A voz do corpo e o corpo da voz: vivência realizada com a
Companhia Giz de Cena
Ritamaria Brandão – CMU-ECA-USP
ritinhamaria@gmail.com
Resumo: Esta comunicação relata a vivência realizada com a companhia de dança Giz de Cena e
trata da incorporação de conteúdos de técnica vocal e linguagem musical em processos criativos. O
trabalho investiga como a improvisação e a interação entre linguagens podem constituir o
ambiente ideal para a apropriação criativa de novos conteúdos. As atividades foram desenvolvidas
a partir do conceitos de vocalidade de Paul Zumthor e de níveis da voz de Regina Machado e
baseadas nas concepções de educação musical de Schafer e Koellreutter.
Palavras-chave: performance; técnica vocal; dança; processos criativos
The voice of the body and the body of the voice: experience with Giz de Cena dance company.
Abstract: This paper reports the experience with Giz de Cena dance company and focuses on the
incorporation of vocal technique and musical language contents during the creative process. The
work investigates how improvisation and language interactions can constitute the ideal
environment for the creative appropriation of new contents. The activities were developed on the
concepts of vocality by Paul Zumthor, voice levels by Regina Machado and on music education
conceptions by Schafer and Koellreutter.
Keywords: performance; vocal technique; dance; creative process.
Este trabalho foi produzido a partir da experiência como orientadora musical da
Companhia Giz de Cena e investiga procedimentos de ensino de técnica vocal e linguagem
musical em processos criativos. A experiência descrita ocorreu ao longo do processo de
criação do espetáculo “Meio Dia Panela Vazia1”, o terceiro do repertório do grupo2.
A Companhia propõe uma pesquisa de linguagem buscando o diálogo da dança
com a música ao vivo, sempre orientada pela temática da brincadeira. Seu objetivo é produzir
espetáculos infantis onde dança e música aconteçam de forma integrada em brincadeiras
cantadas, trava línguas, etc. A brincadeira e a ação espontânea que lhe é inerente existem
como elemento básico e ponto de partida para as criações, bem como via de acesso para a
comunicação com o público infantil. A inspiração no universo da cultura popular possibilita o
encontro de brincadeiras tradicionais, danças brasileiras, canto e percussão, num corpo que
dança.
A característica principal da Giz de Cena está na heterogeneidade do seu elenco,
no que diz respeito às diferentes formações e experiências artísticas das intérpretes-criadoras,
baseadas nos universos da dança contemporânea, ballet clássico, danças brasileiras, circo,
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música, palhaço... Do encontro destas diferentes linguagens se estabeleceu um modo de fazer
e comunicar, uma linguagem cênica que busca a partir do corpo, a mistura de três elementos:
movimento – som – humor.
1. Objetivo
O objetivo do trabalho realizado com a companhia foi fornecer subsídio musical e
técnico-vocal para o elenco no sentido de contribuir com a pesquisa de interação de
linguagens desenvolvida pelo grupo, tendo como foco o processo criativo de um espetáculo e
a performance.
Na etapa de estruturação do trabalho tivemos encontros semanais exclusivamente
dedicados à prática vocal, com uma hora e meia de duração. Nessa etapa, ao longo de cinco
meses, as aulas estavam inseridas numa rotina de trabalho de 16 horas semanais, sendo 12
horas de trabalho técnico3 que serviram de base para o aprofundamento da pesquisa de
linguagem cênica da Companhia, mais encontros semanais para exploração e levantamento de
material a partir das brincadeiras-tema da nova criação. Nos três meses finais, as aulas de voz
juntaram-se às de ritmo e se dirigiram especificamente às demandas do espetáculo criado, em
fase de finalização. Nessa etapa aprofundamo-nos nas questões da performance,
desenvolvendo exercícios para o detalhamento e aperfeiçoamento das cenas criadas.
