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estórias d'uma Embriaguez Lírica

@embriaguezlirica / embriaguezlirica.tumblr.com

foda-se. 🇵🇹, 92, ✌🏽️

yesterday I was casually telling a friend about how I was not really into holding hands, cuddling or generally having people taking care of me. she asked "are you really not into those things or didn't you ever had it so you just think it's not for you?" and that hit me hard.

POLTRONA

cá estamos nós, de volta ao início: eu e a minha cadeira-poltrona rosa e gasta, com um botão descosido e marcas de patas nas pernas. comprei-a em segunda mão para a minha casa, para o meu quarto porque achei que lhe faltava isso. não foi cara, achei-a bonita, vintage, mas não tinha grandes planos para ela.

assistiu às primeiras vezes que foste a minha casa, em que te sentaste nela a observar-me despir para ti. viu o acumular da minha roupa usada e sem vazão quando passei a dormir mais na tua casa, primeiro aos fins-de-semana e eventualmente em metade do meu tempo. viu-nos começar a discutir sobre uma coisa qualquer só para terminar num ataque terrível de cócegas. assistiu a noites incontáveis de sexo, intenso e suado, nela e ao lado dela, e chamadas de amor que pareciam durar horas.

apoiou-nos nas boas e más notícias: o novo cargo, o crédito falhado, a zanga com a tua mãe e o momento lindo - que penso ter ficado cristalizado no tempo - em que te contei que ias ser pai, pela primeira vez. lembro-me do nervosismo do dia inteiro, de não saber bem como te dizer nem o que esperar. quando chegaste a minha casa, nada do que te dizia fazia sentido então pedi que te sentasses na poltrona e contei-te, a medo. o choque inicial foi substituído por uma felicidade imensurável e sentei-me ao teu colo, abraçada a ti.

a vida foi avançando e acabámos por levar a poltrona connosco para a nossa nova casa. colocámo-la directamente no quarto do menino e tornou-se cadeira de amamentação. lá, testemunhou os primeiros choros, as noites sem dormir, tuas e minhas, o aninhar do cão aos pés e o arranhar do gato no braço foram-lhe dando uma forma diferente. quando deixou de ser precisa no quarto, passámo-la para a sala. dizias que ficava lá bem e eu acedi.

adorava ver-te sentado nela a debater coisas com os nossos amigos, em frases arrastadas, com um copo na mão e a trabalhar nela e adormecer nela todos os santos filmes que demoravas meia hora a escolher. tinha agora marcas de canetas de feltro e vinho tinto que lhe davam um valor diferente, contavam a história do que até aqui tinha sido a nossa vida com as discussões novas sobre a cor da cozinha, a altura da estante, o natal no meu pai, os pêlos do gato e porque é que esta criança do demónio está outra veeeeeez a arrancaaaaar os botõoooooes às cooooooisas?!

estamos a pensar em renovar e se calhar está na altura de trocar a mobília mas tenho tanto medo que as memórias daqui se apaguem que não a consigo deixar ir. digo-te isto mas tu não me ouves, o teu sentimentalismo não afecta mobiliário de casa - dizes tu - e parece que me convenceste a pô-la à venda por uma ninharia. olha, está aqui uma rapariga interessada. bem, vêm-na buscar amanhã. temos hoje para a despedida e eu planeio usá-la para te namorar quando a casa estiver quieta. espero que lhe continuem a escrever a história e que lhe dêem o crédito que merece pelo aumento da natalidade deste país. sento-me uma última vez, tal qual como na primeira e sinto a mesma coisa: uma nostalgia imensa pelo futuro. que saudades.

A FESTA

um convite inesperado mostrou-lhe que existia um tipo de festa que ocupava um lugar especial dentro das nossas fantasias e, como tal, nada mais havia a fazer senão entregar-nos à experiência. vestimo-nos a rigor, entre transparências justas, latex e lingerie rendada, para não descurar o dress code obrigatório. o misto de excitação e nervosismo que nos assolava, trazia também à superfície uma intimidade latente e acentuava a nossa química inegável. no carro, a caminho, a mão dele restava entre as minhas coxas, agarrando-as ocasionalmente, deixando os meus mamilos rijos de vontade. chegados à porta, avistámos gentes de todo o tipo e muitíssimo mais confortáveis - íamos trocando olhares, admirando o panorama geral e apertando a mão um do outro para nos mantermos em segurança enquanto a fila avançava. o segurança e a anfitriã, pediram-nos que abrissemos os casacos e detectaram logo em nós a novidade; explicaram-nos as regras dos telemóveis, do consentimento, da proteção e das salas e nós, atentos, íamos abanando a cabeça em assumpção. ele olhou para mim uma última vez antes de entrar, tomou-me pela mão e fomos.

