A pressa engana toda vontade que inflama por isso diminuo o ritmo para aproveitar cada instante de eternidade do seu lado.
A tudo existente (poesia, março 2025)
Há quem diga ser somente através da dor
Ao mundo poético ser permitido o acesso
Qualquer sentimento pode ser inspirador
E o sofrimento não é seu único ingresso!
Toda emoção é uma musa em potencial
Durante a alegria não é comum refletir
Nos perdemos acreditando ser normal
Mas ao sofrer é que paramos pra sentir
Enquanto nós sorrimos a mente esvazia
Vivemos tão intensamente o momento
Sem parar para pensar nessa anomalia
Quando tudo funciona em alinhamento
Não é apenas o relato do sobrevivente
Assim como o violino dança e marcha
E as tintas a tela branca e vazia marca
A poesia declara amor a tudo existente
Ainda não consegui partir, mais eu sinto que cada pedacinho seu dentro de mim está se esvaindo aos poucos, como poeira no vento, ainda me sinto ligada em você, e talvez sempre estaremos assim, mas meu bem, não consigo mais te olhar como a primeira vez, quando meus olhos brilhavam em direção aos seus, quando eu passava horas admirando seu sorriso, suas falas, cada detalhe que acelerava meu coração, hoje eu te olho e sinto dor, dor por ver algo que poderia ser eterno se acabando em meio às dúvidas, e não me culpe, você sabe que eu lutei mais do que tudo para permanecer ao seu lado, e construímos uma vida juntos, mas seu vício acabou com tudo, acabou com nos, com a confiança que eu tinha em você, na verdade tudo isso acabou comigo, o fato de você não se importar é o que mais me destrói. Na verdade você me destruiu, e infelizmente apesar de tudo e todo sentimento eu preciso ir!
Carolina Alves
não é que você não seja a mulher dos meus sonhos. você definitivamente é. a questão é que eu acho que eu me cansei de sonhos. o mundo é real, palpável, triste e guiado por um sistema de produção decadente e solitário. o capitalismo nos atomizou de uma forma tão arrebatadora que eu me acostumei com a solidão. passar horas sem falar com ninguém, fazer cárdio ou yoga sozinho em casa, brincar com meu cachorro, fumar meu baseado e assistir o jogo na tv. a felicidade absoluta de uma mente derretida. o genuíno sentimento de completude da solidão. e não me venha com solitude. eu odeio essa palavra e tudo que a representa e todos os seus defensores. eu odeio neologismos. a não ser que você seja o Guimarães Rosa. mas você não escreveu Grande Sertão: Veredas. você é só uma mulher mimada que não conseguiu superar a adolescência e acha que fazer birra comigo vai compensar o divórcio dos seus pais e o tratamento frio que você recebeu deles. em tese, você é perfeita. inteligente, sexy, divertida, interessante e com o melhor par de pernas que eu já vi. mas eu acho que me cansei. me cansei da falta de emoção. me cansei da falta de frio na barriga. me cansei de você ameaçando ir embora. quem se importa se você vai embora? a emoção acabou. ela sempre acaba, mais cedo ou mais tarde. talvez não acabe para aqueles casais perfeitos de comercial de margarina, mas comigo sempre acaba. não é você, sou eu. é uma desculpa, claro. mas também é verdade. é meu tédio, meu vício. desde que eu estou limpo tem algo no cheiro de ar puro matinal que me causa náuseas, e você gosta de correr na pista de manhã. é triste admitir, mas eu não te quero mais.
02/04/25 – 10:42
Tem pessoas que chegam na nossa vida para nos ensinar, não a amar, mas para aprender sobre amar, e sobre o verdadeiro significado de se sentir amado. Pessoas que nos ensinam em meio a dor a reconhecer o nosso valor, a se olhar com mais cuidado, e perceber que somos valiosos demais para receber o pouco do outro, ou me afoga com a intensidade ou melhor nem se atrever a molhar os pés. É tudo ou nada, e se o que tem a me oferecer é pouco eu não quero, porque eu mereço muito!
Carolina Alves
Consegue escrever algo mais feliz?
"Numa psicanálise, descobre-se que a vida adulta é sempre menos adulta do que parece. Ela é pilotada por restos e rastros da infância".
Contardo Galligaris
Minha doce criança assustada pilota-me pelas estradas do crescer
Pulando calçadas e correndo
Tropeçando, caindo, ralando seu joelho
Minha pequena criança me guia, com medos bobos e sonhos mais altos que o céu
Minha vida não é tão adulta como parece
A minha criança segue cantarolando pelos cantos
Brincando com as coisas
Eu não ando reto pelas calçadas
Eu vejo os desenhos e riu
Eu como chocolate e me sujo
Minha amada criança me leva
Ela não me deixou
Fico feliz de ainda poder andar com ela
Lado a lado
Eu não sou tão adulta como as vezes pareço
Eu sou uma criança boba
Eu sou uma adulta séria
Por essa longa jornada
Trilhando meu destino, por vezes chorando, outras rindo de coisas bobas
Eu amo isso
Eu amo essa criança
Eu me amo. 🥺❤
(Feliz e fofa ❤️🩹🥰🫂)
caoswriter
Embora eu fosse, por natureza, um falante nativo de inglês, você sabia, mais do que eu mesmo, que o inglês nunca foi a minha língua materna.
Pois, quando estou diante de você, quando me perco na vastidão da sua presença, não existem palavras — existe apenas o que não sei dizer.
Esse é a minha língua materna.
A maneira como meus dedos buscam o contorno do teu rosto, como se clamassem por algo esquecido no escuro.
E isso, também, é uma língua que conheço.
A maneira como me dissolvo, silenciosamente, nos mares invisíveis do teu coração, como se eu fosse mel se misturando em uma xícara de leite morno.
Esse foi, é, e sempre será a minha língua nativa.
✦ @dervishlatino | NNF نشوان نازاريو فيريرا ✦r