios. A aula foi planejada e aplicada por professor bilíngüe (aluna do 3º ano de química licenciatura). Resultados e Discussão No Brasil a metodologia mais aceita para o ensino de surdos é a bilíngüe, que adota a Libras como primeira língua e o português escrito como segunda língua. Como a aprendizagem do aluno surdo advém basicamente da percepção visual, a aula foi preparada com o uso de muitas imagens e teve a língua de sinais como código de comunicação. O conteúdo da aula foi voltado para o cotidiano dos alunos utilizando exemplos que contemplassem as vivências, mas que pudessem favorecer a explicação dos fenômenos químicos. Sendo assim, além das imagens das substâncias puras separadamente, utilizamos imagens apresentando o resultado de misturas. Essas misturas foram apresentadas aos surdos como exemplo de soluções. As imagens também auxiliaram para o esclarecimento de conceitos como os de: mistura homogênea, soluto, solvente, concentração e de diluição. Foram utilizados como exemplos de soluções: o sangue, suco de frutas, o mar. Como foram exemplos de substâncias bem conhecidas dos alunos, essa prática despertou o interesse dos alunos e ainda favoreceu uma melhor compreensão. Representações de situações corriqueiras como meio de esclarecimento de conceitos e definições favoreceram aos alunos um contato com o conhecimento propiciando uma correlação entre conceitos químicos e o seu dia-a-dia. A aula seguiu a seguinte sequência didática toda mediada pela Libras: apresentação da temática desenvolvida - Soluções Químicas; apresentação das gravuras de substâncias puras e as idéias de soluto e solvente; apresentação de substâncias misturadas e a ideia de mistura homogênea; correlação e apresentação de substâncias como sangue, sucos e a água do mar como exemplos de soluções e de que a química permeia o mundo a nossa volta. Por conta da escassez de sinais referente a termos específicos da Química, houve a necessidade de fazer adaptações de alguns sinais para facilitar o processo de aprendizagem dos alunos. Conclusões A utilização de diversas linguagens, sobretudo, as visuais (imagens) mediadas pela Libras para apresentar um conteúdo para alunos surdos apresentou resultados relevantes. Isso pôde ser constatado na discussão realizada após a abordagem do conteúdo, pois os alunos demonstraram que entenderam os conceitos e conseguiram correlacionar o conteúdo e suas vivências. A resolução dos exercícios após a aula também foi relevante para os alunos fixarem o conhecimento adquirido. Agradecimentos Agradecemos o apoio financeiro da Pró-Reitoria de Extensão, Cultura e Assuntos Estudantis – PROEX _________________________________________ SILVEIRA, H.E.; SOUSA, S.F. Terminologias Químicas em Libras: a Utilização de Sinais na Aprendizagem de Alunos Surdos. Química Nova na Escola. Vol. 33, Nº 1, 2011. SBQ. São Paulo- SP. p. 37-46. XVI Encontro Nacional de Ensino de Química (XVI ENEQ) e X Encontro de Educação Química da Bahia (X Eduqui) Salvador, BA, Brasil – 17 a 20 de julho de 2012.