chegados lá dentro, a única fonte de iluminação eram as cores néon do tecto e sentia-se o calor dos corpos semi-nús a vibrar ao som de um techno leve, pessoas entregues ao momento e desprendidas de pudores e inseguranças. fomos explorar as salas e cada uma vibrava na sua própria frequência, com cores demarcadas e mobiliário adequado. conforme nos íamos habituando à escuridão e a todo o ambiente, começávamos agora a ver pessoas libertarem-se por completo umas com as outras e a luxúria a que se davam no processo.

a música, o calor e as montras de sexo que se montavam à nossa volta, iam atiçando em nós uma vontade sem par é, quando demos por nós, estávamos envolvidos um com o outro como nunca estivemos: os beijos mais intensos, os toques mais certeiros, a exploração corpo-a-corpo, os gemidos de boca para boca como se só nós ali estivéssemos, embriagados pelo momento. por esta altura, já me encontrava com o peito desnudo e sem cuecas, tal como ele, e íamo-nos masturbando em prazer de dar prazer.

ao longe, ele avistou alguém que nos olhava com lascividade e virou-me de costas para si e de frente para este homem que nos observava, como se me entregasse a ele, enquanto me continuava a tocar. o meu rabo ia roçando no seu pau duro enquanto ele mantinha uma mão no meu pescoço e a outra a brincar no meu clitóris, como se de uma boneca me tratasse.

chegado ao pé de nós, o outro homem de porte altivo, com um ar charmoso e completamente definido, abordou-nos com leveza e perguntou se me seria possível tocar. olhei para o meu par original em aprovação, ele acedeu e eu verbalizei que sim, claro. senti as mãos deste novo tipo passarem pelas minhas mamas, apertarem os meus mamilos e o seu nariz investigando o cheiro no meu pescoço. as mãos deles iam-se cruzando em mim, explorando o meu corpo. retornei o pedido para lhe tocar e beijar e, também ele, acedeu prontamente. estava agora com ambas mãos masturbando dois homens sedutores e dividindo-me entre cada um, parte a parte. voltei-me de novo para ele, o meu ele, enquanto ia sentindo agora um novo pau junto a mim, duro, intenso, gigante. decidi ajoelhar-me perante aqueles dois deuses que a mim desejavam e fui alternando entre um e outro, a minha boca quente e ávida de desejo e a minha mão. a minha saliva ia pingando pelo meu queixo, as minhas mamas e o chão, ao passo que se ouvia os sons guturais deles a ver-me engoli-los inteiros. as lágrimas corriam agora pela minha cara e decidiram levantar-me, sentir-me e atacar-me num movimento coordenado de beijos e amassos.

o nosso convidado, aparentemente experiente na casa, disse que nos levaria para um sítio mais confortável e nós seguimo-lo cegamente até uma nova sala, com sofás e cadeirões ergonómicos de napa. enquanto o homem novo ia cumprimentando outras pessoas, o meu dirigiu-se para trás do sofá onde eu estava, encostando a minha cabeça para trás, beijando-me do avesso a si e desenhando os meus lábios com o seu pau. enquanto a minha boca o procurava ter dentro, senti o meu rabo ser arrastado para a ponta da almofada e as minhas pernas afastadas. estava delirante, encharcada e francamente ocupada.

o homem novo ia-me sugando vagarosamente o clitóris enquanto me explorava com os dedos e os meus gemidos iam sendo abafados com a ocupação completa da minha boca. uma outra mulher começava agora a aproximar-se, agarrando-o por trás, beijando e tocando, acompanhando o movimento do seu corpo para dentro de mim, desenhando o espaço que ocupava na minha garganta e afagando os meus seios gentilmente.

estava prestes a chegar ao orgasmo então concentrei-me apenas na boca nova que me estava a fazer vir e fui passando as minhas mãos pelo seu cabelo. não sei quanto tempo durou mas estimo ter gemido tão alto que a minha voz quebrou num tom agudo de suplício. então perguntou-me se estava bem e se me podia foder e eu, mais uma vez, acedi. colocou um preservativo e irrompeu dentro de mim naquele sofá enquanto à minha volta, outros corpos se invadiam e eram invadidos, incluindo o meu par que se encontrava agora na outra ponta da sala com outro homem e outra mulher. trocámos olhares e ficámos a observar-nos um ao outro durante algum tempo. sabíamos exactamente o quanto nos excitava ser partilhados e tocados na presença do outro e íamos dando o espectáculo mais privado de sempre. as pessoas iam passando, vendo e tocando, algumas ficavam e trocavam entre si, outras vezes nem reparavam a nossa presença.

