Linguas

Neste texto farei um relato a partir de uma vivência em uma disciplina de Linguística Aplicada que ministrei remotamente para estudantes de quatro cursos de Letras: Licenciatura em Língua Inglesa, Licenciatura em Língua Portuguesa, Bacharelado em Estudos Linguísticos e Bacharelado em Estudos Literários. Antes disso, vale dizer que meu primeiro contato com estes alunos se deu de maneira presencial, como de costume. E após algumas semanas de aula o cenário remoto atual foi se estabelecendo: suspensão de aulas presenciais, momentos de adaptação de atividades e aulas e, por fim, retomada das aulas de maneira remota (online) tempos depois. Em uma sala de aula formada por professores e bacharéis, todos eles trilhando os passos iniciais no curso de Letras, tive a tarefa de pensar um curso que introduziria a Linguística Aplicada desde sua origem, sua busca por identidade como ciência autônoma, sua relação com a vida social, até suas diferentes áreas de interesse a partir de seu objeto centrado na linguagem e seu uso. Para uma ciência que se fortalece pela ideia de estudo da linguagem no processo interativo, o desafio foi a busca de alternativas para dar continuidade ao processo educativo buscando o mesmo diálogo esperado quando iniciamos a disciplina. O caminho para o retorno das aulas no novo formato foi uma articulação entre atividades síncronas e assíncronas. Em alguns momentos, aulas online para interagir, discutir ideias, comentar os textos e ouvir a perspectiva do outro. Em outros momentos, pensar em um formato mais flexível de estudo: aulas gravadas em formato de podcast, fóruns de discussão com postagens escritas, estudos dirigidos, dentre outros exemplos. Ao entender a construção do conhecimento como uma atividade (VYGOTSKY, 1934/2021) mediada por instrumentos físicos (textos para leitura, artigos e capítulos de livro, filmes e vídeos acessados por outros instrumentos como computadores e