2. Fundamentação teórica e metodológica
Como ponto de partida para a criação, o grupo buscou inspiração em brincadeiras
que exploravam o mistério, o suspense, o susto, o desafio, a coragem, o medo, a euforia. A
pesquisa corporal abordou as características da criança como sua aptidão à corporalidade, sua
flexibilidade, curiosidade, ousadia e suas possíveis transformações. Destacamos a curiosidade
e a coragem como palavras-chave na condução do trabalho musical, partindo da discussão
levantada por Schafer em seu livro O Ouvido Pensante. Schafer afirma que para desenvolver
o gosto4 em música o mais importante é a curiosidade e a coragem: “Curiosidade para
procurar o novo e o escondido, coragem para desenvolver seus próprios gostos (...). Quem se
arrisca a ser ridicularizado pelos seus gostos individuais em música (e isso vai acontecer)
demonstra coragem.” (SCHAFER , 1991: 24)
Orientamos as aulas no sentido de estabelecer uma relação entre criação e
performance. Os conteúdos trabalhados em aula serviriam como material constitutivo do
2
processo criativo a partir do momento em que fossem incorporados pelo grupo. A
incorporação só se mostrou possível com a prática.
Como músico prático, considero que uma pessoa só consiga aprender a respeito de
som produzindo som; a respeito de música, fazendo música. Todas as nossas
investigações sonoras devem ser testadas empiricamente, através dos sons
produzidos por nós mesmos e do exame desses resultados. (...) Os sons produzidos
podem ser sem refinamento, forma ou graça, mas eles são nossos. É feito um contato
real com o som musical e isso é mais vital para nós do que o mais perfeito e
completo programa de audição que se possa imaginar. As habilidades de
improvisação e criatividade (...) são redescobertas, e os alunos aprendem algo muito
mais prático sobre dimensões e formas dos objetos musicais (SCHAFER, 1991: 68).
A partir de dinâmicas de improvisação, apresentamos conteúdos e traçamos
caminhos para o trabalho, podendo avaliar como o grupo incorporava novos saberes e quais
as contribuições individuais e coletivas para o processo criativo. Referenciando Koellreutter,
para quem a improvisação é ferramenta fundamental quando se trabalha com criação, essas
dinâmicas constituíram o ambiente apropriado para que a relação entre performance e criação
pudesse se concretizar.
Sua prática permite vivenciar e conscientizar importantes questões musicais, que são
trabalhadas com aspectos como autodisciplina, tolerância, respeito, capacidade de
compartilhar, criar, refletir, etc. (...) por meio do trabalho de improvisação, abre-se
espaço para dialogar e debater com os alunos e, assim, introduzir os conteúdos
adequados (BRITO, 2001: 45)
No início do processo, eram notórios a ansiedade e o medo diante da
improvisação: a ansiedade se manifestava num movimento vocal quase ininterrupto e surdo; o
medo dificultava a escuta de si próprio e impedia a manifestação da voz no grupo. Para lidar
com eles, valorizamos o silêncio que antecede o som, o silêncio como “um recipiente dentro
do qual é colocado um evento musical (...) a característica mais cheia de possibilidades da
música” (SCHAFER, 1991: 71). Trabalhar o silêncio significa dar ao corpo o tempo de
vivenciar o processo de aprendizagem. Saber silenciar é não responder imediatamente a um
estímulo sonoro como um reflexo (condicionado). É poder fazer escolhas. É escutar o desejo
do outro. É oferecer ao corpo o tempo precioso de escutar seu próprio desejo de soar.
Nesse reino do significante em que o indivíduo pode ser escutado, o movimento do
corpo é, antes de tudo, aquele de onde provém a voz. (...) A escuta da voz inaugura a
relação com o outro: a voz, que nos faz reconhecer os outros (...), dá-nos a conhecer
sua maneira de ser, sua alegria ou sua tristeza, seu estado. (BARTHES, 1990: 224)
A apropriação da voz como um gesto foi outro princípio orientador do trabalho. A
voz é uma manifestação audível de um movimento corporal, é o ar que ao passar pela laringe
movimenta uma fina membrana, a glote, produzindo som. O gesto vocal é portanto mais um
movimento do corpo que dança: a voz contagia esse corpo e reage aos seus diversos gestos.
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Para elaborar as atividades partimos dos seguintes questionamentos: De que
maneira aquela voz emana do corpo? Qual o gesto do som, qual a sonoridade do gesto? Que
sensações, emoções, memórias, podem ser acessadas na pesquisa dessa voz? Como a voz se
relaciona com o espaço? Como a escuta percebe a voz no espaço e em relação com as outras
vozes? Como cada integrante incorpora e transmite elementos da linguagem através da voz?