algum tempo depois, fui eu absorver o que se passava à volta, interagindo como queria e onde queria, naquela sala que expirava desejo e voltei a deparar-me com ele. desta vez, uma outra mulher o tinha - linda, ruiva com um rabo desenhado - e ele estava a montá-la de quatro. fiquei a observar um pouco até que ela me convidou para me juntar. comecei por beijá-la e tocá-la mas ela tinha ideias diferentes: queria que me sentasse, de frente para ela, para que me pudesse comer. jackpot, pensei. estava agora a sentir o efeito do pau dele em mim através da língua de uma mulher. ele continuava a fodê-la a ela mas agora a mim também. conseguia ver a sua cara de prazer e estava ardente de desejo por ele. brincámos mais um pouco a três mas a ruiva decidiu ir explorar um grupo mais à frente e deixar-nos aproveitar um ao outro.

éramos só nós dois de novo e o desejo acumulado dessa noite viveu-se de forma animalesca, agressiva e brutal. acho que nunca o quis tanto como naquele momento.

Anonymous asked:

if i messaged you would you be able to tell me if my nudes are good for this sight?

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ferro e ácido fólico

há dias assim, onde o corpo e a mente desabam juntos por coisa nenhuma ou por todas as coisas juntas.

não sou capaz de parar de chorar, sinto a minha voz a quebrar ainda na garganta, as lágrimas a formarem-se naturalmente sem parar, os meus pulmões a lutarem por ar simultâneamente enquanto o páro conscientemente de puxar para dentro. não ouço nada, não vejo nada, não sinto nada. o vazio é tão grande que levo as mãos ao peito com medo (ou na esperança) que me atravessem.

a valsa da ansiedade a que me presto nestes dias corre sempre de forma semelhante a si mesma: os pensamentos dançam entre a vontade infalível de cessar a existência e a perpétua crença no erro, na reiterada sensação de falha. em alguns momentos, onde consigo recuperar parte do fôlego e desenvencilhar o nevoeiro, penso em alguém, não interessa quem, que me abrace, que me segure enquanto me nivelo para cair sozinha e me levantar novamente.

tenho para mim que é do défice de ferro e ácido fólico porque as minhas análises indicam claramente que sou da tristeza, que o meu sangue carrega a insuportável grandeza de não ser mais que comum e ordinária. uma deusa de mantas no sofá, super-heroína sentada horas no banho, um mulherão pequenino enrolado em si mesmo no chão e nada mais que frágil.

vai passar, é só um dia, de uma semana. ou dois. que sejam duas semanas. é uma fase. uns meses, uma temporada. talvez não dure mais de metade do tempo. se durar, mal se nota. ninguém viu, também ninguém sabe. interessa? é só agora. se ninguém fizer ideia, nunca aconteceu.

aconteceu?

'tá aqui o suplemento do ferro e do ácido fólico: bons para o cansaço, para o cabelo, para o humor, para a capacidade mental. leva também o antidepressivo: óptimo para dormir a noite toda e descansar profundamente. se calhar devia tomar a pílula, pode ser só hormonal. às vezes um copo de vinho ao jantar para desanuviar ou um cigarro à janela. se for dada a essas coisas, experimente um bocadinho de erva. dance! divirta-se! vá a festas! relaxe! leia um livro! - mas um que não seja triste - e daqui a pouco vai ver que é como se nunca se tivesse passado.

passou? sim, devia ser do período ou então um dia daqueles. pronto, o que interessa é ser feliz que amanhã é outro dia.

foda-se.

Anonymous asked:

when you take tasteful nudes what is going through your mind? like what are you trying to capture with the camera?

the glimpse of sensual beauty: I see something I like, it gets stuck in my mind and I try to reproduce it. sometimes it comes from things I just saw here or things I saw when I was younger and didn't quite know what sexy would really be like. there are lots of angles that simply don't work for me and also I'm not very keen on showing my face so it's a mix (and a balance) of what I want to show vs what I don't want to show in a way I find beautiful.

(don't worry, I'm eye rolling too at what I just wrote but it really is true and I don't know how else to say it)

Anonymous asked:

If one of those ways to be busy is with another person give me a call

to your anon number or

Anonymous asked:

Too bad…you shouldn’t be a woman to one man…you should be for everyone…in a good way of course

there are a lot of ways to be busy, I'd argue.

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