O corpo não é somente esse agregado de membros gesticulando sob nossos olhos;
mais profundamente é a intensidade do gesto interior, subitamente manifestada na
plenitude da voz. É a nossa maneira de estar no mundo, nosso modo de existir no
tempo e no espaço.(ZUMTHOR, 2005: 165)
Essa apropriação foi explorada em três níveis, partindo da relação feita por Regina
Machado em sua dissertação de mestrado (2007), ao se referir aos níveis físico, técnico e
interpretativo da voz cantada5, num paralelo com o estudo semiótico sobre o discurso. A
autora agrupa no nível físico os elementos da voz que considera naturais: extensão, tessitura,
timbre e registro. No nível técnico, o desenvolvimento de competências físicas através de
elaboração técnica: emissão e articulação rítmica. No nível interpretativo, a elaboração
intelectual e sensível do cantor: dicção e gestualidade vocal6 (MACHADO, 2007: 53-4).
No trabalho com a Giz de Cena, a definição foi transposta para as atividades em
aula, gerando uma reflexão sobre a prática vocal em cada um desses níveis, suas
particularidades, seus pontos de intersecção. Conceitualmente, consideramos atividades de
nível físico as que reúnem conteúdos de fisiologia da voz, procurando despertar a atenção para
os movimentos corporais que a produzem; as atividades de nível técnico agregam conteúdos
de técnica vocal e elementos da linguagem musical; e no nível interpretativo a apropriação
desses conteúdos, estimulando a pesquisa pessoal e coletiva da vocalidade.
3. Descrição das atividades
Nível físico: a investigação objetivou o reconhecimento do gesto vocal cotidiano
(respirar e falar) e o desafio foi revelar seus condicionamentos, seus hábitos. Os conteúdos
elencados por Regina Machado ao se referir ao nível físico da voz, como timbre, extensão e
registro, serviram de parâmetros para o trabalho com a qualidade da escuta que se tem do som
da própria voz. “Corporalidade do falar, a voz situa-se na articulação entre o corpo e o
discurso, e é nesse intervalo que o movimento de vaivém da escuta pode realizar-se.”
(BARTHES, 1990: 225).
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Os exercícios aqui propostos buscaram atentar ao “intervalo entre o corpo e o
discurso, que não se limita nem à impressão exercida pela voz, nem à expressão do discurso”
(VASSE, apud BARTHES, 1990: 225). Despertar uma atenção aberta para a escuta implica
em deixar que ela se movimente, minimizando sua influência sobre a corporalidade da voz.
A voz emana de um corpo, não somente no sentido psico-fisiológico do termo, mas
igualmente no sentido (que, para mim, não é metafórico) em que falamos do “corpo
social”. Na voz estão presentes de modo real pulsões psíquicas, energias
fisiológicas, modulações da existência pessoal. (ZUMTHOR, 2005: 117)
O ponto de partida foi o contato íntimo com a respiração: procuramos percebê-la
sem interferir em seu fluxo. Valemo-nos do princípio da inibição, como tratada pela Técnica
de Alexander, “que representa o ato de recusar responder a um ou vários estímulos para ação
psicofísica” (CAMPOS, 2007:75): muitas vezes o estímulo de observar a respiração já
provoca alterações em seu movimento habitual. Conforme conseguimos inibir a reação de
fazer algo, podemos entrar em contato com seu ritmo natural, percebendo o caminho do ar em
cada corpo, a relação entre inspiração e expiração, os movimentos corporais envolvidos nesse
gesto.
Da respiração ao som, dando continuidade ao movimento do ar no corpo,
procuramos observar a maneira como a voz de cada intérprete-criadora se manifestava
individualmente e no coletivo. Trabalhamos com os fonemas em seu estado puro, antes de se
tornarem sílabas e palavras. Procuramos desenvolver a percepção corporal da voz, atentando
para movimentos sutis do corpo, que envolvem músculos internos e de difícil percepção.
Nível técnico: no que diz respeito à técnica vocal, vivenciamos a expansão da
pesquisa realizada no nível físico, trafegando em território fronteiriço. Aprofundamos o
trabalho com a respiração, objetivando controle consciente da saída de ar (que surte efeito
imediato na emissão e sustentação do som) para o corpo em repouso e em movimento.
Exploramos também as diversas regiões de ressonância do som, dirigindo a atenção para uma
percepção corporal e espacial da voz (a voz ressoando no corpo, projetada no espaço e em
diálogo com outras vozes). Com relação à tessitura, nos concentramos no centro médio de
cada voz, buscando minimizar as tensões existentes e garantir maior flexibilidade do som
nessa região. Pesquisamos a sonoridade da voz em seus sub-registros (peito, misto e cabeça),
dando atenção especial à qualidade timbrística e suas possibilidades expressivas.
Essa voz investigativa de suas possibilidades corporais deparou-se com a
linguagem musical a partir da prática. Nessa etapa, foram abordados conceitos como ruído,
silêncio, som, amplitude, melodia, ritmo, duração, dinâmica, harmonia e textura. Trabalhamos
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vocalizes em uníssono, vocalizes com harmonias vocais (em intervalos de terças
principalmente), pequenos cânones, exercícios de regência, entonação de notas nos
pentacórdios maior e menor, exercícios sobre cantos de trabalho e canções folclóricas com
forte acento rítmico (ligados ao coco e ao baião principalmente).
Nível interpretativo: todos os conteúdos elencados nas atividades dos níveis físico
e técnico foram experimentados em dinâmicas de improvisação, já adentrando o território do
nível interpretativo. Ao improvisar com os conteúdos propostos, pudemos perceber o que
realmente foi incorporado (no sentido preciso de passar pelo corpo, ser presentificado) ao
longo do processo. As dinâmicas de improvisação revelaram ao grupo como cada intérpretecriadora se relacionava com sua musicalidade, materializando-a em voz; como as vozes
naturalmente se relacionavam e se entrelaçavam na constituição de um timbre do grupo; o
quanto cada uma se flexibilizava ao se inserir no som coletivo; como cada uma se lançava no
desafio de manipular os conteúdos apresentados, muitas vezes pisando em solo pouco ou nada
conhecido; quais riscos se permitiam correr; como expunham suas ideias; quais os seus
desejos.
Evidentemente a questão do desejo está totalmente fundada na ideia de corpo. Por
isso é importante introduzir a discussão sobre a relação do corpo com o desejo e
trazer para o primeiro plano o intérprete, seu corpo e sua biografia musical. Tendo
em vista a natureza dinâmica do processo de improvisação, podemos afirmar o
quanto ele depende de um agenciamento do desejo e em que medida o desejo é a
condição necessária e quase suficiente para este tipo de prática. (...) É ele que torna
possível a conexão de componentes e linhas tão disparatadas e independentes (as
biografias musicais de cada participante). É ele que torna possível a produção.
(COSTA, 2008: 90)
As biografias musicais e corporais de cada integrante se manifestavam nas
dinâmicas ora expondo os limites pessoais, ora se aventurando no campo dos novos
conteúdos, ora deixando transbordar sua criatividade, transformando ou subvertendo a
proposta original do exercício, surpreendendo a si mesmo e ao grupo. Aproveitamos cada um
desses movimentos, escutando-os com cuidado para que o grupo pudesse incorporá-los ao
trabalho, utilizando-os como material para a criação coletiva. As dinâmicas intercalavam
momentos de polifonia, homofonia e solos, e muitas vezes a polifonia soava mais solitária do
que os solos: no conforto do som do grupo cada pessoa parecia poder mergulhar mais a fundo
em sua própria voz.
Nas improvisações, trabalhamos com diversos materiais temáticos e musicais.
Utilizamos sons vocálicos com notas longas, explorando conteúdos de técnica vocal (como o
som de cada vogal ressoa no corpo, como se relaciona com o timbre do conjunto); dinâmicas
utilizando os próprios nomes, evocando a memória auditiva do nome (como você se ouvia
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sendo chamado) e transformando-a em melodias (aqui, trabalhamos com os conceitos de
textura, contraponto e harmonia vocal); criação de arranjos para pequenas canções a partir da
improvisação (lidando com a memória auditiva e percepção harmônica); transformação de
motivos melódicos em ritmos produzidos pelo corpo e vice-versa; sonorização vocal de
movimentos; sequência minimal, contágio livre e tema e variações (dinâmicas recolhidas a
partir de experiência com Stenio Mendes). Acrescentamos ainda alguns temas levantados na
pesquisa de brincadeiras, movimentos e personagens realizada pelo grupo.
4. Resultados
A incorporação dos conteúdos trabalhados se manifestou em diversos momentos
do processo e no resultado final. Destacamos a composição “Brasa Mora” (Nô Stopa), uma
canção à cappella, que apresenta elementos de harmonia vocal e cânone em sua estrutura e as
canções “Pé na cabeça” (Gisele Penafieri) e “Dentro” (Lia Mandelsberg), que foram
compostas por duas bailarinas. “Brasa Mora” é apresentada numa cena em que as cinco
integrantes cantam e dançam no escuro, segurando lanternas feitas com velas e precedida de
uma improvisação vocal sobre ruídos de chuva e vento. “Pé na cabeça” remete ao universo
das brincadeiras e parlendas e é cantada em meio a uma cena em que o elenco pula corda.
“Dentro” é uma canção com forte acento rítmico, cantada à cappella pelo elenco enquanto
dança um coco, e incorporou ruídos, voz falada e improvisação no arranjo vocal.
5. Considerações Finais
A proposta didática que realizamos consistiu em estabelecer um elo entre
performance e criação, partindo da improvisação e da interação entre linguagens do canto e da
dança. Ao relacionar a prática vocal com o conceito de níveis da voz cantada, elencamos e
desenvolvemos exercícios que possibilitam o intérprete-criador aprofundar a pesquisa sobre a
voz desde sua corporalidade (nível físico) até a interação com a linguagem (níveis técnico e
interpretativo) e entre as linguagens. Pensando que o corpo que cria é o mesmo que
interpreta, cada gesto de cada corpo torna-se potencial substrato para criação.
Notamos que o trabalho com a escuta atenta em exercícios de nível físico gera um
estado de consciência e disponibilidade que permanece no grupo ao longo do processo. Esse
estado é estimulado também com as dinâmicas de improvisação já em território de nível
técnico e interpretativo. Acreditamos que na articulação entre os territórios de cada nível de
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atividades encontram-se os espaços para incorporação e acesso criativo aos conteúdos
propostos.
Esses procedimentos podem contribuir tanto para grupos em processos criativos
quanto em trabalhos com musicalização e outros processos de ensino e atividade artística.
Referências:
BARTHES, Roland. A Escuta. In. O obvio e o obtuso. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1990.
Capítulo
BRITO, Teca Alencar de. Koellreutter Educador: O humano como objetivo da educação
musical. São Paulo: Peirópolis, 2001
CAMPOS, Paulo Henrique. O Impacto da Técnica de Alexander na Prática do Canto: um
estudo qualitativo sobre as percepções de cantores com experiência nessa interação. Belo
Horizonte: 2007. 161 f. Dissertação (Mestrado em Música) UFMG.
COSTA, Rogério. A Idéia de Corpo e a Configuração do Ambiente na Improvisação Musical.
Opus, Goiânia, v. 14, n. 2, p. 87-99, dez. 2008
MACHADO, Regina. A Voz na Canção Popular Brasileira: um estudo sobre a vanguarda
paulista. Campinas, 2007. 114f. Dissertação (Mestrado em Música) UNICAMP.
SCHAFER, R. Murray. O Ouvido Pensante. São Paulo: Fundação Editora da UNESP, 1991.
ZUMTHOR, Paul. Escritura e Nomadismo: entrevistas e ensaios. Trad. J. P. Ferreira e S.
Queiroz. Cotia: Ateliê Editorial, 2005.
Notas
1
Projeto premiado pelo Programa Municipal de Fomento à Dança de São Paulo em 2010 e estreou em outubro
de 2011 na Sala Crisantempo em São Paulo/SP.
2
A Giz de Cena tem em seu repertório os espetáculos “Levadas da Breca” (2004) e “5 Dançadeiras… Peiras
Meiras Dimofeiras Seracoteiras” (2008) criado com o apoio do Programa Municipal de Fomento à Dança de São
Paulo.
3
O elenco teve aulas de dança contemporânea, contato-improvisação, canto, ritmo/percussão e palhaço.
4
Para nós, não apenas desenvolver um gosto em música, como também um gesto.
5
Um aprofundamento sobre esse assunto está no capítulo 3 de Machado, 2007. A autora parte da semiótica do
discurso e traça uma analogia com a voz cantada.
6
Gestualidade vocal é um termo utilizado pela linguística, que diz respeito à entonação. Luiz Tatit desenvolveu
o termo no âmbito da canção popular, e aqui aparece definido por Regina Machado “Gestualidade vocal (gesto
interpretativo): a maneira como cada cantor equilibra as tensões da melodia somadas às tensões linguísticas,
construindo um universo de sentidos para a canção, valendo-se também das possibilidades timbrísticas.”
(Machado, 2007, p. 59). Aplico a definição neste trabalho ampliando os horizontes idiomáticos da canção para
música vocal, seja ela improvisada ou composta.
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